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Arquivo para a ‘Redes Sociais’ Categoria

Não há neutralidade nem inocência presumida

04 out

O resultado eleitoral no Brasil foi surpresa para muitas pessoas, entre os partidos em disputa há sempre um triunfalismo, isto é até natural, porém dentro das regras e das leis eleitorais que incluem as regras para divulgação de pesquisas e esta é a maior surpresa da eleição no Brasil.

O pior resultado das eleições democráticas é sempre algum arranhão na democracia, já frágil.

O livre debate de ideias e de propostas políticas é essencial na política e na sociedade como um todo, estes limites quando são extrapolados criam lacunas de ódio e intolerância prejudiciais ao processo político, não há como dizer que as pesquisas erraram e muito, porém erraram apenas em um sentido e isto é além da neutralidade presumida dos institutos de pesquisa.

Não há só desinformação, portanto, há também má informação e mal trabalhada pelos órgãos que deveriam preservar os critérios científicos matemáticos e estatísticos, dizer que houve uma virada às vésperas das eleições, é possível em dois até 4 pontos porcentuais, acima da alegada margem de erro, porém chegaram a 10% e até mais, isto não contribui com a democracia e tumultua.

Até mesmo o STF e STE se isentam de qualquer culpa ou pedido de investigação, afinal todas as pesquisas devem ser levadas ao Supremo Tribunal Eleitoral para poderem ser divulgadas, ou seja, ele pode não referendar (não é ele que faz a pesquisa), mas autoriza a divulgação e é solidário.

Para que não haja exploração político-eleitoral é necessária uma resposta a sociedade, até mesmo pesquisadores e analistas sérios comentaram o fato, cito Pablo Ortellado da USP (veja entrevista à BBC) que deu entrevista afirmando que devem rever os “métodos”, entenda-se aqui método por metodologia, penso que é pouco é preciso ter critério de neutralidade científica e política.

Para o bem da democracia, para um percurso pacífico e democrático no segundo turno é preciso sim esclarecer a sociedade como um todo, dizer que as pesquisas não influenciam é sofisma.

É preciso salvaguardar o processo eleitoral democrático e respeito as regras do jogo, no Brasil é muito difícil, mas a frágil democracia precisa disto e espera-se uma resposta à sociedade.

 

Roleta Russa: o perigo atômico

03 out

A retórica russa e da OTAN crece na medida em que a Rússia recua no terreno da guerra da Ucrânia, as forças deste país chegaram a Lymann, cidade no interior da Oblast (extado) de Donetsk, onde lá e também em Luhansk foram realizados plebiscitos contestados, e anuncio da anexação ela Rússia.

O avanço na direção da Oblast de Donetsk parece de fato um recuo das tropas russas, alertamos na semana passada que a Rússia não reagiria de modo pacífico numa perda da guerra, o anuncio da anexação demonstra isto, porém a convocação dos reservistas parece alertar algo maior.

O volume de convocação de 300 mil reservistas não parece ser apenas em função da guerra da Ucrânia, a ameaça nuclear tanto da Rússia como a resposta do governo americano não parece blefes, o próprio Putin afirmou não se tratar de um blefe, e analistas ocidentais dizem que a TV russa chega a comentar em suas notícias de guerra, o Armagedon, alusão a batalha do fim do mundo.

Apenas nove países do mundo contam com armas nucleares de destruição em massa, as duas principais potências no conflito Estados Unidos e Russia, contam juntas com 12.853 ogivas nucleares existentes no planeta, claro aquilo que se tem notícia, e isto é 90% do total, a China por exemplo tem apenas 350 ogivas, a Coréia do Norte que faz grande alarde pouco maitem menos de 100, as ogivas são cargas explosivas tendo uma capsula nuclear cilíndrica colocada dentro de um foguete, míssil ou projétil.  A Índia é um quinto membro do grupo.

Devem ser pensados nesta conta também as usinas nucleares que uma vez bombardeadas podem ter efeitos até mais devastadores que as ogivas, porém é pensado que num estágio inicial seriam usadas armas consideradas “táticas”, mas é evidente que isto aconteceriam em efeito dominó.

Todo este cenário é aterrorizador, sempre é possível a negociação, a China já se pronunciou de maneira dura alertando para este possível transbordamento, porém a preparação e tensão entre a OTAN e a Rússia parecem colocar em risco em nível de alerta máximo.

A paz é sempre o caminho para o processo civilizatório, tem nuances sociais e políticas é óbvio, mas a defesa da vida e da civilização deve prevalecer sobre a insanidade, assim esperamos.

Os momentos são de elevada tensão e outubro será bastante decisivo para o conflito.

 

Sabedoria e formação

27 set

A mais bela imagem que Platão fez de Sócrates sobre a filosofia não foi a ordenação do conhecimento, a epsiteme que também é necessária, através dela se combateu os sofistas, mas sim a imagem que existe no seu livro Banquete, aquela com a qual se tem acesso à filosofia e o conhecimento do Sumo Bem e nela “a” sabedoria.

Aquela que diz que um filósofo não é movido só por um “saber-fazer” como quer o mundo utilitário, a presença de Sócrates pelo “testemunho” de Alcebíades, com uma aparência sem nenhuma compatibilidade com o Belo da Grécia clássica, e que impunha a quem o interrogava uma mudança de atitude, não um receptor passivo de ideias.

As perguntas e o interrogatório não são menos importantes que o colocar-se ativamente diante de si mesmo e do mundo, há um desejo de protagonismo e de resposta a questões realmente importantes.

Conforme se lê em Teeteto, Sócrates é definido como àtopos, com “sem-lugar”, ou mesmo “esquisito”, como aquele que cria aporias, ou seja, não resolve as coisas apenas levanta questões, não ajuda então a harmonia da “pólis” ou do cosmos.

Que tipo de sabedoria é esta então, o “não saber” é para Sócrates de muita significação, ele é uma crítica contundente à pretensão dos sabidos, afinal o saber destes não é resultado da conversação, do diálogo, não toma consciência das questões contraditórias do seu saber.

Todo edifício Socrático-Platônico-Aristotélico não resistiu a força bruta do império romano, e entra em ruína diante do poderoso exército romano, como a guerra venceu a sabedoria grega, adquirindo-a e fazendo servir aos seus propósitos, os deuses romanos não eram outros senão os correspondentes aos deuses gregos, porém a filosofia decaiu.

Esta é o possível paralelo atual, há um sentimento quase generalizado que pesar não é mais útil nem razoável, e a filosofia não seria outra coisa além e mera especulação, diz Sloterdijk “não é um tempo favorável ao pensamento”, ou vamos para o pragmatismo da ação ou para o deletério.

Há pouco espaço para a parição do novo, para a Paidéia com seu efeito de educação e formação, tudo vai em direção ao imediato e ao mercado.

Até mesmo em ambientes onde a cultura está presente parece que os ideais da sabedoria estão sobe suspeita e a vulgaridade se promove até com certo “status”, a saída é chamar os homens a consciência e ao bom senso.

Platão. O Banquete (pdf)

 

A escalada da guerra

26 set

Alertamos na semana passada que o risco de um avanço ucraniano provocaria a ira russa e é de fato o que está acontecendo, o governo convocou 300 mil reservistas, e o órgão OVD da ONU, informou que houveram protestos em 38 cidades e 1,4 mil pessoas foram detidas (Fonte RTP Portugal).

A guerra no leste da Ucrânia começa a inverter a tendência, as vésperas de um plebiscito feito pelo governo russo, as tropas ucranianas avanço na região de Donetsk, estratégica porque possui estradas e ferrovias para da Rússia se alcançar as regiões ao leste, incluindo Mariupol e Kherton.

Quais serão os próximos passos dependerá da gravidade do avanço ucraniano, a princípio estes jovens e pais de famílias que estão sendo convocados irão para o fronte então a ideia de esperar o inverno e tentar conter o avanço das tropas da Ucrânia parece uma primeira estratégia, mas as provocações de uso de armas nucleares prosseguem e os canais de imprensa dos EUA noticiam que o governo Biden teria feito uma ligação reservada ao governo russo.

O governo chinês pediu neste final de semana que não haja “transbordamento” da guerra.

Putin manteve até agora os protestos e oposição a guerra sob controle, a custa de prisões e certo cerceamento de liberdades de imprensa, também a maioria das regiões é governada por autoridades pró-Kremlin, porém é possível que a situação interna se agrave (foto de protesto).

Um agravamento que é incomodo para o governo russo, são as disputas fronteiriças entre Armenia e Azerbaijão, e, também Tadjiquistão e Quirquistão e a própria Rússia tem uma disputa de território com a Georgia, além dos vários conflitos fronteiriços (Finlândia, Moldávia, etc.), na prática a Rússia gostaria de voltar a ser a grande federação soviética, mas o cenário já é outro.

A questão russa é que a OTAN se aproveite destes conflitos para ter novos aliados, além da expansão territorial que teve no pós-guerra, sendo esta a principal razão alegada para a guerra com a Ucrânia.

O cerco de Leningrado, hoje São Petersburgo, foi não permitir que os comboios russos chegassem até a cidade e havia um cartão de racionamento da comida, quando uma pessoa morria a primeira coisa que faziam era roubar-lhe o cartão, também se alguém transportava comida na cidade era roubada, a cidade tinha cerca de 3 milhões de habitantes e a única passagem para a Rússia era o lago Ladoga.

 Veio o inverno e o lago tornou-se congelado e possível de ser usado como rota, enquanto a situação do exército alemão é que enfrentava dificuldades de abastecimento e condições de suportar o frio.

A situação atual da Ucrânia é que há todo o outono para retomar as regiões do Dombass, e evitar a batalha do inverno, enquanto os russos querem sufocar a retomada, primeiro através de um referendo que garanta o apoio a anexação russa e depois com o envio de mais tropas.

Novas derrotas russas poderão agravar a questão nuclear e a própria Ucrânia pode sofrer com o frio se for obrigada a desligar sua usina Zaporijia.

Enquanto isto a Europa depende do gás russo para passar o inverno, já voltou a usar combustível fóssil e várias usinas nucleares foram desligadas em acordos feitos para evitar o uso de energia nuclear, estrategicamente nem a Otan nem a Rússia vão esperar o inverno para suas investigadas.

Há possibilidades de acordo de paz, mas falta uma pauta razoável para eles, a polarização minou as possibilidades.

 

O fosso entre ricos e pobres

23 set

Os mais variados estudos, comentamos alguns nos posts desta semana, apontam para uma separação entre ricos e pobres praticamente estável quando não crescente em alguns países, este modelo nunca poderá garantir um desenvolvimento humano social sustentável, as guerras e pandemias aumentam ainda mais este fosso.

O problema mais grave que é a miséria extrema, este já analisamos e postamos em fevereiro deste ano uma análise da pobreza global (gráfico ao lado), e também, em outro post o problema social pós covid 19.

A sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social humano, depende não apenas do aumento das riquezas e da produção social, é preciso encontrar o equilíbrio onde tanto a mobilidade social das classes como a mobilidade étnica dê sustentabilidade e supere as desigualdades.

O problema da sustentabilidade não é secundário, muitos modelos distribuem riquezas só que empobrecem o país como um todo, isto porque os aspectos de investimentos e estratégias mais seguras de modelos econômicos só são pensadas em torno da distribuição da renda, o contrário onde só há aumento sem distribuição é menos sustentável.

Serve para este modelo a parábola bíblica de Lázaro e o Rico, o pobre que vivia a margem e quando o rico se vê condenado, aqui a parábola vale tanto pessoalmente quanto socialmente, pede que seja concedido a ele avisar seus parentes deste risco, mas diz a bíblica os profetas já diziam e vocês não ouviram, quanta gente e ações políticas já denunciaram o grave fosso social.

Para quem não conhece diz a parábola bíblica (Lc 16,19-24): “Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’ “.

O homem rico vai pedir também que avise seus parentes e a leitura lembra que eles tiveram profetas e não ouviram.

 

Democracia e sustentabilidade social

22 set

A revista brasileira Exame trouxe uma interessante entrevista com o argentino Pablo Acosta, líder de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial no Brasil e do brasileiro Ildo Lautharte Junior economista de Prática Global de Educação, embora o enfoque seja o “capital humano”, os dados apresentados e a discussão em torno do crescimento e distribuição da renda é importante.

A análise é otimista em relação ao país, porém olhando os dados da prosperidade não compartilhada, e os dados devem ser validados e conferidos para uma análise mostra é aquilo que está em pauta na discussão social, a inclusão social de negros e indígenas.

Acosta não deixou de indicar as disparidades regionais e afirmou que “em particular, eu diria que as diferenças por grupos raciais é bastante notória, não somente nos níveis atuais, mas no progresso ao longo da última década”, conforme gráfico acima.

O gráfico indica o ICH (Índice de Capital Humano) e as entrevistas veem o subaproveitamento do potencial de desenvolvimento social humano, visto apenas pela perspectiva econômico, que só valoriza o aspecto deste “capital humano”, sendo notório o enfoque apenas econômico.

No aspecto da sustentabilidade democrática, é importante não só o desenvolvimento econômico e social, mas também a superação de desigualdades e preconceitos, eles são vetores que impedem uma maior mobilidade e concentram a riqueza e consequentemente o poder na mão de poucos.

Também não é tocado o aspecto da vulnerabilidade social de camadas abaixo da linha da pobreza, estes índices não só impedem estas camadas de algum progresso social, como também comprometem as gerações futuras quanto ao desenvolvimento humano, ou como querem os economistas, o “capital humano”.

A reportagem trás também o forte impacto da Pandemia na economia, chamada pelo brasileiro Lautharte de a década perdida, ele destaca: “O objetivo principal do relatório é colocar as pessoas no centro do debate. Trazer a criança para o centro do processo de desenvolvimento, em uma ideia de recomposição dos impactos da pandemia”.

Politicas afirmativas no pós-pandemia que acenem para uma retomada pouco ou nada estão sendo discutidas, ás vésperas de uma eleição no país, é preciso entender estes anos perdidos.

Referência:

Banco Mundial: por que o Brasil desperdiça 40% de seus talentos — e o que fazer para mudar o cenário | Exame

 

A democracia e os pobres

21 set

A grave crise democrática que atinge quase todos os países ocidentais e alguns orientais, tem uma vertente clara e decisiva: o esquecimento das camadas mais desprotegidas da população.

Os governos não foram capazes de resolver com eficácia o problema da distribuição de renda e onde as esperanças eram maiores os erros econômicos e os aliados equivocados entre poderosos contribuiu para uma desconfiança maior da população.

A política é movimentada pelo dinheiro, mesmo os limites de gastos encontram formas de serem burlados e para isto é preciso aliados entre os ricos, na maioria das vezes os mais desonestos e de acordo com a corrupção e o uso do dinheiro público, entra-se num círculo vicioso.

Com a divulgação mais ampla em  mídias (“redes”) sociais, a informação dirigida ideologicamente não funciona e em meio as fake News, vão aquelas notícias que todos sabem: os aliados entre os poderosos que alimentam a corrupção e mau uso dos recursos públicos.

O gigantismo do estado ajuda isto, ele controla os fluxos de capitais, claro quando bem administrado e quando não faz isto joga as nações em fossos de miséria e ausência de investimentos, muitos países estão neste caminho.

O que sobra para a política não é fazer uma justiça social bem elaborada, sem demagogia e com planejamento de longo prazo sustentável, sobre um populismo social que o próprio povo desconfia, e muitas vezes leva a opção por governos autoritários e ainda piores, ou então leva ao populismo social: promete o que não cumpre.

É preciso refletir para um voto consciente, sem uma sociedade justa e equilibrada não é possível uma democracia sustentável e saudável, somos levados a extremos perigosos e um futuro incerto.

É preciso repensar a sociedade democrática dentro de parâmetros de justiça social sustentável.

 

O inverno e a guerra

20 set

A Ucrânia anunciou uma contraofensiva na região do Oskil onde conquistaram pontos importantes e começa uma contraofensiva em Kherson prometendo chega até mesmo a região ocupada da Criméia.

Como o Russia poderá reagir e qual a importância desta retomada da Ucrânia? Antes de qualquer análise é preciso reconhecer que o colapso das forças russas na frente de Kharkiv são séria derrota e é pouco provável que Putin não reaja, o problema é qual é a reação.

As notícias de diversas fontes são que as tropas ucranianas fizeram importantes incursões na frente de Kharkiv, por exemplo, o Institute for War, com sede nos EUA, alo em torno de  2.500 quilômetros quadrados foram recuperados das forças russas.

As forças ucranianas empurraram a linha de frente de Kharkiv cerca de 70 km para o leste até o rio Oskil, conquistando vários pontos estratégicos importantes, em especial na região de  Izyum, onde os corpos estavam em falas comuns com marcas de torturas e na margem ocidental de Kupyansk.

O inverno está chegando, e a Rússia além de controlar fontes de energia, também a usinas nucleares que estão sobre seu domínio, pode cortar o gás e sufocar não só a Ucrânia, mas boa parte da Europa.

Porém o que preocupa mais é a reação da Rússia se as derrotas se prolongarem, o uso de armas nucleares estratégicas pode provocar uma reação em cadeia da OTAN e um cenário difícil pode se desenhar.

Entraremos no Outono da Europa, que corresponde ao nosso inverno no hemisfério sul, e as tensões tendem a se agravar.

É preciso que forças pacificadoras se mobilizem e evitem uma crise que possa levar a atitudes drásticas e a um horror ainda maior.

 

Fim da pandemia a vista

19 set

Esta foi a afirmação do diretor geral da OMS Tedros Adhanom no dia 14 de setembro, na quarta-feira passada, porém em seguida pediu que a pandemia siga sendo monitorada.

Também a consultora Sylvia Lemos da Sociedade Brasileira de Infectologista afirmou para a CNN: “É algo que alenta a perspectiva de que algo poderá estar finalizando o fim da pandemia, mas não significa que o mundo esteja livre de surpresas”, e também ela pede cautela afirmando que “dados mais sustentáveis ainda são necessários”.

Os protocolos são que em geral que o uso de máscaras é opcional, mas os cuidados de higiene e ventilação não são dispensáveis, também ambientes onde são imperativos o uso de máscara deve ser respeitado, pois ainda há ambientes sanitários como hospitais e locais de maior perigo.

Segundo a infectologista além do fato que toda infecção viral ser cíclica, também a última cepa deve ter perdido força e não ter novas variantes mais fortes, e é obvio que a vacinação ajudou.

O país registra os menores índices desde 2020, e a tendência de queda em mortes e casos permanece.

É preciso compreender como lembra a infectologista que a ação do vírus “não acaba” e que a ciência irá ditar as novas medidas a serem tomadas daqui para frente, tais como, se haverão as vacinações anuais e a prevenção de grupos de risco.

A menos que ocorram novos fatos, o acompanhamento semanal que fizemos da pandemia será mais esporádico.

 

Ser justo nas pequenas coisas

16 set

O dinheiro é na história e na vida apenas um símbolos das trocas e das mercadorias que devem circular socialmente para que todos tenham uma vida digna e justa, o trato com ele é algo que deveria ser tratado com o mesmo respeito que as pessoas socialmente merecem.

Uma pessoa justa é também justa nas pequenas coisas, a injustiça social não começa em grandes roubos, eles são um indicio de que aquelas pessoas fazem ou farão um dia injustiça sociais maiores.

A esfera pública está corrompida quando aqueles que determinam a justiça social: governantes, juízes e legisladores perderam a noção e os valores de que pequenos roubos e injustiças podem levar as grandes e tornar toda a sociedade corrompida, aí todos dirão isto é o normal.

Quanto estes valores começam a se tornar dúbios significa que moralmente a sociedade como um todo está envolta em corrupções, imoralidades e grande falta de ética, tudo o que é público começa a desmoronar e ali surgem aproveitadores e oportunistas que farão uso da corrupção pública.

A leitura bíblica (Lc 16,1-13) que fala de um administrador que vendo que ia ser demitido e começa a negociar com os devedores de um homem rico, e chama os devedores e começa diminuir as dívidas, assim não se trata de um administrador esperto, mas desonesto.

A parábola parece estranha se não foi lida até o fim, porque ao começar a relevar as dívidas para se salvar, ele revela seu verdadeiro caráter que era o de esbanjar os bens do patrão, diz a leitura nos versículos Lc 16,10-11: “Quem não é fiel nas pequenas coisas também não será nas grandes, e se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem ? “.

O verdadeiro bem não é outra coisa senão a vida plena, não apenas a vida eterna para quem crê, mas também uma vida terrena, difícil talvez, mas serena daqueles que não incluíram em sua vida cotidiana, nas “pequenas coisas”, o desvio, o roubo e a corrupção das coisas alheias ou dos bens públicos.

Os pequenos vícios levam aos grandes, e não podem levar a uma vida plena, mas cada vez mais atribulada, mais cobiças e descontroles de consumo e da própria vida, é o mal administrador que esbanjava os bens do homem rico, ou seja, jogamos as verdadeiras riquezas da vida fora por causa de cobiça e consumismo.