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A redução do meio divino ao humano
Pode-se negar a existência de Deus, o argumento da evidência é ingênuo, não sendo nem lógico como queriam alguns racionalistas modernos, nem humano como queriam alguns idealistas alemães e nem ontológico como apresentado por Santo Anselmo.
Há uma verdade que vem de Sócrates que diz que ela não está com os homens, mas entre os homens, isto significa que é ontológica e complexa ao mesmo tempo, e não se pode negar a existência histórica de Jesus, quer seja por seu nascimento histórico num período em que o senso foi obrigatório, por isto nasceu em Belém, e o registro de sua morte e crucificação que é contada por historiadores da época, incluindo Josefo e pela historiografia judaica.
Porém o que Nietzsche, nascido numa família de religiosos luteranos enxergou além do seu tempo, é uma evidencia filosófica e histórica da morte de Deus, através de sua epifania humana através da figura histórica de Jesus, ao menos para a cristandade, enquanto Deus pode ser pensado em inúmeras escatologias presentes em quase todas as culturas para não ser exaustivo, pois mesmo os povos ditos bárbaros, tinham alguma forma de divindade.
Porém o grito do louco de Nietzsche é a constatação da construção da filosofia idealista e positivista que desejou assumir como discurso único sobre a realidade, Tomás de Aquino e outros medievais eram realistas como corrente filosófica, tem agora um ocaso obscuro.
Desta filosofia isolacionista, individualista e separatista do mundo decorrem três formas de heresias coletivas: um Deus meramente humano, um Deus meramente divino e uma total ausência da terceira pessoa divina: o Espírito Santo, para o qual não há perdão.
Este pecado não é a mera negação de Deus, mas sua negação concreta a negação do Outro.
Teilhard Chardin diz sobre a inclusão do Outro que este é o “meio divino”, a mística típica do nosso tempo, que também pode ser expressa como “onde dois ou mais estão em meu nome” (Mt 18:20), que é um texto subsequente a pergunta “e vós, quem dizeis que eu sou” (Mt 16:15), do qual seguem várias passagens da relação com o Mundo e com Deus.
Pode-se dizer que há duas reduções: ao meramente humano e ao meramente divino, porém a principal redução é a ignorância de uma terceira redução que é a da ação do Espírito Santo.
Na redução do divino, Jesus nos milagres quase sempre pedia descrição ou fazia alusão a fé do curado, do agraciado ou apenas da maravilha do contato como o cego Bartimeu, a profetiza Ana, Simeão, os paralíticos, leprosos ou a mulher a quem dirige a palavra.
A verdadeira escatologia não vê apenas princípio ou fim, mas ambos em relação ao cotidiano da vida humana, Teilhard Chardin faz reflexão no livro O meio divino (1957): “a tensão lentamente acumulada entre a Humanidade e Deus atingirá os limites fixados pelas possibilidades do Mundo, e então será o fim … que devemos esperar não como uma catástrofe mas como uma ´saída´ para o mundo para a qual devemos colaborar com todas as nossas forças cristãs sem receio do mundo, porque os seus encantamentos já não poderiam prejudicar aqueles para quem ele se tornou, para além dele mesmo, o Corpo d´Aquele que é o d´Aquele que vem”
Assim como o evangelista Lucas (Lc 9,20), Mateus também repete a pergunta de Jesus aos discípulos Mt 16,15: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.
CHARDIN, T. O meio Divino: Ensaio de vida interior. Lisboa: 1957.
A Monotização do mundo
Assim começa o texto de Stefan Zweig sobre a sua impressão do mundo contemporâneo: “Tudo está se tornando mais uniforme em suas manifestações externas, tudo nivelado em um esquema cultural uniforme. Os hábitos característicos dos povos individuais estão sendo desgastados, a vestimenta nativa dando lugar aos uniformes, os costumes tornando-se internacionais. Os países parecem cada vez mais ter deslizado simultaneamente uns para os outros; a atividade e vitalidade das pessoas segue um esquema único; cidades crescem cada vez mais parecidas na aparência.” (Zweig, 1925)
Com esta citação também começo o folheto de apresentação com o Dr. Jônatas Manzolli, professor de Artes da Unicamp, no nosso trabalho conjunto: “Transmediatic architecture of th Ode To Christus Hypercubus”, que é apresentada sexta-feira (16/11) no Palácio de Ceia em Lisboa, conta com a pianista Dra. Helena Marinho e a solista Beatriz Maia, ambas da Universidade do Aveiro.
Este pequeno relato pretende apresentar além da ode, o Trabalho fotográfico e a animação que relacionam música, imagens e um holograma em dimensões 3D com um imaginário espaço hipercubo que extrapola esta dimensão, inspirados na obra de Salvador Dali: Christus Hypercubus.
É por isso inspirada no Manifesto Místico de Salvador Dali de 1950 é uma fase decisiva e que muda a própria concepção de Salvador Dali, pode-se dizer para um pós-surrealismo, no qual a influência mística unida a nova concepção quântica do Universo, emergente e já muito influente em seu tempo, as obras Galateia de Esferas (1952) (foto), a desintegração da Persistência da Memória (1954), A última Ceia (1955), a Descoberta da América (1958-59) são obras desta fase.
O evento Artefacto 2018, ocorre em Lisboa no palácio de Ceia, nos dias 16 e 17 de novembro, com diversos outros trabalhos que podem ser encontrados no site do evento.
ZWEIG, Stefan “The Monotonization of the World” Disp. em: germanhistoryDocs.gh.dc.org, 1925.
Simplicidade e profundidade: problemas modernos
Aprendi na infância com a simplicidade de meu pai que pode haver sabedoria e pensamento profundo onde não há cultura erudita, a razão é muito simples, algumas pessoas ficaram imunes a contaminação dos argumentos racionalistas, iluministas e idealistas.
Isto porque muita coisa no senso comum tem presente estes raciocínios, por exemplo, a visão mecanicista da relação causa e efeito, não vale mais com a física quântica, os argumentos muito usados como autoajuda contemporânea é contestado pelo poeta Fernando Pessoa: “querer não é poder”, pelo simples fato que existe o Outro, mas no argumento do poeta: “Quem pôde, quis antes de poder [para] só depois de poder”, mas conclui: “quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer”, poderia acrescentar à mansidão do post anterior.
Quanto a profundidade, não é pensador ou filósofo quem lê pensadores ou filosofia, mas quem aprendeu com treino de audição e leitura também, a meditar, pensar em contemplação, quase impossíveis em tempos ruidosos e ansiosos.
Pode pensar quando se tem tempo para isto, quando consegue sentir o Aroma do Tempo, diz no livro com este nome Byung-Chul Han: “o aroma não é de uma eternidade atemporal”, mas de estratégia de duração, diríamos de dilatação do tempo pela contemplação e aquietação do Ser, tão necessários a vida moderna.
Isto pode parecer por demais dispendioso, usar o tempo para em não “gastá-lo” em não “utilizá-lo”, é sim usar também o tempo de modo não consumista ou utilitarismo, como tempo do Ser.
E as pessoas simples, porque aprenderam na sua simplicidade a apreciar uma paisagem, uma flor ou mesmo uma boa música ou um belo quadro, na realidade estão educados a “ser”.
Lembro de meu pai na infância dizendo: “é melhor acender uma vela que amaldiçoar a escuridão”, parecia então provinciano e demasiado simplista, mas era pura sabedoria: a clareira.
Em termos bíblicos é minha interpretação hermenêutica dos “pobres de espírito”, num sentido que deixam passar fatos claramente e sem sentido e mergulham nos essenciais.
Disse o multifacetado artista Leonardo da Vinci: “A simplicidade é o último grau de sofisticação.”
O tempo do ser
Há um tempo do ser e um do não ser, reclama-se hoje da aceleração, mas o diagnóstico de Chul-Han em A sociedade do Cansaço não é tão distante daquele feito por Santo Agostinho 14 séculos atrás: “O que é o tempo? Como são o passado e o futuro, uma vez que o passado já não é e o futuro ainda não é?” e o presente? Mal dizemos “agora” e já caiu no passado”, isto num tempo em que nem a tecnologia da imprensa existia, o que muda hoje então ?
O direito ao esquecimento sancionado pela corte da União Europeia em 13 maio de 2014 dá o diagnóstico de uma “doença” moderna: a híper conectividade, na gíria brasileira: estar na “pilha”.
O auxílio de máquinas que nos deveria dar tempos de repouso ao transmitir parte de nosso trabalho a elas, e a poder executar tarefas longas mais rápido deveria nos dar descanso, mas não sabemos mais ter o período de contemplação e lazer, parece ser “um tempo perdido”.
Culpamos esta aceleração pela máquina do eficientismos, a concentração de capital, e outros fenômenos que são anteriores a internet, há inúmeros autores do século passado que tocam o assunto como a Paulicéia Desvairada, um conhecido romance de Mário de Andrade de 1922, o quadro d de Salvador Dali nos dá uma ideia sobre a “persistência da memória” ou os primeiros estudos da explosão da informação que fizeram Vannevar Bush pensar na máquina Memex na década de 40,
A mesmice do Mesmo que nunca é Outro, não é devido a tecnologia e sim ao não-futuro.
Diz Mário de Andrade sobre o ser artista, em seu poema dedicado a este:
O meu desejo é ser pintor – Lionardo.
cujo ideal em piedades te acrisola;
fazendo abrir-se ao mundo a ampla corola
do sonho ilustre que em meu peito aguardo.
Meu anseio é, trazendo ao fundo pardo da vida.
a cor da veneziana escola, dar tons de rosa e de ouro, por esmola.
a quanto houver de penedia ou cardo.
Quando encontrar o manancial das tintas
e os pincéis exaltados com que pintas,
Veronese! teus quadros e teus frisos.
irei morar onde as Desgraças moram;
e viverei de colorir sorrisos
nos lábios dos que imprecam ou que choram !
Talvez seja um tempo duro para fazer poesia, ou para contemplar, porém não podemos deixar o Ser morrer por causa de um Tempo cuja fragilidade do Ser sempre se esvai.
E vós quem dizeis que eu sou
As verdades dos fatos só revelam na verdade dos atos, é assim para a vida cotidiana, é assim para a política e para os discursos, se vivemos na pós-verdade, ela tem o limite dos atos.
Gostamos no dia a dia de criar narrativas mais favoráveis a nossa conveniência e ao nosso ideário, mas quase sempre o desvelar existe além da linguagem e do discurso.
A criação de uma inteligência lógica, em camadas mais profundas chamadas agora de Deep Mind ou Deep Learning, não é senão a resposta artificial ao mundo virtual, parte do real junto ao atual, a uma lógica consistente com a ação, enquanto na humana sempre haverá alguma dislexia.
A plena consciência está ligada a plena dialogia, onde os discursos podem interpenetrar no circulo hermenêutico, a diferença com a inteligência artificial é que a máquina aprende com humanos, mas lhe será difícil de escapar da lógica formal, enquanto a humana é ontológica.
Isto significa que estamos na era do Ser, manifestação mais profunda do que somos, e ao contrário do que supõe o discurso anti-tecnologia, é justamente ela que pode ajudar o discurso humano nos aspectos essenciais da lógica, que as vezes falseamos para ter razão.
Historicamente a tecnologia não está deslocada das necessidades humanas, é muitas vezes a má adaptação ou uso da relação humana com a tecnologia que causa alguns transtornos e má compreensão do seu verdadeiro papel, que é o de auxiliar o ofício, a arte e a técnica, diz a origem grega da palavra techné.
Na passagem bíblica que Jesus testa seus apóstolos ele pergunta: “e vós quem dizeis que eu sou” (Mt, 16,15) , para uns foi um grande profeta, para outros um retorno de Elias ou até de Moisés, e só para alguns era o Messias, ou seja, a sabedoria Divina entre nós.
O uso condenável da mensagem evangélica em política, não é pelo fato que devam ser fora dos interesses do bem comum e da sociedade em geral, mas é a possibilidade de instrumentalizar e usar a favor de determinado discurso, nem sempre coerente ao evangelho.
Revolucionário método para vídeos
Os pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon desenvolveram um método que sem a intervenção humana, modificam um conteúdo de um vídeo, de um estilo para outro.
O método é baseado num tratamento de dados conhecido como Recycle-GAN que pode transformar grandes quantidades de vídeo tornando-os úteis para filmes ou documentários.
O novo sistema pode ser usado por exemplo para colorir filmes originalmente em preto-e-branco, alguns já feitos como o que mostramos no vídeo abaixo, mas as técnicas eram dispendiosas e necessitavam de grande esforço humano em horas de trabalho.
O processo surgiu de experiências em realidade virtual, que além das tentativas de criar “mudanças profundas” (alterar objetos ou distorcer conteúdos, podiam aparecer uma pessoa inserida numa imagem, sem que houvesse permissão para isto, nas cenas cotidianas quase sempre acontece isto e muita gente não aceita.
“Eu acho que há muitas histórias para serem contadas”, disse Aayush Bansal, um estudante de Ph.D. do Instituto de Robótica da CMU, dizendo de uma produção cinematográfica que foi a principal motivação para ajudar a conceber o método, explicou, permitindo que os filmes fossem produzidos de forma mais rápida e barata, e acrescentou: “é uma ferramenta para o artista que lhes dá um modelo inicial que eles podem melhorar”, conforme o site da CMU.
Mais informações sobre o método e vídeos podem ser encontradas em Recycle-Gan website.
Então o caminho é o método
Além da verdade histórica, oposta a hermenêutica (Shcleimacher) e do historicismo românticos (Dilthey), Gadamer trata a questão da verdade ligada tanto a religião quanto a arte, uma antecipação transdisciplinar, e quem sabe talvez seu “método” (veja nosso post anterior a questão de Ricoeur), dito desta forma:
“Uma sociedade culta que se afastou de suas tradições religiosas espera mais da arte da consciência estética e do ‘ponto de vista da arte’ do que podem produzir. O desejo romântico por uma nova mitologia … dá ao artista e à sua tarefa no mundo a consciência de uma nova consagração. Ele é algo como um “salvador secular”, pois espera-se que suas criações alcancem em pequena escala a propiciação do desastre para o qual um mundo não salvo espera” (Gadamer, 1997), é claro que a salvação aqui é a terrena (secular) e não a celeste.
Na verdade, é o que compreendemos por história que nos faz patinar em patamares da tradição, diz Gadamer sobre a história: “Na verdade, a história não nos pertence, mas sim nós a ela”, e se é ontológica, haverá um Ser que a faz cumprir.
Explica Gadamer as dificuldades não só histórica, mas principalmente dos preconceitos ligados a tradição: “É a tirania dos preconceitos ocultos que nos faz surdos ao que nos fala na tradição.” (Gadamer, 1997)
E acrescenta sobre esta dificuldade dialógica: “Não podemos entender sem querer entender, isto é, sem querer deixar que algo seja dito … O entendimento não ocorre quando tentamos interceptar o que alguém quer nos dizer alegando que já o sabemos.”, em geral não fazemos um vazio conceitual para ouvir o outro.” (Gadamer, 1996)
Indica como colocar isto em planos práticos e reais: “o que o homem precisa não é apenas o posicionamento persistente de questões fundamentais, mas o sentido do que é viável, o que é possível, o que é correto, aqui e agora. O filósofo, deve ser aquele que dentre todas as pessoas, deve, penso eu, estar ciente desta tensão entre o que ele alega alcançar e a realidade em que se encontra.” (Gadamer, 1997)
É preciso antever (virtualmente) possibilidades, mas ser capaz de adaptá-las dentro das possibilidades reais, assim não há hermenêutica ou historicismo românticos, ambos devem ter presente as realidades e interpretá-las.
GADAMER, H.G. Verdade e Método, trad. Flavio Paulo Meurer. Rio de Janeiro, Petrobolis: 1997.
A metáfora, o imaginário e o velamento
Já postamos que o velamento é parte essencial da verdade e do belo, em Paul Ricoeur isto está mais claro em sua “Metáfora Viva” (1975), porque parte de sua hermenêutica fenomenológica está em relação essencial com a obra de arte, em que faz a passagem do momento arqueológico da hermenêutica para o teleológico, isto é, a lógica dos fins, além da lógica proposicional.
Já na mímesis grega, a produção artística e o novo tinham significado como instrumentos que dão sentido a realidade, porém a ultrapassa e pode-se dizer havia também algo teleológico.
Isto é inteiramente valido, pois ao ler a Metáfora Viva percebe-se que é uma releitura da Poética de Aristóteles, mas ele próprio esclarece a diferença ao expor que a metáfora vai além (meta) e transpõe (pher) para uma coisa que designa outro objeto, enquanto mimesis é a ideia de imitar.
Mas além da metáfora a questão importante em Ricoeur é a da imaginação, deve-se separá-la do virtual, as palestras inéditas de Paul Ricoeur nos Estados Unidos, foram documentadas e comentadas, isto já uma tradução, por George H. Taylor, onde aparece o conceito de “imaginação produtora” em 4 categorias: utópica, epistemológica, poética e sacro simbólica (Taylor, 2006), que me parecem mais ligadas ao virtual.
O próprio Aristóteles afirma que esta figura de linguagem (metonímia – substituição da palavra, sinédoque – substituem a parte pelo todo, etc.) é tangente a quem deseja expressas questões na oralidade e deve fazê-la na escrita.
Façamos uma passagem, usando recursos do virtual, da sintaxe (a estrutura da frase) ao sentido (sua semântica) chegando a lógica do discurso (a hermenêutica), isto sai de uma teoria da substituição do sentido (a falsa semântica em muitos discursos) para uma teoria do sentido, uma lógica subjacente ao hermenêutico, não mais como verdade dogmática, mas dialógica.
A questão da classificação cara ao enciclopedismo e iluminismo, resultará na questão de Gadamer se em toda ela não há uma metáfora subjacente, enquanto Derridá pergunta se não está nela toda a capacidade racionalista de classificar conceitualmente todos objetos.
Byung-Chul Han responde de maneira não dualista, a verdade e o belo estão “velados” e só que é capaz de ver através deste véu chega a “clareira” desejada, então a metáfora é um recurso e a hermenêutica dialógica um caminho, este caminho oscila entre o real e o virtual.
O virtual é assim o visível além do véu, e o real é o desvelado no atual, o represente, cuja memória no momento seguinte só poderá ser re-presentada ou atualizada.
Chul Han também fala do recurso da metáfora na Bíblia, como um recurso proposital para “para as tornar objeto de desejo”, penso que é mais que isto, é que alcançar a verdade se faz em passos e que grande parte da vida ainda é mistério.
RICOEUR, P. La Métaphore Vive, Paris, Éditions du Seuil, 1975.
TAYLOR, G. H., Ricœur’s Philosophy of Imagination. Journal of French Philosophy, Vol. 16, p. 93, 2006; U. of Pittsburgh Legal Studies Research.
Schlemmer e o Virtual
Muitas são as possibilidades biográficas para Oskar Schlemmer (1888—1943), para entender o humanismo de Schelemmer, começo pela sua disciplina “O homem” que ele ministrou na Bauhaus em “Matéria de ensino: o homem”, tendo como objetivo “familiarizar o aprendiz com o homem todo, fazendo-o a partir de dois tipos distintos de consideração: o aparamento visível e a sua apresentação”, como aparece no site: www.tipografos.net/bauhaus/.
A ideia do bale triádrico parte de três participantes (dois do sexo masculino e um feminino), 12 danças e 18 figurinos, há forte influência do teatro de marionetes, a ideia de movimentos maquínicos, síntese de sua visão da modernidade dividida em dois movimentos principais: a mecanizada, que torno o homem como uma máquina e o corpo um mecanismo, e, a dos impulsos primordiais, as profundezas de nossos impulsos criativos.
Ele via na geometria coreográfica da dança uma síntese, as origens dionisíacas e emocionais da dança, que torna rígida e apolínea em sua forma final, mas queria estar livre da bagagem histórica da ópera e do teatro, e assim, ver o homem transformado pelo traje e pela dança.
Ele viu nos fantoches e marionetes movimentos superiores os seres humanos, fazendo uma leitura a partir do virtual diria que tem uma “gramática”, e usando um raciocínio de Schelemmer pode se dizer que “o meio de toda arte é artificial”, sendo, portanto, um artefacto virtual.
Ao analisar o corpo como geometria: viu a cabeça e os olhos como círculos, assim o corpo torna-se uma estatueta de onde deriva o traje, e finalmente, os movimentos da dança e a musica surgem dai, formando o “todo” do homem por onde iniciamos a análise de seu trabalho.
Nascido em 04 de setembro de 1888, completaria 130 anos hoje, razão que está no Google.
Holograma faz sucesso
De firma inesperada, uma cantora que é um holograma tridimensional, Hatsune Miku ganhou multidões para seus shows em várias cidades do Japão.
Os fãs de Hatsune, que é uma produção holográfica simulando uma garota de 16 anos, agitam seus apatatos luminosas e se agitam durante o show como se a artista fosse real.
Conforme reportagem do Daily Mail, a voz de Hatsune foi criada com amostras de voz da atriz japonesa Saki Fujita. Todas estas amostras contêm sons que, quando colocados em série, se transformam em palavras e frases.
Agora os criadores do holograma podem compor qualquer música que a “avatar” irá cantar mesmo sem muita elaboração.