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Arquivo para a ‘Física’ Categoria

Sabedoria e erros humanos

28 set

A sabedoria não é aquilo que faça o homem jamais errar, mas a que possibilita em função dos erros corrigir a rota, mudar de rumo e continuar o processo de ascese verdadeiro e humano.

A grande teoria científica de nosso tempo, tanto para Karl Popper como para Thomas Kuhn, dois grandes filósofos da ciência, é a possibilidade que sempre haja uma correção de rota nos métodos e teorias científicas de modo que o homem conheça mais a si mesma e a natureza que o envolve.

A física quântica por exemplo, tem um início na enunciação do princípio da incerteza de Heisenberg,  que afirmava que não era possível saber exatamente qual era a posição das partículas de um átomo com exatidão, Planck que não concordava, é dele a afirmação “não concordo que Deus jogue dados”, foi para laboratório para comprovar este princípio.

A NASA (na foto o choque da nave se chocando com Dimorphos)  acaba de fazer um feito científico que é atingir um satélite de um pequeno meteoro, que não representa nenhum perigo de colisão com a Terra, apenas para provar que é possível mudar de rota algum corpo celeste, e com isto no caso de haver perigo para Terra, muda-lo de rota.

O projeto DART é um teste para uma possível missão futura de desviar um asteroide de colisão com a terra, para dimensões cósmicas o Dimorphos é pequeno (160 m) e orbita um outro asteroide maior (780 m) chamado Didymos e formam um sistema binário, a nave que o atingiu estava a 22;015 km/h e a imagem vista de um telescópico no Havaí na noite de segunda feira (26/09, veja abaixo) mostra que o impacto produziu muitos fragmentos, o desvio de rota, entretanto é pequeno.

Mudar de rota é sábio, quando se admite o erro, mas exige dois passos: admitir o erro e depois ter a humildade de mudar de rota.

Imagem do twitter do projeto Atlas no telescópio do Havai:

 

O Anel de Einstein e as esferas

08 set

Foi o filósofo Sloterdijk o primeiro a criar a relação do homem com suas esferas, do ventre materno ao planeta, ele tem grande parte de razão, também ao criticar a razão cínica, aquela que justifica a realidade esférica está em grande parte correto, é uma metáfora, mas muito boa.

Pensemos no feto, que fica dentro da esfera do útero até sair e olhar a sua ex-esfera a mãe, sentirá por um período longo ainda a dependência dela, acontece que esta realidade sociológica, antropológica, semiótica tem propriedades topológicas próprias que estão encobertas na razão cínica.

Uma delas é entender que há uma relação imunológica que tem como finalidade primordial proteger, nutrir, capacitar e imunizar o homo de um exterior sapiens desconhecido, como o bebê que ao nascer depende da mãe, ele precisa de sua proteção imunológica.

A busca de outros espaços, habitar a lua (a nova missão a ela encontra dificuldades) e a marte (os astronautas pensam que seria horroroso viver lá) não resolve a relação esférica planetária, em crise, é preciso abrir-se ao outro e sair da cabana, alguns psicólogos especulam sobre a síndrome da cabana, que a pandemia acelerou, não querer sair de um ambiente protegido, esférico.

O super telescópio James Webb fotografo o anel de Einstein em um lugar bem distante e fisicamente inalcançável pelo homem (imagem), ao menos nas condições tecnológicas atuais, e a previsão do físico foi “fotografada” (na verdade os instrumentos são de frequências e não de “fotos”) com uma precisão formidável, dá para estender a metáfora de Sloterdijk.

A teoria Gerald a Gravidade de 1916 revolucionava a física criando uma física que afirmava que a gravidade é uma curvatura do contínuo espaço-tempo causada pela massa dos objetos, quase dois objetos massivos estivessem perfeitamente alinhados com a Terra este espaço-tempo desviaria os fótons formando anéis em todo do alinhamento destes dois objetos.

Um físico inglês chamado Sir Oliver Lodge sugeriu que este fenômeno de um campo gravitacional massivo não só desviaria a luz de um objeto atrás dele, como também a ampliaria formando uma lente gravitacional e a foto recente do James Webb confirma este fenômeno.

Qual é a metáfora, esferas massivas imunológicas, culturas, religiões ou ideologias cujo objetivo é proteger-se quando próximas (ou em rota de colisão que torna a metáfora mais complicada) não só formam um campo gravitacional forte que atrai os corpos a volta, não só distorcem o espaço-tempo, mas são também lentes que se observadas com cuidado permitem ver o que está atrás.

Assim é tempo de enxergar além das diferenças, das imperfeições dos modelos esferológicos e possibilitam uma atração gravitacional que ajude a entender melhor o processo civilizatório.  

 

Diferença e identidade na filosofia

11 ago

O sistema filosófico ocidental opôs em campos distintos a diferença e a identidade, somente Leibniz tentou criar algo diferente que chamou de Lei da Identidade dos indiscerníveis, enquanto Kant diante da objetividade de seu pensamento, vai dizer que todos objetos são diferentes mesmo que havendo semelhanças, por estarem em lugares diferentes.

Os estruturalistas e pós-estruturalistas moderno fazem uma unificação distinta, afirma que a diferença é constitutiva do significado quanto da identidade, dito de maneira mais direta, a identidade (e também a identidade pessoal) é vista em termos não essencialistas como um construto, porque só produzem significado através da interação das diferenças.

Porém nem o estruturalismo nem o pós-estruturalismo resolve adequadamente esta questão, Derridá cunhou o termo “différance”, um erro ortográfico deliberado de différence a palavra correta em francês, como um gancho conceitual sobre processos de significado em escrita/linguagem, este artificio se destina a uma crítica ontologia essencialista, e ao seu Ser.A

O neologismo diffêrance é assim definido como “o não originário, constituindo-se disrupção da presença”, criando espaços, rupturas e adiando a presença da presença do Ser em sua totalidade, pois a palavra differ em francês é ao mesmo tempo diferir e adiar.

Alguém poderá confundir-se com o lapso quântico, aquilo que o físico Nicolescu Barsarab, usando um princípio do terceiro incluído de Stéphane Lupasco, espaço entre dois “quanta”, mas é preciso lembrar que nem espaço nem o tempo são medidas absolutas na física quântica.

O dualismo é a base de muitas teorias autoritárias modernas, todas elas sob influência do idealismo Kantiano e de certo modo da filosofia aristotélica, onde o ser é e o não-ser não é.

Ela justifica  a exclusão de um terceiro termo, de algo que é diferente e semelhante ao mesmo tempo, é uma abertura filosofias “fundamentalistas”, “racistas” e “cientificistas”, origem do maniqueísmo presente na cultura moderna, entre aspas porque há verdadeiras fé e ciência.

Assim para a ontologia do terceiro incluído o ser é (A), o não ser não é (˥A) e é possível um ser que não-é e é ao mesmo tempo, o terceiro incluído (T), ele está em níveis de realidades diferentes, assim como dizem muitas filosofias e poucas a concretizaram, há realidades além das visíveis.

 

Pré-ocupação: entre a ocultação e o mistério

14 jul

Conforme desenvolvemos os temas da semana passada, a clareira é a morada do Ser, de modo geral e dentro de determinados contextos: “o que está oculto dentro do todo, e de onde deve emergir o Ser” que elaboramos ali, isto é o que encanta as primeiras imagens do observatório James Webb, dentro do contexto do universo, olhar para grandes mistérios e fenômenos ali.

Sair da ocupação e entrar no mistério é assim deste modo uma expansão do Ser, quando descobrimos um mundo novo no final da idade média, também um conjunto de descobertas em torno da ciência foram sendo iluminadas e também elas foram início de uma clareira, porém o vínculo estreito ao subjetivismo, o trajeto de um objetivismo materialista voltara a ocultar.

Pré-ocupação, significa aquilo que ocupa a nossa mente e por consequência nosso ato, se desenvolve na roda-viva da modernidade em uma “sociedade do cansaço”, onde a pré-ocupação leva ao mesmo tempo a um esgotamento mental e social, e uma falta de contemplação, ou seja, nossa incapacidade de “admirar e pensar sobre alguma coisa” num estado contemplativo.

Assim só é possível sair da pré-ocupação por um processo de clareira do Ser, um mergulho no mistério, uma capacidade de “colocar entre parêntesis” nossos pensamentos e atos (o método do epoché fenomenológico), e assim voltar a “respirar” e sair da toxidade do mundo moderno, não deixamos de analisar e observar os graves fatos da contemporaneidade.

Assim a ocultação, a mitificação ou falsa “mistificação” da realidade é oposta à clareira, e muito diferente do ocultismo, o exemplo das imagens e estudos do James Webb são uma clara visão deste mergulho no mistério, onde sempre podemos encontrar novidades e novos enigmas.

A pré-ocupação é a mesmice do mundo contemporâneo, falsos problemas e problemas verdadeiros ocultos em discursos e modos viciados de enxergar a realidade, como alguém com dificuldade de visão e que não se sujeita ao uso de óculos para clarificar a realidade.

Contemplar é um ato complementar com a vida ativa, e só ela permite uma unidade do Ser, onde mesmo sobre momentos sombrios há luz e serenidade.

 

As 5 primeiras imagens do Observatório James Webb

13 jul

Chegaram as primeiras imagens coloridas do James Webb, de fato são incríveis e também as ferramentas disponíveis para os usuários, além é claro de todos os recursos internos dele.

Um alvo histórico era o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, está na constelação de Pegasus, como diz o nome são cinco galáxias, quatro das quais fazem uma dança entre elas e duas estão bem próximas.

O nascimento no chamado Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda resultado de oito explosões de um antigo sol agora reduzido a uma anã branca.

Um autêntico “berçário” de estrela, os pontos brancos dentro de uma enorme “montanha mística” feita por elementos que “alimentam” a formação de estrela, a chamada nebulosa Carina.

As outras imagens igualmente espetaculares foram o primeiro exoplaneta gigante, mais ou menos metade do tamanho de Júpiter, de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que foi mostrado com uso dos recursos internos o espectro de elementos presentes nele, isto é, se tem água e outros elementos químicos que o compõe.

E por fim uma quinta imagem foi mostrada do aglomerado de galáxias, SMACS 0723, que funciona como se fosse uma lupa cósmica para enxergar e ver como são outras galáxias e está é só a primeira.

O uso de uma ferramenta de zoom disponível permite que você escolha o alvo (escolha acima o quadro JWST e aparece a opção das 5 imagens) e faça o passeio viajando milhões de anos-luz e tendo uma experiência parecida aos cientistas. 

 

Guerra nas estrelas e as primeiras imagens do James Webb

12 jul

A Rússia está desenvolvendo uma estação orbital capaz de destruir satélites em órbita, é uma referencia clara ao StarLink de Elon Musk e outros satélites que transmitem sinais e imagens-alvo no solo.

Em novembro do ano passado a Rússia testou com sucesso, a destruição de seu próprio aparelho espacial inoperante “Tselina-D” que estava em orbita desde 1982, o míssil foi lançado do solo.

De acordo com o general David Thompson, vice-líder de operações da Força Espacial dos EUA, em declaração ao Washington Post, os satélites americanos sofrem ataques da China e da Rússia “todos os dias”, assim a guerra já extrapola o planeta, enquanto as guerras em solo se prolongam.

Por outro lado, hoje é dia das primeiras fotos observadas pelo telescópio James Webb, às 11 horas do Brasil, uma delas será a nebulosa Carina (foto feita pelo Hubble acima), localizada a 7.600 anos-luz, onde o objetivo e entender o nascimento dos sóis, que nesta nebulosa são imensos e em quantidade.

De um lado o nascimento e de outro a morte de estrelas, outra imagem do James Webb será a da nebulosa do Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda e está a cerca de 2.000 anos-luz da Terra.

Um terceiro alvo é histórico, é o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, um período ainda com telescópios limitados e que se encontra na constelação de Pegasus.

Usando uma técnica especial de espectroscopia, que permite ver a composição química de um objeto distante, um planeta gigante chamado de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que está a 1.150 anos-luz do nosso planeta.

O quinto alvo, não necessariamente nesta ordem, será a utilização de um aglomerado de galáxias, o SMACS 0713, que funciona como se fosse uma lupa cósmica e permite enxergar outras galáxias atrás, e que será para os astrônomos a experiência mais fantástica.

De um lado aprisionados e em guerra em nosso minúsculo planeta com ameaças de guerra, e outro um olhar para o infinito que deveria nos fazer abrir a mente e a alma para um futuro promissor. 

 

Há forças que podem mudar uma catástrofe

27 jan

A ideia de alguma catástrofe eminente para acontecer está no ar, não são apenas apocalípticos, mas cientistas da natureza que veem o esgotamento planetário (geleiras, extinção de espécies, alterações climáticas, terremotos, etc.), cientistas políticas sobre o tensionamento ideológico que volta a lembrar a guerra fria, e seria possível evitar ou ao menos ter uma reação positiva perante ela, a pandemia parece que foi um treino e o ensaio não parece bom.

Uma das descobertas misteriosas recentes feita por astrônomos é de um objeto em nosso “quintal galáctico”, que significa a 4 mil anos luz, foi encontrado um objeto espacial, já que ser uma estrela de neutros ou anã branca são apenas hipóteses, no qual este objeto produz poderosos raios de energia, o objeto estranho (foto) lança o feixe de poderosa energia que cruza a linha de visão da terra observado por astrônomos e publicado na revista Nature (disponível em ICRAR), são algo incomum nas observações espaciais.

Natasha Hurley-Walker, do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia da Universidade de Curtin, lidera a equipe que fez a descoberta e declarou: “Este objeto estava aparecendo e desaparecendo durante horas em nossa observação …. foi meio assustador para um astrônomo porque não há nada conhecido no céu que faça isso”, declarou.

Há também forças poderosas que agem em nosso meio, não se trata apenas de explorações baratas de orações ou sentimento positivo que possam levar a melhoria de um ambiente e das pessoas, um conjunto de palavras e ações levadas num sentido positivo para determinado problema pode e deverá conseguir resolver ou mudar situações em que o problema ou condições são grandes.

Além da pandemia, que alguns querem decretar o fim como se fosse simples assim, temos a tensão de uma guerra eminente, e não devemos ter dúvidas que todas as pessoas que possam falar, pedir, meditar ou orar para que uma atrocidade deste tamanho não ocorra devem fazê-lo, na guerra só os civis, os pobres e os mais fracos que sofrem, não há nenhuma solução palpável ou saudável que venha de catástrofes provocadas.

 

James Webb chega no seu destino

25 jan

A exatos um mês o novo observatório Espacial James Webb (JWST Nasa) chegou ontem as 17 h (horário de Brasília) em uma região onde com um mínimo de gasto de combustível poderá se manter em órbita, chamado ponto de Lagrange L2 que na verdade é uma região entre a Terra e o Sol onde a força centrípeta (de atração) é equilibrada com uma força centrífuga.

Na verdade, são regiões e por isto chamadas de ilhas orbitais, todo planeta do sistema solar tem Pontos de Lagrange e na medida que se distanciam do Sol estas ilhas são maiores, a ilha relacionada com a terra tem cerca de 800.000 km de largura, o que em termos espaciais é pequena, o ponto L2 por exemplo, está a 5 milhões de km da Terra e ainda muito longe de Marte, 57.6 milhões é a distância do nosso planeta vizinho.

As observações ainda vão demorar 5 meses para calibrar todo equipamento, ajustar o espelho e apontar para os primeiros alvos.

Agora serão 5 meses de trabalho para que Webb envie as primeiras imagens no seus “alvos no universo infravermelho”, não vai procurar exoplanetas ou novos pontos, mas apontar para pontos conhecidos e fazer medidas mais precisas e com maior definição, os espelhos do Webb (hexagonais) que deverão ter um ajuste complicado e fino vai ter um pode ter até 5 vezes o poder dos espelho do Hubble, além de usar uma tecnologia mais sofisticada que é o infravermelho, onde pode “ver” observando a luz fortemente “desviada para o vermelho” de objetos distantes e pode perscrutar mesmo através de nuvens de poeira obscura, poderá peneirar atmosferas de exoplanetas identificando gases em maior precisão.

Mais de 1.000 equipes de astrônomos de todo o mundo solicitaram tempo no Webb em seu primeiro ano e 287 já tiveram a sorte de serem pioneiros, entre as perguntas destas equipes estão olhar os oceanos cobertos de gelo nas 27 luas de Urano, os gigantes gelados Urano e Netuno podem explicar muito da origem do sistemas galácticos, olhar os buracos negros que são do tamanho médio e resolver medições conflitantes na taxa de expansão do universo e de um modo geral usarão o Webb para dois temas dominantes: tempo e distância entre extremos opostos no universo: o universo primitivo e os sistemas planetários mais próximos e seus dilemas.

Além destes grandes temas um tema que desperta curiosidade, embora seja por um aspecto infantil de alienígenas, é o que se chama bioassinatura, ou seja, condições reais de vida, que na verdade não encontram “seres” mas as condições de existência passada ou futura deles são: gasosas, produtos diretos ou indireto do metabolismo dos seres vivos, de superfície, de resultados espectrais resultantes da radiação refletida por organismos, e, temporais que são respostas relativas a mudanças sazonais na biosfera onde há por exemplo, variação diurna e noturno de CO2, podem ser algumas bioassinaturas encontradas, seres ainda fica para a imaginação, é claro que alguma forma biológica pode haver num espaço tão infinito de probabilidades.

 

Presente de Natal

24 dez

Em dezembro de 1947, bem próximo do Natal, três engenheiros da Bell Telephone (William Shockley, John Bardeen e Walter Brattain) inventaram o transistor (TRANsfer reSISTOR) que revolucionária a comunicação e mais tarde a computação, também os CIs (Circuitos Integrados) tem como base o transistor.

O grande evento deste Natal será o lançamento do observatório espacial James Webb (jwst, James Webb Space Telescope) da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, no horário das 9h20 (horário de Brasília) que vai ser levado para nave especial Ariane 5, feito com o custo de U$ 10 bi, o mais caro projeto espacial da história.

O que vamos procurar no espaço, além de outros enigmas, a origem do universo em seu estágio inicial, e é curioso que isto acontece neste Natal, e porque ele é tão especial.

Luzes enfeitam cidades mesmo em atenção com uma possível nova onda da pandemia e também uma nova gripe, acendem esperanças e nos fazem olhar para o futuro e para o início de nossas vidas, do nosso planeta e da humanidade.

Não há como fugir de utópicas, cosmogonias e escatologias religiosas, mesmo que possamos resolver muitos enigmas fica a pergunta filosófica: porque existe tudo e não o nada.

A resposta só pode ser ontológica, há uma razão para ser e há um futuro promissor, onde haja esperança se retornamos a lógica do Ser, do diálogo e do encontro com o Outro.

A mensagem não pode ser outro senão aquela que fala de fraternidade e de paz, ambos ainda não totalmente alcançados pela humanidade, o Natal reabre esta esperança.

É esta a profecia que anuncia Isaías (Is 52,7 quando que haverá uma paz verdadeira: “como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu Deus’”, a mensagem que acreditava na vinda do Salvador, o nascimento entre os homens do Messias.

As luzes na cidade não anunciam apenas esta luz visível aos olhos, mas aquelas que abrem o coração para a amizade e a paz (Jo 1,4-5): “nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la”, porque um ponto mínimo de luz já dissipa a escuridão, e esta é a nossa esperança.

Que o Natal renove as esperanças, num futuro possível e sustentável para a humanidade, e que a justiça e paz reinem num novo mundo.

 

Buracos Negros e novas descobertas

16 dez

Buracos negros não “sugam” toda a matéria ao seu redor, e as últimas observações comprovam que vários corpos escapam de seu fortíssimo campo gravitacional, uma região onde ocorre um ponto de singularidade, nome dado na física e na matemática para pontos de curvas e eventos físicos que alguma tendência se modifica, por exemplo, especula-se que a inteligência artificial poderá ultrapassar a inteligência humana, que provocaria uma mudança irreversível na civilização humana.

Os buracos negros de acordo com o físico inglês Stephen Hawking (do Big Bang e a Teoria do Tudo), emitem radiação térmica devido aos efeitos quânticos e um tipo especial de radiação que ficou conhecida como radiação Hawking, conforme já apontamos no blog, são o estágio final de estrelas supermassivas.

Uma observação feita em 2013 comprovou esta teoria, e foi publicada pelos pesquisadores da Cornell University (fizemos um post), porém a observação de um buraco negro só foi possível em 2019, graças a um experimento com colaboração internacional conhecido como Event Horizon Telescope (EHT), que capturou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87, fotografada no coração da galáxia Centaurus A com detalhes sem precedentes (foto).

Num buraco negro, o espaço e o tempo se dobram sobre si mesmos, as leis (que conhecemos) da física que se aplica a maior parte do nosso universo parecem não funcionar ali, sua borda como já dissemos é chamada horizonte de eventos, e um buraco negro giratório pode chegar a temperaturas superiores a 20 milhões de °C, o disco de acreção em um quasar libera radiação de brilho ofuscante em todo o espectro eletromagnético.

O disco de acreção refere-se a uma acumulação de material na “superfície” (é preciso lembrar que a noção de tempo e espaço aqui é diferente), e isto funciona como se fosse um motor muito eficiente, na visão da astrofísica francesa Marta Volonteri, do Instituto de Astrofísica de Paris, os buracos negros “são os motores mais eficazes e eficientes do universo”.

O mistério é o existe além dos buracos negros, uma das duas hipóteses mais aceitável é a elaborada, em 1935, por Einstein se junto ao físico Nathan Rosen para teorizar pontes que conectam dois pontos diferentes no espaço-tempo, e em 1980, o físico Kip Thorne levou a hipótese que os objetos físicos poderiam viajar através, algo parecido com a quarta dimensão os “buracos de minhoca” (wormholes), mas diferentes porque são vistos em determinadas posições (espaço-tempo) do espaço.

A outra hipótese é chamada de “firewall do buraco negro”, ele seria como uma espécie de barreira de fogo, onde o horizonte de eventos queimaria qualquer coisa que entrasse em contato imediatamente, esta hipótese carece de comprovações tanto teóricas como observacionais, recentemente foram observados objetos que saem ou escapam de buracos negros.

A última hipótese, a menos provável de todas, é chamada de buraco branco, onde cada buraco branco estaria em contato com outro no passado, e foi formulada pelo cosmologista russo Igor Novikok, em 1964, carece de observações e algum fato plausível.