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Verdade & Método e a lógica indutiva
Conforme já explicamos, o esboço revisado de O problema da Consciência Histórica, após a escrita de Verdade e Método, obra máxima de Hans-Georg Gadamer, é uma boa introdução a esta obra que esclarece muitas questões da filosofia contemporânea: o seu problema que é claro entre outros é sua relação com a mudança social, a questão do método e principalmente o que é verdade, mas terá pontos secundários não menos importantes, tais como o diálogo.
Retomando a tradição humanista fará uma releitura de São Tomás, Santo Agostinho e Vico, e esclarece o principal problema da filosofia de nosso tempo: “se diferencia da clássica tradição da filosofia pelo fato de não representar nenhuma continuação imediata e ininterrupta dessa última.” (Gadamer, 1997, pg. 35).
Critica a instrumentalização do pensamento filosófico no ocidente que fez dele: cujas relações com conceitos tornaram-se “um estranho descomprometimento, quer suas relações com esses conceitos sejam da espécie de uma concepção erudita, para não dizer arcaizante, ou da espécie de uma manipulação técnica, que faz dos conceitos algo como ferramentas.” (pg. 36).
Criticará o que é chamado como ciências do espírito e colocará como transcendente dentro de uma dimensão estética, negando o contexto da lógica de Stuart Mill, que afirma ter uma formulação mais correta no Tratado da Natureza Humana, e todo o equívoco deste conceito.
Cita o autor J.G.Droysen, estudioso da história do helenismo, como uma tentativa importante para uma dar um sentido novo a história: “de que as ciências do espírito deveriam dixar-se fundamentar, da mesma forma, como um grupo independente de ciências.” (pag. 43).
Aponta o logicismo da indução de Stuart Mill, e critica mesmo Scherer e Dilthey ao afirmar que mesmo estes: “continua sendo o modelo das ciências da natureza que orienta a autoconcepção científica de ambos” (pag. 44), é fácil observar as consequências de um modelo que se propõe crítico do modelo romântico, mas acaba retornando-se ao seu próprio núcleo.
Afirma que mesmo Dilthey acabou chegando as constatações que Helmhotz fez, ou seja, que não existe método para as ciências do espírito, e que método aqui: “se as outras condições, sob as quais se encontram as ciências do espírito, não serão, para sua forma de trabalhar, quem sabe muito mais importantes do que a lógica indutiva.” (pag. 45)
Não podemos negá-la afinal Hegel escreveu Fenomenologia do Espírito e mesmo seus críticos procuraram uma método para adequá-la a consciência histórica, esclarece que a resposta que “deram a essa questão não é suficiente … acompanham Kant, por se orientarem pelo conceito da ciência e do conhecimento segundo o modelo das ciências da natureza e procurarem a marcantes singularidade das ciências do espírito no momento artístico (sentimento artístico, indução artística).” (pag. 45)
GADAMER, H.G. Verdade e Método, Petrópolis: Vozes, 1996.
Consciência entre a epistemologia e o método
Sabe-se no senso comum que o que chamamos de interpretação está intimamente ligado ao método e visão de mundo que temos, mas na prática, ficamos no “é minha opinião”.
Gadamer vai mais fundo neste tema, ao colocar que “aquilo que a consciência moderna assume precisamente como ‘consciência histórica´- uma posição reflexiva com relação a tudo que é transmitido pela tradição.” (pag. 18), ou seja, “a consciência histórica já não escuta beatificamente a voz que lhe chega do passado, mas, ao refletir sobre a mesma, recoloca-a no contexto em que ela se originou, a fim de ver o significado e o valor relativos que lhe são próprios” (idem).
E sentencia: “esse comportamento reflexivo diante da tradição chama-se interpretação” (pag. 19), e explica que essa noção de interpretação“ remonta a Nietzsche, segundo o qual todos os enunciados provenientes da razão“ são suscetíveis de interpretação” (pag. 21).
Entretanto retorna a Hegel para esclarecer que “as ciências humanas possuem com as ciências da natureza, vinculo que as distingue precisamente de uma filosofia idealista: as ciências humanas possuem igualmente a pretensão de se constituir como legítimas ciências empíricas, livres de toda intrusão metafísica, e recusam toda construção filosófica da história universal (idem), e aqui entramos na questão do método.
A ideia de adotar métodos científicos das ciências da natureza, impediram que as ciências humanas tivessem procedessem a uma tomada de “consciência radical acerca de si mesmas” (idem), e pergunta ao final do parágrafo: “Porque não antes o conceito antigo, grego, de método deveria prevalecer?” (pag. 21)
Utiliza Aristóteles para explicar a questão de método: “a ideia de um método único, que se possa determinar antes mesmo de investigar a coisa, constitui uma perigosa abstração, é o próprio objeto que deve determinar o método apropriado para investiga-lo” (idem).
A tradução brasileira tem 71 páginas, é de leitura fácil e simples, e considero útil para uma introdução na obra prima de Gadamer “Verdade e Método”.
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
Melhores coisas da vida e a prática
Continuamos a leitura de Peter Kreeft, no suposto diálogo de Sócrates com Peter Pragma, agora estão conversando sobre profissões, e Peter diz:
“PETER: Bem, é isso que eu escolheria: ciências práticas, não teóricas. Tecnologia
SÓCRATES: Certo. Até agora mencionamos três áreas de estudo para você: negócios, ciências práticas, ou tecnologia, e artes liberais. Você vê o que cada uma delas pode lhe dar?
PETER: Claro. Negócios: trará dinheiro, tecnologia poder, e artes liberais dor.
Continuam o diálogo e mais adiante diz Sócrates:
SÓCRATES: E quais são os fins para os quais o poder e a tecnologia são meios?
PETER: Fazer do mundo um lugar melhor para se viver. Carros, foguetes, pontes, órgãos artificiais e Pac-Man.
SÓCRATES: Então, a tecnologia melhora as coisas materiais do mundo.
PETER: Sim, inclusive nossos próprios corpos. Isso é bastante importante, você não acha?
SÓCRATES: Oh sim. Mas eu me pergunto se não deve haver algo ainda mais importante para nós. Se nós pudéssemos melhorar nossas próprias vidas, nossas próprias ações, nosso próprio comportamento … “ (Kreeft, 2016, p. 34)
Não é conclusivo, mas o raciocínio se completa de certa forma na página 35, onde Sócrates diz sobre o bom e o bem:
SÓCRATES: Bem, não necessariamente “melhor” num sentido absoluto e ilimitado, sobretudo se usamos “bom” e “bem sem defini-los. … “ e continua, mas Peter refuta:
PETER: Política e ética? Impossível. Eu quero algo prático.
Voltaremos então a questão da tecnologia no próximo tópico.
KREEFT, P. As melhores coisas da vida. Campinas: Ecclesiae, 2016.
Exegese e Hermenêutica: dicotomias
Qualquer texto fora do contexto é crítico, mas o que é exatamente contexto, o que significa os termos na linguagem da época em que foi escrito e principalmente qual a exata interpretação que se pode dar dele é a hermenêutica, já a exegese depende apenas da interpretação.
A primeira grande falácia é que uma é de origem bíblica, neste caso a exegese e outra de origem gregas, falácia pois ambas são de origem grega, a Exegese (do grego ἐξήγησις de ἐξηγεῖσθαι “levar para fora”) é uma interpretação ou explicação crítica, ainda que tenha a particularidade para o texto religioso, enquanto a hermenêutica vem do grego “ermēneutikē” que significa “ciência” e “técnica”, mas refere-se ao deus Hermes, que deu origem a linguagem e a escrita.
Se considerarmos a antiguidade clássica, já a hermenêutica é mais completa, pois significa estudar a língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão Histórica, nos documentos escritos, embora não fale explicitamente de memória, fala de cultura e literatura.
Já apontamos aqui que foi Friedrich Schleiermacher (1768-1834), no início do século XIX, a hermenêutica recebe um dos objetivos era unificar a hermenêutica bíblica e do direito, por isto a chamou de hermenêutica universal, teve profundas influencias no pensamento de Dilthey e Heidegger.
Heidegger, afirma que a compreensão apresenta uma “estrutura circular”, de onde vem o círculo hermenêutico: “Toda interpretação, para produzir compreensão, deve já ter compreendido o que vai interpretar” (HEIDEGGER, Martin. Being and Time. New York: Harper & Row, 1972).
Wilhelm Dilthey, diz que a explicação (próprio das ciências naturais) e compreensão (próprio das ciências do espírito ou ciências humanas) estariam em oposição ou seja: “Esclarecemos por meio de processos intelectuais, mas compreendemos pela cooperação de todas as forças sentimentais na apreensão, pelo mergulhar das forças sentimentais no objeto.” (PALMER, Richard. Hermeneutics: Interpretation Theory in Schleiermacher, Dilthey, Heidgger, and Gadamer. Evanston: NUP, 1969).
Paul Ricoeur quer superar esta dicotomia, para ele compreender um texto é encadear um novo discurso no discurso do texto, pois por um lado não há reflexão sem meditação sobre os signos; do outro, não há explicação sem a compreensão do mundo e de si mesmo. (RICOEUR, Paul.Teoria da Interpretação. Lisboa: Ed. 7O, 1987).
O neologicismo e a linguagem
Fala de linguagem é falar de Wittgenstein, embora como afirma Gadamer: “não se encontra mais nenhum vestígio dessas coisas qu soam obsoleta na obra tardia de Wittgenstein” (Gadamer, p. 195), isto devido ao Tractatus sua principal e obra referencial.
Embora de deva diferenciar o neopositivismo do Circulo de Viena com Wittgenstein, os contatos foram esporádicos, Heidegger fará uma crítica a lógica da linguagem, ao afirmar que “verdade não é verdade proposicional”, novamente usando Gadamer: “se estabeleceu num solo totalmente diverso do solo da lógica e da ciência objetiva o ´elemento existencial´da compreensão (e seus objetos), as Investigações lógica de Wittgenstein, um livro que o filósofo tinha preparada para publicação pouco antes de sua morte (1956)” (Gadamer, p. 195).
O filósofo da linguagem foi confundido com o neologicismo vienense, pois na medida que procura desenvolver uma lógica simbólica consequente (Tractatus, 5.475), acabou por transformá-la em uma “lógica que a tudo abrangia e que refletia o erro lógico” (5.473), e conforme observa Gadamer, por mais que ele não fosse um positivista, no sentido que era sensível aos “nossos problemas vitais”, “esse era apenas o reverso de seu nominalismo extremo” (Gadamer, 194).
Essa crítica ao nominalismo retoma a crise entre realistas e nominalistas do final da idade média, quase no mesmo ponto, pois agora podemos falar de uma ontologia existencial e de um nominalismo travestido em “lógica proposicional”, Wittgenstein pergunta: “o que a linguagem é? (p.338) e foi isto que introduziu o conceito de “jogo de linguagem”.
Gadamer oberva que desde Aristóteles já se tinha reconhecido os equívocos filosóficos surgirem de uma falta transposição de determinados campos para outros, isto é “a convicção falsa que é deduzida previamente de um jogo de linguagem e inserida em um outro, por exemplo, do jogo de linguagem da física para o jogo de linguagem da psicologia” (Gadamer, p. 196).
A confusão com a fenomenologia se estabelece porque parece haver certa “concordância” com a crítica fenomenológica e “pensar que a herança de Franz Brentano também pode ter chegado a Wittgenstein em Viena” (Gadamer, p. 196)
Na linguagem da metafísica Gadamer, mostra que para descer ao “cerne da linguagem” Heidegger fará um aprofundamento em “Aristóteles e Platão, em Agostinho e Santo Tomás, em Leibniz e Kant, em Hegel e Husserl” (Gadamer, p. 306).
GADAMER, H.G. Hegel, Husserl, Heidegger. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
O diálogo impossível
No campo político e no cenário que se apresenta no campo nacional e internacional, lembremos aqui Trumph versus Hillary a beira de uma das maiores e mais impressionantes campanhas presenciadas na história americana, um vez que Donald Trumph parece ser um personagem saído de alguma republiqueta de ditadores e não de um grande país.
Falta sensatez, algum rigor de verdade e até mesmo de bom senso, mas olhemos por outro ângulo, o que acontece no conhecimento e no pensamento da humanidade.
Na beira da segunda guerra mundial muitos eram os sinais de decadência e de arrogância conservadora, porém olhando o pensamento podíamos ver: o círculo de Viena, mas esta vinha da Escola de Marburgo por onde passaram Ernest Cassirer, Paul Natorp (1854-1924) e Hermann Cohen (1841-1918) que havia publicado Theorie der Erfahrung (*), ponto de partida deste grupo. (*) experiência
Todos concordavam que a ênfase principal era a “teoria do conhecimento” e portanto vão estar dentro da corrente gnosiológica, enquanto que noutro ponto estava ressurgindo, mas com um novo matiz, a ontologia através da fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938), de onde vieram seu aluno Martin Heidegger (1889-1976) e depois Paul Ricoeur (1913-2005) e Emmauel Lévinas (1905-1995), além de muitos outros é claro.
O que estava em jogo entre o aparente debate entre gnosiologias e ontologias, Popper (1902-1994), Lakatos (1922-1974) e Thomas Khun (1922-1996) não são a mesma coisa questão sobre o pensamento do que é conhecimento e ciência, também estará em jogo entre as ontologias, pois desde Husserl, penso que seu professor Franz Brentano deve ser avaliado a parte, até Lévinas e Ricoeur, pode ser pensado assim, de onde parte o conhecimento senão do Ser, e se não parte do Ser que é a verdade, ou seja, a questão é do conhecimento, da hermenêutica que é metafísica e científica, então está nos três campos, embora segmentadas.
Por algo impensado e totalmente novo, Schleiermacher considerando a Bíblia como um texto de natureza histórico-literária, propôs um método que passou a servir para a elucidação não só da Escritura, mas também de todos os textos que possuíssem essa natureza, sob esta influência Hans Georg Gadamer (1900-2002) faz uma releitura de Heidegger e propõe o círculo hermenêutico, que revê os pré-conceitos, propõe a fusão de horizontes e a leitura do autor, ressurge o campo da hermenêutica agora ligado a linguística e a ontologia, novo espaço de diálogo amplo.
Hermenêutico e dialogia
Não há relação direta entre os dois conceitos, o primeiro como dissemos, é retomado por Scheleimecher que ressurge com a questão hermenêutica, antes ligada a textos sacros ou históricos como Ilíada e Odisséia de Homero, hoje com a questão da ontologia e da alteridade.
Mas examinando mais de perto, podemos ver na perspectiva de Volichnov/Backhtin, Vygostski e no círculo hermenêutico podemos situa-la entre as fazer 3 e 4 quando fusão de contextos, horizontalidade e ouvir os autores são aspectos fundamentais, justamente o que nos faz fugir de um círculo hermético ou autor referenciado.
A relação com relação destes autores com a alteridade, surge a partir da ideia que o que está dentro de nossas consciências (pré-compreensão) surge sócio-historicamente (fase 2), mas quanto ao contexto está na perspectiva do que no círculo hermenêutico é o ítem 3.
Segundo o autor M. Holquist, a dialogia é “a própria capacidade de ter consciência baseada no outro”, é, portanto, parte do círculo hermenêutico e ao mesmo tempo realização da alteridade.
Aplicar o sentido não é outra coisa senão o que é feito em grande parte do estudo linguístico, mas não só nele, quando deixamos de lado os pontos 4 e 5, a horizontalidade e a fusão de contextos, podemos estar entrando num processo hermético ou auto referenciado.
Se o círculo hermenêutico é completo é inevitável que após ouvir o autor, que significa fazer um mergulho de fato em seu discurso, ao aplicar o sentido voltamos a etapa de interrogar-se.
Cogito ferido e política
Paul Ricoeur é um dos poucos filósofos franceses atuais (faleceu em 2005) que não só lê e traduz do alemão e do inglês, mas também dialoga com correntes internacionais de pensamento tão diversas como a fenomenologia alemã (foi o tradutor de Idéias I de Husserl em 1950), a hermenêutica de Gadamer ou a filosofia analítica inglesa e norte-americana.
Seu livro mais emblemático, Soi-même comme un autre (a tradução nacional O si mesmo como um outro é ruim), trouxe inscrita o seu belo título tanto sobre a questão da identidade (Soi-même) como sua invenção da identidade através da alteridade: comme un autre, insistindo tanto na dimensão metafórica como também ética dessa invenção, as metáforas estão no seu livro: A metáfora viva.
Opondo-se a “exaltação do Cogito” lança um Cogito “quebrado” (brisé) ou “ferido” (blessé) como o escreveu já no prefácio a Si mesmo como um outro.
Esta quebra tanto é a apreensão de uma unidade muito maior, mesmo que nunca totalizável pelo sujeito: a unidade que se estabelece, em cada ação, em cada obra, como a reintrodução do sujeito e o mundo, superando a separação sujeitos e objetos.
Na política o cogito ferido, é a impossibilidade (se não somos capazes de vermos como Outro (comme un autre), o resultado é um diálogo as vezes de confronto outras vezes de mudez, sob uma desconfiança ainda maior.
Ricoeur desconfia da mesma tendência a uma hybris totalizante e desconfiava do solipsismo cartesiano, que ele via uma aplicação acrítica, isto é, além de seus limites, dos recentes paradigmas anticartesianos, dos quais o hibridismo é a pior vertente.
Diálogo político não é hibridismo, não é composição de discursos e trocas de favores, em certo sentido, é discussão e embate, em outro descoberta de valores e pensamentos comuns.
Nicholas Carr volta a carga
Crítico do uso indiscriminado da Tecnologia, Nicholas Carr voltou a abrir seu
discurso afirmando sobre veículos autônomos: “Eu penso que muitas das visões sobre a automação total assumem que todo veículo será automatizado e toda a infraestrutura de direção não somente será mapeada em minutos, mas também será equipada com o tipo de sensores e transmissores e toda a infraestrutura de rede que nós precisaremos”, disse em entrevista na ComputerWorld.
Novas críticas porque ela já havia chamado os jovens atuais que gostam de tecnologia de “Dumbest generation” e também em seu livro de 2003 publicado na Harvard Business Review o “IT Doesn’t Matter”, Carr levantou a ira de grandes nomes da tecnologia pois questionava a noção de que a infraestrutura de TI não oferece vantagens estratégicas a empresas.
Seu novo livro “Utopia is Creepy: And Other Provocations”, que sairá pela editora americana Norton & Co. no dia 6 de setembro. Trata-se de um compêndio de artigos, como “Estaria o Google nos tornando estúpidos?” e “Vida, liberdade e a busca pela privacidade”, agora não só os jovens mas todos seríamos estúpidos, imagina o que ele vai dizer do Pokemon Go então!
Na entrevista ele afirma que quando seu blog completou dez anos em 2015, ele começou a olhar para trás através dos posts e eu percebi que muitos dos artigos ainda ressoavam hoje, interessante que ele publica no blog e em livro só agora.
Afirma que ele via o que acontecia no mundo da tecnologia, particularmente na ascensão do que costumávamos a chamar de Web 2.0 e agora é conhecido como social media e networking social, mas será que mostra o quanto é crítico naqueles artigos.
Ele chama também de “ideologia do Vale do Silício” o senso de que a internet e o social media estavam derrubando as barreiras para a expressão pessoal, libertando pessoas e como se nós confiássemos no Vale do Silício e em seus programadores para liderar uma espécie de utopia. É uma coleção de artigos, mas com um tema que percorre toda ela.
Vamos aguardar o livro, mas decididamente a visão de Nicholar Carr é pessimista.
Eu tenho bom gosto ?
Vejo em um grande número de carros esta frase, e comecei a me perguntar o que levaria um grande número de pessoas de todas as classes sociais, partidos e religiões a começarem colocar isto no carro, perguntei a algumas pessoas e a resposta não foi convergente.
Lembrei novamente do livro não terminado nas férias de Theodore Dalrymple: “Nossa cultura … ou o que restou dela”, que afirma que fatores políticos, econômicos e culturais começaram a destruir a nossa cultura … ou o que restou dela.
Pensei é uma reação inconsciente mas importante, pois alguma coisa está nos incomodando tanto quanto as injustiças (roubos, corruptos, desmandos, etc.) e a crise econômica.
A nossa noção de estética e beleza parece alterada, não apenas aquela que seleciona cores e raças, mas em qualquer raça ou cor aquilo que realmente significa o belo e o bom.
A questão da estética está ligada ao desprezo ao poético, ao imagético (e imaginário) e de modo mais profundo ao conceito de estético perdido desde o início da modernidade, isto requer um estudo mais profundo do que pensamos do cotidiano: a harmonia do (no) Ser.