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A tragédia e as artes
Não estou falando aqui da tragédia no sentido vulgar, mas enquanto categoria artística que não só é importante para compreender as artes e o belo grego, como é reivindicada como uma nova ideia de tragédia “como propuseram Hölderlin, Hegel ou Nietzsche.” (Ranciére, 2009, p. 25).
Assim como Byung Chul Han em “A salvação do belo” vai problematizar o dualismo entre contemplação e ação, típicos da filosofia moderna que separa sujeito de objeto, Rancière penetra mais fundo ao propor sua “revolução estética”, afirmando que o que há é a “abolição de um conjunto ordenado de relação entre o visível e o dizível, o saber e a ação, a atividade e a passividade” (Ranciére, 2009, p. 25).
Disse isto ao analisar o Édipo da “revolução psicanalítica” que invalide “aqueles de Corneille e de Voltaire e que pretenda reatar – para além da tragédia à francesa, bem como da racionalização aristotélica da ação trágica – como o pensamento trágico de Sófocles” (idem, p. 25), na figura acima uma interpretação da pintora Marie Spartali Stillman (1844–1927) de Antígona.
Ranciére vai discorrer nas páginas seguintes de seu capítulo sobre a “revolução estética” sobre a psicanálise dizendo que ela é “inventada nesse ponto em que a filosofia e medicina se colocam reciprocamente em causa para fazer do pensamento uma questão de doença e da doença uma questão do pensamento” (Ranciére, 2009, p. 25).
Grande parte das neo-terapias modernas (chamo de psicanálise exotérica) vai por aí, como se o problema do pensamento idealista fosse “doença” e grande parte do sofrimento humano pudesse ser resolvido como “pensamento” transformando-o em doença.
Isso acontece por má relação com o pensamento da tradição, a modernidade tardia não é senão a má leitura do racionalismo e do idealismo, ou a leitura atrasada do empirismo, o pensamento da ação o “activo” de Hanna Arendt, expresso em Byung Chul Han, é também parte do pensamento da tradição que Ranciére vai identificar no “regime representativo uma potência absoluta do fazer” (Ranciére, 2009, p. 27).
Identifica claramente este regime no discurso de Baumgarten sobre “claridade confusa” (ver post anterior): “no regime estético, essa identidade de um saber e um não-saber, de um agir e de um padecer, que … constitui-se no próprio modo de ser da arte” (idem, p. 27), claro esta é a arte da tradição.
E assim afirma, que a revolução estética já havia se iniciado com Vico, em sua Ciência Nova, que contra Aristóteles e a tradição representativa, embora Rancière saiba que o problema dele não era a teoria da arte, mas o problema teológico-poético da “sabedoria dos egípcios” nos hieróglifos.
Que lugar ocupa a estética em nosso tempo
Imaginava que seria difícil até mesmo impossível abordar o tema, já que dele se ocupam críticos da arte de diversos tipos, psicanalistas freudianos e muito raramente alguém com nosso de estética de fato, no sentido do belo grego, ou da contemplação de que fala Byung Chull Han (que critica a cultura idealista do “liso”).
Encontrei num pequeno texto de Jacques Rancière, cada vez me encontro mais com este autor que conheci sua obra quase por acaso (A emancipação do espectador), ao referir-se ao tema como o inconsciente estético, mas ele próprio explica logo no início fora do aspecto psicológico do tema.
Encontro logo no início do livro: “estética não se ocupa da ciência ou da disciplina que se ocupa da arte. Estética designa um modo de pensamento que se ocupa das coisas da arte” (Rancière, 2009, p. 11) e isto já bastaria, mas complementa seu pensamento e que elas procuram: “dizer em que elas consistem enquanto coisas do pensamento.” (Rancière, 2009, p. 12)
É um achado, mas não poderia ser de modo diferente em dialogar com a “tradição” kantiana, segue logo o complemento que se segue dizendo que arte enquanto pensamento é uma referência recente e refere-se tanto a obra Genealogia da arte de Baumgarten de 1790 quanto a crítica da Faculdade de Julgar de Kant.
De Baumgarten bastaria a simples referência em sua obra onde refere-se a união dos objetos que “devem ser pensados de modo belo com as causas e efeitos, à medida que esta união deve ser conhecida sensitivamente através do análogo da Razão” (Baumgarten, 1933, p. 127) e assim tanto ele quanto Kant estabelecerão um “pensamento confuso” sobre a definição da estética.
Dirá Rancière que ambos ao chamarem de pensamento confuso ou de sensível heterogêneo de Kant, ambos farão da arte “não mais que um conhecimento menor, mas um conhecimento daquilo que não se pensa” (Rancière, 2009, p. 13) e a nota do autor vai uni-la ao iluminismo e liberalismo.
Não há referência explícita ao pensamento de Nietzsche sobre a arte, mas ao discorrer sobre Édipo, a tragédia grega mais típica e Nietzsche defende o papel desta na arte, diz sobre o uso freudiano desta tragédia como “universal”, que ela ao mesmo tempo engloba três aspectos: “uma tendência geral do psiquismo humano, um material ficcional determinado e um esquema dramático considerado exemplar.” (Rancière, 2009, p. 15).
Claro isto é apenas introdutório, o que Ranciére quer explicar é que não se trata de subjetivo ou de “conhecimento confuso”, mas de “união paradoxal de doença e de medicina que se trata, de união paradoxal das duas” (p. 26) em uma referência a “O nascimento da tragédia” de Nietzsche, aquilo que o idealismo como pensamento e o romantismo como “estética” quiserem negar.
Rancière, J. O inconsciente estético. trad. Monica Costa Netto. São Paulo: ed. 34, 2009.
A crise cultural e espiritual
A modernidade dividiu em objetivismo e subjetivismo questões que no homem são inseparáveis, a primeira porque devemos ter relações concretas com os objetos mesmo aqueles que são intangíveis, o objeto de uma forma de pensamento é também subjetivo, assim como o que pensamos sobre um objeto concreto, sendo pensamento é subjetivo.
O problema fundamental é que toda forma de pensamento deve estabelecer claramente o que se pensa sobre aquele objeto e é aceito como um conhecimento estabelecido, uma episteme e não uma mera opinião (a doxa dos gegos) e o que é possível pensar de novo, eis o epicentro da crise atual.
Não se sabe ao certo o que é o pensamento estabelecido sobre determinado objeto, ou seja a tradição epistêmica sobre ele, e nem se sabe qual é de fato as novas possibilidades de pensar sobre ele, eis a crise de um modo geral, assim qualquer tentativa de dar um tom espiritual ou meditativo sobre um assunto, surge apenas como mera fuga da realidade e não tem nada de novo.
Mudar as bases do pensamento nem é atitude voluntária, vamos mudar porque não está bom, nem é atitude orto-doxa, criando uma palavra para o diálogo epistêmico devia ser uma orto-episteme, isto é uma relação com a tradição, mas que possibilite mudança, enfim o novo.
No aspecto espiritual isto significa conhecer o que se fez até hoje como religação e relação com aquilo que é além do natural, o sobre-natural e aquilo que a realidade contemporânea existe, uma relação concreta (erroneamente chamada de subjetiva, pois é espiritual) com as necessidades e o próprio pensamento contemporâneo com exigências de mudanças.
Não há nada de novo nem no pragmatismo realista nem na “fuga” espiritual, não produz nem ação nem contemplação verdadeiras.
Identidade na visão de uma mística
Chiara Lubich, nascida na Italia em 22 de janeiro de 1920 completaria hoje 100 anos, entre muitos ensinamentos que encontrei em sua filosofia este é ainda pouco conhecido e parece oportuno ao momento da humanidade, pois fala de identidade, e começa comentando Hegel, este escrito quase foi queimado não fosse uma pessoa que o escondeu em um cofre.
24 de outubro de 1974
… (texto original em italiano)
Hegel: non é vero che l´essere che existe é statico, ma dinâmico. Tra l´essere e il il non essere, viene fuori il divenire. Tesi, antitesi, sintesi. Il nulla serve, perché se non serebbe l divenire. Il nulla adquista um valoe filosófico, um ruolo particolare. Aplicando uma “concezione trinitária” (cóse disse lui), c´é l´essere, il non essere ed il divenire. Il divenire non é qualcose imperfetta, ma la sintesi ta l´essere ed il non essere. Non si puó sostenere completamente il princípio di identitá perché essere e non essere non si appongono assolutament, perché trovano la síntese nel divenire.
(tradução livre)
Hegel: não é verdade que o ser que existe é estático, mas dinâmico. Entre ser e não-ser, o devir surge. Tese, antítese, síntese. Nada disto é necessário, porque não seria possível o devir. Nada disto tem um valor filosófico, um papel particular. Ao aplicar uma “concepção trinitária” (como ele disse), existe ser, não ser e devir. Tornar-se (devir) não é algo imperfeito, mas a síntese de ser e não-ser. Não se pode apoiar plenamente o princípio da identidade, porque o ser e o não ser não se opoem absolutamente (não podem ser fixos), porque encontram significado na síntese no devir.
Isto não apenas derruba as teses que buscam identidades fixas e chamam de líquidas ou corrompidas identidades que admitem um não-ser de diálogo, na verdade são elas a fonte inspiradora para um mundo mais integrado.
Giordano Bruno, além do herege
Li em minha juventude “La cena de las cenizas” de Giordano Bruno, um dos seis diálogos escritos em italiano, escritos durante sua estadia de dois anos em Londres (1583-1585).
O sacerdote dominicano, discutiu neste livro a revolução copernicana, e embora tenha tido a acusação de herege, sua discussão não era outra que a escatologia cristã em sua cosmovisão além de seu tempo que vislumbrava os caminhos do s infinitos mundo e sua visão de Deus.
Pagou com a própria vida, sendo queimado vivo em 17 de fevereiro de 1600 em Roma, mas todos os seus comentaristas afirmam que o seu diálogo abriu caminho para uma nova ligação entre os caminhos da cosmologia e da filosofia, porém contrário a cosmovisão cristã medieval.
Sua filosofia foi além das limitações da razão (matemáticas e logicas) utilizando para sua ousada visão uma amalgama de fatos básicos e da realidade cósmica, mas sem deixar de lado uma reflexão que conduzia a uma ação humanística.
Também fugiu do empirismo e usou experimentos mentais dos quais deduzia as ramificações de sua cosmovisão, alguns interpretes afirmam que se utilizou de raciocínio parecido aos que Einstein e utilizou para suas intuições acerca do universo.
Ao referir-se ao cosmos como realidade infinita, Bruno foi além das esferas de Aristóteles e Ptolomeu, para ele assim como para Kepler, Paracelso e Nicolas de Cusa o universo é um ser vivente que guarda uma unidade essencial que reúne todos os seres particulares, que não são mais que emanações do /todo, esta visão cosmologia influenciou todo o Renascimento.
Sua cosmovisão que não triunfou no Renascimento, pereceu e interrompeu perante o surgimento da razão cartesiana, do idealismo e o empirismo de Hume, mas merece ser relida e estudada como uma forte influência no pensamento renascentista.
Veja o que foi dito sobre Giordano Bruno na famosa série cosmos:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=XzTREw3AKEQ&feature=emb_logo
O pensamento complexo
Nada favorece mais ao obscurantismo do que a ideia que é possível tornar o que é complexo simples, ignorar a organicidade dos problemas sociais, ecológicos e culturais e como eles se compõe, eles estão ligados.
O pensamento complexo nasce da ideia da natureza e do universo como organismos que são cada vez mais misteriosos e cuja estrutura se revela aos poucos, mediante um trabalho árduo daqueles que primeiro admitem a complexidade dos fenômenos e segundo resistem a tentação de simplificá-los imaginando que bastaria soluções e ideias simples para resolvê-los.
O próprio homem não é senão uma complexificação da natureza, concordam com isto não apenas o pensamento científico mais elaborado como também teólogos como Teilhard Chardin.
A simplificação científica chama-se reducionismo, a simplificação religiosa reducionismo, a cultural e social não tem nome específico, mas pode-se dizer que se confunde com a ignorância e o dualismo.
Esclarece Morin em Introdução ao Pensamento complexo: “a antiga patologia do pensamento dava uma vida independente aos mitos e aos deuses que criava. A patologia moderna do espírito está na hipersimplificação que a torna cega perante a complexidade do real” (Morin, 2008 p. 22).
No campo científico o explica a cegueira epistemológica: “As disputadas entre Popper, Kuhn, Lakatos, Feyerabend, etc., ignoram-se. Ora esta cegueira faz parte da nossa barbárie. Faz-nos compreender que estamos sempre na era bárbara das ideias. Estamos sempre na pré-história do espírito humano.” (Morin, 2008, p. 23).
Nada mais complexo do que reduzi-lo ao simples, como afirmava Bachelard não existe o simples, só há o simplificado, o que na maioria das vezes mutila e deforma o fenômeno, induzindo o pensamento a uma liquidez obscura.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 5ª. ed. Lisboa: Piaget, 2008.
Humildade e Autoridade
O estereótipo que Nietzsche cria sobre a moral contemporânea estabelecendo a diferença entre a dos escravos/rebanho (que é a da bondade, humildade e piedade) e a dos senhores que é a da alegria, inventividade e da vida, pode parecer exagerada mas é ela que o idealismo criou, e foi fortalecida pelos estatutos do Estado, do Indivíduo e do cientificismo reducionista.
O filósofo Kant do idealismo proclamou duas ideias sobre a humildade, a primeira sobre a humildade moral que “é o sentimento de pequenez do nosso valor, comparado com a lei” e a segunda que é “a pretensão de, por meio da renúncia, adquirir algum valor moral, valor moral oculto”, com um pouco de análise fica claro que é uma falsa humildade, usada para o poder.
É possível estabelecer uma relação justa da autoridade com a humildade, embora não seja simples esta relação, ela é possível quando feita como serviço, desprendimento e potencialidade para que possa exercer, assim não é uma humildade piegas, já que é preciso ter consciência de autoridade.
O exemplo bíblico é muito ilustrativo para isto, a autoridade de Jesus perante o povo e os discípulos jamais foi feita como estrutura de poder, mas com a autoridade de quem sabe o valor e o “potencial” que tem para exercê-la, porém ao pedir para ser batizado por João Batista e ao lavar os pés dos apóstolos exerceu uma humildade da verdadeira autoridade.
A sociedade contemporânea precisa menos autoritarismo e mais autoridade com humildade.
Uma releitura dos reis magos
Em tempos de fundamentalismo e intolerância religiosa, uma releitura dos reis magos que foram adotar e também “contemplar” o nascimento de Jesus é essencial para o diálogo entre religiões.
A primeira necessária é que Deus se comunicou com os “magos” do oriente, ela pode reabrir corações fechados para re-ligações (religião do verbo em latim religare que é religar), pois eles não eram sequer religiosos no sentido convencional, mas magos e Deus os religou.
A segunda é que a comunicação divina foi através de astros, que significa que eles podiam entender esta linguagem e que Deus falou na língua humana deles, ou seja, há formas além das dogmáticas de comunicação entre Deus e os homens, mesmo não crentes.
A cosmologia é uma parte antiga e fundamental da filosofia, sua evolução e composição estuda o universo, e vem desde a antiguidade, os pré-socráticos a estudavam, buscam também a explicação da origem e da transformação da natureza e do universo e constroem mitos e divindades, criando uma relação entre seres mortais e imortais.
Então Deus não é tão indiferente a isto, uma proposta universal não deve desconsiderar a cosmologia, e se deseja construir uma cosmogonia, isto é princípio e fim de toda a vida, então uma escatologia é também construída, e a escatologia cristã pode estar relacionada a esta, não é afinal Deus princípio e fim de tudo ?
Esta segunda releitura, a questão dos astros, de fato ainda hoje se buscam evidencias cosmológicas da estrela que os Reis Magos seguiam, um astro, um cometa, isto poderia ajudar a datar o natal de uma data mais precisa.
Teólogos como Teilhard Chardin não deixaram de considerar a hipótese cosmológica, a noção de um universo cristocêntrico ajuda a uma interpretação não fundamentalista de uma escatologia mais complexa, e por isso recorremos (no post de 3/4/2019) a São Gregório de Nazianzeno (a igreja católica o comemora dia 2 de janeiro).
A terceira é que os reis magos foram “contemplar” o menino-Deus, além da vita activa, Hannah Arendt também falou dela em A condição Humana (publicado em 1956, com edição brasileira de 2009), que vem da conferencia Trabalho, Obra e Ação (publicação brasileira de 2006), mas já falavam desta questão Aristóteles no bios politikos e a vita negotiosa ou actuosa em Agostinho, e, recentemente Byung Chull Han em A sociedade do cansaço.
Mas não vieram adorar apenas, onde o elemento oferecido incenso é essencialmente isto, mas também trouxeram ouro no sentido de riqueza e mirra no sentido de sacrifícios oferecidos.
Os reis magos deveriam significar a abertura do cristianismo a outras linguagens e outras culturas que também são uma expressão do infinito, do universo e da vida construída de modo sagrado em todos e em tudo.
Primeira publicação: janeiro 2019
A lista do essencial
Carregamos demasiados fardos, não apenas as malas, sacolas, até mesmo livros e afazeres em excesso, porque o mundo contemporâneo tem dificuldade de elaborar a lista do essencial.
Cuidar dos pequenos afazeres domésticos, não os deixando só por conta dos outros, levar o trabalho a sério e ter tempo para descanso, tratando também daquilo que pode nos tirar do stress e da ansiedade da vida cotidiana, ter tempo para os familiares e para meditar, contemplar ou mesmo apenas pensar.
Os quadros, pinturas e música barrocos parecem falar de um mundo parado, calmo demais para meu gosto diriam alguns, mas os aspectos de flores, “bodegons” e natureza morta indicam uma outra coisa que se tem dificuldade de perceber nos dias de hoje: fluxo de energia.
Não é a energia da força, mas a da alma e do espírito, aquela que de fato pode nos colocar no essencial diante de uma vida tão atribulada, cheia de conflitos e de valores contraditórios, até mesmo que os apregoa tem dificuldade de viver, é o fluxo do dia-a-dia, que não é fluxo de vida, de energia se pode dizer da arte barroca.
Alguma forma de espiritualidade e de bem estar interior é responsável pela harmonia e vida no exterior, ainda que o cotidiano nos empurre no sentido contrário, é preciso ter a capacidade de “sair do convencional” para estabelecer a lista do essencial.
Ao receber o pedido dos apóstolos para ensiná-los a rezar, poderíamos pensar em meditar ou mesmo apenas pensar para pessoas que não tem referencial religioso, pode-se para todos indicar o Pai Nosso, aquele que está nos “céus” não distante, mas contemplativo e no Ser.
Que seja santo o seu nome, em termos atuais, que seja sempre presente a meditação e a contemplação, venha o teu reino de paz e harmonia, senão exterior para o qual lutamos, ao menos o interior para enfrentar as dificuldades conjunturais.
E por último trabalhemos para o pão de cada dia, sem procurar o excesso e o consumismo, que sejamos capazes de perdoar e ser perdoados para ir além do conflito do dia-a-dia.
E livra-nos do mal da guerra, da destruição da natureza e de todos os males sociais.
Óbidos, a cidade medieval Portuguesa
A cidade de Óbidos, considerada uma das 7 maravilhas de Portugal, ali pequenas cidades são vilas, embora tenham câmara municipal, são vinculadas a um distrito e esta cidade é vinculada ao distrito de Leiria, na província de Estremadura, o centro tem 2200 habitantes, mas a região toda tem quase 12 mil.
A cidade possui um castelo com Muralhas, considerada uma das 7 maravilhas de Portugal, onde pode-se conviver com aspectos medieval, esta semana por exemplo, tem o festival medieval, mas o projeto “Vila Literária” transformou Óbidos em Cidade Literária pela UNESCO.
Fica a 80 quilômetros de Lisboa, tem três ruas transversais, a rua Direita, a do Facho e de Josefa d´Óbidos, homenagem a principal artista barroca da cidade, post de amanhã.
Há vestígios que Óbidos seja habitado desde povos primitivos, sua logística próxima ao mar, o clima e a fortificação de defesas estiveram nesta região também os romanos, os muçulmanos e no ano 1148, após a conquista de Santarém e Lisboa por D. Afonso Henriques, também foi tomada dos árabes.
Há ali perto a Lagoa d´Óbidos, pode-se pela estrada real, sendo como lagoa mais fácil de defesa e também com saídas para o mar em vários pontos, indo da Praia de Bom Sucesso até a Praia da Foz do Arelho Mar, contornando a Lagoa.
Quanto ao nome, a palavra vem do latim Oppidus, que significa “cidade fortificada”, há sinais que o imperador Cesar Augusto tenha erigido a cidade no final do século I a.C.
Esta semana Óbidos realiza o Festival Medieval, e haverá um encontro doutoral de Arte Digital da Universidade Aberta.
O vídeo abaixo mostra o Festival Medieval do ano passado: