Arquivo para a ‘Tecnologia Calma’ Categoria
Mira Schendel em exposição
Mira Schendel está em exposição na Pinacoteca de São Paulo, sua obra busca uma linguagem entre a pintura e a composição visual de textos, como feita em “O retorno de Aquiles” (1964).
Era Suiça nascida em Zurique em 1919, e faleceu em São Paulo em 1988, pois era casada com um brasileiro, e há certa brasilidade em sua obra (como na sua instalação visual em que mistura poemas de Carlos Drummond de Andrade).
Na sua exposição há obras espalhadas em dois andares da pinacoteca, Monotipias, Trenzinho, Droguinhas, todas de 1965; a sala de Objetos gráficos, 1967, os Cadernos, 1970, as instalações Ondas Paradas de Probabilidade, 1969, e Variantes 1977; além da citada O retorno de Aquiles, 1964, assim como o Objeto Gráfico (1972), mostrado ao lado.
A retrospectiva feita em Londres no ano passado foi chamada de “extraordinária”, veja a reportagem feita pela BBC Brasil.
Vá ver e tenha a sua própria conclusão, para mim ela é uma síntese da arte atual.
Medicina 3D avança
A ideia que toda a tecnologia é consumo e as empresas a usam para nos fazer consumir mais é meia verdade, o consumo se apropria dela, empresas com as operadoras nacionais (quer dizer que operam aqui) as transformam em bom negócio, mas isto é assunto da política.
A tecnologia traz inúmeros avanços e benefícios para a humanidade, uma das provas claras disto é o uso de impressoras 3D para a Medicina, pode-se dizer a Medicina 3D.
Os avanço de processamento de imagens e ressonância magnética, já estão consolidados e são conhecidos, não estão disponíveis porque isto também é um problema político.
Em março desde ano o Centro de Tecnologias de Reconstrução Aplicadas à Cirurgia (Cartis, em inglês) do País de Gales, fez uma complexa operação para reconstituir a face do paciente Stephen Power, vítima de um acidente de moto, que fraturou ossos da face, mandíbula, nariz e crânio.
Agora avança a Medicina 3D, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH em inglês) já tem um site desde junho dedicados a impressão 3D, para a saúde e também para a ciência em geral, e no Brasil a entidade pioneira é o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), de Campinas, CTI que já produziu 3 385 peças para cirurgias.
Já existem vídeo-capsula que podem percorrer o corpo, microcircuito que podem ser fixado no olho e até um pâncreas artificial.
Plástico totalmente reciclável
Segundo reportagem da BBC, a descoberta foi feita ao acaso pela pesquisadora Jeanette Garcia, que trabalha no centro de pesquisa da IBM em San José na California, que esqueceu de incluir três componentes em uma reação química para produzir o plástico “thermoset”.
Jeanette disse a BBC: “Acabei com esse pedaço de plástico na mão e tinha que descobrir o que era”, e depois pesquisou a literatura científica para ver se este material já existia “ porque achava que sim já que se tratava de uma reação química bastante simples.”
A variação do plástico “thermoset” é leve e resistente e segundo a pesquisadora poderá ser até em carros modernos e aeronaves, se misturado a fibras de carbono.
Este plástico não podia ser reciclado sem este material, e agora pode ser facilmente dissolvido em ácido, que o reverse e a seus componentes originais e podem ser então reutilizados.
Segundo Charl Faul, químico de material da Universidade de Bristol, “Seu potencial é enorme”, disse Charl Faul, químico de materiais da Universidade de Bristol, enquanto James Hendrick que era o chefe da pesquisa feita na IBM, explica que também o reparo neste tipo de material pode ser feito com facilidade, quando a peça sofrer um dano.
Hendrick conclui que “Isso nos permitirá economizar muito dinheiro e diminuir o desperdício”, a natureza agradece.
Veículos autônomos será realidade em 2035
Embora haja inúmeros testes em todo mundo, e montadoras de carros anunciando destes veículos autônomos (sem motorista), uma pesquisa realizada pelo IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônico), o mais conceituado em tecnologias que podem ser empregadas ao dia a dia, e que através de pesquisas contribuiu para o conhecimento e adaptação de muitas ferramentas em desenvolvido, afirmou que somente em 2035 eles serão uma realidade dominante nas ruas.
Mas sua pesquisa aponta para um grande passo em desenvolvimento e uma inovação tecnológica que deve movimentar todo o mundo de veículos automotivos nos próximos anos, a Google saiu na frente com carros como o da foto ao lado.
A pesquisa foi feita com 200 participantes num simpósio da IEEE sobre veículos inteligentes, de 8 a 11 de junho deste ano, em Dearborn, Michigan; e também foram consultados para a pesquisa os membros da Sociedade de Sistemas de Transporte Inteligente deste instituto, e estudantes universitário e pessoas com mais de 20 anos e experiência no assunto.
Uma das vantagens dos veículos serem cada vez mais autônomos é que a falha e imperfeição humana vai sendo substituída por computadores e sensores capazes de evitar descuidos, acredita-se que os pedais e freios deverão ser desnecessários em 2035, mas dispositivos de inteligência estão cada vez mais presentes já nos carros do dia a dia.
Um professor membros do IEEE da Universidade de Parma, Alberto Broggi afirmou: “A tecnologia para construir carros sem condutor tem crescido nos últimos anos e isto vai facilitar a adoção por parte do consumidor, enquanto outro professor alemão do instituto, Christoph Stiller lembrou a necessidade de sensores perfeitos e precisos: “Caso contrário, não conseguirá tomar boas decisões”.
WildLeaks: em defesa da natureza
Não confunda, não é o WikiLeaks, embora parecido é Wild de selvagem ou silvestre, um site vem ganhando popularidade em denúncias contra a natureza, e aparece em destaque no The Guardian.
Tendo apenas três meses de existência, o WildLeaks já deu informações verídicas sobre a caça ilegal de elefantes na África, sobre a caça de tigres-de-sumatra, que são animais em extinção, sobre o tráfego de chimpanzés na Libéria e denunciou várias práticas ilegais.
Segundo Andrea Costa, um consultor de segurança que é criador do WildLeaks, o objetivo do site é preencher uma lacuna pois embora hajam autoridades capazes de agir em áreas selvagens, muitas vezes os informantes não dão informações com medo de colocar sua vida em risco.
O site garante que sua plataforma é segura para manter as fontes anônimas, e evitar que sejam enviadas informações sensíveis de algum modo insegura, para isto uso a encriptação.
Qualquer pessoa que queira fazer uma denúncia pode usar para isto o navegador Tor, que é usado especialmente para a navegação anônima na Web, escondendo o endereço IP original do usuário, e logando na plataforma WildLeaks fazer sua denúncia, é claro, há forma de chegar a validade dos dados com contatos em diversos países.
Já há versões disponíveis em 15 idiomas, e uma equipe especializada em assuntos jurídicos na área.
Enigma de estrelas magnéticas resolvido
Junto com a partícula de Higgs, descoberta o ano passado num experimento do CERN, agora astrônomos europeus podem ter desvendado uma outra parte do quebra cabeça da Física,, com observações feitas a partir do sistema de telescópios VLT, no norte do Chile, o enigma de estrelas com um campo magnético fenomenal que as torna os “ímãs mais potentes” no Universo.
Os magnetares ou estrelas magnéticas, dos quais haveria apenas por volta de vinte na galáxia, são “estranhos remanescentes muito densos” de supernovas que colapsaram devido à sua própria gravidade. No geral, este fenômeno costuma dar origem a um pulsar (estrela de nêutrons) ou a um buraco negro.
Mas, às vezes, surge “uma forma incomum e muito exótica de estrelas de nêutrons”, os magnetares, “objetos estranhos, pequenos e extraordinariamente densos” até o ponto de que “uma pequena colherada de matéria de estrela de nêutrons teria uma massa de aproximadamente um bilhão de toneladas”, explicou o Observatório Europeu Austral (ESO) em um comunicado.
E o magnetismo que emitem fazem deles os “ímãs mais potentes conhecidos no universo, milhões de vezes mais potentes que os ímãs mais fortes da Terra”, acrescentou.
Os astrônomos concentraram suas observações em um mangetar situado em um cúmulo estelar a 16.000 anos-luz da Terra, na constelação astral do Altar, que “pode ter nascido da explosiva morte de uma estrela com 40 vezes a massa do sol”.
Mas esta hipótese já era problemática, pois as estrelas tão maciças, ao morrer, colapsam e formam “buracos negros, não estrelas de neutrons”.
Bitcoin busca regulamentação
Criada no universo digital em 2009, a moeda bitcoin poderá ser significativa para as mudanças preconizadas no mundo atual, em um amplo processo de mudanças.
A moeda chamou a atenção no início do ano, quando a bolsa de valores da moeda, sediada em Tóquio, a Mt. Gox, entrou com pedido de proteção contra falência anunciando uma perda de cerca de 750 mil bitcoins, causado por uma invasão de hackers.
Segundo o conselheiro da empresa Patrick Murck, seria necessário uma cooperação entre as autoridades para criar regras que apoie usuários responsáveis da moeda digital.
Murck afirmo que “Há uma oportunidade de trabalhar junto para impedir que as pessoas digam que (a moeda) é assustadora e arriscada”, no entanto o desafio agora é ” é só conseguir lançar uma estrutura que faça sentido para as pessoas”.
A maioria dos apoiadores da moeda defendem o anonimato oferecido pela bitcoin para minimizar o risco de fraude, já os críticos afirmam que mesmo no anonimato, a falta de supervisão central facilitaria os crimes.
A Bitcoin Foundation busca padronizar a moeda e protegê-la de roubo ou falsificação.
Pontapé inicial da Copa do Mundo
Será feito por um paraplégico usando a tecnologia mais avançada existente para movimentos de pernas , trata-se de uma estrutura criada pelo Projeto Walk Again, dirigido por uma equipe internacional dirigida por um neurocientista, que é Miguel Nicolelis, brasileiro e professor na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA.
Este projeto tem seu desenvolvimento mais recente no Brasil, onde se encontra o professor, e os avanços mais recentes do exoesqueleto robótico, permite andar com uso desta tecnologia.
Um paraplégico usará este exoesqueleto na abertura do Mundial, dia 12 de Junho, no Estádio Arena Corinthians, em São Paulo, na qual entre as milhares de pessoas que vão participar da abertura estará um dos oito jovens doo país, que foram selecionados para participar na fase final do projeto e um deles irá andar e com uso da tecnologia dára o pontapé inicial.
Nicolelis tem-se desdobrado em entrevistas e em posts na sua página do Facebook onde vai publicando os mais recentes avanços no exoesqueleto, que será mostrado oficialmente ao público em Junho.
Ontologia: entre a tradição e a inovação
Nos três capítulos finais do livro Introdução à ontologia, de Malfada F. Blanc que estamos lendo ela desenvolve as três dimensões complementares a fenomenologia do ser, a hermenêutica, a poiética e a metafísica.
Devo destacar um tópico especial, que é aquele dedicado a poiética humana, das páginas 94 a 113, que no seu tópico final discorre sobre o fazer da história: entre a tradição e a inovação.
Neste trecho a autora faz notar uma “certa visão negativa da moderna sociedade de massas”, com certa influência de Max Weber, que “impediram-no de explorar as virtualidades existenciais e metafísicas da intersubjetividade” (pag. 113).
Recupera neste contexto as leituras de Martin Buber: “numa atitude de apropriação e não numa dinâmica de participação e doação, que o ser-aí colhe nos outros – no mundo comum da história – possibilidades de ser, sem nunca verdadeiramente por eles se deixar transcender e significar” (pag. 114).
Vai sublinhar Claude Bruaire, “se a verdade da pessoa é ek-sistir a partir de e num dom contínuo de ser, não sendo fundamento de si mesma, então a sua liberdade só poderá consistir num poder de anuir ou recusar o movimento da liberalidade, que funda e atravessa espiritualmente” (pag. 114) citando esta autora.
E recupera os conceitos de Nédoncelle, que afirma “se o amor é uma promoção mútua de consciências na reciprocidade do dom, … ele não se efetiva porém, sem as dimensões do moral, do social e do histórico” (pag. 115)
Então saindo do âmbito do discurso apenas filosóficas, afirmará “a sua realização dialógica não ocorrem fora do âmbito da sociedade mas nela e por ela”, mostrando o dinamismo da ipseidade, apontando para a leitura de Xavier Zubiri sobre a Estrutura dinâmica da realidade.
Assim sublinha que o homem caminha e progride fazendo história, no risco partilhado de se tornar pessoa e comunidade (pag. 116).
A pragmática ontológica
Visto todo este contexto de redução gnoseológica e lógica da ontologia, a autora se volta no terceiro capítulo para a apresentação de um conceito pragmático de ontologia.
Propõe para isto quatro níveis principais em consideração: o fenomenológico, o hermenêutico, o poético e o metafísico.
O primeiro nível significa o acesso ao ser como fenômeno, que vai ressaltar seu aparecer e para isto vai diferenciá-lo do aspecto ôntico, como ela própria explica trata-se da dimensão fundamental e matriz da ontologia (pag. 33).
O nível hermenêutico refere-se ao como do aparecer do ser, ou seja, delimitar o âmbito e o caráter da sua verdade, “as estruturas da articulação pensante e discursiva do ser (pag. 33).
Segue o nível poiético, assim denominado em virtude de seu caráter construtivo, “deve elaborar as estruturas concretas do ser, referindo-o ao plano ôntico, de que fora inicialmente abstraído, por razões metodológicas” (pag. 33)
E no último desenvolve a dimensão metafísica, “regressando ao plano fenomenológico do aparecer, assume-o e transcende-o num mais além, abrindo a ontologia a um espaço de questionamento porventura teológico” (pag. 34).
O importante neste método é que “o ser requer um tipo específico de visualização intelectual, em que, desaparecidas todas as condições de singularidade, o pensar experimenta a apresentação imediata da ´coisa ela mesma’ (die Sache selbst).“ (pag. 35)
Sem esta “intuição intelectual” do saber ontológico e sua elaboração seria vazia.