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Pode uma batida de asa de borboleta causar um tornado ?
O chamado efeito borboleta, surgiu de um artigo de E. Lorenz em 1975 numa revista de previsão atmosférica e por isto ficou um longo tempo escondido como “fenômeno”.
A primeira questão é esta, existe mesmo este artigo, porque é tão pouco mencionado ainda mais no Brasil uma vez que o nome do país aparece no título: “Predictability: Does the Flap of a Butterfly’s Wings in Brazil Set off a Tornado in Texas?” (previsibilidade: pode a batida das asas de borboletas no Brasil causar um tornado no Texas?), sim o artigo existe.
As outras duas questões colocadas pelo próprio Lorenz são: se uma única borboleta poderia gerar um tornado, as batidas de asas anteriores ou subsequentes também poderiam causar e os milhões de outras borboletas também, e, se elas poderiam causar também poderiam evitar.
O que Lorenz propôs em termos gerais +e que as perturbações minúsculas não aumentar nem diminuíam a frequência de eventos como tornados, a questão que ele coloca em seu artigo é que a influência imediata de uma única borboleta pode fazer a presença de um tornado evoluir em duas situações diferentes, podendo em alguma instância bem inicial decidir sua presença ou não.
Esse pequeno evento pode ser fundamental, encadeado a outros, capazes de modificar o regime dos ventos e a temperatura em uma vasta região, passariam horas e o encontro das massas de ar podem provocar uma forte chuva em áreas que antes se determinava sol.
Daí vem o que Poincaré enunciou em 1908 como “sensibilidade das condições iniciais”, mas é preciso dizer que a formulação de sistemas caóticos de Lorenz distanciou-se muito do que é chamado de sistemas não lineares em matemática, a partir da ideia que linear é o mais comum, enquanto instáveis ou caóticos são não convencionais.
A maioria dos sistemas são instáveis, e isto é fundamental, Heisenberg de quem falamos em nosso post anterior, afirmou: “a física quântica derrotou a causalidade e a certeza que os sistemas estáveis e previsíveis nos oferecem, é famosa sua frase: “A Física quântica forneceu a refutação definitiva do princípio de causalidade.”
Pequenas ações, em sistemas humanos, também podem causar diferenças enormes e levar os sistemas humanos a estabilidade ou não.
O todo e a parte
Uma questão essencial das pequenas coisas é não imaginá-las desvinculadas do todo, este é um problema complexo para o homem moderno, porque sua visão foi plasmada pelo idealismo para enxergar as coisas em pedaços, em partes isoladas, sem comporem um todo.
É assim para a filosofia, para as ciências, para as artes e até mesmo para a religião que vê Deus como a essência do “todo”, mas quase sempre segmenta-o de realidades humanas.
Um grande mestre e pensador sobre o tema, seu livro “A parte e o todo”, tem justamente este nome foi Werner Heisenberg (1901-1976).
O livro pode ser considerado sua autobiografia intelectual, onde faz diálogos com Einstein, Bohr, Planck, Dirac, Fermi, Pauli, Sommerfeld, Rutherford entre os nomes mais proeminentes da física de seu tempo, e também diálogos filosóficos com outros colegas.
Segundo diz o autor no prefácio: “A moderna física atômica lançou nova luz sobre problemas filosóficos, éticos e políticos. Talvez este livro possa contribuir para que os fundamentos dessa discussão sejam compreendidos pelo maior número de pessoas.”
É difícil resumir as ideias deste livro, segmenta-lo seria contradizer a própria proposta, porém o ganhador do prêmio Nobel da Física aos 31 anos (em 1932 portanto) pela formulação do princípio da Incerteza, afirmou sobre seu livro: “pretendi transmitir, inclusive aos que estão distantes da física atômica, uma impressão dos movimentos do pensamento (Denkbewegungen) que acompanharam a história do surgimento dessa ciência”.
A parte, por pequena que seja é essencial ao todo, a partir da moderna física atômica e quântica, e segmenta-la é realizar a fissão atômica, uma ruptura com a natureza e o homem.
O dualismo de Kant
Apesar de Kant ter feito uma crítica de Descartes ele não penetra na questão corpo e consciência (ou mente como querem muitos), mas naquilo que ele considerou o núcleo do pensamento cartesiano a “representação” das coisas (fenômenos):
“Toda a nossa intuição não é mais do a representação de um fenómeno ; as coisas que nós intuímos não são, em si próprias, como nós as intuímos, nem as relações entre elas são em si próprias tais como nos aparecerem;”
É pelo que ele chama de “coisa” que pode se confundir como o fenômeno, mas trata-se da tese que o ser humano tem uma espécie de software na sua cabeça que interpreta o mundo: o cérebro não é um recipiente para onde são “atirados” os objetos do mundo, ele processa “naturalmente” a cultura do mundo e a vê-lo de certa maneira.
Se vivesse em nosso tempo diria que é uma pintura, e não uma fotografia, e ainda assim diria que as duas são “representações” pois não é possível conceber a realidade objetiva, apenas subjetiva, isto é, na mente do sujeito, então é ainda dualista.
Sua espécie de dualismo, é a oposição entre os conceitos de “intuição derivada”, por um lado, e “intuição originária”, por outro lado, não uma cultura originária, mas intuição.
Já a “intuição derivada” é, segundo Kant, a “intuição sensível” do ser humano; e a “intuição originária” é a “intuição intelectual” que Kant diz que é divina e não cultural.
Não fiquem felizes os religiosos, embora a maioria entenda isto como “transcendência” e que deu na religiosidade “vaga” dos dias de hoje, aquela que afirma que qualquer intuição é do “Espírito Santo”, sem ter relação com a objetividade, eis o Kant puro.
O grande problema kantiano que refletirá na filosofia, aquela que Marx dizia dos velhos hegelianos, onde o Homem e Deus estão em realidades totalmente separadas e sem alguma possibilidade de interação ontológica, eis o Deus “morto”.
O pensamento kantiano que considero mais essencial é aquele que:
“E se tirássemos do centro o nosso sujeito ou mesmo só a constituição subjetiva da sensibilidade em geral, toda a constituição, todas as relações dos objetos no espaço e no tempo, bem como o espaço e o tempo desapareceriam porque, como fenómenos, não podem existir em si próprios, mas apenas em nós.”
Quando a física moderna descobre que espaço e tempo não são absolutos, o centro de gravidade de Kant fica “balançado” e o a objetividade é questionada pois o sujeito passa a ser parte do fenômeno, então não é só representação, mas parte “ontológica”.
Efeito contestado por Einstein está provado
O efeito fantasmagórico à distância, que é o fato que partículas podem se relacionar a distância e o efeito de ser “sentido” pela outra a distância, está definitivamente provado em uma experiência divulgada pela Nature no último dia 09 de maio.
Este teste é chamado de Bell, devido a John S. Bell, foi primeiramente mostrado por Alain Aspect que fez um experimento ótico em 1982, mostrando esta ação a distância.
Agora o experimento foi feito recrutando 100.000 participantes humanos para jogar um videogame online que incentiva a entrada rápida de seleções imprevisíveis e ilustra a metodologia do teste de Bell, os participantes geraram mais de 97 milhões de escolhas binárias, que foram direcionadas através de uma plataforma Web Escalável para 12 laboratórios em cinco continentes, onde 13 experimentos testaram o realismo local usando fótons atômicos únicos, conjuntos atômicos e dispositivos supercondutores (ilustração).
Por um período de 12 horas em 30 de novembro de 2016, os participantes do mundo todo forneceram um fluxo de dados sustentado de mais de 1.000 bits por segundo para os experimentos, usando dados gerados por humanos diferentes para escolher cada configuração da medição, as correlações observadas contradizem fortemente o realismo local e outras posições em cenários chamados bipartidos e tripartidos.
Os resultados do projeto incluíram o fechamento da “brecha da liberdade de escolha” (a possibilidade das escolhas de cenário serem influenciadas por ´variáveis ocultas para se correlacionarem com as propriedades das partículas), a utilização de métodos de videogame para coleta rápida de aleatoriedade gerada pelo homem e o uso de técnicas de rede para a participação global em ciência experimental
Dois dados são fantásticos deste experimento, provando a ação fantasmagórica a distância que Einstein contestou em um artigo chamado EPR, o uso de metodologias de rede em participação em ciência experimental global, e o uso de videogames para simular dados.
A utopia e o confusional
Antes de prosseguir em mostrar a relação entre ser e técnica, deve-se fazer uma digressão para as técnico-profecias catastróficas e os confusionismos, isto é, chama-se de rede nem tudo que é rede, empresta-se a inteligência artificial a humana enquanto é o contrário, e, por último cria-se máquinas pós-humanas sem que se dê uma resposta existencial ao homem.
Brade Runner 2049 não podia fazer sucesso, quem dera, muito melhor que o primeiro ele dá um mergulho no problema existencial humano, enquanto “Andróides sonham com ovelhas elétricas ?” pergunta em seu livro Philip K. Dick, que inspirou os filmes da série, é de 1968 (sic), inclusive foi feita uma edição de capa dura para comemorar os 50 anos recentemente.
Confusional é um termo cunhado por Lucien Sfez, que além de comunicação participou dos projetos Genoma, Biosfera II e Vida Artificial, portanto não é alguém que fala sem compreender direito as possibilidades, os devaneios e os desafios da tecnologia.
Ao mesmo tempo reconhece, entre os devaneios é claro, “A utopia de um registro total; o fazer um ser à nossa imagem, como homem é à de deus, graças à ciência, indiscutível, transparente, luminosa como um gládio sagrado; a crença na onipotência de uma ciência eletrônica; a ilusão da liberdade; e a criação de uma máquina perfeita” (SFEZ, 1996).
Não usaria a palavra utopia, considero-a ela própria um confusional, já que o que Thomas Morus escreveu seria uma sociedade comunitária sem apegos e com uma “saúde social” maior que aquela que sonhou o iluminismo, e que é a própria ciência criadora deste confusional e não Thomas Morus (1478-1535), não era um sonhador foi homem de estado, ocupou vários cargos públicos, inclusive chanceler de Henrique VIII, que justamente foi seu algoz por questão religiosa.
Os limites da técnica estão dentro das possibilidades e desafios, entre estes hoje estão aqueles que possibilitem viagens espaciais não mais em grandes naves, mas em micro-naves que viajariam em worm-holes (foto) quântica e computadores que se utilizem de técnicas de maior volume de processamento, com maior volume de dados comunicados e processados.
No campo das possibilidades vale a pena ler “A física do impossível” de Michio Kaku, entre o campo dos desafios vale a pena ler “O mito da singularidade” de Jean-Gabriel Ganascia, que sintoniza os desafios da Inteligência Artificial e pontua os pontos de pura fantasia.
Não vou recorrer a mais argumentos, é impossível convencer quem no campo das hipóteses não abandona a hipótese do trans-humano ou da máquina mais inteligente que o homem, basta ver os delírios sobre as mídias sociais de hoje; faço uso do argumento de um místico conhecido, talvez poucos conheçam esta frase de São Francisco:
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”, é certo que fala isto no campo da sua mística, mas quem disse que ela está separada do mundo físico ou ao menos do mundo meta-físico.
SFEZ, Lucien. A saúde perfeita – crítica de uma nova utopia. São Paulo: Loyola, 1996.
Fantasmagóricos e realismos
Sem dúvida, a realidade pode não ser apenas aquilo que nossos sentidos indicam, mas também os sentidos fazem parte de uma boa descoberta da realidade, pode-se usar um óculos, um microcóspico e um potente telescópio para ver a realidade, mas usando o olho.
O que é difícil de se imaginar é como construção de narrativas podem iludir a realidade, podem torná-la diferente daquilo que a simples visão indica, jamais por exemplo, poder-se-ia imaginar que a física quântica daria origem a uma olha visão do chamado “mundo físico”.
Einstein, Podolsky e Rosen; três eminentes físicos na época, escreveram um artigo que se contrapunham a ideia da física quântica, que os quanta ocupavam um espaço entre “pulsos” e que entre eles não havia nada, eles três físicos diziam que era um ação a distância “fantasmagórica” e matematicamente foi demonstrado ser algo impossível, o fenômeno ficou conhecido como EPR (letras iniciais dos autores).
Recentemente, em estudo liderado por Ronald Hanson e publicado na revista Nature em 2015, a Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, relata ter feito um experimento que, segundo eles, comprova uma das asserções mais fundamentais da teoria quântica –de que objetos separados por uma grande distância podem afetar um ao outro.
As aparições de Jesus, em diversos eventos, após sua partida e ressurreição trazia espanto e até mesmo medo aos seus discípulos, numa passagem pouco conhecida aparece a várias pessoas e diz (Lc 24,38-39): “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”,
Infelizmente ainda hoje ele é um fantasma e até uma lenda para muitos, ainda que existam fatos históricos.
As (im)possibilidades reais
Além do pensamento idealista contemporâneo, rendo-me ao fato que parte dele partiu de pressupostos religiosos presos ao mecanicismo e à ordem do universo, há um conjunto de possibilidades que a muito tempo já vem sendo pensado, e alguns comprovados, como postamos anteriormente ligados a física quântica e as possibilidades reais da ciência.
Em A física do impossível, Michio Kaku, que tem um livro famoso sobre o hiperespaço, usa um recurso inesperado, a ideia que em todas religiões existem outras dimensões da vida, escreveu: “a igreja acreditava no Céu, no Inferno e no Purgatório. Os Budistas têm o Nirvana e diversos estados de consciência. E os Hindus têm milhares de planos de existência” (p. 236), não conhece mas poderiam ser citadas as cosmogonias de diversas culturas e religiões onde a oralidade prevaleceu e muitos destes contos falam de outras dimensões.
Reconhece o autor que na literatura há pelo menos três tipos de universos paralelos: o hiperespaço, ou dimensões de ordem superior, o multiverso (não uni-verso) e os universos paralelos quânticos.
O fato que estamos presos as três dimensões, esclarece o autor vêm de Aristóteles, que sua obra Sobre o céu, estabeleceu a largura, a altura e a profundidade, que são traduzidas em três dimensões ideais: o ponto, a reta e o plano, que inexistem se examinados na natureza real, os fractais são uma redescoberta moderna (um monge já havia conjecturado) da ruptura destas dimensões para o um plano natural, é o fracionário natural, onde dimensões 0,7 ou 2,78 existem. que são os fractais.
O autor conta que Carl Gauss já havia conjecturado estas dimensões, mas foi um aluno seu que desbancou com um exemplo simples esta teoria idealista supondo uma esfera, nela a distância mínima entre dois pontos é uma arco e não uma reta, e um triângulo terá mais de 180 graus na soma dos ângulos.
Para a quarta dimensão vai buscar um recurso também surpreendente que é da historiadora de arte Linda Darymple Henderson, que escreveu: “Tal como o buraco negro, a ´quarta dimensão´ possuía características misteriosas que não podiam ser totalmente compreendidas, nem sequer pelos próprios cientistas.” (pag 238), reconhecendo a importância desta teoria.
Cita ainda o quadro Christus Hypercubus (imagem estilizada acima), de Salvador Dali, ele está “crucificado diante de uma cruz trimensional estranha e a pairar que é uma realidade em “tesseracto”, um cubo tetradimensional desdobrado.” (pag. 238)
Filmes como “Contato” feita a partir do romance de Carl Sagan e “Interestelar” onde naves viajam na quarta dimensão, os wormholes (buracos de minhoca) podem já sua virtualmente possíveis, um projeto que conta com mais de 100 milhões de dólares, foi lançado na Inglaterra em 2016 e conta com apoio de Stephen Hawking, micro-naves poderiam viajar nesta dimensão?
O futuro ainda trará surpresas, mas não faltarão falsos profetas fazendo sucesso contra ele, a crítica é a impotência posta em prática, quer dizer pouco ou nada fazem.
O ser e a essência
Antes de verificar o que é o ente e a essência na contemporaneidade, examinemos mais de perto o seu significado em Tomás de Aquino, importante para compreender a diferença entre nominalistas e realistas no final do período medieval.
Para o filósofo medieval, a essência, que era chamada de quididade, é o inefável do que possibilita a existência, dando a uma coisa a sua constituição de Ser, este por sua vez possui uma existência como possibilidade de existir em ato, uma vez criado a matéria e a forma lhe dão realidade.
Diferentemente de Aristóteles, para o qual existe um primeiro motor que é deus, sua ontologia parte desta premissa, para Tomás de Aquino, a essência de Deus é sua existência, e atribuir-lhe algo seria negá-lo, pois não lhe falta nada, é pura perfeição e plenitude, assim o esforço de atribuir a Deus propriedades é inútil, para Tomás de Aquino ele é puro Ser.
Nele a essência, chamada de quididade é o inefável que possibilitaria a existência, então é daí onde Deus dá existência as coisas, ou preferindo um conceito teleológico, é a primeira matéria/energia/forma de onde se origina tudo, poderia se dizer em palavras mais modernas, a natureza existente em-si é uma sobre-natureza de sua essência de um Ser para-si.
A propósito, faleceu hoje o físico Stephen Hawking, que disse sobre a criação do universo, que tão importante quanto o ato de criá-lo foi a intenção da criação,
A essência (qüididade) não sendo o inefável corresponderá a nomes e conceitos, cuja existência é concebida pelos nominalistas, ainda que ela admita a experiência como modo de “perceber” a realidade, ela estará no início deste pensamento muito ligado aos sentidos, assim mesmo hoje as substâncias, estejam estão ligadas a nomes, elas são signada, e passíveis de uma desconstrução como foi analisada por Derridá e nos posts da semana passada.
Para Tomás de Aquino há duas substâncias, onde a essência participa igualmente das duas substâncias, e a causa somente da substância composta, no ente a existência é “…. aquela substância primeira e simples por excelência, que se denomina Deus (AQUINO, 2004, p. 10)
A substância segunda (coisas abstratas) comporta o gênero e a espécie, a essência participa dos dois. A essência não participa individualmente da matéria ou da forma, encontra-se em ambas, compondo no mundo das coisas sensíveis a individuação.
Tomás de Aquino estabelece ainda dois tipos de matéria: matéria signada, que é substância primeira, particular, concreta, singular, de menor extensão, pode-se usando um exemplo moderno dizer Hidrogênio e Oxigênio, formando a água, já a matéria não signada, que é substância segunda, universal abstrata, de maior extensão, um líquido potável, porém é preciso ver uma complexidade maior, se tratamos do ser humano.
‘’É evidente que a definição de homem em geral, e a deste homem chamado Sócrates, só se diferenciam pelo signado e o não signado’’.(Idem, cap. III – 1, p. 11), assim tanto a existência do indivíduo signado quanto o Homem em sua própria natureza, é também o homem Sócrates em sua natureza particular signada, onde signada nada mais é do que colocar um signo.
AQUINO, S. Tomás, Compêndio de teologia, cap. II -3, p. 77, Col. Pensadores, SãoPaulo: Nova Cultural, 2004.
Being and essence
Princesa Léia: de Volta para o Futuro
Eu sei, são dois filmes distintos, porém a Universidade Brigham Young (BYU) parece retornar ao caminho da transmissão e projeção de imagens holográficas 3D no ar.
“Nossa equipe tem como missão tornar realidade os hologramas em 3D das ficções científicas” disse Daniel Smalley, professor de engenharia computacional e informática, um especialista em holografia que publicou recentemente (25/01) um artigo na Revista Nature.
A técnica que desenvolveu baseia-se no fenômeno da fotoforese, na qual partículas suspensas em meio a um líquido gasoso (há experiências com gotículas de água que o obriga a serem aspiradas no ar), podendo ser as próprias partículas que estão no ar atmosférico, que precisam ser movimentadas por gradientes térmicos e que pode ser feito por raios laser, explica Smalley “essas telas são capazes de produzir imagens em um ´ar fino’ que são visíveis de qualquer direção e não estão sujeitas a recortes”, ou seja, é visto de qualquer posição do espectador.
O nome técnico deste efeito é mais precisamente: “photophoretic-trap volumetric display” (uma tradução pode ser ´display de projeção volumétrica por armadilha fotoforética´), e é superior a técnicas antigas que não conseguiram capturar a luz por meio do ar para criar um objeto virtual com a mesma noção de profundidade do objeto real.
Mas o mais espetacular é a possibilidade de projeção RGB (Red-Green-Blue, as três cores primárias que compostas foram o espectro visível pelo ser humano), como o ponto de luz é capaz de mover-se rapidamente e assim o ponto de luz produz a cor, a projeção dos rádios laser verde, vermelho e azul produzem o efeito visual da cor.
A imagem colorida em três dimensões volumétrica (3D), terão a resolução de 10-micrómetro (10^-6 do metro ou 10^-4 do centímetro), isto significa produzir 10 mil voxels (Pixels volumétricos) por centímetro ou um milhão por metro cúbico.
Em pouco tempo a comunicação mudou, em 10 anos falamos pela Web em interação visual, graças ao VoIP (voz sobre Internet), agora a interação volumétricas em hologramas, ou também, assistir imagens de objetos e pessoas a nossa volta que estão a milhares de quilômetros de distancias, ou simplesmente, em filmagens de outros tempos, estamos de volta ao futuro.
Brasileiros explicam poeira do Buraco Negro
Ao fotografar com telescópios de Infravermelho, em vez de encontraremos um toro (espécie de rosquinha circular), os pesquisadores S. F. Hönig, M. Kishimoto, M. A. Prieto, P. Gandhi, D. Asmus, R. Antonucci, L. Burtscher, W. J. Duschl e G. Weigelt, encontraram uma poeira que era empurrada para longe do buraco negro na forma de um vento, indicando um fenômeno novo e desconhecido pela física, a publicação foi feita no Astrophysical Journal em 2013.
A astrofísica brasileira Thaisa Storchi Bergmann da UFRGS, muita citada em inúmeros artigos, que já havia encontrado o buraco negro supermassivo na galáxia NGC 1097 fonte dos inúmeros trabalhos posteriores, já alertava que a Teoria dos Buracos Negros poderiam ter equívocos, uma vez que haviam evidências da presença de uma nuvem achatada, com um formato anelar, composta de plasma (prótons e elétrons) e hidrogênio girando a 10 mil quilômetros por segundo (km/s).
A brasileira recebeu inúmeros reconhecimentos e prêmios por seus trabalhos.
Agora dois brasileiros, em trabalho publicado em julho de 2017 na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, os astrônomos brasileiros João Steiner e Daniel May, ambos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, concluíram contrariando o senso comum, que os buracos negros expulsam boa parte do gás que fica no centro das galáxias ao invés de engoli-lo, e localizaram com maior exatidão como é feito.
Os astrônomos mostraram que o vento é formado em dois estágios. No primeiro estágio, a forte radiação eletromagnética proveniente do disco na vizinhança do buraco negro (vento primário) impactando o toro de poeira localizado a três anos-luz do buraco negro, que evapora o toro expulsando o gás nele contido.
O segundo estágio é mais violento, ocorre quando o vento primário e um poderoso jato de partículas, colimado por um forte campo magnético central, atinge uma grande nuvem de gás molecular (composto principalmente de moléculas de dois átomos de hidrogênio) localizada a 100 anos-luz de distância do buraco negro, ainda no centro da galáxia (que tem um diâmetro de 100 mil anos-luz).
Aos poucos o buraco negro, desconhecido pela ciência, vai ficando mais “claro”.