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Teatro independente em risco
A forma de manifestação cultural mais popular, mais avançada continua sendo o teatro, e o teatro independente exerce um papel fundamental nisto, emerge da cultura nacional e paulista de forma mais livre e democrática.
Devido a especulação imobiliária, aconteceu ontem no Centro Cultural paulista o primeiro protesto que mostra a situação de fragilidade dos grupos teatrais paulistas independente, que podem perder seus espaços ou serem deslocados para lugares de menor visibilidade.
O fato já aconteceu em novembro passado com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, que é uma mistura de teatro épico e hip-hop, com 15 anos de estrada e mesmo com o aluguel em dia, o grupo teve que entregar o espaço de um galpão na Pompéia (zona oeste de São Paulo), veja a foto do despejo acima.
Um Manifesto intitulado manifesto “Em Defesa dos Territórios Culturais Ameaçados” quer o reconhecimento público que os 22 grupos teatrais são Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de São Paulo, um trecho do documento afirma “Não é possível que o direito aos bens de mercado privado de poucos seja mais importante que o patrimônio cultural de muitos”.
As redes sociais ajudaram o grupo Brincante a permanecer no local, Vila Madalena (zona oeste) com a campanha #ficabrincante, por decisão da justiça o instituto permanecerá lá em 2015.
Sapatos 3D sob medida
Os sapatos normalmente apertam em cima do lado, no calcanhar ou nos dedos porque as pessoas têm pés diferentes e as formas nem sempre encaixa no pé das pessoas, a empresa True Gault tem a solução, escaneia os pés e faz sapatos a partir do modelo 3D.
Por enquanto o serviço está disponível só para mulheres, o modelo 3D customiza o sapato da forma como a cliente preferir, podendo escolher a cor, formato, tecido e dezena de acessórios, sendo a empresa as opções chegariam a 2 mil modelos.
Após escanear os pés o molde vai para a Espanha onde são feitos os sapatos, o processo todo leva de seis a oito semanas, e o preço não é barato, U$ 360 (cerca de 900 reais), e de lá é enviado para a casa do cliente, aí sim em todo o mundo.
A moda da customização poderá alterar aos poucos a manufatura em muitas empresas, já existem também manufaturas para roupas.
A economia de Thomas Piketty
O francês Thomas Piketty é sem dúvida uma leitura em termos da crise economia, ao publicar seu livro “O capital no século XXI”, este ano ele conseguiu tocar a ferida exposta do capitalismo, mas também dos discursos demagógicos dos socialistas e sociais-democratas: a desigualdade.
A revista inglesa The Economist chamou-o de “guia definitivo sobre a desigualdade”, enquanto o Nobel de Economia Robert Solow o qualificou como tendo “uma contribuição poderosa”.
Professor da Paris School of Economics, Piketty desvendou o papel da desigualdade de renda e de riqueza na configuração da estrutura social que vivemos, com uma desigualdade crescente.
Com extraordinária clareza ele mostra que não devemos nos fixar apenas na desigualdade de renda, mas tentar entender de modo sistemático e metódico, a história da riqueza pois ela é feita de interesses e mecanismos institucionais que mantém estruturas sociais e que se materializa na política que rege nossas vidas.
Assim seu método é simples, primeiro constitui um marco teórico das leis que relacionam a desigualdade ao crescimento econômico e retorno de capital investido, depois mostra as evidências a partir da história economia da Europa e dos Estados Unidos, a partir do século XVIII que confirmam suas hipóteses.
Assim, ele contesta que este ciclo esteja sendo rompido quer na Europa, quer na América e inclui também o Brasil, apesar de não ter conseguido acesso aos dados concretos, que seriam a partir do imposto de renda, por leis nacionais que garantem a privacidade destes dados.
Google enfrenta problemas na Europa
O parlamento Europeu votou a favor de interpelar o Google, como uma solução para acabar as reclamações sobre favorecimentos da empresa em seus serviços de busca, embora não tenha pode sobre as relações comerciais enviou um claro recado aos organismos comerciais.
A decisão final ficará nas mãos da comissária de livre comércio Margrethe Vestager, que já trabalhou em 2010 num caso anticoncorrência dos rivais da Google, em 2010.
Por outro lado, políticos dos EUA e organismos comerciais têm manifestado a sua consternação com a votação, afirmando que o gigante de buscas age legalmente.
Segundo dados da BBC, o Google tem em torno de 90% do mercado de compartilhamento, para dados de pesquisas na Europa, e as rivais pedem para investigar quatro áreas:
– A maneira pela qual o Google mostra seus próprios serviços de buscas verticais em comparação com outros produtos concorrentes.
– Cópias da Google de conteúdos de outros sites, com restaurações para inclui-los em seus próprios serviços.
– Contratos de exclusividade para vender publicidade em torno dos termos de buscas que as pessoas normalmente usam.
– Criar restrições para os anunciantes mudarem campanhas de publicidade online com competição entre os motores de buscas.
Restrições sobre os anunciantes de mover as suas campanhas de publicidade on-line para competir com os motores de busca.
Em caso anterior, Joaquin Almunia (veja nosso post) rejeitou as concessões feitas pelo Google, e sugeriu que a multa poderia ser de US $ 5 bilhões.
Acesso a internet deve ser direito humano
É o que indica uma pesquisa divulgada no Canadá e feita em 24 países, com 23.376 entrevistados que indicaram que o acesso a internet é chave para um futuro econômico, importante para a liberdade de expressão política, por isto deveria ser um direito humano.
A pesquisa foi feita, pelo Instituto Ipsos, para o GCIG (Global Commission on Internet Governance), e apresentada no início de uma reunião de dois dias, em Ottawa, sobre a governança na internet.
A Comissão Mundial sobre Governança na Internet, a principal anfitriã da conferência de Ottawa, revelou que o mundo está num caminho de disputa pelo poder e muitos grupos e governos tem interesse em manter influência sobre todos os aspectos da internet.
Mas o estudo desta comissão defende que a maioria das pessoas não quer nenhuma nação ou organização com controle da rede mundial de computadores, sendo, portanto uma questão de cidadania planetária, e o problema é quem deveria regulamentar o acesso e uso da internet.
A ideia é que um grupo formado por uma combinação de especialistas, engenheiros e grupos não governamentais, seja os escolhidos por 57% daqueles que seriam encarregados desta tarefa, mas 50% consideraram que as Nações Unidas poderiam realizar estes trabalhos e há ainda 36% que defendem que os Estados Unidos deva assumir a liderança neste tema.
A pesquisa foi feita de 7 de outubro a 12 de novembro nos países: África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Egito, França, Hong Kong, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Nigéria, Paquistão, Polônia, Quênia, Reino Unido, Suíça, Tunísia e Turquia.
A CGIG que é presidida pelo diplomata e ex-político suíço Carl Bildt, deverá apresentar seu relatório final para futuro da governança na internet em 2016.
Neutralidade nos EUA
Enquanto no Brasil já temos uma lei que garante a neutralidade na rede (o Marco Civil), nos EUA o debate ainda esquenta, e os internautas pressionam o congresso americano para que não faça o que está sendo chamado de “segmentação da rede”, velocidades diferentes conforme os conteúdos e planos das operadoras.
Desde que o presidente da FCC (Federal Communications Commission) Tom Wheller, revelou em abril que comissão que regula as comunicações nos EUA, estariam mudando as regras que regulam como os provedores de internet administram o tráfego de dados, os internautas começaram a protestar, este mês chegou a 3 milhões de e-mails recebidos na FCC.
O presidente americano Barak Obama defende a neutralidade da rede, em documento deixou claro que “não podemos permitir que os provedores de internet restringissem o melhor acesso ou escolham vencedores e perdedores no mercado online de serviços e ideias”.
As 36 principais empresas de internet que incluem a Google, Netflix e Amazon, defendem a neutralidade, mas os provedores e as operadoras pressionam no sentido contrário.
Os e-mails e comentários foram de consumidores, advogados, companhias e congressistas sobre as regras propostas para a chamada neutralidade de rede, na medida em que se aproxima o prazo final para análise do tema e o debate no congresso americano esquenta.
Embora não exista prazo formal, e a FCC já tenha realizado uma série de workshops sobre aspectos tecnológicos, legais e econômicos das novas regras, a pressão aumenta e é pouco provável que a matéria seja aprovada ainda em novembro.
Projetos que podem ajudar o planeta
Muitas novas tecnologias estão ajudando conservacionistas a melhor analisar os dados que coletamos para melhorar as maneiras pelas quais eles protegem a vida selvagem e habitats naturais, que conservem não apenas animais, mas também todo o ecossistema presente.
O artigo da TechRepublic aponta diversos projetos em andamento, como o programa que usa a plataforma analítica Vertica da HP para analisar milhões de fotos e estimar como uma espécie de animal está ocupando determinada área e assim poder protege-los, usando o programa Earth Insight.For example, Hewlett-Packard (HP) has partnered with Conservation International (CI) to create Earth Insights, a program that uses HP’s Vertica analytics platform to analyze CI’s millions of photos nine times faster and with much greater accuracy to estimate the species occupancy of a certain area.
Outro exemplo é a IBM que está trabalhando para integrar o PAM, um aplicativo baseado em nuvem desenvolvido pela The Nature Conservancy, que possibilita administradores de terras, acompanhar e atender às metas ambientais, numa plataforma chamada Conservation.io.
O Nature Conservacy também pode usar dados por crowdsourcing de diversos observadores de aves que utilizam o eBird, imagens de satélites e ouros dados para criar o BirdReturn,, o que permite observar e auxiliar o controle de aves em locais de ninhos, alimentação e banho durante sua migração.
Outros projetos citados são: Bumble Bee Watch é outro projeto crowdsourced , o projeto crowdsourcing via cartão Intel é o Galileo board, e vários outros.
Código do Android 5 é liberado
Na prática isto significa que não só os fabricantes mas também desenvolvedores podem baixar a imagem do sistema e seguir as instruções do link para instalar a versão que está sendo chamada de Lollipop, e já está anunciada esta versão para o Nexus 4, 5 6 (versões até 2012) e 7 (versão de 2013) para os dispositivos Google Play Edition.
Estas versões estarão disponíveis nas próximas semanas, por enquanto está disponível apenas a versão l para o tablet Nexus 9, lançado esta semana nos EUA.
E os outros fabricantes Motorola, Asus, HTC, Sony e OnePlus, também há atualização para estes dispositivos que estão disponíveis neste link.
Quanto CyanogenMod conforme havia avisado deve ter agora começado no Lollipop pois havia dito que assim que o código-fonte da versão atual fosse liberado começaria esta atualização.
É possível que o Android 5.0 chegue em breve, nos mais variados dispositivos já nas memórias ROMs (já previamente gravados no próprio hardware).
Operadoras taxam internet
Preparem o bolso, as operadoras vão passar a cobrar a internet, diversos jornais e órgãos de defesa do consumidor estão avisando e só agora a ANATEL que deveria regular o setor está pedindo explicações, os consumidores devem ser avisados com antecedência e renegociar os planos.
As empresas de telecomunicações em conjunto afirmam o fim da franquia, afirmam que já cortariam a conexão e ofereceriam um pacote adicional, com preço adicional claro, na prática isto é um aumento abusivo do preço, que já é caro.
Hoje funciona assim após superar o plano, a velocidade da internet é reduzida no dia.
A agencia reguladora das telecomunicações no país, afirmam que o que foi proposto pelas operadoras está dentro das normas do setor, mas no acordo com o RGC (Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações), as empresas deveriam nos informar sobre alterações pelo menos 30 dias antes da implementação, isto não aconteceu.
Esperamos que em pleno período eleitoral, a Anatel nos defenda e não as operadoras.
O preço da banda larga no Brasil é um dos mais caros do mundo, superando até os EUA.
Os órgãos de defesa do consumidor estão de olho, e a mídia também, veja no Olhar Digital.
Amor, sabedoria e política
A sabedoria é uma loucura, e por isso traz em si um paradoxo, por outro lado o amor é loucura e traz em si uma sabedoria, isto aprendi do educador Edgar Morin, mas o político que deveria ser o amor dos amores poderia suportar estes paradoxos em mãos dignas, não mentirosas nem corruptas, é claro.
Isto algo como ser surreal, algo que a modernidade contemporânea desvelou, o bem que a filósofa Martha Nussbaum chamou de “digno da dignidade do ser humano”, e que Edgar Morin explica como “o mal de que sofremos e fazemos sofrer é a incompreensão de outrem, a autojustificação, a mentira de si próprio, então a vida da ética introduz a sabedoria capaz de romper o paradoxo amor”, conforme palestra de Morin “Pode haver uma Sabedoria Moderna?” já que o irracional parece próprio deste nosso tempo.
Segundo Morin na conferencia sim “está no esforço de compreensão e não na condenação, no autoexame que comporta a autocrítica e que se esforça por reconhecer a mentira de si próprio”, olhar-se como algo parecido ao autorretrato de Salvador Dali.
No esforço da condenação do outro, o político diria é claro não, incapaz de reconhecer a própria mentira, fica no dilema proposto por Santo Agostinho: “Se a verdade é o objeto das aspirações de todos os homens, ela não pode ser couto fechado de nenhum deles. A verdade nem é minha nem tua, a fim de que possa ser tanto tua como também minha”. (Santo Agostinho, Comentário aos Salmos 103,2,11).
Aqui estabeleceria um diálogo, uma nova política, pondo acima o bem maior de todos, acima dos pessoais, mas isto fica para as próximas eleições, estas estão no surreal.
Começa em São Paulo, no próximo domingo a exposição de Salvador Dali, imperdível.