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O perigo cresce de uma guerra total

07 out

A resposta do Irã a morte do líder do Hezbollah com ataques de quase 200 mísseis na terça-feira passada (01/10) pode ampliar a escalada entre as duas potências do Oriente Médio, em meio a ataques feitos durante a semana às bases do grupo terrorista no sul do Líbano.

A França tomou uma posição dura contra a resposta de Israel, que especula-se poderia até mesmo atacar as bases nucleares do Irã, que não tem a bomba (acredita-se), mas tem uma usina e laboratórios onde poderiam estar preparando a bomba.

Diferente das outras potências que anunciam ter a bomba para intimidar os inimigos, Israel e Irã preferem esconder, e o Irã sofreu inúmeras sanções por e visitas da ONU para que não tenha a bomba, mas seus aliados, entre eles a China e a Rússia podem tê-la ajudado neste intuito, e um ataque de Israel visaria estes alvos, especula-se.

Na Ucrânia, algumas de suas “fortalezas” no leste do país (próximas a Kharkiv) caíram em mãos russas, o tom de ameaça da Rússia já ultrapassa as fronteiras da guerra, com ameaças abertas a Polônia e outros países que possam ajudar a Polônia.

Ali também o tom de ameaças e crises diplomáticas crescem com alinhamentos e potências mundiais se posicionando, no front econômico a ampliação do BRICS (inicialmente Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, ampliado com Irã, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Egito e Etiópia) pode favorecer alianças perigosas para a OTAN e Israel.

Por isso não faltam diálogos que forcem Israel a não revidar ataques ao Irã, seus tradicionais aliados, como a França que se posiciona radicalmente contra, e os Estados Unidos que embora envolvido na proteção de Israel, também não deseja esta escalada perigosa e ameaçadora da paz mundial.

Espera-se um maior empenho pela paz pela gravidade destas ameaças, e que haja uma difícil reversão da escalada que caminha para uma crise civilizatória absurda em que todos sofrerão.

 

A teopoesia de Sloterdijk

03 set

Um dos maiores filósofos contemporâneos, de enorme influência em Byung-Chul Han, Sloterdijk está longe de ser um cristão ou algum tipo de religioso, mas é sábio o suficiente para saber a enorme influencia da religião na cultura através dos séculos e no nosso tempo.

De que céu está falando então, esclarece: “O céu de que se fala não é um objeto passível de percepção visual. No entanto, desde tempos imemoriais, ao olhar para o alto se impunham representações em forma de imagem acompanhadas de fenômenos vocais: a tenda, a caverna, a abóbada; na tenda ressoam as vozes do cotidiano, as paredes das cavernas repercutem antigas cantorias de magia, na cúpula reverberam as cantilenas em honra do Senhor nas alturas” (pg. 11), esclarece o autor na sua observação preliminar.

Deuses mitológicos, o autor a partir do papiro de Greenfield (século X a.C.), onde se vê: “Detalhe do papiro de Greenfield (século X antes da nossa era): “A deusa do céu, Nut, curva-se sobre o deus da terra, Geb (deitado), e do deus do ar, Shu (ajoelhado). Representação egípcia de céu e terra” (foto, Wikipedia Commons, pg. 12).

Porém não é também um ensaio mitológico, escreve: “O que se pretende, no que se segue, é falar de céus comunicativos, luminosos e que convidam a arrebatamentos, porque, correspondendo à incumbência do esclarecimento poetológico, eles constituem zonas de origem comum de deuses, versos e aprazimentos”.

Faz uma curiosa metáfora com Mt 13,34, trecho tão caro aos cristãos que diz: “Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo'” (Mt 13,34-35), era necessário porque falava de céus “comunicativos, luminosos”.

Em sua metáfora diz Sloterdijk: “Deus ex machina, deus ex cathedra e sem parábolas nada lhes dizia” (sobre a realidade divina), e aqui o filósofo indaga o mundo contemporâneo, que idolatra esses deuses contemporâneos ex machina e ex cathedra.

Vai relembrar a teopoesias na boca de Homero, que tinha “deuses falantes”, mas também lembra a passagem em que Zeus repreende “as manifestações voluntariosas de sua filha Atena”, e diz a ela: “Minha filha, que palavra te escapou da barreira dos dentes?”(pg. 15).

É claro, não falamos como cristãos de deuses mitológicos, lembra a semiótica cristã onde os sinais são importantes: “zona de sinais cresce paralelamente à arte de interpretação. O fato de não estar acessível a todos se explica por sua natureza semiesotérica: Jesus já censurou seus discípulos por não entenderem os “sinais do tempo” (semaîa tòn kairòn).”  (pg. 25).

Não se trata de delírio nem de falsidades grosseiras sobre eventos escatológicos, se eles existem somente são portadores destes “sinais” verdadeiros oráculos e profetas, ou para usar o termo de Sloterdijk: teopoetas que dizem coisas do céu, como poesia e clareza, ainda que usem parábolas pela dificuldade de expressá-las na linguagem e realidade cotidiana.

Os sinais dos tempos, sombrios como as guerras e vivos como aqueles que resistem com o espírito da esperança e da paz, não fazem da tragédia como os gregos um sinal de vingança ou de intolerância, mas de ver além daquilo que a realidade crua e nua parece mostrar.

Sloterdijk, P. Fazendo o céu falar: sobre a teopoesia, Trad. Nélio Schneider, Estação Liberdade, 2024.

 

Serenidade e paz

05 mar

O livro “A Serenidade” de Heidegger vai dividir o pensamento contemporâneo entre o que calcula e o que medita, sobre o que calcula afirma:

“O pensamento que calcula (das rechnende Denken) faz cálculos. Faz cálculos com possibilidades continuamente novas, sempre com maiores perspectivas e simultaneamente mais econômicas. O pensamento que calcula vai de oportunidade em oportunidade. O pensamento que calcula nunca para, nunca chega a meditar.” (p. 13).

Reflete no texto que não há nenhuma meditação “elevada”, todo homem pensa e o pensamento pode levar a meditação, mas o cálculo não e ameaça este intimo do Ser:

Heidegger lembra que para pensar de verdade todos devemos pensar sobre nossas raízes, dito de modo mais contemporâneo não negar nossas origens e suas influências em nossa visão de mundo, mesmo que limitada, afirma: “o enraizamento (die Bodentändigkeit) do Homem actual está ameaçado na sua mais íntima essência. Mais: a perda do enraizamento não é provocada somente por circunstâncias externas e fatalidades do destino, nem é o efeito da negligência e do modo superficial dos Homens. A perda do enraizamento provém do espírito da época no qual todos nós nascemos” (p. 17).

O mais surpreendente neste texto que é de 1995, é que a característica “mais atormentadora é a bomba atômica”, não podemos esquecer que temos 440 usinas atômicas mais 23 em construção (na foto o acidente de Fukushima), ele percebe que o pensamento que calcula vê apenas as possibilidades industriais e a necessidade das energias da natureza, porém medita o que significa de fato este domínio da natureza.

“O poder oculto na técnica contemporânea determina a relação do Homem com aquilo que existe. Domina a Terra inteira. O Homem começa já a sair da Terra em direção ao espaço cósmico …” (p. 19), que além de ser incrivelmente atual tinha também um presságio sobre o futuro.

Mas não deixou de ver o perigo destas “grandes energias atómicas”, e assim: “assegura à humanidade que tais energias colossais, subitamente, em qualquer parte – mesmo sem ações bélicas -, não fogem ao nosso controle, e “tomam o freio nos dentes” e aniquilam tudo ?” (p.20).

Além de Fukushima há o fatídico acidente de Chernobyl, justamente na Ucrânia e feita com a colaboração russa, e a guerra atual há batalhas bem próxima da maior usina atômica de Zaporizhzhia, construída entre 1984 e 1995, é a maior usina nuclear da Europa e a nona maior do mundo.

As ameaças da Rússia devem ser levadas a sério, uma guerra nuclear coloca em cheque todo o processo civilizatória e talvez a própria humanidade, é preciso serenidade e paz.

O pensamento ocidental se submeteu ao frio e calculista pensamento matemático e físico, que até mesmo ele está em cheque.

HEIDEGGER, M. Serenidade. trad.de Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d.

 

Matris in grêmio II

19 dez

É curioso que um filósofo ateu (Peter Sloterdijk escreveu Pós-Deus), tenha feito uma referência a Maria como mãe de Jesus no seu livro na sua digressão 10, onde faz uma análise do texto De humanitae conditionis in miséria de Lotário de Segni (1160-1216) que viria a tornar-se o papa Inocêncio III, que afirma que a interrupção da menstruação de Maria durante a gravidez do menino divino provocou um alimentação diferente.

Diz o texto, que ignora o dogma da manutenção da virgindade de Maria, afirma Soterdijk “não há dúvida que Jesus, mesmo in gremio (significa no útero da mãe) deve ter sido provido de  uma diferente plano alimentar” (Sloterdijk, 2016, p. 557) e usa a Question 31 da Summa Teológica de Tomás de Aquino, onde esta noogenese implica também na ligação de dois corações.

Diz Tomas de Aquino: “… pois, pela ação do Espírito Santo, esse sangue é recolhido do regaço da Virgem e conformado em feto. E por isso se diz que o corpo de Cristo foi formado pelo sangue mais casto e puro da virgem” (Aquino, Suma Teológica III, 31, 5, 3, SP: Loyola, 2001-2002), lembre-se que no dogma cristão o Espírito Santo concebe a criança e não José seu marido, na época apenas prometido pela família de Maria.  

No texto bíblico, Maria prometida em casamento a José, que ainda não a desposara, recebe a notícia do anjo e pergunta: “como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum ?” (Lc 1,34), e recebe a resposta que será pela ação do espírito, sob a sombra do poder do Altíssimo.

Ora esta ligação entre os dois corações, o sagrado coração de Jesus e o divino coração de Maria tem também uma ligação secundária, na visita a Isabel, sua prima, que também concebera de modo milagroso, já que estava na velhice e não era fértil, desta relação entre os dois corações resultará também a ligação ao coração da criança no ventre de Isabel, João Batista e que está relacionada aos fetos e contagia Maria.

Este segundo “matris in grêmio”, não citado por Sloterdijk, revela já uma ação inicial do sagrado coração do menino e outro coração no ventre de outra mãe Isabel, prenuncio da relação do divino coração com os homens e toda a humanidade, curiosamente um ateu corrobora com a ideia do “Sagrado Coração de Jesus”, uma devoção popular.

Diz o autor, mesmo sem ser crente que ao comentar uma escultura (do Museu de Cluny de Paris, datada do final do século XIV, na foto acima), que “é a própria matriz de Deus que ofereceu miraculosamente ao escultor o material de sua escultura, e a Deus o material para tornar-se homem …” (Damasceno apud Sloterdijk, 2016, p. 558), uma exegese curiosa para um autor descrente.

SLOTERDIJK, P. Esferas I: bolhas. São Paulo: Estação Liberdade, 2016.

 

 

 

 

 

O beato Duns Scotus

08 dez

A sabedoria e profundidade dos ensinamentos deste frade franciscano do século XIII, no entanto, levou 9 séculos para ser reconhecido e venerado pela Igreja Católica, somente no Pontificado de João Paulo II é que ele foi beatificado e reconhecido como santo.

O Papa Francisco em recente homilia exaltou as qualidades de Scotus afirmando: “Existem grandes doutos, grandes especialistas, grandes teólogos, mestres da fé, que nos ensinaram muitas coisas. Penetraram nos pormenores da Sagrada Escritura (…), mas não puderam ver o próprio mistério, o verdadeiro núcleo (…). O essencial permaneceu escondido! (…)”.

Dotado de uma inteligência brilhante e levado a especulação, essa inteligência pela qual mereceu o título de Doctor subtilis “Doutor sutil”, Duns Scotus foi dirigido a fazer estudos de filosofia e teologia nas célebres universidades de Oxford e Paris e sua obra

Dotado de uma inteligência brilhante e levada à especulação – essa inteligência pela qual mereceu da tradição o título de Doctor subtilis, “Doutor sutil”, Duns Scotus foi dirigido aos estudos de filosofia e de teologia nas célebres universidades de Oxford, Cambridge e de Paris, e assim suas obras receberam os títulos de Opus Oxoniense (Oxford), Reportatio Cambrigensis (Cambridge), Reportata Parisiensia (Paris).  

Entre suas obras místicas se encontram fez estudos sobre a encarnação, na Reportata Parisiense escreveu: “Pensar que Deus teria renunciado a esta obra se Adão não tivesse pecado seria totalmente irracional. Digo, portanto, que a queda não foi a causa da predestinação de Cristo, e que, ainda que ninguém tivesse caído, nem o anjo, nem o homem, nesta hipótese Cristo teria estado ainda predestinado da mesma forma” (in III Sent, d. 7,4).

Duns Scotus, ainda consciente de que, na realidade, por causa do pecado original, Cristo nos redimiu com sua Paixão, Morte e Ressurreição, reafirma que a Encarnação é a maior e mais bela obra de toda a história da salvação e que esta não está condicionada por nenhum fato contingente, mas é a ideia original de Deus de unir finalmente todo o criado consigo mesmo na pessoa e na carne do Filho.

Também o papa Paulo VI declarou esta visão da encarnação afirmada em Scotus: “fortemente “cristocêntrica”, abre-nos à contemplação, ao estupor e à gratidão: Cristo é o centro da história e do cosmos, é Aquele que dá sentido, dignidade e valor à nossa vida.” (homilia de 19 de novembro de 1970).

Não somente o papel de Cristo na história da salvação, mas também o de Maria é objeto da reflexão do Doctor subtilis. Na época de Duns Scotus, a maior parte dos teólogos opunha uma objeção, que parecia insuperável, à doutrina segundo a qual Maria Santíssima esteve isenta do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção: o dogma da Imaculada concepção de Maria, defendido por Scotus séculos antes da igreja católica declará-lo.

Tamanha a convicção de Scotus deste dogma, que foi enterrado em igreja da Imaculada Conceição da Virgem Maria (foto), em Colônia, na Alemanha, onde morreu em 8 de novembro de 1308.

 

Initial records of the narration crisis

14 nov

Much of the criticism of the excess of information and the development of the digital universe, this recent essay that sees information as fragmented and opposed to narration, is seen both historically and in what can be called the “narrative crisis”.

Unlike other criticisms of information, located in the period of digital information, Byung-Chul Han seeks in history the beginning of the narrative crisis (translated as narration in portuguese):

It follows on the same page, talking about the loss of historical aspects:

It gives way to information, it should be clarified here that this concept is for the current one without context and fragmentary:

Thus, for the Korean-German essayist “The art of narration is being defined because wisdom – the epic side of truth – is in extinction”, and this begins with contemporary journalism and not with digital information.

HAN, Byung-Chul, The crisis of narration, Brazil: Vozes, 2023.

 

 

What is evil?

20 set

Evil is the removal of love, solidarity, compassion and those who believe in God.

Any other view of God that justifies some type of evil is an apostasy (renounces a true belief), Augustine of Hippona, great sage and Christian theologian, classifies it as having three forms: physical, moral and ontological, all they must see being as being, to understand what morality and suffering in the world actually are.

Therefore, it is difficult to be fully focused on our being while we are dispersed across a set of daily tasks and chores if we do not understand them as part of a relationship of affection and empathy with the world and people.

Physical illness can be due to natural causes: illnesses and situations of some daily mishap, problems due to aging and even inheritance to which everyone is subject, there can be physical illness due to maladjustments and distances in our being, and even Even the evil effects that we discussed in previous posts, moral evil is a human option.

It is not about the legal, because this depends on human laws that are temporal and they change according to circumstances and contexts, but those that are principles of humanity and civility: not killing, not stealing, not discriminating, in short, those that are valid for all.

There is also a golden rule present in different cultures and religions: do not do to others what you would not like to be done to you, but this principle assumes people who are not closed (they judge others according to their values) and not unhealthy (who justify an evil ).

One thing is certain about evil, it is not only different from good, it is inferior because it does not dignify or magnify the being, but it is not true that it does not prosper, see the example of war, corruption and criminal groups that live for years and destroy lives.

So it is not one of the Manichaean poles, as a moral, social and ontological value, Love and everything that symbolizes what we generically call “good” is not an anti-evil, it is another greater thing that elevates us as a being, as a civilization and that applied to social eliminates injustices.

 

 

 

Contraofensiva da Ucrânia e a paz

01 mai

Na quarta-feira assada Volodimir Zelenksy da Ucrânia falou com o presidente da China Xi Jinping e algumas negociações para a paz parecem ter avançado.

Em seu twitter Zelensky afirmou: “Acredito que esse telefonema, assim como a indicação do embaixador da Ucrânia na China, dará um ímpeto poderoso ao desenvolvimento de nossas relações bilaterais.”

A narrativa de país pacificador entra em contradição com as declarações controversas de seu embaixador na França, Lu Shaye, também as forças de esquerda no exterior começam a mostrar um posicionamento pró-Putin, como uma motociata feita na Alemanha neste sentido.

Por outro lado, no campo de batalha, a contraofensiva prometida ela Ucrânia começou, diversas posições russas foram atingidas, em territórios conquistados, na Criméia e inclusive algumas vilas russas, a Rússia esperava uma ofensiva na Criméia ou no Donbass onde suas tropas enfrentaram batalhas sangrentas nas últimas semanas, como a de Soledar e Bakhmut (ver no mapa em azul as reconquistar ucranianas em vermelho a invasão russa).

Em setembro do ano passado enquanto a Ucrânia ameaçava ataques ao sul, fazendo a Rússia deslocar forças para lá, acabou atacando ao norte, onde o exército russo teve enormes perdas.

A Rússia retirou a maior arte de seu arsenal militar da Criméia, entretanto uma base de abastecimento de combustível foi atingida nesta nova contraofensiva ucraniana, assim indica que espera ataques ao norte.

O impasse de forças na região do Donbass pode indicar a verdadeira fonte de conflito neste momento, e o lugar onde a Ucrânia pretende concentrar sua contraofensiva, desta vez a Rússia parece esperar porque já deslocou as tropas da Criméia, mesmo tendo a explosão do depósito de combustíveis por drones no final de semana.  

O grave desta situação é que adia qualquer possibilidade de paz, os dois lados esperam ter territórios garantidos antes de qualquer rodada de negociação. 

 

Natal no escuro e nova pandemia

19 dez

Devido a dificuldades visuais o post de hoje será curto e sem referências, devido a dificuldade de leitura, porém as notícias da guerra entre Rússia e Ucrânia aumenta as preocupações naqueles que realmente estejam a favor da paz, porque não há paz possível se os discursos e posicionamentos não caminham para acordos.

A Rússia prossegue em sua estratégia de obstruir as fontes energéticas da Ucrânia, que são estratégicas durante o frio do inverno europeu, por outro lado a Ucrânia resiste nas lutas no leste do país e ameaça a Criméia já anexada a Rússia na guerra anterior, com a estratégia Rússia de dominar a região do Mar de Azor e o Mar Negro.

A estratégia da Ucrânia é atingir possíveis alvos em território russo, que além de bases militares podem operar armas nucleares estratégicas, o maior temor desta guerra é uma eminente e possível guerra atômica, que seria um flagelo. 

O Natal que é festa da Luz e da paz, tem neste lado do planeta a luta estratégica mais profunda e com consequências ainda pouco previsíveis, porém no curto prazo, haverão mais bases russas atingidas em seu território e a Ucrânia já vive uma séria crise energética, os países aliados reagem com medidas de sansões à Russia e tentativas de ajuda de socorro ao povo ucraniano. 

Sobre a Covid 19, há uma preocupação que os casos voltem a crescer em 2023, assim como os organismos de saúde já se antecipam a uma possível nova pandemia, como escrevemos, devido a dificuldades visuais não pudemos elencar as fontes destas informações devido a dificuldade de leitura.

 

A crise, a falsidade e a clareira

14 out

Hoje vale bem pouco aquilo que se é de verdade, importa mais o marketing pessoal, a maquiagem que esconde os defeitos do aquilo que o o homem de fato é, isto é consequência da oculta do Ser.  

Assim a ocultação da verdade é resultado desta ocultação do Ser, não sua causa, o pensamento vai nesta direção porque no interior de cada Ser há espaço para a falsificação, a mentira e a hipocrisia.

Assim não é o caso de quem mente mais, é a ausência de uma clareira onde a consciência de cada Ser se apresenta, e o fermento dos mentirosos cresceu, como a passagem bíblica de Lc 12,1=2 “tomai cuidado com o fermento dos fariseus que é a hipocrisia, não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada oculto que não venha a ser conhecido”.

É certo que a categoria da “clareira” de Heidegger tem um sentido mais geral, envolve o todo que é oculto dentro de um Ser, porém para quem crê este todo se oculta em Deus, aquilo que somos no coração divino, e mesmo não crendo isto parece próprio a modernidade que não vê o todo.

A fragmentação do saber, a divisão social, a ausência de um pensamento transdisciplinar levou a um novo tipo de ocultismo, aquele que especializado só vê a parte e não vê o todo, ainda que a física quântica, a busca pelo universo infinito ou finito (procura-se sua borda) visto pelo James Webb, é a natureza e no interior do Ser que este todo habita e onde se esconde a verdade.

Como ela se ocultou foi a fragmentação social, a ausência de comunhão, onde o Todo se completa, a ausência de Amor transcendente (não é aquele da subjetividade idealista), onde somos capazes de enxergar o outro.

Formamos assim uma geração (no sentido de várias desde o século passado) se tornou má, egoísta e individualista, autofágica e excludente e com incapacidade de enxergar o Todo com clareza.

É certo que a justiça divina é superior a humana, porém ela não a ignora, Jesus contou uma parábola de uma viúva que vai a um juiz injusto que depois te tanto perturbá-lo, ele decide resolver para não ter mais o importuno dela e “não venha me agredir” .

E jesus explica a parábola aos discípulos (Lc 18,6-7): “E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?”, assim podemos ter esperança também numa justiça terrena.