Arquivo para a ‘Recursos comuns’ Categoria
Democracia, transparência e a crise
A decisão do presidente do STF Ricardo Lewandoski de abrir os processos “ocultos” parece desagradar a todos, porque com certeza os famosos dois lados estão comprometidos e não tem interesse em transparência alguma, apenas em distorcer fatos: a corrupção campeia.
Bresser Pereira, que pode ser criticado como economista, afirmou sobre o estado uma ideia importante: “a transparência do Estado se efetiva por meio do acesso do cidadão à informação governamental, o que torna mais democrática a relação entre o Estado e a sociedade civil” (BRESSER-PEREIRA, 2004, p. 23).
A visibilidade pública de tudo que está acontecendo agrada a quem quer o fim do uso privado do estado e desagradam setores que gostam de distorcer fatos, sem exceção, a postura ética e transparente dos negócios públicos, deve ser feito além do controle parlamentar (que é comprometido) e pelo STF (por direito), com procedimentos que dê ao cidadão comum a possibilidade de um acesso direto, sem precisar de interpretes, vazamentos seletivos e outras manipulações.
O Portal Transparência Brasil, criado em 2004, serviu de referência aos demais portais, permitindo que este seja um instrumento a mais na prestação de contas da administração pública e, junto com ele vieram a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, e mais tarde a Lei Complementar n° 135/2010, chamada Lei da Ficha Limpa.
Agora o procedimento adotado por Lewandoski, a Resolução 579/2016, edita que fica “vedada a classificação de quaisquer pedidos e feitos novos ou já em tramitação no Tribunal como ‘ocultos'”, põe fim a chamada “judicialização” de que gostam alguns setores políticos, ainda há outras tentativas como: proibir a delação premiada para manter o pacto de silêncio entre os que roubam o erário público e outras operações de obstrução da justiça.
A sangria, para usar o jargão do momento, é dura, mas é o caminho de tentar mudar o rumo do assalto ao dinheiro público feito sistematicamente por uma máquina de estado incapaz de levar a sério o que querem a maioria dos cidadãos comuns: ética e moralidade no uso do dinheiro público, fim dos lobbies que atuam no senado e câmara federal, e compromisso de fato com as grandes questões sociais.
BRESSER-PEREIRA, Luis Carlos. “As formas de responsabilização na gestão pública”. In: BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos & GRAU, Nuria Cunill, 2004.
Lixo eletrônico em Gana e Paquistão
Nos portos de Karashi, no Paquistão e também no subúrbio de Agbogbloshie, da capital do Acra de Gana, chegam toneladas de lixo eletrônico, sendo o de Gana já considerado o maior aterro eletrônico do mundo.
A chave do problema é o custo da reciclagem, enquanto enviar um monitor para Gana custa € 1,50 o mesmo monitor sem sair da Alemanha para ser reciclado lá custaria € 3,50.
O relatório ambiental da ONU de 2010, calculava naquele ano que 50 milhões de toneladas de lixo industrial são produzidas por ano, é claro que a curva deve ser ascendente ano a ano.
O relatório ambiental da ONU de 2010, calculava naquele ano que 50 milhões de toneladas de lixo industrial são produzidas por ano, é claro que a curva deve ser ascendente ano a ano.
O lixo eletrônico de Karashi vem de Dubai, recolhido vem dos Estados Unidos, Japão, Austrália, Inglaterra, Kuwait, Arábia Saudita, Singapura e Emirados Árabes.
Os containers dali vão dar emprego a mais de 20.000 pessoas que num bairro de Sher Shah, a cidade que recebe o lixão, mas sem nenhum cuidado com o meio ambiente e a saúde.
O lixo digital é uma indústria global em Gana, empregam cerca de 30.000 trabalhadores, gerando entre U$ 105 a U$ 268 milhões, mas o problema é que o rejeito sem uso é de 75%, e o emprego de mão de obra infantil pode chegar perto dos 40%, além dos efeitos para saúde.
Lá o lixo vem de Reino Unido, Holanda, Bélgica, Dinamarca e Holanda em um volume de 600 contêineres que chegam no porto de Tema, o maior de Gana.
De lá vão para o subúrbio de Acre, e em áreas de Agbogbloshie, a concentração de chumbo no solo chega a ser mil vezes a tolerada e substâncias como cádmio e mercúrio são encontradas também em alta concentração.
Sher Shah tem um alto índice de casos de câncer de pulmão e também tem os maiores índices de problemas respiratórios do país, devido a inalação de gases tóxicos, emitidos durante o processo de separação das peças que em geral é feito pela queima do lixo tecnológico.
Há uma Convenção da Basiléia de 1989, que trata sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigos e seu Depósito, mas nestes casos há um flagrante desrespeito às leis, à saúde humana e ao equilíbrio sustentável do planeta.
Começa em Davos o Fórum Mundial
O Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum, WEF) em Davos evoluiu a partir de discussões um pequeno número de economistas e políticos na década de 1970, por iniciativa acadêmico Klaus Schwab, e que hoje já hospeda mais de 2.500 participantes, tendo mais de 40 líderes mundiais entre eles gente do governo brasileiro, milhares de gerentes ou presidentes de empresas, além de um certo número de Prêmios Nobel, a grande maioria da Economia.
Como já dissemos no blog o tema é a preconizada Quarta Revolução Industrial, da entrada de robôs e estruturas ciberizadas na produção, na vida cotidiana e familiar, alguns falam na perda de 5 milhões de empregos, mas ao mesmo tempo geraria cerca de 3 milhões o que ainda dá um déficit de 2 milhões, numa economia em marcha lenta, a estimativa é um crescimento mundial de 2,6 % este ano, que ainda é pouco.
Davos é uma cidade pequena e bastante alta da Suíça, com boa infraestrutura de turismo porque é uma tradicional está de esqui, e muito fria nesta época do ano.
Além da quarta revolução industrial, o tema da imigração crescente na europa, os problemas de segurança mundial, ecologia com o recente acordo da COP21, das guerras além da própria economia devem estar presentes nesta reunião, o clima geral não é de muito otimismo.
A delegação brasileira vai para lá chefiada pelo ministro da Fazenda Nelson Barbosa, com a missão de recuperar a confiabilidade de investidores no Brasil, entre os chefes de estado estão confirmados o primeiro-ministro da França Manuel Valls, o presidente da Alemanha Joachim Gauch, o primeiro-ministro da Suécia Stefan Lófven e o chefe de governo da Grécia Alexis Tsipras.
Os EUA, envoltos com as eleições primárias, escolhas de quais candidatos disputam por partidos, manda o vice-presidente Joe Biden, o secretário de Estado John Kerry e o de Defesa Ashton Cartes, Israel terá o primeiro ministro Benjamin Netanyahu.
Fizemos nossas análises nas postagens anteriores, agora é tentar entender o que dirão.
Retrospectiva mundial em 5 fotos
Seria difícil num blog colocar todos os fatos importantes no mundo: a guerra civil na Síria e o avanço do Estado Islâmico (agora com alguns recuos), o início do reatamento de Cuba e os EUA com uma discreta, mas efetiva participação do papa, os refugiados e a fome no mundo e outros.
Tudo é importante, mas resolvi ter um olhar com o dos inocentes destas guerras, eles não sabem da má gestão dos recursos e dinheiro público, as incompreensões com credos de refugiados ou a violência gratuita dos preconceitos.
A menina Hudea, de apenas 4 anos, no campo de refugiados Atmeh na Siria , confundiu a câmara fotográfica com uma arma e levantou as mãos para o alto, e levantou os braços rendida para o fotógrafo turco Osman Sağırlı, autor do clique.
O corpo do menino Alan Kurdi, de 3 anos, apareceu afogado numa praia da Turquia, a imagem de um policial turco carregando seu corpo, viralizou nas redes no início de setembro, chamando a atenção mundial para mortes de migrantes que tentam fugir das guerras.
Cinco amigos comemoravam o primeiro salário quando uma rajada de 111 tiros disparados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro atingiu o carro e matou todos, é mais um número em 3.256 homicídios ocorridos de janeiro de 2010 a agosto de 2015 no Rio de Janeiro.
Ano que aconteceu a Conferencia de Paris que traz algum além sobre a grave problemática do clima mundial, o maior desastre ecológico ocorrido não Brasil não pode ser esquecido, a morte do rio doce que atinge economicamente toda a região, mas um povo de modo especial.
São os índios Krenak (ou Borun) que eram chamados pelos portugueses e por nossos livros de história de “Botucudos” no Leste de Minas, até o final do século 17 eles usavam botoques auriculares e labiais, são ao todo 128 famílias desamparadas, que dependem fundamentalmente do rio.
Ali descreve assim Geovani Krenak ““O rio é algo que a gente amava, agora é algo que nos causa medo e dor.” É uma “entidade que sempre cuidou do povo e que agora nos assombra por causa da lama.”
O olhar desolador do índio Kresnak para o peixe morto mostra a tragédia ecológica ali.
O terremoto acontecido em 25 de abril no Nepal desencadeou uma rede de auxílio internacional, mas também revelou uma rede de tráfico de crianças e diversas fotos e apelos falsos de ajuda foram feitos em todo mundo, quase um milhão de crianças ficaram a mercê da própria sorte, o país ainda está em reconstrução.
Os inocentes continuam a pagar pelos insensíveis, maus gestores e gananciosos mundiais.
Um mar de lama atravessa Minas
O governo rebate as críticas de negligência, mas a barragem da Samarco que derramou no centro do país um “mar de lama” pode acontecer na própria região novamente ou em 138 outras barragens do país, que ainda usa métodos primitivos de barragens.
Segundo relatório da ANA (Agência Nacional de Águas), datado de 30 de setembro de 2014, só a Bahia tem 33 barragens em categoria de risco alto.
Ao passar de helicóptero pela região atingida pelo “mar de lama”, feito uma semana após o rompimento das barragens, a presidente disse ter enviado o ministro da Integração Nacional e o Secretário Nacional de Defesa Civil à região no primeiro dia, mas nada foi feito.
O mar de lama já chegou às regiões populosas de Governador Valadares e Colatina (ES), e o abastecimento de água está comprometido, a região é muito grande para ser abastecida apenas por caminhões pipas.
Em reportagem de um programa televisivo no domingo (15/10) foram mostradas fissuras na outra barragem da empresa mineradora Samarco, e também foi mostrado como são precariamente monitoradas outras 700 barragens que existem no país.
No estado de São Paulo, há um risco parecido ao de Mariana no município de Aluminio, próximo a Sorocaba, o município de Alumínio, tem uma barragem localizada atrás de um gigantesco paredão de rochas, nas proximidades da Vila Fepasa, a barragem de rejeito de mineração da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), pertencente ao Grupo Votorantim.
A barragem de Palmital, que a Votorantim Metais armazena a lama vermelha resíduo gerado da conversão da bauxita em óxido de alumínio (alumina), pode romper devido ao uso intensivo de soda caustica na separação de componentes.
A COP21 e o G7
Esquenta o clima (ao menos no Brasil), esquenta a corrida para a COP21, a Conferência de Paris sobre o Clima, mas o G7 quer esfriar tudo, o clube das 7 nações mais ricas do globo.
Segundo um estudo, do qual participou a brasileira radicada na Suiça, Márcia Rocha, o que os G7 propõe não vai servir para frear os 2 graus Celsius que as emissões de gases provocarão no planeta até 2030, a meta terá cumprido algo em torno de 30% do necessário apenas, conforme informe do blog Observatório do Clima.
As análises do Climate Analitics mostram que seguindo as políticas atuais somadas, só atingiremos 5% do chamado “hiato de ambição”, o Canadá um dos membros do G&, afirmou com a meta para 2020 estaríamos aumentando em 35% o chamado INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) em relação a 1990.
O relatório propõe 3 recomendações ao G7: aumentar significativamente a ambição de suas INDCs daqui até a conferência de Paris, em dezembro; que reforce as metas atuais, para que o esforço de corte fique menor após 2020; defender que os ciclos de revisão das metas do novo acordo sejam de cinco anos, e não de dez, para evitar que metas pouco ambiciosas acabem executadas durante muito tempo.
Enquanto os grandes se mobilizam, as redes sociais também, em todo mundo haverá manifestações, no Brasil já há uma convocação pelas redes de uma manifestação para o dia 29 de novembro.
Tecnologias que podem mudar nossas vidas
Muitas coisas podem impactar nossas vidas e mudar a maneira como o mercado e até mesmo as pessoas se comportam, é o caso de muitas tecnologias, mas ainda há algo para acontecer.
Impressoras 3D, cresceu 35% desde 2011, os valores movimentados eram em torno de U$ 1,7 bilhões está acima de 3 bilhões de dólares este ano e poderá chegar a 6,5 bilhões até 2019, conforme avaliação da Alliance Bernstein, e isto poderá afetar até o modo de produção.
Já postamos aqui que o Skype estarão fazendo traduções on-line numa tentativa de disputar um espaço preenchido cada vez mais pelo WhatsApp, a sensação de cidadania mundo irá aumentar com isto e a aldeia global vai se convertendo numa Pátria-Mundo, como previra Edgar Morin.
A empresa Joule Biotechnologies ao invés de usar matéria orgânica, precisamos frear a produção orgânica para combustíveis infelizmente é o caso da cana e do milho, está tentando realizar modificações genéticas para microrganismos fotossintetizadores (foto) que usam a energia solar para transformar dióxido de carbono em etanol e diesel, que é carbono e oxigênio (C02).
Isto poderá modificar a cadeia produtiva que depende de combustíveis fósseis.
Um mundo em mudança depende das tecnologias e elas podem e devem afetar a vida humana, mas é claro, todas as decisões são tomadas por homens (e mulheres).
A política como arte do cinismo
Enquanto a sociedade esperava um aceno do governo em fazer reformas que apertasse o cinto também na enorme maquina estatal, o que se viu finalmente foi um enorme toma lá dá cá com a área mais vinculada a interesses pessoais das casas legislativas.
O PMDB sai fortalecido, embora um pequeno grupo de 20 deputados tenha protestado contra o toma lá dá cá, para o ministério da Ciência e Tecnologia vai o desconhecido (será que fez ao menos uma faculdade) o deputado Celso Pansera, na Aviação Civil, Eliseu Padilha, não quis trocar seus “altos voos” pela Ciência e Tecnologia e favoreceu o desenho do PMDB de tocar na infraestrutura do país, leia-se manipular os seus interesses, como exigia o líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ).
Pansera foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff, na delação premiada na operação Lava-Jato, como “pau- mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que o deputado nega, também do PMDB o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) vai para a pasta da Saúde que tem um orçamento gordo, que deveria ser para a saúde do povo.
O filho do mega-latifundiário Jader Barbalho vê seu filho Helder Barbalho, sai da Pesca para ir para os Portos, que ele estava quase confirmada na Secretaria de Portos, pois já era seu pedido.
Há ainda uma expectativa de anunciar o deputado André Figueiredo (PDT-CE), para assumir o Ministério das Comunicações, é um aceno para os lotéricos, jogos de contravenção e demais militantes da economia extraoficial dos “jogos de azar”.
Saiu Renato Janine Ribeiro para dar vaga a Aloizio Mercadante, menos mal.
A operação lava-jato completa o cinismo deste jogo, não de azar, de desmembrar os processos de denuncias para depois costurar a colcha de retalhos conforme os interesses oficiais.
Pode-se enganar alguns por algum tempo, mas não todos por todo o tempo.
Os memes como arte
Enquanto os puristas ficam criticam e mal usando a internet, pessoas bem intencionadas tentam por um pouco de humor e descontração na Web, existe muita gente tentando por bom humor, brincadeiras saudáveis e fazer bom uso da internet e da Web.
O termo meme é uma ampliação do conceito de Richard Dawkings sobre um termo que ampliava a teoria de informações culturais em seu livro The Selfish Gene.
Mas meme virou uma forma de pixação e em tempos de fanatismo político, isto se ampliou ainda mais e ao contrário de ampliar o conceito de informação cultura, o deturpa.
Uma versão mais “light” de ilustração nas fotos da Web ficou conhecida no jargão da Web como “photobombing”, que no sentido negativo é arruinar uma foto por uma ação planejada ou mesmo acidental, mas que pode muito bem ser positiva, é o caso do artista Lucas Levitan.
Suas intervenções curiosas e bem humoradas estão de acordo com aquele conceito de Dawkins.
Whatsapp poderá ser cobrado
Em muitos países que não são em desenvolvimento não há cobrança, o Whatsapp sempre foi cobrado, em geral oferecem um período de testes de um ano e depois há um pagamento de US$ 0,99 após este período, mas no Brasil a dúvida paira no ar, antes diziam que era um vírus, mas agora …
Agora não é vírus nem mentira, a notícia foi veiculada pela Agência de Notícias Reuters, então parece que as operadoras já caras e que prestam mau serviço aos brasileiros, querem também cobrar pelo Whatsapp.
Segundo a agencia de notícias em menos dois meses elas vão entregarão às autoridades do Brasil, um documento, segundo elas com fundamentos jurídicos e econômicos não apenas querem cobrar, mas também sendo contra o funcionamento do aplicativo.
O lobbie vai atuar junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e embora não cite será o principal alvo é o aplicativo de voz do WhatsApp, a troca de mensagens não é citado.
As caras operadoras (o Brasil tem um dos serviços mais caros do mundo) esperam questionar o o serviço e passar a cobrá-lo ou impedir que funcione para chamadas. No WhatsApp dá um número de telefone móvel do usuário e por esta brecha que as operadoras querem se defender, enquanto em outros serviços, há um login sem número.
Não bastasse a inflação e carestia, todo mundo quer meter a mão em nosso bolso.