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Arquivo para a ‘Física’ Categoria

Buracos Negros e novas descobertas

16 dez

Buracos negros não “sugam” toda a matéria ao seu redor, e as últimas observações comprovam que vários corpos escapam de seu fortíssimo campo gravitacional, uma região onde ocorre um ponto de singularidade, nome dado na física e na matemática para pontos de curvas e eventos físicos que alguma tendência se modifica, por exemplo, especula-se que a inteligência artificial poderá ultrapassar a inteligência humana, que provocaria uma mudança irreversível na civilização humana.

Os buracos negros de acordo com o físico inglês Stephen Hawking (do Big Bang e a Teoria do Tudo), emitem radiação térmica devido aos efeitos quânticos e um tipo especial de radiação que ficou conhecida como radiação Hawking, conforme já apontamos no blog, são o estágio final de estrelas supermassivas.

Uma observação feita em 2013 comprovou esta teoria, e foi publicada pelos pesquisadores da Cornell University (fizemos um post), porém a observação de um buraco negro só foi possível em 2019, graças a um experimento com colaboração internacional conhecido como Event Horizon Telescope (EHT), que capturou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87, fotografada no coração da galáxia Centaurus A com detalhes sem precedentes (foto).

Num buraco negro, o espaço e o tempo se dobram sobre si mesmos, as leis (que conhecemos) da física que se aplica a maior parte do nosso universo parecem não funcionar ali, sua borda como já dissemos é chamada horizonte de eventos, e um buraco negro giratório pode chegar a temperaturas superiores a 20 milhões de °C, o disco de acreção em um quasar libera radiação de brilho ofuscante em todo o espectro eletromagnético.

O disco de acreção refere-se a uma acumulação de material na “superfície” (é preciso lembrar que a noção de tempo e espaço aqui é diferente), e isto funciona como se fosse um motor muito eficiente, na visão da astrofísica francesa Marta Volonteri, do Instituto de Astrofísica de Paris, os buracos negros “são os motores mais eficazes e eficientes do universo”.

O mistério é o existe além dos buracos negros, uma das duas hipóteses mais aceitável é a elaborada, em 1935, por Einstein se junto ao físico Nathan Rosen para teorizar pontes que conectam dois pontos diferentes no espaço-tempo, e em 1980, o físico Kip Thorne levou a hipótese que os objetos físicos poderiam viajar através, algo parecido com a quarta dimensão os “buracos de minhoca” (wormholes), mas diferentes porque são vistos em determinadas posições (espaço-tempo) do espaço.

A outra hipótese é chamada de “firewall do buraco negro”, ele seria como uma espécie de barreira de fogo, onde o horizonte de eventos queimaria qualquer coisa que entrasse em contato imediatamente, esta hipótese carece de comprovações tanto teóricas como observacionais, recentemente foram observados objetos que saem ou escapam de buracos negros.

A última hipótese, a menos provável de todas, é chamada de buraco branco, onde cada buraco branco estaria em contato com outro no passado, e foi formulada pelo cosmologista russo Igor Novikok, em 1964, carece de observações e algum fato plausível.

 

 

 

O cometa natalino Leonard

15 dez

Descoberto em de janeiro deste ano pelo astrônomo G. J. Leonard, da Universidade do Arizona, a partir do Observatório do Monte Lemmon, localizado em Tucson, Arizona, o pequeno corpo celeste o Cometa Leonard tem o período orbital de 80.000 anos, e já foi visto no hemisfério norte em sua aproximação da Terra, e agora poderá ser visto nas próximas semanas a partir do dia 15 no hemisférico sul.

Tecnicamente chamado de C/2021, está invertendo a sua posição de visibilidade do norte para o sul do planeta, então moradores do hemisfério sul poderá vê-lo, embora pequeno.

A distância de máxima aproximação da Terra foi de 34 milhões de quilômetros dia 12 de dezembro, agora segue em direção ao Sol, em 18 de dezembro já estará próximo a Vênus, a 42 milhões de quilômetros e orbitará o sol no dia 3 de janeiro de 2022, a uma distância de 90 milhões de km, estas distâncias são pequenas em termos espaciais, mas devido o seu tamanho será visto como um ponto fraco até lá, com um telescópio e conhecendo sua órbita será mais fácil vê-lo.

O cometa viaja a velocidade de 70 km/s, e apesar das expectativas serem muito boas, é preciso lembrar que estará cada vez mais próximo ao Sol e traz a possibilidade de perder força, no geral eles são imprevisíveis e quanto mais próximo do Sol tanto podem perder como aumentar seu brilho, assim o quão brilhante estará sua calda no nosso hemisfério ainda não é muito certo, no hemisfério norte a observação foi feita mais facilmente com ajuda de instrumentos, mesmo que um pequeno telescópio.

As observações feitas até agora houve um aumento da luminosidade devido a um fenômeno conhecido como espalhamento frontal, partículas de poeira ejetadas do cometa provoca uma refração da luz, quando o ângulo entre o cometa, em relação a Terra e o Sol é muito grande (maior que 160º), como sua trajetória é perpendicular a terra isto estará ocorrendo estes dias de 14 e 16 de dezembro, mas o espalhamento depende do tamanho das partículas e é claro, do céu estar limpo, no sul do Brasil há chuvas neste momento.

Ao contrário do cometa Neowise, que esteve mais brilhante no hemisfério norte em 2020, desta vez o Leonard será mais visível no Hemisfério Sul, sendo visível no horizonte, a cada noite a partir de hoje será mais visível mais acima em direção ao planeta Vênus (incorretamente chamado de Estrela Dalva), e ficará mais visível por mais tempo até o dia 18 porque aparecendo mais tarde o céu estará mais escuro.

É preciso procurar um lugar com boa visibilidade, pouca luz local e céu aberto, e olhar para o horizonte a oeste, até 3 de janeiro quando se aproxima do Sol e começará a ficar fraco.

URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.

 

O novo telescópio espacial

14 dez

O telescópio Hubble, em homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953) já dá sinais de envelhecimento, recentemente foi consertado novamente e voltou a funcionar, o nome foi dado em homenagem as medidas intergalácticas e extragalácticas que Hubble fez além de demonstrar que muitos objetos que eram considerados nuvens de poeira e gás, eram na verdade galáxias muito além da nossa Via Láctea, agora outro telescópio mais potente vai homenagear um antigo administrador da Nasa do projeto Apollo: James Edwin Webb.

O nome esteve envolvido em polêmica, porém apurações da Nasa não atestaram a veracidade dos fatos, o telescópio foi construído com participação da Agência Espacial Canadense e a Agência Espacial Europeia, além da Nasa é claro, e seu lançamento está previsto para o dia 22 de dezembro de 2021, na próxima semana, e poderá ser acompanhada ao vivo por um canal do YouTube (James Webb Space Telescope Launch — Official NASA Broadcast – YouTube).

Muito mais potente que o Hubble, a missão maior do JWST (James Webb Space Telescope) será investigar as origens do universo, mais claramente a radiação infravermelha, que resultou da grande expansão original (Big Bang) e os processos de transformação da infância do Universo, porém sua potência e instrumentos permitirão ver muito longe.

Assim poderá observar a evolução e formação das galáxias, já existe um mapeamento de galáxias em formação e assim será só ajustar a posição, entender a formação de estrelas e sistemas planetários, igualmente há muitos dados sobre isto, porém é preciso observar com mais detalhes, e enfim, estudar as origens planetárias e da vida.

Ele é composto de três módulos principais: Integrated Science Instrument Modele (ISIM), nele estão os instrumentos poderosos de infravermelho e circuitos microprocessadores, o Optical Telescope Element (OTE), um complexo sistema ótico construído pela empresa Ball Aerospace, e o Space Support Module (SSM) que dá suporte a navegação e sustentação espacial da JWST.

A expectativa que uma vez em órbita o Telescópio envie milhares de dados diariamente, e em pouco tempo já tenhamos enigmas e provavelmente novas descobertas antes do final do ano, o lançamento já foi adiado algumas vezes, mas agora a data parece estar próxima.

URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.

 

Novos caminhos e novo Natal

10 dez

O homem passou por muitas etapas históricas, cada uma com seu drama e como sua mística, como aquela que se revela no monumento neolítico Stonehenge (foto).

Os tempos de pandemia nos fizeram nos recolher mais tanto na proximidade de familiares quanto na vida interior (que o pensamento ocidental chama de subjetividade), porém para onde caminhamos, que tipo de Natal será o deste ano, as festas do final de ano já sabemos pela nova onda pandêmica será reduzida.

De qualquer forma comemoramos uma passagem, seja para os cristãos a espera da parusia (as duas primeiras semanas) seja daqui até o Natal a intervenção de Deus na história através do nascimento do menino-Deus em Belém, o que aos poucos vai sendo apagado da festa e substituída por consumismo, neve e outros ritos alheios ao fato histórico.

Sim histórico, porque Maria e José vão a Belém justamente para um recenseamento, isto é, para serem contados entre os homens e registrados eles deviam ir a cidade Natal de José e por um capricho e cuidado divino nasce Jesus e já é recenseado entre os homens, isto não é portanto simbólico, mas dado histórico registrado.

O que esperar deste Natal, o clima de “festa” está reduzido, ainda estamos envoltos com a pandemia, há um clima de apreensão e já um certo desânimo, para alguns envolve em ansiedade e algum tipo de angústia, nada melhor do que acreditar num tempo novo, diz o ditado popular: depois da tempestade vem a bonança, ela virá.

Talvez não como esperamos, por exemplo, uma enorme euforia ou uma explosão de alegria, mas a sensação de que devemos reconstruir a vida com luta e por trás dos escombros, o tempo natalício em sua raiz é isto, algo divino interveio na história humana para mudá-la para sempre, é certo querem apagar o Natal e com ele a esperança de um mundo novo, no entanto justamente pelo sofrimento que passamos, não sabemos quanto tempo pode durar e até onde poderá ir, é prenuncio de um tempo novo, uma bonança.

João Batista, que era primo de Jesus, batizava as pessoas com água (Batista por causa disto), e o povo pensava ser ele o Messias, mas explicava que o tipo de batismo que faria Jesus seria muito mais forte: “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro, mas a palha ele a queimará na foto que não se apaga” diz o evangelista Lucas (Lc 3,16-18) e João “anunciava de muitos outros modos” a Boa Nova.

Podemos esperar isso para um futuro breve, certamente que sim, há também em nosso tempo esta expectativa, de muitas formas, e certamente será algo imprevisível.

 

Catástrofes naturais e sociedade

09 dez

Embora a ciência ainda tenha dificuldades de prever catástrofes naturais, a imprevisibilidade é um grande tema atual para diversos campos de estudo, a ação humana sobre que podem ampliar a problemática destas catástrofes devem ser repensadas.

Não se trata apenas de interferir em terremotos, rotas de asteroides, problemas climáticos e as mudanças no campo magnético do planeta, o problema é a dimensão social que cada catástrofe pode tomar, assim o vulcão Cumbre Vieja em La Palma, que não vítimas fatais, mas o problema da qualidade do ar, do desalojamento de famílias, da perda de renda familiar entre outros, o que preocupa é a possibilidade de uma catástrofe social, no momento, o governo de lá declara que o vulcão pode adormecer.

A catástrofe de Semeru na Indonésia, que contabilizou 34 mortos até o dia de ontem, e cuja previsibilidade não foi possível é uma fatalidade, porém o tsunami em Fukushima em 2011 que afetou uma usina atômica e tornou toda uma região inabitável tem a imprudência humana de construir usinas em áreas sujeitas a catástrofes, alerta para um grave e antigo problema: as usinas nucleares, os milhões de litros de água usada para resfriar a usina agora inativa, mas radioativa, foi despejado no mar.

Países europeus são os que mais usam usinas nucleares, e uma crise de abastecimento de combustível fóssil, em sua maioria vindo da Rússia, é um problema correlato, que agrava ainda mais o perigoso social, olhando o mapa (figura) percebemos também que muitas usinas estão na beira-mar e o risco de tsunamis é ainda mais grave, Fukushima ensinou.

No mundo 17% da energia utilizada é nuclear, 40% ainda é de carvão, o combustível mais antigo típico da primeira revolução industrial, o fóssil (petróleo) é 40%, hidráulico e eólica é apenas 2% com previsão de 3% para 2024, um crescimento muito pequeno para ser considerado um esforço que possa revelar uma mudança de cenário, claro que há interesses econômicos associados.

O grave problema das usinas nucleares, que podem ter elas próprias, acidentes como o de Chernobyl, não pode ser menosprezado o problema grave de alguma catástrofe natural que possa afetar os problemas das usinas, com enormes perdas sociais (em geral só se pensam as econômicas, que estão associadas é claro) que um desastre poderá causar.

No mundo são 440 usinas em funcionamento e 23 sendo construídas, a Europa tem 207 usinas e 7 em construção, pelo mapa se observa o enorme número a beira mar, em regiões habitadas e sujeitas a terremotos (as falhas tectônicas por exemplo), depois da Europa segue a América do Norte com 123 usinas, Japão, China e Coréia com 82 e 7 em construção.

Catástrofes naturais ocorrem, a Alemanha decidiu que não vai instalar novos reatores e que os atuais serão desativados após sua vida útil (32 anos no seu caso), a Turquia também abandonou a ideia de construir sua primeira Usina, no sentido oposto o Brasil após a inauguração de Angra-2 (situada a beira-mar) já discute Angra-3.

Uma completa consciência social deve antever também problemas graves que uma catástrofe nuclear poderia causar, e as consequências seriam duras para a humanidade.

 

É possível induzir um terremoto

08 dez

Ouvimos falar de experiências realizadas pela Marinha americana em alto mar provocando pequenos terremotos de modo intencional, porém de modo não intencional atividades realizadas no solo podem induzir terremotos, uma equipe internacional de pesquisadores documentou a descoberta deste novo tipo em uma pesquisa feita na Colúmbia Britânica, Canadá, e publicada na Nature Communications no mês passado.

O terremoto foi descoberto quando a equipe estava estudando um terremoto causado pelo fraturamento hidráulico, um método usado no oeste do Canadá para extração de petróleo e gás, e que é isto que caracteriza o chamado terremoto induzido, a ação por bombeamento de água em rochas, vale o ditado água mole em pedra dura, neste caso não só fura como pode causar um terremoto.

Com uma rede de oito estações sísmicas, localizadas ao redor de um poço de injeção para separadas por alguns quilômetros de distância entre si, os pesquisadores liderados pelo PhD Hongyu Yu, do Instituto de pesquisas Geológica do Canadá e por Rebeca Harrington, professora de geologia da Universidade de Bochum, registraram dados sísmicos de aproximadamente 350 terremotos, claro todos de baixa intensidade, porém parecidos aos vulcânicos e isto sugere algumas observações a mais nas atuais erupções.

A observação é que 10% dos terremotos identificados possuíam características únicas, que eles se rompem mais lentamente, porém muito semelhantes aos terremotos vulcânicos.

A análise sugere que estes terremotos provocados por ações humanos, são mais lentos e tem longa duração, e na medida que se expandem tornam-se uma mistura dos dois tipos, por isto são induzidos, e a conclusão é que ações humanas podem causar e piorar as condições para futuros terremotos e erupções em áreas vulcânicas.

As duas consequências são então que o fluido bombeado na rocha gera um aumento de pressão suficiente para gerar uma rede de fraturas próximas ao poço, enquanto uma segunda consequência é que a ação exerce uma mudança na tensão elástica nas rochas vizinhas que podem ser transmitidas a distâncias mais longas, com consequências graves.

Se antes imaginamos que apenas a parte vegetal da natureza devia ser respeitada, descobriu-se que também rochas, leitos de mananciais e jazidos de pedras devem ser cuidados.

A Noosfera assim como diversas cosmogonias de povos originários afirmam isto: tudo é sagrado.

 

Entre a ciência e a superstição

07 dez

Sempre que o tempo se altera: chuvas, enchentes, tempestades, furacões e agora vulcões e terremotos alguma coisa nos preocupa, é preciso separar aquilo que de fato é sobrenatural do natural que existe mesmo que catastrófico, a ciência ajuda, mas nem sempre tem respostas prontas.

Foi assim como problema da Covid-19 e está chamando a atenção agora o vulcão de La Palma por sua imprevisibilidade, porém ele tem ajudado a ciência que tem coletado um número bem maior que em outras erupções e sua variação também ajuda a estudar diversas influências, forma do solo, os terremotos e temperaturas próximas ao vulcão, o tipo de solo (no caso lá com várias fissuras em profundidade) e o tipo de efusão da lava.

Um recente artigo de opinião, a vulcanologia não é uma ciência que consiga fazer previsões, na verdade na opinião de físicos como Werner Heisenberg e filósofos como Edgar Morin suas previsões mesmo que possíveis são hipóteses, porém no caso da vulcanologia o Cumbre Vieja, vulcão de La Palma, tem ajudado.

Um artigo publicado na revista Science e que foi motivo de matéria no jornal El Pais, do pesquisador Marc-Antoine Longpré elaborou uma série de opiniões, entre elas que: “A previsão de curso prazo baseia-se na tecnologia e no reconhecimento de padrões de comportamento dos vulcões, bem como no aprimoramente constante, à medida que os vulcanologistas reúnem mais dados”, como é o caso desta erupção do Cumbre Vieja, em La Palma, nas ilhas Canárias.

O artigo publicado na prestigiosa revista Science, começa explicando que o mesmo teve 50 anos de repouso e historicamente é o mais ativo das Ilhas Canárias, entrou em erupção no dia 19 de setembro de 2021, e completará um dos mais longos períodos de erupção no dia 19 de dezembro, quando atingirá 3 meses de erupção e o artigo informa que a mais longa que se tem registro foi de 3 meses e 3 semanas.

Porém os padrões sísmicos se iniciaram na data de 11 de setembro, fiz o artigo: “o número de terremotos detectados aumentou rapidamente para várias centenas por dia, dos quais apenas um subconjunto foi localizado”, e agrupados em profundidades muito menores (<12 km) e de sismicidade menor que a anterior (em torno de 3 a 4 graus na escala Richter), e com um deslocamento para a área do vulcão que entrou em erupção no dia 19, isto já marca um padrão para erupções (veja os gráficos do autor).

Outro fato observado foi o aparecimento de duas fissuras, além da elevação do solo e a formação do cone vulcânico, cada fissura medindo cerca de 200 m de comprimento, a 1 km acima do nível do mar e 2 km da aldeia El Paraèso que foi rapidamente evacuada sem chegar a atingir os moradores.

O autor informa que a erupção não mostra sinais de diminuição, e fala do drama social para a população local e compara dizendo que é semelhante ao Kilauea, e pergunta se as partes interessadas, claro está incluindo os interesses financeiros e políticos, se a longo prazo será possível reduzir permanentemente o risco associado ao desenvolvimento urbano nos flancos do Cumbre Vieja?

Este é o fato social importante, prevenir mortes como aconteceu recentemente com a erupção do Vulcão Semeru na Indonésia onde foram registradas 14 mortes (hoje subiu para 34), o artigo foi profético neste sentido, uma vez que foi publicado dias antes desta erupção, sim são possíveis coisas extraordinárias e até mesmo sobrenaturais, mas quem tem autoridade para afirmá-las ? é preciso evitar fake news e clima de terror que em nada contribui, porém a cautela, como é o caso da Pandemia, é necessária e prudente.

 

Mistérios do universo e forças universais

25 nov

Quando Einstein formulou a Teoria da Relatividade Geral, dois grandes “buracos” ficaram na sua teoria, um que ele reconhecia que eram os buracos de minhoca, caminhos numa dimensão espaço-tempo em que poderia haver espaços, do ponto de vista da matemática, de imensa gravidade em que tudo “sumia” e outro não reconhecido que era a formulação dos quanta como uma dimensão entre no tempo e no espaço onde há uma terceira hipótese entre a matéria e a não-matéria, os “quanta”.

Segundo o físico Jim Al-Khalili “Ele concebeu uma nova teoria sobre todo o Universo, na qual também dizia que quando as estrelas entram em colapso elas formam buracos negros”, e que nessa época acredita que eles eram apenas hipóteses matemáticas, necessárias para fechar a conta, mas “que não existiam, que eles eram só produtos da matemática”, mas era algo que o incomodava disse Al-Khalili na entrevista a BBC.

A questão quântica era um estado chamado emaranhado, hoje chamado de entrelaçamento quântico, um estado da partícula onde havia um colapso da função de onda, e assim, a existência real da partícula ficava numa realidade “adjacente” que é justamente o entrelaçamento, Einstein, Poldoski e Rosen escreveram um artículo que por seus nomes ficou chamado de EPR no qual diziam que a partícula sempre estava presente e rechaçavam a hipótese de um “terceiro estado”, que mais tarde ficou provado.

Os buracos negros não só existem, como já foram feitas fotos (uma famosa foi publicada em abril de 2019), que na verdade são feitas por algoritmos que mapeiam os efeitos magnéticos em torno dele, e assim constroem uma imagem, agora sabe-se que são numerosos e existe até alguns dentro de nossa galáxia, a Via Láctea.

As forças universais cada vez despertam mais curiosidade e também medo, um grande cometa foi descoberto recentemente e teve seu nome batizado com o nome do brasileiro Bernardinelli que faziam doutorado em cosmologia nos EUA, chamado de Bernardinelli-Bernstein (C/2014-UN271) possui 150 quilômetro de diâmetro e poderá ser visto em 2031, porém são os meteoros que povoam a imaginação de apocalíticos de plantão, eles são numerosos e imprevisíveis, alguns são descobertos momentos antes de passarem próximos ao nosso planeta.

A Nasa iniciou uma missão de teste na tentativa de redirecionar asteroides, o projeto chamado Dart (Double Asteroid Redirect Test) vai tentar enviar uma pequena espaçonave para colidor contra Dimorphos, “lua” do asteroide Didymos, numa tentativa de alterar sua rota, não representa perigo ao planeta, por isto é apenas um teste.

O universo é misterioso, pouco ainda conhecemos dele, 68% é feito de energia escura (foto), e essa energia não se dilui na medida que o universo expande (o princípio da entropia), e se esta expansão é cada vez mais rápida, como supunha Einstein, isto pode levar a algumas conclusões curiosas, como como o fato que esta “energia” estranha surge nesta expansão.

Olha para o Universo e seus mistérios deveria nos devolver a humildade do quão pouco sabemos, o quão admirável é o mistério da vida e nosso destino como pessoa e como planeta.

 

Distancias em anos luz eventos em milhões de anos

12 nov

Se numa escala da vida humana falamos no máximo em centenas de anos, numa escala planetária devemos falar em milhões e até bilhões de anos, se em termos de distância podemos falar em milhares de quilômetros na escala planetária, em termos astronômicos esta escala são milhões de anos-luz, o tempo que a luz percorre por ano.

Isto nem quer dizer que eventos extraordinários não aconteçam, porque em termos de vida planetária e universal já se passaram bilhões de anos, portanto em algum ponto do tempo isto poderá acontecer, como o fim dos dinossauros, a era glacial e mudanças na geologia do planeta que já ocorreram, e nem que isto ocorrerá amanhã ou nos próximos anos, porém em algum ponto do tempo eles podem ocorrer.

O vulcão da ilha de La Palma dá sinais de que pode estar encerrando sua erupção, assim as catástrofes que eram sugeridas (em hipótese e com rara possibilidade de ocorrer) não irão acontecer, porém também não quer dizer que outras em algum outro ponto do planeta não possa acontecer, terremotos e eventos climáticos tem ocorrido e causado tragédias, como a de Fukushima no Japão em março de 2011.

Também esta pandemia parece estar no final de seu ciclo, embora a Europa esteja alerta, porém lá mais que aqui o número de pessoas que resistiram a vacina é muito grande.

Devemos estar sempre alerta, a vida no planeta corre risco sim, o problema do equilíbrio ambiental, o problema social decorrente da crise pandêmica, porém que já era enorme antes dela, o eterno perigo das guerras pelas disputas de mercado e pela intolerância religiosa está sempre a nos rondar.

Um grande acordo internacional que unisse os povos e que estabelecesse tréguas em conflitos, que realizasse a solidariedade entre os povos e resolvesse o equilíbrio ecológico, poderia ser um grande alento para uma civilização em crise.

Em termos espirituais significa que a humanidade deve evoluir também neste ponto, e os sinais não são os melhores, então não se trata de apocalipse ou ameaça, quando o espirito humano libera toda energia contrária ao seu bem estar e progresso caminha para um abismo e para tragédias, o dia em que uma grande noite cairá sobre os homens parece então estar próximo, assim diz a leitura bíblica (Mc 13,24-15): “Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a luz não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céus serão abaladas”, porém a leitura logo em seguida também indica (Mc 13,32): “quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.

Portanto vivamos a vida e vamos favorecer o que seja bom para toda a humanidade, não apenas para grupos ou ideologias, a vida precisa continuar e é preciso lutar por ela.

 

A evolução das estrelas e as anãs brancas

11 nov

A evolução de uma estrela como o Sol, passa da fase gigante para a supergigante e ejeta uma nebulosa planetária e depois transforma-se em uma anã branca quando está perdendo sua energia e seu brilho.

A base dos cálculos da evolução estelar é chamada de Equilíbrio Hidrostático pelo qual a pressão do gás contrabalança a gravidade, na maior parte da vida das estrelas, já que se não houver este equilíbrio ou tempo dinâmico ela entra em colapso, assim estrelas têm reações nucleares em alguma etapa da sua evolução, as que não tem são as anãs marrons.

Usando o rádio-observatório ALMA, no Chile, que estudam uma dúzia de gigantes vermelhas, o estágio evolutivo em que as estrelas se aproximam da morte, elas liberam uma enorme quantidade de energia, produzindo um vento estelar constante, ou seja, ejetando um fluxo de partículas que lança a massa da própria estrela para todas as direções, e estas são as bases de suas imagens espetaculares.

Se fossem nebulosas solitárias elas teriam só formatos concêntricos, porém a presença de outras estrelas companheiras e até planetas que orbitam as gigantes vermelhas, a influência de seus campos acaba formando outras imagens, influenciadas pelo objetos ao redor, dando configurações e cores específicas.

Um dos cientistas do projeto Carl Gottlieb, co-autor do estudo “(Sub)stellar companions shape the winds of evolved stars” afirmou: “Agora temos uma visão sem precedentes de como as estrelas como o nosso Sol, irão evoluir durantes os últimos estágios de sua evolução”, é claro isto numa escala de milhões e até bilhões de anos.

O paleontólogo e teólogo Teilhard Chardin disse que na escala do Cosmos: “só o fantástico tem a condição de ser verdadeiro, as nebulosas planetárias formam incríveis imagens cósmicas que mais parecem pinturas divinas e se formam ao redor de uma estrela que atingiu o estágio de gigante vermelha, e recentemente cientistas descobriram porque suas formas são únicas.