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Arquivo para a ‘Linguagens’ Categoria

Sujeito, objetos e tecnologia

04 mai

O homem ligado ao mundo e como sujeito coletivo, andará na infância da humanidade ligada ao mito, uma ideia primitiva que o mantinha, ainda que inconscientemente, ligado ao cosmos, a natureza e a seus semelhantes.

Toda antiguidade clássica até o momento em que o homem se põe a ver-se como sujeito e se sente separado do mundo e dos objetos, visto como Aristóteles como mundos dos seres e dos entes, por Platão como Mundo da ideias e Mundo Sensível, o homem se vê como sujeito do mundo, como cidadão, mas se vê e se verá na modernidade como separado desta natureza-mundo que o gerou. Nasce a consciência de ser e a cidadania.

A afirmação deste sujeito separado do mundo objetivo, construirá na modernidade um EU extremo, e a fusão aos objetos em face da não compreensão da relação com estes, cria uma fusão do ser com o ente.

A possibilidade de retomada da relação do sujeito pensando com os objetos pensados, a fusão fetichista de sujeitos com os objetos, a ponto de confundir-se com eles, é negação da consciência.

No pensamento moderno, tanto a filosofia pragmática como a hermenêutica caíram na armadilha idealista, ou do método racional como refletem outros, afastaram-se da tradição da filosofia desde a superação dos mitos, que é da consciência e não a separação do sujeito pensante dos objetos pensados.

Esta fusão do ser com o ente, o drama da modernidade, está assim refletido por Habermas:
“…no lugar do sujeito solitário, que se volta para objetos e que, na reflexão, se toma a si mesmo por objeto, entra não somente a ideia de um conhecimento lingüisticamente mediatizado e relacionado com o agir, mas também o nexo da prática e da comunicação cotidianas, no qual estão inseridas as operações cognitivas que têm desde a origem um caráter intersubjetivo e ao mesmo tempo cooperativo”. (Habermas, 1989, p.25).

É a ação prática, cooperativa como afirma Habermas, ou colaborativa como afirmam todas as boas práticas do uso da tecnologia multimidiática atual, que podemos oferece um agir comunicativo eficiente.

Negar a presença das tecnologias na vida cotidiana, é um ao de esquizofrenia alienante, porque mesmo as pessoas que propõe esta negação não estão livres da tecnologia, vivem no mundo atual com uso de computadores, tabletes e celulares.

Bom uso requer conhecimento do objeto, boa relação e consciência do papel deles na relação social.

HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Universitário 1989.

 

Superficialidade e os algoritmos

27 abr

Muitos entre os que não são da chamada geração Y (agora Z) criticam o uso de email e a Web como fuga ou medo dos problemas cotidianos.

Sempre que ouço falar de geração superficial, termo cunhado por Nicholas Carr, sobre o que a internet fez com nossos cérebros, imagino que é tudo muito novo para alguma conclusão realmente final sobre o processo que estamos vivendo, mas não existe planeta B: estamos vivendo assim no planeta A.

Mas posso dizer sobre minha experiência pessoal de todo este período mergulhado em computadores, tecnologias e principalmente em ideias que possam solucionar problemas.

Aprendi a programar no tempo dos grandes computadores, quando o acesso as máquinas era difícil e a primeira que aprendi foi resolver problemas e criar algoritmos, passos consecutivos para solucioná-los e depois de muitas etapas de depuração do algoritmo (a palavra em inglês era debugging acho que daí veio a ideia do bug, defeito no programa) chegava ao programa que só então ia ser passado para a máquina.

As etapas eram: identificar o problema, estabelecer passos para resolvê-lo, otimizar cada um dos passos a permitir a melhor operação com menos tempo e custos, encontrar os possíveis erros e finalmente testar o algoritmo final.

Muitas vezes nem chegavamos ao programa de computador, mas haviam ideias e soluções geniais.

Quando surgiu a internet isto ficou mais interessante, porque era possível compartilhar com milhares de programadores, listas de discussão e havia uma tremenda sinergia nas redes.

A Web ficou mais interessante ainda, porque não programadores se aproximaram deste universo aumentando esta sinergia e universalizando problemas e soluções.

Penso que a superficialidade é justamente o oposto: jamais enfrentar os problemas usando subterfúgios (culpar os outros, dizer que não há soluções ou apenas fugir), enfrentando o problema não conseguir estabelecer passos para enfrentá-lo, conseguindo os passos não admitir que possa ter erros ou falhas, passando os erros e as falhas, nunca testar o algoritmo todo e finalmente, por saltar uma destas etapas, voltar ao problema inicial que só cresceu.

São inúmeros os problemas da superficialidade moderna, mas o pior de todos é não enfrentar os problemas e não admitir os erros, é um sistema pedagógico e psíquico falido, ninguém aprende e quem ensina assim ensina errado !

 

Livros e games para jovens

22 fev

Muita gente reclama de alunos que usam games, mas uma nova opção começou a aparecer no mercado: o site livroGame com brincadeiras em tornos de literatura infantil.

Entre as tramas que podem ser encontradas ali estão: “Memórias de um Sargento de Milícias” (1852), de Manuel Antônio de Almeida, “O Cortiço” (1890), de Aluísio Azevedo, e “Dom Casmurro” (1899), de Machado de Assis.

Tem HQ (História em Quadrinhos), mas com certeza o ambiente vai despertar a leitura e fazer os jovens mergulharem num mundo de fantasia tão belo quanto o dos games, mas sem os desnecessários apelos a guerras e violência.

O gestor Cultural da Fundação Telefônica, Celso Santiago, afirmou em reportagem a Folha de São Paulo:”Queremos mostrar que esses livros não são uma coisa chata que os alunos são obrigados a ler. Eles estão vivos, podem transformar a vida do leitor”, conta Santiago.

Se tem dúvida qual ler primeiro, a dica e “Memórias de um Sargento de Milícias”, o mais divertido para quem conhece a história e foi também o que rendeu mais jogos, as famosas etapas dos games, aqui são 10 no total.

 

Algoritmo poderá reviver linguas antigas

15 fev

Pesquisadores canadenses da Universidade de Vancouver, liderados por Alexandre Bouchard-Côté, desenvolveram um algoritmo de aprendizado de máquina que usa regras sobre como os sons das palavras podem variar para inferir as mudanças mais prováveis fonéticos atrás variações e diferenças dentro de uma língua, a pesquisa saiu na revista New Scientist.

Eles dão como exemplo mudanças que já acontecem na língua inglesa canadense, onde a palavra about que significa “sobre” já está sendo modificada por um prolongamento do “o” dando origem fonética ao “aboot”, temos inúmeros casos no português como o “né”, o muito que dizemos “muinto” e muitas outras variações fonéticas em relação a língua escrita.

A equipe está aplicando o algoritmo a pares de palavras usadas em 636 línguas austronésias (Austrália e Indonésia), que incluem as ilhas Fiji, Tonga e Havaí.

Como o sistema é capaz de perceber a origem de fonemas, ele poderá fazer uma língua recuar no tempo e perceber com maior precisão as origens de sons e palavras, como fazemos em muitos estudos etimológicos (estudo da origem das palavras).

E uma vez que sistema é capaz de sugerir como línguas ancestrais também pode identificar que os sons eram mais propensos a mudar. Quando a equipe comparou os resultados com o trabalho feito por especialistas humanos, eles descobriram que mais de 85 por cento das sugestões estavam no conjunto das palavras reais.

Por exemplo, a palavra moderna para “vento” em Fijiano é CAGI, usando esta mesma palavra em outras línguas modernas austronésias, o sistema automático reconstruiu a palavra ancestral beliu e os especialistas humanos reconstruído bali, que foneticamente são muito próximos.
Novos estudos linguísticos e pesquisas etimológicas poderão usufruir destes sistemas.

 

Novos games e linguagens

31 dez

As novas gírias novas de games, aprendi com meus sobrinhos: noobs , são jogadores de game que não sabem jogar, mito, jogador muito bom; mitar, fazer coisas tipo mito; lool, risos, trol, pessoas que fazem gracejo; first, quem chega primeiro, tanquer, quem ataca os monstros, sacer, o que cura, lembra a idéia de sacerdote, e o Assiste que ajuda o tanquer.

A maioria dos jogos são denominados por siglas como, pw (Perfect World), gc (Grand Chase), Trans (Transmice) e mv (MicroVolts), entre outros.

Disseram que o jogo que faz o maior sucesso atual é o MineCraft, é um jogo de construção cujo objetivo principal é eliminar o EnderDragon, porém os jogadores não é por este motivo que usam o jogo, mas usam para fazer grandes construções, viver grandes aventuras e eliminar os monstros.

Para encontrar o EnderDragon você precisa cavar até o centro do mundo e encontrar um portal que leva a outro mundo, onde está este monstro.

Parece assustador mas não é, apenas é uma outra linguagem.

 

Oscar 2013, o que esperar

27 dez

Todo cinéfilo, creio que estava preocupado com as novidades, embora a maioria dos filmes só vá chegar aqui mais tarde, o que já encontramos deles nas telonas, e surgem as pré-listas do Oscar 2013, não agrada.

Olhando outros pelos trailers, achei “A Indomável sonhadora”, o roteiro é muito interessante, uma menina que vive as margens de um rio em uma comunidade isolada e pode perder o pai. Dizem que a interprete da menina também é muito boa, mas infelizmente como em todo cinema atual, há os apelos horrendos para criaturas pré-históricas que invadem a localidade, parece que vivemos a tendência do cinema-bizarro (vem aí o “Massacre da serra elétrica 3D” e outros).

Outro que aparece em listas é “O homem da máfia”, roteiro e direção de Andrew Dominik (O assassinato de Jesse James), o filme é um aposta de Brad Pitt, que faz o ator principal e tem como pano de fundo a primeira eleição de Obama, embora ninguém vá dizer, mas a meu ver é uma bela metáfora da politicagem ocidental, onde o discurso é um e a prática outra, claro não acredito que esta é a intenção da obra, mas dá para pensar.

O terceiro que anoto aqui é “A vantagem de ser invisível”, li a crítica de Rubens Edwald Filho só para ter certeza, do autor do livro, diretor e roteirista Stephen Chbosky, é sobre a entrada do garoto Charlie a High School, por gosta de ler ele se aproxima do professor de literatura (Paul Rudd) mas percebe que se aproximou do grupo alternativo da escola, com o livros, mas até o homossexual Patrick que mantém um caso discreto com um jogador de futebol americano.

O filme tem lugares comuns dos jovens de hoje: bebida, drogas e busca de amizades, talvez adultos encontrem dificuldades, mas o filme é de uma linguagem direta para a geração “millenium”.

 

Hannah Arendt, Filosofia e Amor

19 dez

Hanna Arendt é, a nosso ver, foi instigada no drama existencial, e dentro dele tomou a questão do Amor, desde cedo com uma questão essencial:

“Em começos de 1924 chegara a Marburg uma estudante judia de 18 anos querendo estudar com Bultmann e Heidegger. É Hannah Arendt. Vinha de uma boa família judia assimilada de Könisberg, onde crescera. Aos 14 anos, sua curiosidade já havia despertado. Leu a Crítica da razão pura, de Kant, dominava grego e latim tão bem que aos 16 anos fundou um círculo de estudos e leitura de literatura antiga. Antes mesmo de suas provas finais no liceu de Könisberg, passou uma temporada em Berlim, onde leu Heidegger e tomou aulas com Romano Guardini (especialista em Kierkegaard)”, escreveu Safranski sobre Hannah.

Ainda adolescente, a pensadora que já havia formado um círculo de filosofia ainda adolescente, escreve suas primeiras preocupações, Hannah Arendt redige o poema Consolo (Trost):

“As horas correm, Die Stunden verrinnen / Os dias passam, Die Tage vergehen, / Resta uma graça Es bleibt ein Gewinnen / O simples persistir. Das blosse Bestehen.” (Young-Bruehl, Hannah Arendt, Por amor ao mundo, p. 53).

Numa carta de Heidegger a ela, “E o que podemos fazer além de nos abrirmos, além de deixarmos ser o que é? Deixar ser de tal modo que o amor se torne para nós uma alegria pura/ casta (reine Freude) e a nascente de cada novo dia de vida. Ser elevado ao que somos. De qualquer maneira, seria possível que um de nós ‘dissesse’ e se abrisse ao outro. Só podemos dizer, contudo, que o mundo não é mais meu nem seu, mas nosso”.

Pensar o mundo como “nosso” e não meu é uma necessidade de nosso tempo, um passo essencial para nossos problemas mundiais.

A tese de doutorado de Hannah foi “O conceito de amor em Santo Agostinho” (ARENDT, 1998).

Ao ler santo Agostinho, objeto de sua tese de doutorado, ela observa a separação entre Amor e gozo: “essa alegria está em amar o amor sem inscrevê-lo em algo particular e passageiro”, e então enfatiza: “O amor espera encontrar com a eternidade a sua própria realização” (Arendt, O conceito de amor em Santo Agostinho, p. 35).

ARENDT, H. O conceito de amor em santo Agostinho. Tradução de Alberto Pereira Dinis. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.
SAFRANSKI, R. Heidegger, um mestre da Alemanha entre o bem e o mal (biografia). Tradução de Lya Luft. Apresentação de Ernilto Stein. São Paulo: Geração Editorial, 2000.

 

Antropologia, presentes e Natal

11 dez

A antropologia de Marcel Mauss, herdeiro filosófico e sobrinho da filosofia de Durkhein, estuda profundamente a teoria antropológica da “dádiva” (dom ou presente, mas fico com o original em francês ‘don’) sobre as trocas gratuitas, típicas do Natal, mas que existem em muitas outras realidades humanas.

Mauss, ao cunhar o termo não deixou desconhecido um tema que para nós é muito importante, a relação objeto e sujeito, dentro da tradição histórica, como nos nossos posts anteriores, estudando tribos de ameríndios, observou:

O prestígio nasce da dádiva e relaciona-se àquele que toma a iniciativa: ao doador, para constituir seu próprio nome, sua fama, o valor de ‘renome’ (Mauss, 2003, p. 258).

Mas isto tem sim ligação com o Natal e com espiritualidade, mas relembra o autor o problema de nosso tempo que separa sujeito e objetos, materialidade e espiritualidade:

[…] a materialidade e a espiritualidade não estão mais ligadas a um estatuto comum de objeto, são opostas mediante dois estatutos, conjugados por uma relação de contradição: o espiritual aparece adquirido pelo doador, enquanto o material é adquirido pelo donatário. (Temple e Chabal, 1995, p. 26)

Inúmeras são as pessoas que são tomadas por esta forma profundamente humana e esquecida pela sociedade atual, que lembra só a materialidade, o econômico, em uma palavra: o dinheiro.

Mas o ‘don’, o presente, o sentimento e a generosidade humana estão aí presentes, e convenhamos é bom dar e ganhar, aliás Jesus também ganhou presentes.

TEMPLE, Dominique & CHABAL, Mireille. La réciprocité et la naissance des valeurs humaines. L’Harmattan: Paris, 1995.
MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. Cosac e Naify: São Paulo,2003.

 

Antropologia, o Natal e as tecnologias

10 dez

Antropologia como discute questões da natureza humana, sempre esteve ligado a parte criativa, religiosa ou “mágica” do homem, a publicação, de “As formas elementares da vida religiosa” (1912) por Durkheim, que discute o evolucionismo, antes ainda o Esboço de uma teoria geral da magia (1903) de Marcel Mauss e Henri Hubert, em 1903, que criam o conceito de mana (nome polinésio para troca), mais tarde nasce a Antropologia estrutural de Levy-Strauss.

Mas Martin Buber, na sua obra Quem é o Homem?, como antropólogos fenomenológicos e existenciais, afirmou que tão importante quando a resposta de quem é o homem ? é a pergunta: O que é que o homem pode ? daí a tecnologia surge como importante para novas possibilidades.

As grandes mudanças por que passava a antiguidade clássica, as escolas gregas já haviam se consumado, aristotélicos e platônicos agora eram estudados por estóicos e neoplatônicos, o início promissor da escrita e as dificuldades romanas de manter a dominação, entre elas a Judeia, onde despontavam inúmeros líderes, muitos “messias” este era o quadro sociocultural no qual nasceria um homem importante para a cultura ocidental.

Usou a cultura de comunicação que ainda era a de seu tempo, a tradição oral, mas seria o único fundador de uma nova mensagem “escrita”, poderíamos dizer o antecessor das revistas e jornal, mas que só seus discípulos escreveriam o “primeiro livro”, o “Biblos” ou Bíblia, mas como uma “Boa notícia”, ou “Boa Nova”, tradução da palavra Evangelho.

Esta versão tinha também uma nova tecnologia, além da palavra escrita, e ser uma extensão do Torah, as leis judaicas das quais era herdeiro.

Seus discípulos escreverão o “Evangelho” e a colocarão no formato do Códex (formato retangular, com algum tipo de costura prendendo as páginas), que no final da idade média será perpetuado no formato impresso, não por acaso, foi a Bíblia foi o primeiro “livro” nesta tecnologia.

Como afirma McLuhan “o meio é a mensagem”, ou seja, uma forma nova exige uma nova forma de comunicação e a tecnologia sempre acompanhou o homem.

 

Renascença, filosofia e Advento

04 dez

Em tempos de advento, convêm analisar os adventos recentes, mas talvez não tão recentes em tempos de profundas mudanças, o que foi a modernidade ? o que “advém” ?

É no auge da renascença que surge um humanismo novo, segundo Edgar Morin em “Cultura, Barbárie Européias” (Instituto Piaget, 2005), com duas faces: “uma dominadora e outra fraternal” (pag´. 31).

O autor destaca na origem do pensamento moderno “a missão de Descartes, fazer o homem senhor e possuidor da natureza” (pag. 32), conveniente ao iluminismo, nasceram ainda o idealismo e a ciência positiva.

Para uma pequena parcela da sociedade nascente importava agora o uso pragmático e utilitarista dos conceitos advindos da renascença, assim nasceram os conceitos liberais, as idéias republicanas e o poder dos bancos.

O longo caminho até a pós-modernidade, exploração do homem, duas grandes guerras e uma crescente destruição da natureza puseram em cheque estes conceitos.

Além de Morin, muitos são os autores que encaram este problema, um deles é Emmanuel Levinas, um lituano, de tradição judaica e filosofia fenomenológica, que tornou-se filósofo na França, onde faleceu no Natal de 1995.

Curiosamente sua mensagem é Natalina, no sentido de fraternal, no sentido do Outro.

Trabalhou intensamente na questão do Outro, que não é um simples inverso da identidade, mas a incorporação de um Outro no Si-próprio sem resistência, sem oposição.

Senão for assim o Outro não é verdadeiramente outro, impossível de ser fraterno.

Para ele também coletividade do ‘nós’ não é um plural de ‘eu’, mas feito de encontros do Eu com o Outro.

A obra de Lévinas (Entre nós, Humanismo do outro homem) é um repensar da emergência ética nos caminhos da filosofia a partir de um novo prisma, de se partir do Eu em direção ao Outro.

Tal inspiração Lévinas foi buscá-la na ontologia de Heidegger, mas também nos Livros Sapienciais da Bíblia, é um novo Advento, uma filosofia humana e mais fraterna, quem sabe um dia não só nestes períodos propícios.