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Maniqueísmo e ambivalência: o diálogo ausente
A razão pela qual a sociedade moderna aprofunda-se na crise cultural e espiritual, e ela é contemporânea da economia e política e não separada destas, é que ainda estamos na torcida por dois times: o time dos bons, que não sabemos quem é, e o dos maus, que são os “do outro lado”, e no final das contas, quem sofre é a sociedade como um todo.
Maniqueísmo é o nome religioso para isto, e ambivalência o nome político, ambos com seus fundamentos e ortodoxias, ficam combatendo o outro lado, e quem combate ao lado dos homens e mulheres, que perdem direitos, empregos e muitas vezes a própria vida ?
Maniqueu era um filósofo do século III da era cristã, a quem seguiu Agostinho de Hipona até se converter, era dualista religioso sincretista que sua doutrina originava da Pérsia e foi amplamente difundida no Império Romano (III d.C. a IV d.C.), que consistia basicamente em afirmar a existência de um conflito cósmico entre o reino da luz (o Bem) e o das sombras (o Mal).
Este ao afirmar que a matéria e a carne no reino das sombras, e em afirmar que ao homem se impunha o dever de ajudar à vitória do Bem por meio de práticas ascéticas.
A ambivalência é um conceito que no aspecto político, percorre diversos filósofos, mas o seu mais eminente pensador é Zygmunt Bauman, significa a existência simultânea, e com a mesma intensidade, de dois sentimentos ou duas ideias com relação a uma mesma coisa e que se opõem mutuamente.
A dialogia é justamente o oposto a estes dois raciocínios moralistas, é se colocar na pele do outro, tentar sentir o que o Outro sente, filosofia contemporânea que vai nesta direção está Paul Ricoeur, Emmanuel Lévinas e todos o que falam do Outro.
Acessibilidade para todos
Quantas facilidades a tecnologia moderna trouxe, agora imagine passar o dia sem ter como usar seu smartphone, com tela sensível ao toque, ou sem ser capaz de usar o mouse. Você poderia ainda fazer o seu trabalho?
É assim que muitas pessoas com deficiência sentem.
Dificuldades de acessibilidade impedem milhões de pessoas usarem uma tecnologia básica para trabalho e lazer, assim parece uma boa ideia para construir produtos que abordam essas questões, ou seja, fazer produtos funcionais para deficientes já é uma reflexão tardia, afirmam um noticiário do Washington Post, mas quinta-feira empresas anunciaram uma novidade. Várias empresas, entre Yahoo, Facebook, LinkedIn e Dropbox anunciaram quinta-feira que elas vão desenvolver uma linguagem padrão que permita que os usuários saibam que terão novos conhecimentos de acessibilidade para conseguir um emprego. O movimento é parte de um programa maior chamado de “Ensino Acessibilidade“: um esforço conjunto entre os advogados da inabilidade, escolas e indústrias de tecnologia para tornar toda a tecnologia acessível a partir do início.
A iniciativa surgiu de discussões as organizações estavam já com por meio de um fórum de tecnologia criada pela Associação Americana de Pessoas com Deficiência (AAPD), onde os representantes se reúnem regularmente para falar sobre como fazer as questões de acessibilidade mais visível no mundo da tecnologia.
Uma conjunto de procedimentos para descrição do trabalho pode ainda não parecer muito, mas envia um sinal aos candidatos a universidades sobre o conhecimento de questões de acessibilidade é um grande negócio, afirmou ao jornal americano, Henry Claypool, um consultor em questões de deficiência e ex-vice-presidente executivo da AAPD.
Bibliotecas e leitura é a base da educação
Os métodos e os meios de leitura podem mudar, mas devemos assegurar o futuro da educação incentivando a prática de leitura e as bibliotecas ainda são a instituição que garante acesso a grande maioria da população e em especial as pessoas que não dispõe de poder aquisitivo para ter acesso a livros e a cultura.
O país está atrasado neste aspecto, se desejamos garantir que a lei as metas exigidas pela leitura 12.244 de 24 de maio de 2010 seja atingida, temos um déficit de 64,3 mil bibliotecas em escolas públicas e privadas do país.
A legislação procura garantir que até o ano de 2020 tenhamos um acervo de, no mínimo, um livro para cada aluno matriculado tanto na rede pública quanto na privada.
Os dados foram levantados pelo portal Qedu, da Fundação Lemann, a pedido da própria Agência Brasil a partir dos dados do Censo Escolar de 2014, e os dados mostram também o déficit da própria existência de bibliotecas em escolas públicas que apontam que mesmo na Região Sul 77,6% das escolas públicas têm biblioteca, no Norte apenas 26,7 % enquanto no Nordeste 30,4%, os índices do Sudeste são 71,1% e Centro-Oeste 63,6%.
http://www.qedu.org.br/
Os índices também são negativos quanto se veem os dados que 86,9% são bibliotecas públicos no ensino médio enquanto no ensino fundamental o índice cai para 45%.
A leitura digital não é contraditória com a leitura de livros, os dados apontam que muito ao contrário, a leitura digital que é imediata, muitas vezes curta e rápida no ambiente digital pode levar a um maior interesse para obras completas, mas isto deve ser educado desde o ensino fundamental.
O que está sendo aprendido online ?
Um novo relatório sobre os MOOCs (Massive Open Online Courses) foi publicado no final de abril e pode mostrar avanços e retrocessos nestes novos meios de educação massiva.
O relatório, novamente financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates (o primeiro também foi e fizemos um post), foi coordenado por George Siemens, um especialista em tecnológica-acadêmica da Universidade do Texas em Arlington, e afirma que o entusiasmo frenético inicial parece agora um pouco mais brando: “É quase como de passássemos agora por um período vergonhoso em que esquecemos que estávamos pesquisando e como éramos cientistas, nos apressamos a tomar decisões e proclamar coisas que não eram de todo científica”, afirmou para a publicação do Wired Campus.
O objetivo então deste novo relatório é o de oferecer temas de investigação: o envolvimento dos alunos e o sucesso da aprendizagem, num processo de auto-regulação e aprendizagem social, análise de redes e aprendizagem em rede, incluindo: motivação, atitude e critérios de sucesso.
Siemens entendeu o básico das redes, por isto talvez afirmou ser vergonhoso, que sem o envolvimento dos alunos. “agora assunto de particular interesse”, torna-se apenas uma distração à distância e está “é literalmente apenas um clique de distância”, conforme o relatório publicado (download).
Cinco temas-chave de pesquisa foram identificados no relatório: o envolvimento dos alunos eo sucesso de aprendizagem, design Mooc e currículo, a aprendizagem auto-regulada e aprendizagem social, análise de redes sociais e de aprendizagem em rede, e motivação, atitude, e critérios de sucesso.
O engajamento nomes de relatórios aluno como um tema de destaque. Muitos estudantes matriculados em MOOCs são não-tradicionais, para ter certeza que eles estão envolvidos e capaz de ter sucesso em tal curso é ainda mais importante.
O professor Siemens disse que espera que o relatório ajude faculdades a tomaem r decisões inteligentes, com base em pesquisas e evidências, ao criarem seus campi digitais.
Birdman e a tragédia grega
Fui assistir no cinema, e a telona não perde seus encantos, vi algo diferente do que tinha visto na telinha interativa, em parte a tragédia clássica e em parte algo de novo, se tragédia é o que termina em algo triste, Birdman impressiona.
Vi também, no diálogo em que a filha Lesley (Naomi Watts) com o pai Riggan Thomson (Michael Keaton) , referências às novas mídias, questionando o pai que não sabe a influência dos vídeos, blogs e facebook na opinião pública, tinha percebido é claro, mas os tons pareceram mais dramáticos e uma releitura de seus significados.
O significado é mais profundo se entendemos a preocupação com a crítica Tabitha Dickinson (Lindsay Duncan) que escreve no New York Times e o sucesso inesperado de um vídeo de Riggan no Youtube.
Mas no final a tragédia apresenta também uma novidade, normalmente deveria terminar com um final triste, e é e não é, como o filme consegue isto ? surpresa que fica no ar.
Depois de tudo isto, do fato de Birdman ser também uma referência a grandes produções de super-heróis como Batman (que o próprio Michael Keaton fez), o Superman e outros extra-mans, o filme mostra uma tragédia de questões muito humanas: cobiças, vaidades, competições, ira, traições, etc.
Depois de tudo, a ligação entre o símbolo Fenix (na mitologia grega, um pássaro que morto ressurge das cinzas), é possível uma leitura de uma “quarta-feira de cinzas” em uma versão não teológica, então “você pode mudar sua vida”, diria Peter Sloterdijck
Evento discute tecnologia na educação
O evento realizado em São Paulo, patrocinado pela Fundação Santillana e a Unesco (um ramo da ONU para cultura e educação), debateu quais as correlações diretas entre o uso de tecnologia e melhor aprendizado, mas não houve consenso.
O documento final afirmou que “O uso bem-sucedido da tecnologia sempre vai acompanhado de reformas em outros aspectos – como currículo (escolar), avaliação e desenvolvimento profissional dos docentes”, ou seja só haverá bom uso com boas reformas.
Os especialistas também afirmaram que se internet, tablets, computadores, aplicativos e outras plataformas forem usadas tanto para ampliar a imaginação dos alunos como auxiliar o trabalho do professor, sempre tendo objetivos claros, o resultado poderá ter impactos positivos não nas notas, porque esta pode significar apenas um determinado aprendizado, mas principalmente para desenvolver novas habilidades e o engajamento dos estudantes.
Em função do debate a BBC Brasil levantou dez tendências relacionadas ao uso da tecnologia na educação, das quais destaco 5 essenciais: 1) Agregar valor ao trabalho do professor em vez de substituí-lo, 2) Melhorar processos, sem precisar mudá-los radicalmente, 3) a tecnologia pode ser usada para ajudar para ajudar professores e alunos a trabalhar conteúdos mais abstratos, 4) o professor deixa de ser apenas transmissor de conhecimento, mas sim um mediador – orientando alunos com instruções, feedback, contexto, exemplos e perguntas-chave, e, 5) é no ensino de ciências e de exatas é onde estão a maioria das experiências bem-sucedidas de avanço com a tecnologia.
No Brasil já há plataformas como a Padlet nas quais professores e alunos colaboram no ensino.
O fundamental é planejar e saber que a tecnologia é um auxiliar, não é o essencial no ensino.
A interface que mudou a vida de Hawking
O físico Stephen Hawking, desenvolvedor da teoria do Big Bang, é tetraplégico e colaborou com o fundador da Intel Gordon Moore a desenvolver um a tecnologia mais eficiente para controlar a interface do computador para pessoas sem o controle tátil e agora o código da interface será disponibilizado em janeiro de 2015.
O ambiente é chamado de Context Aware Assistive Toolkit (ACAT) que tem três componentes básicos: um sensor de entrada do movimento da bochecha para acionar a seleção de item na tela, uma interface que escolhe as letras para compor palavras e um software para interação de comunicação com o navegador da Web que antecipa o que Hawking quer digitar quando está escolhendo as letras.
O engenheiro da Intel Lama Nachman da Intel explica que Hawking queria algo “que ao olhar e sentir a interface fazia opções, mas algo mais eficaz e rápido para operar”.
Em artigo da revista Tech Republic, Hawking afirma que o software, que agora será open source, modificou sua vida e permitiu continuar seu trabalho no desenvolvimento da física.
Hawking afirmou para a revista que “como a tecnologia tem mais especializada que abre possibilidades que eu nem sequer conseguiria prever. A tecnologia que está sendo desenvolvida para apoiar as pessoas com deficiência está liderando o caminho para quebrar as barreiras de comunicação que estiveram uma vez no caminho “, disse ele.
“Este novo sistema é uma mudança de vida para mim e eu espero que isso vai me servir bem para os próximos 20 anos.”, e esperamos que com código aberto hajam mais desenvolvedores apoiando portadores de deficiências.
Uma biblioteca sem livros
A aula inaugural de 550 estudantes, com bolsas de estudos oferecidas para frequentar uma universidade pública recentemente credenciada, foi anunciada na Flórida uma biblioteca totalmente digital com 135 mil e-books oferecidos para serem lidos em e-reader, tablete ou laptop.
Bibliotecas completamente sem livros ainda é uma raridade em colégios dos EUA, mas a Universidade de Lakeland, Flórida, recentemente construída num trecho monótono da rodovia entre Tampa e Orlando, feita na Universidade Politécnica da Flórida, é uma construção arrojada, com arquitetura feita pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava.
A diretora de bibliotrcas da universidade Kathyrin Miller disse: “É uma decisão corajosamente relevante para ir para a frente sem livros”, sempilhas de livros para organizar, o pessoal da biblioteca além do serviço principal que é o de referências, deverá orientar os alunos na tutoria de reursos e treiná-los para a gestão de materiais digitais.
Enquanto a biblioteca sem papel não estiver totalmente disponível, os alunos serão desencorajados a usarem demais as impressoras, disse Miller, e ele poderão continuar comprando livros didáticos tradicionais, ou textos digitais quando disponíveis.
A solicitação de livros à moda antiga poderá ser feita em uma das 11 universidades públicas existentes na Flórida, a partir do sistema que é integrado entre estas bibliotecas.
Os livros da Politécnica da Flórida estão orçados em U$ 60 mil para compra de títulos por meio de software que permitirá aos estudantes uma navegação livre com um ou dois cliques, e o livro será repassado ao aluno por meio digital.
Tendências tecnológicas nas universidades
Foi divulgado nesta quinta-feira pelo grupo americano New Media Consortium, tendências de estudos nos próximos cinco anos nas universidades brasileiras segundo uma lógica que as tornaria mais inserida no mundo digital, com aulas em laboratórios remotos, uso de ambientes virtuais e uso mais intensivo de aplicativos móveis para o aprendizado.
Segundo Larry Johnson, um dos coordenadores do grupo de 41 pesquisadores, foi a primeira vez que esta análise foi feita, afirmou também que “O Brasil tem uma peculiaridade: sua população tem grande apreço pela tecnologia, mas ainda não a insere em atividades educativas”, disse o pesquisador responsável pelo estudo, segundo a revista Veja.
Segundo o pesquisador, já há iniciativas que estão dando resultado e haverão mudanças no curto prazo. “Nas melhores universidades do país já há um movimento para mudar o padrão de aula, saindo das atividades expositivas e caminhando para a prática, onde o aluno também é protagonista”, deverá ser uma tendência.
Mas ainda há fortes barreiras, segundo o pesquisador “O professor, mesmo no ensino superior, ainda acha que o smartphone atrapalha o andamento da aula e proíbe seu uso, enquanto a experiência internacional tem relatado sucesso no uso desses aplicativos móveis para fazer atividades do curso, como pesquisas na internet.”
Um conceito que surgiu em 2007, falava de salas de aula invertidas, com os Massive Open Online Courses (MOOC’s), e se popularizou com a Khan Academy, um dos sites que divulga mgratuitamente vídeoaulas.
Mas ainda a maioria dos cursos atuais usa vídeoaulas para complementar a educação formal, o conceito de sala de aula invertida parte deles (e de todo o conteúdo disponível na internet) para dar ao aluno ferramentas para buscar informações usando o tempo em sala para enriquecer os conteúdos estudados e encontrar aplicações práticas para ele.
A ideia é que os professores ajudem os estudantes a desenvolver soluções criativas e colaborativas