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Hermenêutica e novos paradigmas
O importante da abertura a novos horizontes e a narrativas não convencionais, de propostas disruptivas que modificam não apenas a tecnologia, é que as próprias narrativas ao serem introduzirem novas formas de conhecimentos prévios (em outros narrativas do circulo hermenêutico são chamadas de pré-conceitos) significa uma ambiente de evolução e transformação do próprio conhecimento.
Os que gostam da exegese, ela é também uma narrativa, dois personagens e paradigmas diferentes na Bíblia foi João Batista e evidentemente o próprio Jesus, no entanto, sob o mesmo background do judaísmo da época construíram narrativas diferentes, pois tinham missões diferentes, ainda que a proposta de mudança fosse a mesma.
A leitura bíblica de Lucas 1,60-62, quando o pai Zacarias diz que seu filho terá um nome diferente diz assim: “e perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse. Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nelas as palavras: `João é o seu nome´, todos ficaram pasmados” para indicar que quebrou uma tradição e logo em seguida Zacarias volta a falar.
Ora a oralidade é fundamental neste período, e a fala se constituía a forma básica de transmissão do saber, mas João Batista veio para fazer um caminho novo, e este caminho será uma antecipação da vinda de Jesus, que depois abrirá sua própria narrativa em seu caminho.
Assim, a hermenêutica permite esta evolução da exegese que estuda a tradição também na filosofia e na literatura, para a hermenêutica que abre a possibilidade de novas narrativas e a interação com o saber contemporâneo, o que chamamos de “background” no post anterior.
As narrativas do mundo digital são novas, claro que nem todas são convergentes, mas o fato que existem narrativas novas, mesmo aquelas que contestam o irreversível ambiente digital, mostram que há um paradigma novo, sob o qual não é possível construir uma narrativa que seja ao mesmo tempo contemporânea, aberta e evolutiva, sem considerá-la.
Pode uma casa dividida sobreviver
A palavra é Bíblia, mas vale para muitos países em toda a Terra e para o próprio planeta como um todo, é preciso um mínimo de unidade para progredir e garantir o progresso a todos.
A unidade está comprometida e risco de guerras, além das intermitentes guerras na África, meio oriente e tensões em vários países da Europa, pode em algum momento romper como o vulcão da Guatemala e as consequências seriam imprevisíveis.
A tensão com Irá volta a acontecer, e também a Coréia do Norte ainda tem resquícios de ameaça, além das tensões sociais em toda America Latina.
Como reagir a tudo isto ? é preciso buscar pontos de unidade e diálogo, a guerra não tem vencedores todos perder, e claro, os poderosos e a indústria bélica a lucram.
A palavra Bíblica de Marcos 3,23-25 diz: “Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? e um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se”, e além da ideia do reino de Deus, que é evidente, há também uma palavra ao homem: unidade.
Unidade é uma palavra divina, é claro que ela está sempre sobre certa tensão: desigualdades, injustiças, exclusões, preconceitos são todas formas inerentes de divisões, mas mesmo nestes casos o diálogo é possível e fundamental, a ideia que só a violência destrói violência é bélica.
Olhando sobre as próximas eleições no Brasil é preciso buscar pontos de convergências, mais de uma dezena de candidatos é um absurdo em custo e em confusão para as pessoas simples, é preciso debater ideia e programas sob pena de aceitarmos um aventureiro ou ditador.
O diálogo pode ser duro e até áspero, mas é preciso se dobrar para não romper e construir frentes partidárias em torno de programas e propostas, e também ter esperança.
O dualismo pós-moderno
Poder-se-ia discorrer sobre o dualismo da pós-modernidade, mas ler Hegel é demasiado enfadonho, mesmo para aqueles que dominam o discurso filosófico, e penso particularmente que a questão do objetivismo x subjetivismo, natural x cultural e outras questões postas pelo pensamento da modernidade, e que são correntes no cotidiano, está já em outro ponto.
O ponto que situo é o das dicotomias infernais de Eduardo Viveiros de Castro: “Metafísicas caníbales: líneas de antropologia postestructural” (Katz Editores, 2010), ainda que possa haver uma edição em português caiu em minhas mãos uma edição espanhola, traduzida do francês.
Me chamou a atenção porque ele começa o livro sobre questões que julgo fundamentais: o retorno às coisas, o perspectivismo, o multinaturalismo e a esquizofrenia antropológica.
O início do primeiro capítulo “Anti-narciso” confessa que abandonou a ideia de fazer um livro para escrever sobre ele, como fazia Borges, e lança uma pergunta: “o que deve ser conceitualmente a antropologia dos povos que estuda ?” e segue a esta: “Las diferenças e as mutações internas da teoria antropológica se explicam principalmente (e desde o ponto de vista histórico-crítico exclusivamente) por estruturas e conjunturas das formações sociais, dos debates ideológicos, dos campos intelectuais e dos contextos acadêmicos que surgiram os pesquisadores ? é esta a única hipótese pertinente? No seria possível proceder a um deslocamento da perspectiva que mostro que os mais interessantes entre os conceitos, os problemas, as entidades e os agentes introduzidos pelas teorias antropológicas tem sua origem na capacidade imaginativa das sociedades (ou dos povos, ou dos coletivos) que propõem explicar?” (Viveiros de Castro, 2010, p. 14).
A estas perguntas penetra finalmente na dicotomia infernal que considero essencial na modernidade: “Não será ali onde reside a originalidade da antropologia, nesta aliança, sempre equívoca, porém com frequência fecunda, entre as concepções e as práticas provenientes dos mundos do “sujeito” e do “objeto” ? “ (idem).
A pergunta então do “Anti-Narciso” é então epistemológica, isto é, política, e o autor afirma que se todos estão mais ou menos de acordo que é preciso uma descolonização do pensamento, e nisto reside o “anti-narciso”.
O discurso de Viveiro de Castro é consistente porque afirma que o “outro” é sempre pensado e “inventado” de acordo com os sórdidos interesses do Ocidente, e depois irá discorrer sobre o “perspectivismo” e “multiculturalismo”, é impossível sintetizá-los num post, então só pontuamos estas perspectivas, chamadas pelo autor de “canibais” ou metafísicas da predação”.
O perspectivismo é a ideia que toda teoria é particular e depende da “perspectiva do sujeito”, ou multiculturalismo é a ideia da “convivência” de muitas culturas em diversas regiões, mas ambas carecem e uma “descolonização” do pensamento, então a dicotomia permanece.
O dualismo e o estado
Talvez em nenhuma área o dualismo seja tão “injusto” quanto no direito, é tão verdadeiro que para o direito internacional existem duas teorias: a do dualismo e do monismo.
A teoria dualista defende que o Direito Internacional e o Direito Interno (aquele que diz respeito a Estado em relação a outros) são dois sistemas totalmente distintos e independentes, o último regula as relações entre Estados e, portanto não é obrigatória entre os indivíduos, a alusão ao idealismo é clara por o “estado” assim como o “indivíduo” são elementos “ideais”.
Já a teoria monista defende que o Direito é único tanto nas relações do Estado com a sociedade, quanto nas relações entre Estados, e esta corrente divide-se em duas: a primeira que é chamada de monismo internacionalista prevendo que existam normas do Direito Internacional face ao Direito Interno, prevalece a do Direito Interno, e o outro chamado Monismo Nacionalista que defende que nesta mesma situação, a primazia é do Direito Interno sobre o Internacional, em tempos de nacionalismo exacerbado isto é importante ser debatido.
O Brasil em sua Constituição é omisso (em direito se diz silente) quanto à teoria adotada, mas a posição do Supremo Tribunal Federal é no sentido de uma Teoria Dualista moderada, recebendo o Tratado Internacional o Status de Lei Ordinária, por disposição constitucional, salvo os tratados sobre Direitos Humanos, cujo 2º. Do artigo 5º. Da Constituição Federal atribui eficácia a normal supralegal, quer dizer que é superior a lei na hierarquia jurídica.
Trocando em miúdos, devemos ter ou não leis internacionais além das disposições gerais de direitos humanos da ONU, as humilhações e preconceitos com estrangeiros em muitos países do mundo tem gerado uma odiosa relação que muitas vezes explodem em violência.
A necessidade de discussão destas questões “doutrinárias” já é tempo, e não devemos mais falar apenas em Nações Unidas, mas em algum tratado de “unidade” entre as nações, algo na linha que já vai a União Européia, talvez um bom caminho, seriam União da America Latina, a União Pan-Africana e quem sabe a Asiática, recompondo o globo fragmentado em nações.
Não significa de forma alguma a submissão ou a negação das culturas locais, muito ao contrário, acordos internacionais poderão evitar a submissão de algumas culturas “com maior prevalência” seja financeira, colonial ou bélica sobre as outras.
É preciso olhar para o planeta como um todo e pensar numa cidadania mundial.
A lei, o farisaísmo e a figueira
O excesso de legalismo e de regras mata a vida, a figueira é uma árvore que fica muito tempo “seca” e depois saem as folhas e os frutos, mas por algum tempo parece morta.
O farisaísmo são aquelas regras morais, religiosas e em nosso tempo “do estado” que se tornou um deus, que mata a vida no desejo de controla-la, Petr Sloterdijk escreveu sobre isto em “Regras para o parque humano”, embora não concorde com tudo, em essência o diagnósticos dele é correto, exceto pelo fato que fez dista contestação uma “religião”.
Suas propostas, que eram uma resposta a Cartas sobre o Humanismo de Heidegger, que me fez deplorá-lo por muito tempo, aos poucos entenderam filósofos e teólogos, que estavam uma conferência em Elmaus, na Basiléia, que depois fez uma compilação e transformou em livro.
O diagnóstico de Sloterdijk que a figueira humana secou devido “a domesticação”, pode ser lida claramente no trecho de seu livro:
“O que ainda domestica o homem se o humanismo naufragou como escola da domesticação humana? O que domestica o homem se seus esforços prévios de autodomesticação só conduziram, no fundo, à sua tomada de poder sobre todos os seres? O que domestica o homem se em todas as experiências prévias com a educação do gênero humano permaneceu obscuro quem ou o quê educa os educadores, e para quê? Ou será que a pergunta pelo cuidado e formação do ser humano não se deixa mais formular de modo pertinente no campo das meras teorias da domesticação e educação?” (Sloterdijk, 1999a, p. 32).
Eis a figueira humana, eis o farisaísmo e suas regras “religiosas” ou “estatais”, depois de retomar a leitura, leio logo no início uma frase de Jean-Paul que Sloterdijk cita escrevendo a Heidegger “livros são cartas dirigidas a amigos, apenas mais longa”, e entendi que no fundo é um Heideggeriano, mas com uma crítica justa e bem colocada: onde está o humanismo ?
Nosso saber é antropocêntrico, rejeita até mesmo a técnica que é produção humana como “estranha”, temos no fundo um desprezo por processos de mudanças, os que o criticam como fascista devem lembrar que foi a ideia de estado “forte” que motivou o fascismo e ditaduras.
A ideia de autoridade farisaica que assustava Jesus nos escritos bíblicos, embora Sloterdijk critique também a religião recupera-a ao dizer que existe uma “ascese desespiritualizada” , que transformou os templos em locais de roubos e de imundices, não é diferente do estado moderno, a todos que o cultuam e reverenciam, há uma desconfiança geral sobre políticos.
Sloterdijk, Petr. Regeln für Menschenpark, Frankfurt/M. Suhrkamp (1999). Tradução brasileira: Regras para o parque humano – uma resposta à carta de Heidegger sobre humanismo, São Paulo, Estação liberdade, 2000.
A lei e as redes
A proliferação de atos de intolerância, de provocações e diversos tipos de violência pelas redes faz muita gente pensar que seria melhor proibir isto tudo e talvez até fechar estes sites de relacionamento.
No Brasil em tempos de pré-eleições o clima promete esquentar, e a tentação de criar leis e regras pode parecer tentadora, mas esconde autoritarismo e falta de liberdade, porém é claro que injuria, difamação e calúnias são crimes, seja no facebook, em vias públicas ou nas midias que o dono do poder mantém.
Todo este processo nas redes é educativo, por mais desconfortável que seja as pessoas aprenderão a não romperem relações e criarem conflitos sem nenhuma necessidade, a se despirem de preconceitos e intolerâncias (há diferenças entre os dois) e principalmente a partirem para atos de violência que são crime inaceitável, a violência verbal também.
As leis estão aí para serem cumpridas, mas também neste campo um pouco de tolerância ajuda a amenizar o clima, o excesso de lei faz tornos nos tornarmos farisaicos, dizer aquele rouba mais, este é pior que o outro, de minha parte procuro o bem, e o honesto, mas sem o rigorismo da lei.
Aquilo que em termos bíblicos dizia o apóstolo Marcos sobre uma das falas de Jesus (Mc 2, 25-26) “Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.
É preciso então até mesmo tolerância com os intolerantes, isto é, muita gente está indignada com a situação gravíssima do país, dos políticos e dos escândalos que não cessam de serem denunciados, mas é preciso retomar a serenidade e discutir as “propostas e programas”.
Que encontremos espaços de verdadeiro diálogo onde a sabedoria pode brotar.
O primeiro Hub de computadores quânticos
A Unidade do Estado da Carolina do Norte foi a escolhida pela IBM para ter o primeiro Hub de computação quântica (Q Hub que se tornam parte da Q Network da IBM), assim como as primeiras redes que ligavam algumas universidades.
A ARPANET ligava em 5 de dezembro de 1969, o Agência de Pesquisa do Departamento de Defesa Americano, a Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), o Instituto de pesquisa de Stanford (SRI) em Menlo Park, a Universidade de Califórnia, Santa Barbara (UCSB) e a Universidade de Utah (foto)
Os alunos, professores e pesquisadores poderão acessar o supercomputador de 20 bits da IBM para resolver problemas clássicos de computação, que levariam muito tempo para processar, agora serão feitos em poucos minutos dependendo do problema.
Bob Sutor, da IBM Research afirmou “não podemos criar um computador com 10% dos átomos da Terra, mas ainda assim, com o computador quântico podemos representar exatamente estas informações”, conforme publicação na Techinician Online.
O plano da IBM é mais audacioso, com empresas e universidades da Fortune 500 irá trabalhar para resolver problemas maiores mais rapidamente através da Q Network, por enquanto a NC State estará colaborando com organizações locais para resolver equações complexas.
O corpo docente da NC State está desenvolvendo cursos tanto universitários quanto para que graduados possam usar a computação quântica para construir seu conhecimento antecipando à estreia operacional do hub neste outono (em setembro).
Os pássaros vivem em redes
Já postamos no blog alguns anos atrás (em 2012) que os pássaros conhecem as redes, num trabalho feito pela Universidade de Oxford , coordenador pelo pesquisador Ioannis Psorakis.
Este trabalho afirmou que era possível identificar automaticamente que os períodos de atividade social mais intensa dos pássaros, eles possuem “amigos”, mas também se relacionam com transeuntes, tentando identificar quem são os membros de um mesmo grupo e quais aves vão regularmente ao encontro de outras em “eventos”, informou o pesquisador Ioannis Psorakis, depois fizeram uma análise de Big Data com um volume maior de dados.
Agora queremos relacionar isto a outro fato observando que muitas espécies de aves estão sumindo na Europa, e penso que isto não tem só a ver com os alimentos e frutas, mas abelhas polén e principalmente os herbicidas.
Perto de onde moro observei que de manhã logo depois de formar uma nuvem de pólens que provoca irritação em muitas pessoas, muitos pássaros vinham na grama “bicar” estes “poléns”.
O resultado da equipe de Oxford indicava que os pássaros não formavam bandos de forma aleatória, mas tinha certa predileção de interação a membros da população e também comunicavam pontos de referência de alimentação, digamos uma praça de alimentação, e ali se encontrando realizavam sua “vida social” e perpetuavam assim a espécie ao acasalar.
Li numa reportagem de 2015, que na ilha de Galápagos foi observado que as aves procuravam se alimentar de pólen devido a escassez de insetos,
Isto era um dado científico que foi publicado na “Nature Communications” e feito pela pesquisadora Anna Traveset, mas tudo que encontrei na Web foi que ela é pesquisadora do Conselho Superior de Investigações Científica (CSIC), no Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados.
Li num site português que os níveis de pólen iam aumentar neste mês de maio, e era algo oficial, pois o alerta era da Sociedade Português de Alergologia e Imunologia Clinica (SPAIC).
Estou juntando fatos que isoladamente são fatos científicos, mas o ecossistema todo dá um alerta por um tipo de alergia que vejo muito comum entre os portugueses.
Talvez precise uma pesquisa mais acurada sobre o assunto, mas para mim é a primeira vez que vejo um processo em cadeia afetando o homem de maneira tão contundente, é grande o número de pessoas com estas alergias é um grande alerta.
Abelhas, cigarras e redes
Foi estudando os cris-cris das cigarras em bandos, que são sincronizados, que Duncan Watts decidiu estudar redes e encontrou o orientador Donald Strogatz e começou a estudar redes, os fenómenos dos mundos pequenos e dos seis graus de separação, a tese de doutorado de Duncan que depois virou artigo foi “The structure and dynamics of small-world system” (1997).
O estudo foi um sucesso e até hoje o artigo é um dos mais lidos em estudos de Redes Sociais.
Mas agora temos um caso inverso, as abelhas parecem aos poucos perder sua força e como polenizadoras da natureza sua ameaça de extinção começa a preocupar ecologistas, pesquisadores e agora também investigadores de Computação.
Um estudo que está sendo desenvolvido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, procura criar um “espaço virtual seguro” para as ameaças que as abelhas são confrontadas, criando um modelo computacional de dinâmica populacional de abelha em resposta a variáveis como pesticidas, parasitas e perda do habitat.
A ferramenta preditiva é chamada Bumble-BEEHAVE foi desenvolvida por Grace Twiston-Davies para ser um “sistema livre e fácil de usar” que “leva em consideração os muitos fatores complicados que interagem para afetar os zangões.
O resultado +e um espaço virtual seguro para testar as diferentes opções de gerenciamento, este modelo pode testar “seis espécies de abelhões britânicos em um ambiente que tem várias fontes de néctar e pólen”.
A pesquisadora Juliet Osborne, da Exeter, observa que a “simulação permite aos pesquisadores entender os efeitos individuais e interativos dos múltiplos estressores que afetam a sobrevivência do zangão e os mecanismos de feedback que podem proteger uma colônia contra o estresse ambiente que pode levar ao colapso a colônia em espiral.”
Ao ver em Portugal a quantidade de pólen no ar, que causa muitas doenças respiratórias, comecei a pensar neste grave problema que pode afetar a toda natureza, sem as abelhas a ameaça de um empobrecimento e desertificação será real.
Autoridade e co-imunidade
A palavra autor tem a raiz etimológica do latim “auctor” que significa “fonte”, “instigador” ou “promotor”, sugere alguém que deva fazer “augere” (aumentar, engrandecer ou melhorar) e o sufixo tor (um agente, o que faz a ação, como em doutor ou escultor), assim não há relação direta com poder ou originalidade, ele deve “aperfeiçoar” algo que existe.
A ideia que autoria confere poder ou a criação de algo originário é como vem da palavra também algo autoritário, o que pode-se interpretar como um exagero de autoria, uma quase exclusividade ou mesmo um excesso de poder.
As redes são uma forma contemporânea de estabelecer esta autoria de melhorar o que existe, de certa forma até de permitir que pessoas “anônimas” participam da co-autoria, ou no dizer de Sloterdijk da co-imunidade, e neste sentido podemos recuperar a palavra autoridade.
Na sabedoria da cultura oral as pessoas que falam com autoridade são aqueles que conhecem as raízes e as tradições de determinada cultura, são como bibliotecas vivas que guardam o patrimônio cultural de uma nação, etnia ou povo.
Ao dizer bíblico que Jesus falava com “autoridade”, além de alguém profundamente ligado a cultura judaica de onde se origina a cristã, ele também tinha uma ligação afetiva com sua cultura e seu povo, por isto além de saber o que falava, tinha empatia com a pessoa comum.
A ideia do estado moderno deverá sofrer mudanças, é inaceitável o modo como os políticos e gestores do Estado Moderno se comportam, não há confiança da população neles, os níveis de corrupção são imorais, e é preciso, sobretudo olhar os interesses do “bem comum”.
Mas as redes exigem mudanças na postura individual também, saber ouvir, gostaria da cultura do que é diferente, respeitar valores e tradições que não são como as nossas e não ter conceitos culturais como verdades definitivas, é tempo de mudança e exige uma mudança de mentalidade, as redes podem ajudar.