Arquivo para a ‘Tecnologia Calma’ Categoria
O caminho do sujeito no logos
Em toda antiguidade o homem evolui na realidade do mito, em meio ao rito e a cultura da oralidade, a tradição e os costumes eram reproduzidos na fala de oráculos, profetas e das escolas de pensamento: pré-socráticos, socráticos, platônicos, aristotélicos, estoicos, etc.
O logo se vê como sujeito, mas ainda dependente do mito, o longo caminho da oralidade mista, a escrita já é presente, mas ainda como manuscrito, livros raros e dificuldade da multiplicidade de linguagens e de reprodução na escrita.
A unidade do mito se deu por um longo processo da construção do Logos, criando uma cultura que depois do final da idade média e do renascimento reduz-se ao logos da razão, construíu-se o sujeito e o afora do objeto, vivemos a crise da razão na crise do pensamento, não do Logos.
O Logos pensante não é senão a relação de “desvelamento” aletheia da humanidade, não é senão o retorno do homem a “sua morada” ao seu ethos, morada do ser, e não só da ética.
O Logos do homem se realiza na harmonização da vida no planeta e a crise atual não é senão um aspecto desta busca, a busca da “morada” do Ser, do seu ethos.
O adolescente que foi preso por criatividade
Um jovem muçulmano americano, Ahmed Mohamed decidiu levar à escola um relógio digital feito por ele com uma tela digital e um circuito eletrônico, com objetivo de mostrá-lo ao professor que de tecnologia também muçulmano.
O aparelho apitou quando a turma estava na aula de inglês e foi confiscado pelo professor, minutos depois as autoridades da cidade prenderam o garoto que afirmava que o dispositivo era apenas um relógio digital.
Relatando ao Dallas Morning News, que o entrevistou em casa ele disse: “O diretor e policiais me levaram a uma sala, onde fui interrogado por cinco policiais, me revistaram e confiscaram meu tablet e meu invento. Posteriormente me levaram a um centro de detenção juvenil, onde me revistaram, registraram as minhas impressões digitais e tiraram fotos”, entrevistado em casa onde ele mostrou outros circuitos eletrônicos..
Depois do problema, Ahmed ganhou notoriedade nas redes, milhares de posts no Twitter e no Facebook clamavam a #IstandwithAhmed (eu apoio Ahmed) para mostrar simpatia pelo menino, que foi convidado a ir no MIT e na Casa Blanca. .
O ser, a filosofia e as técnicas
Em vários post já apontamos a questão do Ser, a tradição filosófica da Idade Média apontou estou objeto como o principal da filosofia, mas atualizado poderíamos dizer que é o ser enquanto ente, assim a modernidade buscou este como fundamento de todos seres. .
Assim fica parecendo que estamos procurando respostas do tipo: porque existo ? quem é que sou e porque faço estas perguntas ? mas na verdade o problema é porque fazer perguntas ? Porque saindo do seu ser encontra os Outros e as Coisas, e é onde o homem faz a experiência do Existir, e esta condição de todos os homens estão sujeitos, então na relação com os outros e com as coisas se desenvolvem um conjunto de habilidades e “técnicas” externas. .
Compreendo o mundo e a relação com os outros a partir do meu “conhecer” e isto significa de alguma existe algo no meu existir que está fora de mim, nos outros e nas coisas, assim a filosofia não é o simples pensar, mas a descoberta do existir e isto pode tornar-se consciente. Assim só existe consciência de for de algo fora de mim, disse o filósofo Edmund Husserl, consciência é consciência de algo, e, portanto é impossível tê-la sem alguma técnica, arrisco até a dizer que a técnica é inerente a esta consciência se admitir a linguagem como tecnologia, isto é, a técnica com o logos, segundo uma racionalidade. .
Assim filosofia não é só pensar, é no caminho da existência descobrir técnicas que torne esta existência mais consciente, mais feliz e subsistente e então ligado ao como existimos. . .
Os maiores erros da filosofia é distanciá-la dos outros enquanto ser e das coisas enquanto objeto do existir, somos por causo do outro e existimos porque temos relação com todas as coisas, incluindo nestas coisas a linguagem, as técnicas e a natureza. .
O oitavo saber: a fraternidade ecológica
Edgar Morin, além Cabeça bem feita (1999) e dos Sete Saberes Necessário a educação do futuro (2000), que apontam para uma revolução paradigmática no pensamento, Morin acrescenta agora no livro e Myron Kaufman “Morin – Do big bother à fraternidade” um oitavo saber necessário: a fraternidade.
Seguindo a lógica do pensamento de Hubert Reeves (2002), que propõe que sejamos os artesãos do oitavo dia, Edgar Morin afirma a necessidade de acrescentar aos sete saberes um oitavo: a pedagogia da Fraternidade Ecológica.
Três pilares bastante simples podem definir esta fraternidade ecológica, como um sistema vivo e não um sistema autômato ou automático, são elas:
O princípio da convivência, ou seja, toda relação humana implica num modelo de convivência de certos valores, formas de organização e normas para enfrentar conflito, expressar sentimentos, resolver expectativas sociais e educacionais, de modo a con-viver.
O princípio do diálogo, que significa que olhar com atenção e respeito ao discurso alheio, verificar as condições de possibilidades, e, finalmente, o ato de dialogar aumenta e favorece a atenção sobre várias coisas, ajudando-as a vê-las melhor.
O princípio da sabedoria está ligado ao amor e o cuidado com a Natureza (e os Outros é claro). Para cuidar dos seres da natureza o homem precisa conviver e conhecer os fenômenos, com pressuposto de uma escuta sensível, não ignorar a complexidade de algumas coisas, e aprofundar a relação consigo mesmo para aceitar a convivência no respeito e na fraternidade.
Quem quiser começar lendo o livro Cabeça-bem-feita, encontra-o na Web.
O nascimento do homem e o espiritual
Acredita-se que o homem tenha nascido entre 400 e 100 mil anos atrás, ou melhor, para os que acreditam que evoluíram a partir dos primatas, seria este o período do Homo Sapiens.
É ao menos curioso, que apesar de nossa rejeição da técnica, a classificação e sua evolução seja justamente em função do uso de determinadas técnicas, foi o dinamarquês Christian Thomsen, num livro publicado em 1836 que classificou nossa “pré-história” em: pedra lascada, pedra polida, bronze e ferro.
Dois estudos são bastante indicadores que talvez esta “pré-história” não seja exatamente como pensamos: os estudos de Stonehenge e a descoberta recente da caverna de Chaveaux.
Tanto o monumento de Stonehenge quanto Chaveaux, demonstram que o homem primitivo já tinha concepções estéticas e espirituais maiores do que pensamos, o jornal inglês The Guardian fez uma reportagem para dizer que a realidade da história de Stonehenge, segundo pesquisas atuais é muito maior do que se pensava.
A caverna de Chaveaux, filmada pelo cético Werner Herzog em um documentário chamado A Caverna dos Sonhos Esquecidos, mostra uma realidade ainda maior, calcula-se que seja datada de 30 mil anos atrás e além da beleza estética das pinturas encontradas ali, também uma realidade subjetiva de espiritualidade aparece ali, chamada no filme de Herzog de Homo Spirituales e que está documentado pelo History Channel.
As crises climáticas e o homem
O desconhecimento da própria natureza e da natureza que é exterior ao homem é o que propicia a má relação com a técnica, que não é outra coisa senão a outra coisa que as formas de superação da própria natureza e de “dominação” da natureza exterior ao homem.
Primeiro porque a natureza exterior precede ao homem, enquanto a Terra tem bilhões de anos, a vida do homem no planeta data de aproximadamente apenas 350 milhões de anos, a vida primitiva começou antes no período entre 2.5 bilhões de anos e terminou há 554 milhões de anos chamado de Periodo Proterozoico, quando havia oxigênio e as primeiras formas de vida unicelulares, logo em seguida já ocorreu a primeira “crise climática”.
Pode parecer estranho chamar o período em que o oxigênio começa a existir ainda em níveis precários, e isto tornar-se “uma crise de poluição”, mas o oxigênio é um destruidor poderoso de compostos orgânicos, várias bactérias são destruídas por ele e isto obrigou uma “volução” pois os organismos vivos tiveram que desenvolver métodos bioquímicos para reter o oxigênio, um destes métodos foi a respiração aeróbica.
Os períodos entre que se seguem entre 542 milhões e 251 milhões de anos atrás, aproximadamente, são denominados: Neoproterozoico, Proterozoico, e Mesozoica., depois divivdem-se em períodos Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano, os dois últimos nos interessam.
O Carbonívero (Figura) ocorreu entre 360 a 286 milhões de anos durante o Paleozoicoo, foi o período de formação do ovo amniótico, que permitiu a formação do meio terrestre de determinados tetrápodes, que devido os 4 pés ou patas, permitiu a exploração do meio terrestre.
A segunda grande crise climática acontece no fim do período Permiano, entre 286 a 245 milhões de anos, foi o último período da era paleozoica, quando ocorreu uma grande extinção talvez a maior registrada na história da vida da Terra, dando origem do Triássico, a idade dos dinossauros.
A terceira crise climática foi a chamada era “glacial”, foi depois dela que nasceu o homem nos últimos 30 mil anos da história da Terra, o homem ainda é um bebe e a terra uma senhora.
Dialogia e o diálogo possível
O termo foi tratado por Baktin e Martin Buber, e portanto, pode ultrapassar barreiras ideológicas ligadas ao primeiro, era um marxista, e religiosas, ligada ao segundo, que era um judeu interessado em questões religiosas, mas fundamentalmente um educador.
Por último podemos lembrar Paulo Freire para quem o diálogo era essencial no processo educativo, e assim verificar que há na natureza humana um caminho possível dentro de contrastes, contraposições e embates. Para explicar esta reliade, Buber percorreu um caminho desvelando o que existe entre um homem e Outro, algo que chamou de zwischenmenschlich (ou o entre os homens ou ainda, o interhumano), nela a verdade assume uma dimensão corpórea e portanto real. Nesta esfera interhumana uma característica essencial é a espontaneidade, e para isto toda aparência ou “dissimulação” seria fatal, no diálogo autentico o Outro se afirma como aquilo que realmente é e se confirma com sua natureza, e este se torna dialógico.
Para Buber o homem atual, está conjugando sua existência no relacionamento unidirecional entre o Eu (egótico) e um objeto manipulável (Isso), contrapôs a isto um EU-TU nome do seu livro e para ele “aquele que vive somente com o Isso não é homem” (Buber, 1977, p. 39), mas Isso pode ser qualquer coisa “ideal” isto é qualquer “Algo”. Para Baktin, o mundo está povoado de vozes de outras pessoas, e estas vozes são as palavras com os sentidos “enunciados”, procuro toda orientação do mundo através de palavras alheias, e este processo de aquisição da fala é que me permitirá a aquisição de todos os tesouros da cultura (Bakhtin, 1979, p. 347).
Assim como Buber, também para ele, o “eu” só existe na medida em que está relacionado a um “tu”, que “ser significa comunicar-se com”, e um “eu” é alguém que se dirige a um “tu”, e o que acontece entre nós, entre o “tu” e o “eu”, é um acontecimento do “ser”, um “aconteSer”, um fato dinâmico aberto que tem caráter de interrogação e de resposta ao mesmo tempo.
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Bakhtin, M. M. Estética da criação verbal. ( M. E. G. G. Pereira, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1979)
Buber, M. Eu-TU, São Paulo: Cortez e Moraes, 1977.
Uma grande rede que não é digital
Você pode pensar que não há nada mais complexo do que as redes mundiais de computadores, ou mesmo a rede mundial que controla taxas de câmbios, ações e mais uma infinidade de produtos que sobem e descem de preço todo dia, mas isto não é verdade, e alguns diriam que não podemos conseguir construir maiores; há redes muito complexas que você nem imagina por aí.
Uma delas foi indicada na revista The Verge, que são navios que transportam porta-containers por todo o mundo, numa cadeia global de abastecimento que transporta desde comprimidos até telefones, de roupas a comida, brinquedos e lembranças,etc. E é de um país que não produz nada disso, apenas transporta: a Maersk da Dinamarca
. Veja na foto (original da BBC) de um navio da Maersk num mega-porto na Coréia, para isto é necessária uma grande solução de engenharia, sem precedentes a um problema de logística verdadeiramente astronômico que é criar esta rede por todo o mundo, entregar produtos de diferentes procedências, validades e naturezas e fazer que tudo isto funcione.
A empresa tua em 125 países, tem 25.000 empregados, 345 escritórios e mais de 600 navios ativos, com mais de 2 milhões de containers movidos por ano, e ela sozinha é responsável por 20% do PIB da Dinamarca.
Tecnofobia e avanços humanos
Desde que o homem é homem a tecnologia faz parte da natureza e da vida social humana, assim negar progressos técnicos é também negar uma parte de nosso Ser.
Tecnofobia é um termo que passou a ser empregado pela tentativa de negar os progressos humanos conseguidos a partir da tecnologia atual, desde ficções como o filme de Frankenstein (o primeiro filme baseado na obra de Mary Shelley, é de Thomas Edison, de 1910) até a obra considerada por muitos fundadora desta mentalidade Brade Runner (de 1982 dirigido por Ridley Scott) até obras recentes como “Dumbest Generation” (Mark Bauerlein, 2008) ou o livro de Nicholas Carr “Geração Superficial” (a tradução brasileira é de 2011). Os livros acima, assim como outros já comentamos neste blog, mas queremos penetrar nas raízes mais profundas desta aversão a tecnologia, que cresceu com os avanços digitais, e a origem é histórica.
Daí existiria uma “cultura material” que representaria a passagem do “natural” para o artificial”, este tipo de passagem é geralmente entendido entre domínios ontológicos diferentes, assim existem fenômenos causais na natureza e estes estão separados e considerados distintos dos fenômenos que regem a vida do homem.
Eis o antropocentrismo, ou a centralidade do homem como “dominador” da natureza, e a ecologia e os problemas do clima de hoje demonstram o contrário.
A dicotomia Homem/Natureza nos leva a um terceiro aspecto, na compreensão do que são as técnicas, mas também sobre o social e o cultural em geral.
Essa contraposição não é entendida entre elementos, assim Homem e Natureza expressam uma ideia abstrata de totalidades tal é o recurso do idealismo, e por tal razão são podem formar um sistema ontológica, onde o Ser total vive.
9 coisas que pessoas produtivas fazem
Eu sempre me achei estranho por acordar as 5 horas e me sentir impelido a ler, depois escrever este blog e mais tarde caminhar e finalmente rezar, orar ou meditar, como queiram. Descobri na revista de tecnologia TechRunch que o cérebro tem o máximo desempenho 2 a 4 horas depois de acordar, e geralmente depois é bom escrever, como conta no artigo Dan Ariely. Escrever também me parecia uma bobagem, mas vejo que é também o que o autor faz, tirar um cochilo de 1 a 2 horas depois das 13 horas da tarde é a quarta coisa inteligente indicada ali. Como o autor não gosto de comer fora, ele gosta de ler no Kindle, eu não, mas limpar o exterior e o interior parece reduzir o estresse, é verdade, mas jogar coisas foras, faço pouco, com o lixo e algumas coisas que perderam validade, mas não faço sempre. Não há livros sobre coisas atuais, na Web é preciso procurar muito, uma saída, do autor, que as vezes eu faço é alternando ler um jornal, ver um canal matinal e ver a Web. Eu vou a reuniões com os amigos, mas na verdade, é nos almoços que bato os papos e onde surgem os melhores assuntos, as vezes no café ou no jantar na universidade. Saber usar o celular e usar e-mails de 2 a 4 linhas, muito inteligente, isto é o que faço, claro a menos que exija uma conversa mais longa, neste caso o celular. Por último como diz o artigo, somos uma soma de experiências, saber aproveitá-las tanto como meio educacional, como profissionais, nem sempre é tudo utilitário. Uma boa experiência para mim é: onde eu me encontro com amigos, onde eu aprendo algo novo, onde eu aprendo algo novo que pode aumentar a minha liberdade”, de acordo o resto é experiência de família, como não tenho, fico quase num 9 x 0 … tá bom !!!