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Guerra nas estrelas e as primeiras imagens do James Webb
A Rússia está desenvolvendo uma estação orbital capaz de destruir satélites em órbita, é uma referencia clara ao StarLink de Elon Musk e outros satélites que transmitem sinais e imagens-alvo no solo.
Em novembro do ano passado a Rússia testou com sucesso, a destruição de seu próprio aparelho espacial inoperante “Tselina-D” que estava em orbita desde 1982, o míssil foi lançado do solo.
De acordo com o general David Thompson, vice-líder de operações da Força Espacial dos EUA, em declaração ao Washington Post, os satélites americanos sofrem ataques da China e da Rússia “todos os dias”, assim a guerra já extrapola o planeta, enquanto as guerras em solo se prolongam.
Por outro lado, hoje é dia das primeiras fotos observadas pelo telescópio James Webb, às 11 horas do Brasil, uma delas será a nebulosa Carina (foto feita pelo Hubble acima), localizada a 7.600 anos-luz, onde o objetivo e entender o nascimento dos sóis, que nesta nebulosa são imensos e em quantidade.
De um lado o nascimento e de outro a morte de estrelas, outra imagem do James Webb será a da nebulosa do Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda e está a cerca de 2.000 anos-luz da Terra.
Um terceiro alvo é histórico, é o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, um período ainda com telescópios limitados e que se encontra na constelação de Pegasus.
Usando uma técnica especial de espectroscopia, que permite ver a composição química de um objeto distante, um planeta gigante chamado de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que está a 1.150 anos-luz do nosso planeta.
O quinto alvo, não necessariamente nesta ordem, será a utilização de um aglomerado de galáxias, o SMACS 0713, que funciona como se fosse uma lupa cósmica e permite enxergar outras galáxias atrás, e que será para os astrônomos a experiência mais fantástica.
De um lado aprisionados e em guerra em nosso minúsculo planeta com ameaças de guerra, e outro um olhar para o infinito que deveria nos fazer abrir a mente e a alma para um futuro promissor.
Há forças que podem mudar uma catástrofe
A ideia de alguma catástrofe eminente para acontecer está no ar, não são apenas apocalípticos, mas cientistas da natureza que veem o esgotamento planetário (geleiras, extinção de espécies, alterações climáticas, terremotos, etc.), cientistas políticas sobre o tensionamento ideológico que volta a lembrar a guerra fria, e seria possível evitar ou ao menos ter uma reação positiva perante ela, a pandemia parece que foi um treino e o ensaio não parece bom.
Uma das descobertas misteriosas recentes feita por astrônomos é de um objeto em nosso “quintal galáctico”, que significa a 4 mil anos luz, foi encontrado um objeto espacial, já que ser uma estrela de neutros ou anã branca são apenas hipóteses, no qual este objeto produz poderosos raios de energia, o objeto estranho (foto) lança o feixe de poderosa energia que cruza a linha de visão da terra observado por astrônomos e publicado na revista Nature (disponível em ICRAR), são algo incomum nas observações espaciais.
Natasha Hurley-Walker, do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia da Universidade de Curtin, lidera a equipe que fez a descoberta e declarou: “Este objeto estava aparecendo e desaparecendo durante horas em nossa observação …. foi meio assustador para um astrônomo porque não há nada conhecido no céu que faça isso”, declarou.
Há também forças poderosas que agem em nosso meio, não se trata apenas de explorações baratas de orações ou sentimento positivo que possam levar a melhoria de um ambiente e das pessoas, um conjunto de palavras e ações levadas num sentido positivo para determinado problema pode e deverá conseguir resolver ou mudar situações em que o problema ou condições são grandes.
Além da pandemia, que alguns querem decretar o fim como se fosse simples assim, temos a tensão de uma guerra eminente, e não devemos ter dúvidas que todas as pessoas que possam falar, pedir, meditar ou orar para que uma atrocidade deste tamanho não ocorra devem fazê-lo, na guerra só os civis, os pobres e os mais fracos que sofrem, não há nenhuma solução palpável ou saudável que venha de catástrofes provocadas.
James Webb chega no seu destino
A exatos um mês o novo observatório Espacial James Webb (JWST Nasa) chegou ontem as 17 h (horário de Brasília) em uma região onde com um mínimo de gasto de combustível poderá se manter em órbita, chamado ponto de Lagrange L2 que na verdade é uma região entre a Terra e o Sol onde a força centrípeta (de atração) é equilibrada com uma força centrífuga.
Na verdade, são regiões e por isto chamadas de ilhas orbitais, todo planeta do sistema solar tem Pontos de Lagrange e na medida que se distanciam do Sol estas ilhas são maiores, a ilha relacionada com a terra tem cerca de 800.000 km de largura, o que em termos espaciais é pequena, o ponto L2 por exemplo, está a 5 milhões de km da Terra e ainda muito longe de Marte, 57.6 milhões é a distância do nosso planeta vizinho.
As observações ainda vão demorar 5 meses para calibrar todo equipamento, ajustar o espelho e apontar para os primeiros alvos.
Agora serão 5 meses de trabalho para que Webb envie as primeiras imagens no seus “alvos no universo infravermelho”, não vai procurar exoplanetas ou novos pontos, mas apontar para pontos conhecidos e fazer medidas mais precisas e com maior definição, os espelhos do Webb (hexagonais) que deverão ter um ajuste complicado e fino vai ter um pode ter até 5 vezes o poder dos espelho do Hubble, além de usar uma tecnologia mais sofisticada que é o infravermelho, onde pode “ver” observando a luz fortemente “desviada para o vermelho” de objetos distantes e pode perscrutar mesmo através de nuvens de poeira obscura, poderá peneirar atmosferas de exoplanetas identificando gases em maior precisão.
Mais de 1.000 equipes de astrônomos de todo o mundo solicitaram tempo no Webb em seu primeiro ano e 287 já tiveram a sorte de serem pioneiros, entre as perguntas destas equipes estão olhar os oceanos cobertos de gelo nas 27 luas de Urano, os gigantes gelados Urano e Netuno podem explicar muito da origem do sistemas galácticos, olhar os buracos negros que são do tamanho médio e resolver medições conflitantes na taxa de expansão do universo e de um modo geral usarão o Webb para dois temas dominantes: tempo e distância entre extremos opostos no universo: o universo primitivo e os sistemas planetários mais próximos e seus dilemas.
Além destes grandes temas um tema que desperta curiosidade, embora seja por um aspecto infantil de alienígenas, é o que se chama bioassinatura, ou seja, condições reais de vida, que na verdade não encontram “seres” mas as condições de existência passada ou futura deles são: gasosas, produtos diretos ou indireto do metabolismo dos seres vivos, de superfície, de resultados espectrais resultantes da radiação refletida por organismos, e, temporais que são respostas relativas a mudanças sazonais na biosfera onde há por exemplo, variação diurna e noturno de CO2, podem ser algumas bioassinaturas encontradas, seres ainda fica para a imaginação, é claro que alguma forma biológica pode haver num espaço tão infinito de probabilidades.
Presente de Natal
Em dezembro de 1947, bem próximo do Natal, três engenheiros da Bell Telephone (William Shockley, John Bardeen e Walter Brattain) inventaram o transistor (TRANsfer reSISTOR) que revolucionária a comunicação e mais tarde a computação, também os CIs (Circuitos Integrados) tem como base o transistor.
O grande evento deste Natal será o lançamento do observatório espacial James Webb (jwst, James Webb Space Telescope) da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, no horário das 9h20 (horário de Brasília) que vai ser levado para nave especial Ariane 5, feito com o custo de U$ 10 bi, o mais caro projeto espacial da história.
O que vamos procurar no espaço, além de outros enigmas, a origem do universo em seu estágio inicial, e é curioso que isto acontece neste Natal, e porque ele é tão especial.
Luzes enfeitam cidades mesmo em atenção com uma possível nova onda da pandemia e também uma nova gripe, acendem esperanças e nos fazem olhar para o futuro e para o início de nossas vidas, do nosso planeta e da humanidade.
Não há como fugir de utópicas, cosmogonias e escatologias religiosas, mesmo que possamos resolver muitos enigmas fica a pergunta filosófica: porque existe tudo e não o nada.
A resposta só pode ser ontológica, há uma razão para ser e há um futuro promissor, onde haja esperança se retornamos a lógica do Ser, do diálogo e do encontro com o Outro.
A mensagem não pode ser outro senão aquela que fala de fraternidade e de paz, ambos ainda não totalmente alcançados pela humanidade, o Natal reabre esta esperança.
É esta a profecia que anuncia Isaías (Is 52,7 quando que haverá uma paz verdadeira: “como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu Deus’”, a mensagem que acreditava na vinda do Salvador, o nascimento entre os homens do Messias.
As luzes na cidade não anunciam apenas esta luz visível aos olhos, mas aquelas que abrem o coração para a amizade e a paz (Jo 1,4-5): “nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la”, porque um ponto mínimo de luz já dissipa a escuridão, e esta é a nossa esperança.
Que o Natal renove as esperanças, num futuro possível e sustentável para a humanidade, e que a justiça e paz reinem num novo mundo.
Buracos Negros e novas descobertas
Buracos negros não “sugam” toda a matéria ao seu redor, e as últimas observações comprovam que vários corpos escapam de seu fortíssimo campo gravitacional, uma região onde ocorre um ponto de singularidade, nome dado na física e na matemática para pontos de curvas e eventos físicos que alguma tendência se modifica, por exemplo, especula-se que a inteligência artificial poderá ultrapassar a inteligência humana, que provocaria uma mudança irreversível na civilização humana.
Os buracos negros de acordo com o físico inglês Stephen Hawking (do Big Bang e a Teoria do Tudo), emitem radiação térmica devido aos efeitos quânticos e um tipo especial de radiação que ficou conhecida como radiação Hawking, conforme já apontamos no blog, são o estágio final de estrelas supermassivas.
Uma observação feita em 2013 comprovou esta teoria, e foi publicada pelos pesquisadores da Cornell University (fizemos um post), porém a observação de um buraco negro só foi possível em 2019, graças a um experimento com colaboração internacional conhecido como Event Horizon Telescope (EHT), que capturou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87, fotografada no coração da galáxia Centaurus A com detalhes sem precedentes (foto).
Num buraco negro, o espaço e o tempo se dobram sobre si mesmos, as leis (que conhecemos) da física que se aplica a maior parte do nosso universo parecem não funcionar ali, sua borda como já dissemos é chamada horizonte de eventos, e um buraco negro giratório pode chegar a temperaturas superiores a 20 milhões de °C, o disco de acreção em um quasar libera radiação de brilho ofuscante em todo o espectro eletromagnético.
O disco de acreção refere-se a uma acumulação de material na “superfície” (é preciso lembrar que a noção de tempo e espaço aqui é diferente), e isto funciona como se fosse um motor muito eficiente, na visão da astrofísica francesa Marta Volonteri, do Instituto de Astrofísica de Paris, os buracos negros “são os motores mais eficazes e eficientes do universo”.
O mistério é o existe além dos buracos negros, uma das duas hipóteses mais aceitável é a elaborada, em 1935, por Einstein se junto ao físico Nathan Rosen para teorizar pontes que conectam dois pontos diferentes no espaço-tempo, e em 1980, o físico Kip Thorne levou a hipótese que os objetos físicos poderiam viajar através, algo parecido com a quarta dimensão os “buracos de minhoca” (wormholes), mas diferentes porque são vistos em determinadas posições (espaço-tempo) do espaço.
A outra hipótese é chamada de “firewall do buraco negro”, ele seria como uma espécie de barreira de fogo, onde o horizonte de eventos queimaria qualquer coisa que entrasse em contato imediatamente, esta hipótese carece de comprovações tanto teóricas como observacionais, recentemente foram observados objetos que saem ou escapam de buracos negros.
A última hipótese, a menos provável de todas, é chamada de buraco branco, onde cada buraco branco estaria em contato com outro no passado, e foi formulada pelo cosmologista russo Igor Novikok, em 1964, carece de observações e algum fato plausível.
O cometa natalino Leonard
Descoberto em de janeiro deste ano pelo astrônomo G. J. Leonard, da Universidade do Arizona, a partir do Observatório do Monte Lemmon, localizado em Tucson, Arizona, o pequeno corpo celeste o Cometa Leonard tem o período orbital de 80.000 anos, e já foi visto no hemisfério norte em sua aproximação da Terra, e agora poderá ser visto nas próximas semanas a partir do dia 15 no hemisférico sul.
Tecnicamente chamado de C/2021, está invertendo a sua posição de visibilidade do norte para o sul do planeta, então moradores do hemisfério sul poderá vê-lo, embora pequeno.
A distância de máxima aproximação da Terra foi de 34 milhões de quilômetros dia 12 de dezembro, agora segue em direção ao Sol, em 18 de dezembro já estará próximo a Vênus, a 42 milhões de quilômetros e orbitará o sol no dia 3 de janeiro de 2022, a uma distância de 90 milhões de km, estas distâncias são pequenas em termos espaciais, mas devido o seu tamanho será visto como um ponto fraco até lá, com um telescópio e conhecendo sua órbita será mais fácil vê-lo.
O cometa viaja a velocidade de 70 km/s, e apesar das expectativas serem muito boas, é preciso lembrar que estará cada vez mais próximo ao Sol e traz a possibilidade de perder força, no geral eles são imprevisíveis e quanto mais próximo do Sol tanto podem perder como aumentar seu brilho, assim o quão brilhante estará sua calda no nosso hemisfério ainda não é muito certo, no hemisfério norte a observação foi feita mais facilmente com ajuda de instrumentos, mesmo que um pequeno telescópio.
As observações feitas até agora houve um aumento da luminosidade devido a um fenômeno conhecido como espalhamento frontal, partículas de poeira ejetadas do cometa provoca uma refração da luz, quando o ângulo entre o cometa, em relação a Terra e o Sol é muito grande (maior que 160º), como sua trajetória é perpendicular a terra isto estará ocorrendo estes dias de 14 e 16 de dezembro, mas o espalhamento depende do tamanho das partículas e é claro, do céu estar limpo, no sul do Brasil há chuvas neste momento.
Ao contrário do cometa Neowise, que esteve mais brilhante no hemisfério norte em 2020, desta vez o Leonard será mais visível no Hemisfério Sul, sendo visível no horizonte, a cada noite a partir de hoje será mais visível mais acima em direção ao planeta Vênus (incorretamente chamado de Estrela Dalva), e ficará mais visível por mais tempo até o dia 18 porque aparecendo mais tarde o céu estará mais escuro.
É preciso procurar um lugar com boa visibilidade, pouca luz local e céu aberto, e olhar para o horizonte a oeste, até 3 de janeiro quando se aproxima do Sol e começará a ficar fraco.
URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.
O novo telescópio espacial
O telescópio Hubble, em homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953) já dá sinais de envelhecimento, recentemente foi consertado novamente e voltou a funcionar, o nome foi dado em homenagem as medidas intergalácticas e extragalácticas que Hubble fez além de demonstrar que muitos objetos que eram considerados nuvens de poeira e gás, eram na verdade galáxias muito além da nossa Via Láctea, agora outro telescópio mais potente vai homenagear um antigo administrador da Nasa do projeto Apollo: James Edwin Webb.
O nome esteve envolvido em polêmica, porém apurações da Nasa não atestaram a veracidade dos fatos, o telescópio foi construído com participação da Agência Espacial Canadense e a Agência Espacial Europeia, além da Nasa é claro, e seu lançamento está previsto para o dia 22 de dezembro de 2021, na próxima semana, e poderá ser acompanhada ao vivo por um canal do YouTube (James Webb Space Telescope Launch — Official NASA Broadcast – YouTube).
Muito mais potente que o Hubble, a missão maior do JWST (James Webb Space Telescope) será investigar as origens do universo, mais claramente a radiação infravermelha, que resultou da grande expansão original (Big Bang) e os processos de transformação da infância do Universo, porém sua potência e instrumentos permitirão ver muito longe.
Assim poderá observar a evolução e formação das galáxias, já existe um mapeamento de galáxias em formação e assim será só ajustar a posição, entender a formação de estrelas e sistemas planetários, igualmente há muitos dados sobre isto, porém é preciso observar com mais detalhes, e enfim, estudar as origens planetárias e da vida.
Ele é composto de três módulos principais: Integrated Science Instrument Modele (ISIM), nele estão os instrumentos poderosos de infravermelho e circuitos microprocessadores, o Optical Telescope Element (OTE), um complexo sistema ótico construído pela empresa Ball Aerospace, e o Space Support Module (SSM) que dá suporte a navegação e sustentação espacial da JWST.
A expectativa que uma vez em órbita o Telescópio envie milhares de dados diariamente, e em pouco tempo já tenhamos enigmas e provavelmente novas descobertas antes do final do ano, o lançamento já foi adiado algumas vezes, mas agora a data parece estar próxima.
URGENTE: Lançamento do telescópio espacial James Webb adiado para dia 24/12.
Novos caminhos e novo Natal
O homem passou por muitas etapas históricas, cada uma com seu drama e como sua mística, como aquela que se revela no monumento neolítico Stonehenge (foto).
Os tempos de pandemia nos fizeram nos recolher mais tanto na proximidade de familiares quanto na vida interior (que o pensamento ocidental chama de subjetividade), porém para onde caminhamos, que tipo de Natal será o deste ano, as festas do final de ano já sabemos pela nova onda pandêmica será reduzida.
De qualquer forma comemoramos uma passagem, seja para os cristãos a espera da parusia (as duas primeiras semanas) seja daqui até o Natal a intervenção de Deus na história através do nascimento do menino-Deus em Belém, o que aos poucos vai sendo apagado da festa e substituída por consumismo, neve e outros ritos alheios ao fato histórico.
Sim histórico, porque Maria e José vão a Belém justamente para um recenseamento, isto é, para serem contados entre os homens e registrados eles deviam ir a cidade Natal de José e por um capricho e cuidado divino nasce Jesus e já é recenseado entre os homens, isto não é portanto simbólico, mas dado histórico registrado.
O que esperar deste Natal, o clima de “festa” está reduzido, ainda estamos envoltos com a pandemia, há um clima de apreensão e já um certo desânimo, para alguns envolve em ansiedade e algum tipo de angústia, nada melhor do que acreditar num tempo novo, diz o ditado popular: depois da tempestade vem a bonança, ela virá.
Talvez não como esperamos, por exemplo, uma enorme euforia ou uma explosão de alegria, mas a sensação de que devemos reconstruir a vida com luta e por trás dos escombros, o tempo natalício em sua raiz é isto, algo divino interveio na história humana para mudá-la para sempre, é certo querem apagar o Natal e com ele a esperança de um mundo novo, no entanto justamente pelo sofrimento que passamos, não sabemos quanto tempo pode durar e até onde poderá ir, é prenuncio de um tempo novo, uma bonança.
João Batista, que era primo de Jesus, batizava as pessoas com água (Batista por causa disto), e o povo pensava ser ele o Messias, mas explicava que o tipo de batismo que faria Jesus seria muito mais forte: “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro, mas a palha ele a queimará na foto que não se apaga” diz o evangelista Lucas (Lc 3,16-18) e João “anunciava de muitos outros modos” a Boa Nova.
Podemos esperar isso para um futuro breve, certamente que sim, há também em nosso tempo esta expectativa, de muitas formas, e certamente será algo imprevisível.
Mistérios do universo e forças universais
Quando Einstein formulou a Teoria da Relatividade Geral, dois grandes “buracos” ficaram na sua teoria, um que ele reconhecia que eram os buracos de minhoca, caminhos numa dimensão espaço-tempo em que poderia haver espaços, do ponto de vista da matemática, de imensa gravidade em que tudo “sumia” e outro não reconhecido que era a formulação dos quanta como uma dimensão entre no tempo e no espaço onde há uma terceira hipótese entre a matéria e a não-matéria, os “quanta”.
Segundo o físico Jim Al-Khalili “Ele concebeu uma nova teoria sobre todo o Universo, na qual também dizia que quando as estrelas entram em colapso elas formam buracos negros”, e que nessa época acredita que eles eram apenas hipóteses matemáticas, necessárias para fechar a conta, mas “que não existiam, que eles eram só produtos da matemática”, mas era algo que o incomodava disse Al-Khalili na entrevista a BBC.
A questão quântica era um estado chamado emaranhado, hoje chamado de entrelaçamento quântico, um estado da partícula onde havia um colapso da função de onda, e assim, a existência real da partícula ficava numa realidade “adjacente” que é justamente o entrelaçamento, Einstein, Poldoski e Rosen escreveram um artículo que por seus nomes ficou chamado de EPR no qual diziam que a partícula sempre estava presente e rechaçavam a hipótese de um “terceiro estado”, que mais tarde ficou provado.
Os buracos negros não só existem, como já foram feitas fotos (uma famosa foi publicada em abril de 2019), que na verdade são feitas por algoritmos que mapeiam os efeitos magnéticos em torno dele, e assim constroem uma imagem, agora sabe-se que são numerosos e existe até alguns dentro de nossa galáxia, a Via Láctea.
As forças universais cada vez despertam mais curiosidade e também medo, um grande cometa foi descoberto recentemente e teve seu nome batizado com o nome do brasileiro Bernardinelli que faziam doutorado em cosmologia nos EUA, chamado de Bernardinelli-Bernstein (C/2014-UN271) possui 150 quilômetro de diâmetro e poderá ser visto em 2031, porém são os meteoros que povoam a imaginação de apocalíticos de plantão, eles são numerosos e imprevisíveis, alguns são descobertos momentos antes de passarem próximos ao nosso planeta.
A Nasa iniciou uma missão de teste na tentativa de redirecionar asteroides, o projeto chamado Dart (Double Asteroid Redirect Test) vai tentar enviar uma pequena espaçonave para colidor contra Dimorphos, “lua” do asteroide Didymos, numa tentativa de alterar sua rota, não representa perigo ao planeta, por isto é apenas um teste.
O universo é misterioso, pouco ainda conhecemos dele, 68% é feito de energia escura (foto), e essa energia não se dilui na medida que o universo expande (o princípio da entropia), e se esta expansão é cada vez mais rápida, como supunha Einstein, isto pode levar a algumas conclusões curiosas, como como o fato que esta “energia” estranha surge nesta expansão.
Olha para o Universo e seus mistérios deveria nos devolver a humildade do quão pouco sabemos, o quão admirável é o mistério da vida e nosso destino como pessoa e como planeta.
Distancias em anos luz eventos em milhões de anos
Se numa escala da vida humana falamos no máximo em centenas de anos, numa escala planetária devemos falar em milhões e até bilhões de anos, se em termos de distância podemos falar em milhares de quilômetros na escala planetária, em termos astronômicos esta escala são milhões de anos-luz, o tempo que a luz percorre por ano.
Isto nem quer dizer que eventos extraordinários não aconteçam, porque em termos de vida planetária e universal já se passaram bilhões de anos, portanto em algum ponto do tempo isto poderá acontecer, como o fim dos dinossauros, a era glacial e mudanças na geologia do planeta que já ocorreram, e nem que isto ocorrerá amanhã ou nos próximos anos, porém em algum ponto do tempo eles podem ocorrer.
O vulcão da ilha de La Palma dá sinais de que pode estar encerrando sua erupção, assim as catástrofes que eram sugeridas (em hipótese e com rara possibilidade de ocorrer) não irão acontecer, porém também não quer dizer que outras em algum outro ponto do planeta não possa acontecer, terremotos e eventos climáticos tem ocorrido e causado tragédias, como a de Fukushima no Japão em março de 2011.
Também esta pandemia parece estar no final de seu ciclo, embora a Europa esteja alerta, porém lá mais que aqui o número de pessoas que resistiram a vacina é muito grande.
Devemos estar sempre alerta, a vida no planeta corre risco sim, o problema do equilíbrio ambiental, o problema social decorrente da crise pandêmica, porém que já era enorme antes dela, o eterno perigo das guerras pelas disputas de mercado e pela intolerância religiosa está sempre a nos rondar.
Um grande acordo internacional que unisse os povos e que estabelecesse tréguas em conflitos, que realizasse a solidariedade entre os povos e resolvesse o equilíbrio ecológico, poderia ser um grande alento para uma civilização em crise.
Em termos espirituais significa que a humanidade deve evoluir também neste ponto, e os sinais não são os melhores, então não se trata de apocalipse ou ameaça, quando o espirito humano libera toda energia contrária ao seu bem estar e progresso caminha para um abismo e para tragédias, o dia em que uma grande noite cairá sobre os homens parece então estar próximo, assim diz a leitura bíblica (Mc 13,24-15): “Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a luz não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céus serão abaladas”, porém a leitura logo em seguida também indica (Mc 13,32): “quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.
Portanto vivamos a vida e vamos favorecer o que seja bom para toda a humanidade, não apenas para grupos ou ideologias, a vida precisa continuar e é preciso lutar por ela.