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Arquivo para a ‘Real’ Categoria

As 5 primeiras imagens do Observatório James Webb

13 jul

Chegaram as primeiras imagens coloridas do James Webb, de fato são incríveis e também as ferramentas disponíveis para os usuários, além é claro de todos os recursos internos dele.

Um alvo histórico era o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, está na constelação de Pegasus, como diz o nome são cinco galáxias, quatro das quais fazem uma dança entre elas e duas estão bem próximas.

O nascimento no chamado Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda resultado de oito explosões de um antigo sol agora reduzido a uma anã branca.

Um autêntico “berçário” de estrela, os pontos brancos dentro de uma enorme “montanha mística” feita por elementos que “alimentam” a formação de estrela, a chamada nebulosa Carina.

As outras imagens igualmente espetaculares foram o primeiro exoplaneta gigante, mais ou menos metade do tamanho de Júpiter, de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que foi mostrado com uso dos recursos internos o espectro de elementos presentes nele, isto é, se tem água e outros elementos químicos que o compõe.

E por fim uma quinta imagem foi mostrada do aglomerado de galáxias, SMACS 0723, que funciona como se fosse uma lupa cósmica para enxergar e ver como são outras galáxias e está é só a primeira.

O uso de uma ferramenta de zoom disponível permite que você escolha o alvo (escolha acima o quadro JWST e aparece a opção das 5 imagens) e faça o passeio viajando milhões de anos-luz e tendo uma experiência parecida aos cientistas. 

 

Guerra nas estrelas e as primeiras imagens do James Webb

12 jul

A Rússia está desenvolvendo uma estação orbital capaz de destruir satélites em órbita, é uma referencia clara ao StarLink de Elon Musk e outros satélites que transmitem sinais e imagens-alvo no solo.

Em novembro do ano passado a Rússia testou com sucesso, a destruição de seu próprio aparelho espacial inoperante “Tselina-D” que estava em orbita desde 1982, o míssil foi lançado do solo.

De acordo com o general David Thompson, vice-líder de operações da Força Espacial dos EUA, em declaração ao Washington Post, os satélites americanos sofrem ataques da China e da Rússia “todos os dias”, assim a guerra já extrapola o planeta, enquanto as guerras em solo se prolongam.

Por outro lado, hoje é dia das primeiras fotos observadas pelo telescópio James Webb, às 11 horas do Brasil, uma delas será a nebulosa Carina (foto feita pelo Hubble acima), localizada a 7.600 anos-luz, onde o objetivo e entender o nascimento dos sóis, que nesta nebulosa são imensos e em quantidade.

De um lado o nascimento e de outro a morte de estrelas, outra imagem do James Webb será a da nebulosa do Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda e está a cerca de 2.000 anos-luz da Terra.

Um terceiro alvo é histórico, é o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, um período ainda com telescópios limitados e que se encontra na constelação de Pegasus.

Usando uma técnica especial de espectroscopia, que permite ver a composição química de um objeto distante, um planeta gigante chamado de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que está a 1.150 anos-luz do nosso planeta.

O quinto alvo, não necessariamente nesta ordem, será a utilização de um aglomerado de galáxias, o SMACS 0713, que funciona como se fosse uma lupa cósmica e permite enxergar outras galáxias atrás, e que será para os astrônomos a experiência mais fantástica.

De um lado aprisionados e em guerra em nosso minúsculo planeta com ameaças de guerra, e outro um olhar para o infinito que deveria nos fazer abrir a mente e a alma para um futuro promissor. 

 

Covid em alta e novas variantes

11 jul

A Covid 19 continua em alta no país sob o olhar despreocupado das autoridades, são raros os ambientes onde os protocolos são respeitados, e os números de novas variantes já apareceu.

Segundo estudo da Fiocruz as novas subvariantes BA.4 e BA.5 que eram cerca de 8% em maio subiram para um percentual de 25% em junho, porém não é apontado a questão de letalidade, porém a transmissibilidade é tão alta como as variantes anteriores.

A única citação que encontrei na área médica foi do imunologista do Centro de Inovação biomédica da Pioneira Universidade de Pequim, na China, que afirma que estas variantes são “certamente” é mais infecciosa em comparação as com as anteriores, mas é preciso mais estudos.

O cenário é semelhante em toda América do Norte e Europa e isto indica que as duas novas subvariantes devem se tornar dominantes no país, também a eficácia vacinal não é clara.

O que tem ajudado no Brasil é um inverno menos rigoroso, o que não piora as síndromes respiratórias, porém é prevista uma nova massa polar para o meio do mês e início de agosto.

No plano internacional, os especialistas mostram-se preocupados, porém enfatizam que as vacinas e os reforços não são completamente ineficazes, Dan Barouch, imunologista da Faculdade de Medicina de Harvard, afirmou em Boston: “A imunidade das vacinas atuais ainda deve fornecer proteção robusta contra doenças graves, hospitalização e morte”, é tranquilizadora.

Uma notícia ainda mais animadora foi publicada pelo National Geographic que além de noticiar que os fabricantes de vacinas conversam sobre uma vacina específica contra a Òmicron e segundo Stephen Zeichner, especialista em doenças infecciosas do Centro Médico da Universidade da Virgínia: “Está bem claro que o vírus continua evoluindo e, no futuro, existe a necessidade de uma vacina universal contra a covid 19 ou mesmo uma vacina universal contra os coronavírus”.

Até que tenhamos esta segurança, inclusive contra novas variantes, é importante manter os cuidados.

 

Consciência, verdade e clareira

08 jul

Pode-se classificar consciência de diversas maneiras, porém ela distante do todo ao qual pertence o ente (identificado como realidade material na modernidade) ela esquece o ser, assim permanece oculto o que de fato é consciência e fica mais próxima da senticiência a qual se referem as a inteligência artificial e que poderia ser chamada de consciência maquínica.

A clareira que emerge do ser, já foi postado neste blog aqui, é aquela que está contida no contexto de um todo, e dela emerge o ser, e esta crítica pode ser estendida a toda modernidade, onde há uma fragmentação e tudo se refere a parte, muitas vezes até oposta ao todo ao qual pertence o ente, e dele emerge a questão do ser, conforme pretendia Heidegger.

Este todo é também reivindicado por Edgar Morin, que completa no dia de hoje 101 anos, e junto do Lima de Freitas e Barsarab Nicolescu escreverem na “Carta da Transdisciplinaridade” de Arrábida (1994) como “a ruptura contemporânea entre um saber cada vez mais acumulativo e um ser interior cada vez mais empobrecido leva a ascensão de um novo obscurantismo, cujas consequências sobre o plano individual e social são incalculáveis” (Arrábida, 1994).

Este tipo de consciência formal leva também uma noção não só de saber, mas também de cultura e até de religião a um desvio longe da clareira do Ser e sujeito a regras e preceitos formais, de Lei e saber em uma lógica aparentemente rigorosa, mas desumana e que oculta o Ser.

Na cultura significa limitar a concepção a um tipo particular de cultura, de uma única cosmovisão, que é válida, mas que não pode ser imposta a outras visões de mundo em especial, às originárias.

Aos cristãos a passagem bíblica que esclarece esta falsa consciência é a que Jesus é questionado por um mestre da Lei, especialistas em consciência formal, pergunta ao mestre o que precisa fazer para conquistar o reino divino, e Jesus diz numa linguagem moderna respeita o Outro e admite o Ser Divino por excelência, aquele que está é o Todo em uma cosmovisão monoteísta (Deus).

Porém a parábola do Bom Samaritano é dita logo em seguida e torna clara a consciência formal, diz a parábola que um homem foi assaltado e maltratado por assaltando e ficou a beira do caminho, passou um sacerdote e um levita (tribo de onde saiam religiosos daquele tempo) e se desviaram do problema, passou um samaritano (que era um povo sem religião e que não gostava dos judeus) e ofereceu ajuda, colocou óleo e vinho nas feridas, colocou em seu animal e levou-o a uma pensão pagando sua estadia e caso se prolongasse pagaria na volta.

Somente o samaritano teve uma atitude de consciência verdadeira com o homem, então Jesus disse aos que perguntavam como conquistar o reino divino “Vai e faze a mesma coisa” (Mt 10,37).

 

As pontes de Konigsberg e o paradoxo da guerra

05 jul

A cidade Königsberg (hoje Kaliningrado da Rússia) era uma cidade alemã da Prússia Oriental, depois da segunda guerra mundial perdeu a posse para a Rússia, que enviou colonos para lá, tinha antes da guerra 7 pontes e os habitantes se perguntavam se era possível fazer um passeio passando por todas pontes, passando uma única vez por todas elas.

O problema foi resolvido por Euler (que era suíço) construindo um modelo matemático que foi mais tarde chamado de grafo, onde nós e arestas se conectam, e que hoje é importante para pensar os modelos das Redes Sociais (que são as relações entre nós e que não são necessariamente feitos por mídias), e o fato de se voltar por um mesmo nó indica uma relação “social” de dupla direção, em certo sentido, de reciprocidade.

Euler provou que não era possível fazer o passeio sem passar duas vezes por uma mesma ponte, e no desenho do grafo você pode tentar fazer este exercício e perceber que de fato esta é a resposta.

A região hoje pertencente a Rússia é uma base militar fora da união soviética, já que Lituânia e Polônia estão no caminho, e a Bielorrússia embora seja aliada bélica da Rússia neste momento, embora muito próxima de Kaliningrado não tem uma passagem direta.

O problema da guerra se agravou quando a Rússia fez testes simulados com mísseis com capacidade nuclear em 4 de maio de 2022, e a Lituânia recentemente impediu que os trens que atravessam o país vindo da Rússia passem em seu território, confiscando os bens.

Assim as pontes que antes foram destruídas para passagem de armas militares na 2ª. Guerra mundial, agora se rompem num perigoso cenário onde relações sociais rompidas criam um novo paradoxo, pois Kaliningrado é na prática o ponto nuclear mais ao sul e próximo de países como a Alemanha, Reino Unido e França, e possui um arsenal nuclear considerável naquele “oblast” (espécie de estado, porém um exclave).

Recentemente, um ex-general e hoje deputado russo Andrey Gurulyov afirmou que o primeiro alvo numa provável 3ª. Guerra, seria Londres e que o conflito global surgiu a partir do bloqueio de Kaliningrado.

Faltam pontes e erguem-se muros, especialistas dizem que a guerra é improvável, tomara que seja, o maior paradoxo de uma guerra mundial hoje será a perda de uma perspectiva civilizatória

 

Em tempos de crise: onde está a clareira

01 jul

O homem sonha com a viagem a “vizinhança” da Terra que é a ida de homem a Marte, James Webb entrará em operação em julho olhando para os confins do universo, porém a realidade mais próxima dentro do planeta é o anuncio de uma provável recessão, mesmo que a guerra cesse.

Então o que acontece diante de nossos olhos, como é possível encontrar a clareira neste meio?

Nas conclusões da reunião do Fórum Mundial realizado em maio em Davos, disse Jane Fraser, CEO do Citigroup, um dos maiores bancos do mundo: “A Europa está bem no meio das tempestades” e ao contrário do que se imaginava, ainda que a Rússia enfrente problemas, a recessão será mundial.

Muito antes da crise atual Edgar Morin e Patrick Viveret escreveram “Como viver em tempo de crise ?”, a resposta estava em buscar mais solidariedade e compreensão parecia não antever uma pandemia e uma guerra, também Peter Sloterdijk ao escrever Se a Europa Despertar, olhava para a Europa dilacerada do pós-guerra de 1945 como uma metáfora da modernidade, ainda que previa uma derrapada violenta da política americana, porém talvez também não imaginasse uma guerra.

A resposta de todos que vão na manada ou no enxame (termo usado por Byung-Chul Han) para os comportamentos midiáticos de nosso tempo, seria vamos a guerra também, enfim as armas, pode parecer óbvio, mas não para aqueles que procuram a razão ex-sistencial de nossa vivência.

Não há fuga da realidade, muito menos alienação, é justamente seu oposto, encontrar dentro do real a verdade daquilo que é o Ser, seu designo e realização, dentro do hoje, único contato com o tempo eterno, já que o ontem não existe mais e o futuro é agora ainda mais incerto, não o Ser.

Onde estaria uma ascese com espiritualidade, onde olharíamos para o nosso passo planetário, e como olharíamos para o infinito através do olho do telescópio James Webb, com um olhar cético, de possibilidades de fuga ou como quão grande (e misterioso) o universo se revela diante da faísca terrena?

Tempos de refúgios, mas ainda mais especialmente de refúgios da alma, dentro daquilo que é o mais essencial do Ser, ao qual as filosofias, ideologias e mesmo a maioria das religiões não respondem, parecem todos dizer a mesmice do salve-se quem puder, tudo é permitido e guerra.

Quem são os seres mais próximos a sua volta? Onde está seu coração e sua alma diante de ameaças tão reais? Um sentimento de proteção ou abandono? enfim onde está a clareira ?

Não respondemos senão diante da “verdade”, aquela dita ao espelho e não às plateias e lives, só respondem aqueles que encontram a essência do Ser, cada vez há menos fugas possíveis.

Aos que creem é preciso responder a pergunta de Jesus aos seus discípulos mais próximos, aos que viviam ao lado dele e dividiam tudo, a comida, as preocupações e andanças, “quem dizem os homens que eu sou?” e foi Pedro que respondeu Mt 16,16: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”, e Jesus lhe promete as “chaves” do céu, não só como o eterno, mas também “a verdade”.

Popularmente no Brasil comemoramos São João e Santo Antônio com Festas, Pedro nem tanto.

 

Inverno pode ser terrível para a guerra

28 jun

Em videoconferência com o G7 nesta segunda-feira (27/06) o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pediu que a guerra cesse até o inverno, sempre um período mais duro para tropas e para regiões em guerra, isto indica duas preocupações: uma intensificação das batalhas no outono (no hemisfério sul é a primavera, de setembro a novembro) e possíveis dificuldades de fornecimento de gás e dos alimentos no período.

Do lado russo o corte no fornecimento de gás, que tem um sacrifício financeiro evidente, pode significar um colapso nos sistemas de aquecimento, uso doméstico e industrial na região.

A reunião do G7 começou domingo (26/06) com os países: EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá, França e Japão, e a videoconferência foi realizada na 2ª. Feira (27/06), o presidente também denunciou o ataque russo a um shopping lotado na região de Cremenchuk, com mais de mil pessoas.

As batalhas seguem duras na região de Dombass embora haja avanço russo, o custo em tropas, armamentos e moral tem sido elevada para ambos lados, enfim é um ódio crescente e uma possibilidade de paz cada vez mais distante.

Num esforço político, o presidente da Rússia fará a primeira viagem ao exterior visitando dois ex-estados soviéticos: o Turcomenistão e o Tadjiquistão, e depois ainda se encontrará com o presidente indonésio Joko Widodo, não há declarações sobre o assunto das conversas, porém com certeza trata-se de assuntos geopolíticos (veja o mapa).

Porém por trás desta viagem há um objetivo mais preocupante, a preocupação de Putin com as fronteiras, neste caso com os países da Ásia, indica tanto o saudosismo da antiga União Soviética como uma preocupação bélica de longo prazo, isto tem um contorno sombrio para o futuro da humanidade.

É claro que não há um belicismo de um único lado, também a resposta da OTAN tem sido dura como a entrega oficial de pedido da Suécia e da Finlândia de entrada na OTAN, também a Moldávia prepara sua entrada, enquanto a Ucrânia vive a espera de uma entrada tardia.

O cenário é extremamente preocupante para o outono no leste europeu, que é a primavera no hemisfério sul, uma preocupação crescente com o abastecimento de alimentos e de petróleo agita todo o mundo, porém o pesadelo maior é a própria guerra e seus contornos.

Poucas e heroicas vozes (veja o post de 21/06) se unem pela paz, a preocupação com a polarização é agora mundial.

 

A alta da Covid 19 permanece

20 jun

Não há grande consenso entre os especialistas sobre o atual aumento do número de internações, assim como alguns apontam que as estatísticas podem ser mais altas do que aquelas que aparecem nas pesquisas, quer pela omissão de dados em alguns estados quer por casos assintomáticos que não entram nas estatísticas ou são tratados em casa, sem estatísticas.

As diversas ondas tiveram acertos e falhas, se espera agora uma cautela maior das autoridades.

O infectologista Júlio Croda da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que um fator foi a flexibilização em relação às medidas de proteção e outro foi o efeito sazonal de outono e inverno, que agora apenas estamos ingressando, assim concluímos deve-se prolongar até agosto.

Sobre a subnotificação, a infectologista Rosana Richtmann do Hospital Emílio Ribas de São Paulo, afirmou que o autoteste em farmácias ajudou em termos de facilidade de detectar-se o Covid, mas aumentou a subnotificação, com isso o número de casos, que é importante para o controle da pandemia, fica limitado e pode levar a medidas pouco satisfatórias de contenção do contágio.

Mesmo se considerando tudo isto, a 4ª. onda segue avançando e pelo nono dia consecutivo registra alta, entretanto as internações e mortes devem ser claramente notificadas e muitos órgãos de saúde as omitem, em especial os órgãos públicos que tem responsabilidade de divulgar.

Uma nova cepa XQ vem sendo monitorada no país desde março, casos isolados já foram detectados em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, no Rio Grande do Sul já foram identificados a transmissão local em diferentes cidades, até o início de junho eram 25 casos lá.

Também no exterior já existem casos no Reino Unido, Alemanha e Itália, a cepa XQ é uma combinação das variantes BA.1 e BA.2 é mais infecciosa (cerca de 10%), mas não há resultados conclusivos de sua letalidade.

Não é preciso ser especialista para saber que enquanto não houver medidas preventivas sérias e aplicadas com rigor, o vírus continua a circular e tanto o contágio como novas variantes continuarão, espera-se atitudes mais incisivas dos órgãos de controle sanitário.

 

O ser e a ação

15 jun

Ser não é inatividade, porque é o ser que determina sua ação, porém o puro projeto sobre a ação esvazia o ser, é o ativismo ou a “vita activa”, aquele que Husserl, Heidegger, Hannah Arendt, e mais recentemente Byung Chul Han questionam sobre a ausência de vita contemplativa, o interior.

Não se trata de subjetividade, porque é justamente a separação entre o ser objetivo e subjetivo o primeiro grande impulso para o esvaziamento do ser, não se trata também do ser social, ele é o que está projetado na consciência do homem, na intenção que se dirige ao objeto, à vida exterior.

A vita activa foi assim expressa por Hanna Arendt: “A expressão vita activa, compreendendo todas as atividades humanas e definida do ponto de vista da absoluta quietude da contemplação, corresponde, portanto, mais à askholia grega (ocupação, desassossego) com a qual Aristóteles [define] toda atividade, que ao bio politikos dos gregos. A expressão vita activa é perpassada e sobrecarregada de tradição. É tão velha quanto nossa tradição de pensamento político, mas não mais velha que ela. A própria expressão que, na filosofia medieval, é a tradução consagrada do bios politikos de Aristóteles, já ocorre em Agostinho onde, como vita negotiosa ou actuosa, reflete ainda o seu significado original: uma vida dedicada aos assuntos públicos e políticos” (Arendt, 2007, p.23), nesta explicação de Arendt está também uma completa tradução do animal político.

O que é a ação para Arendt, não é aquela do ativismo ou voluntarismo, mas a que ocorre “entre” os homens, depende da intersubjetividade (a relação de interioridades), dita por ela assim: “or fim, o último dos elementos da vita activa abordado por Arendt é a ação. A ação é o elemento da interpessoalidade e o ambiente da intersubjetividade, ou seja, ocorre entre os homens. Logo, em razão de ser desenvolvida entre pessoas, a ação é observada de forma destacada do labor e do trabalho, tais elementos não influenciam na mesma.

Então o que considera a condição humana da ação é a pluralidade, diz textualmente: “Considerando que a ação é uma atividade dos homens livres na esfera pública, ela é uma expressão da pluralidade humana. A sua concretização depende da convivência entre indivíduos diferentes. Todavia, visto que a ação exige uma diversidade interativa, ela particulariza os homens. Ela promove a aparição de individualidades e possibilita a construção de identidades. Ora, o homem jamais poderá manifestar a sua singularidade no isolamento. Ninguém mostra o que é na esfera pessoal da intimidade. Somente quando está com os outros o homem pode revelar o que é” (ARENDT, 2007, p.189).

Mas Hannah Arendt considera a modernidade em crise somente a partir do início do totalitarismo e os eventos das duas guerras mundiais, e ao nosso ver o problema surge já no pensamento racionalista/idealista.

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

 

Novo polo de tensão: Taiwan

14 jun

Em meio a guerra na Ucrânia, a batalha de Severodonesk segue com avanço russo, que promete maior proteção a república separatista do Donbass, sem perspectivas de acordo, um novo polo de tensão mundial envolvendo o Ocidente e as republicas socialista se encaminha para a Taiwan.

Cada vez está mais próximo a tentativa de tensão entre a República Popular da China, que é Continental e a Taiwan que está na Ilha de Formosa, que se separou da China desde a derrota de Chiang Kai Shek pelos partidários socialistas de Moa Tse Tung.

Entendamos a história, fundada em 1912, a República da China agrangia grande parte da China Continental e da Mongólia, no fim da segunda guerra mundial com a rendição do Japão, o país anexou as ilhas de Formosa e Penghu (pescadores) a sua jurisdição, quando o Kuomintang (KMT) perdeu a guerra para o partido comunista liderado por Mao Tsé Rung em 1948, o governo de Chiang Kai-Shek se refugiou em Taipé, capital da Ilha Formosa e fundou a República em Taiwan.

A china nunca aceitou esta separação, mas os partidos políticos e políticos de Taiwan, como os ex-presidentes Lee Teng-hui e Chen Shui-bian consideraram que não havia necessidade de uma declaração formal de independência, entretanto isto ficou polêmico diante de países da ONU.

A resolução da ONU 2758  de 1971 expulsou a República da China (Taiwan) e deu o assento para a República Popular da China que perdeu sua participação em todas organizações intergovernamentais relacionadas às Nações Unidas, como como o Tribunal Internacional de Justiça, onde direitos internacionais são discutidos.

Mas a votação da resolução não foi unânime (foto) e muitos países querem reconhecer a República da China, que mantém sua independência, sendo um dos quatro tigres asiáticos com uma econômica forte em especial, na parte de componentes da microeletrônica.

A tensão é enorme e a ideia que a Republica Popular da China vai atacar Taiwan é quase certa.