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Acordos possíveis e conflito iminente
Ataques que aconteceram no final de semana nas regiões de separatistas Donesk e Lugansk podem minar as possibilidades diplomática em torno da Ucrânia, tanto a Ucrânia quanto a Rússia através dos separatistas querem estabelecer os limites territoriais antes de um possível acordo, porém os testes realizados com foguetes com carga nuclear na região de fronteira são mais provocativos que parecem, enquanto a Russia reconhece os governos denominados República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk.
As agências de notícias informaram nesta segunda feita que “o presidente disse que planeja assinar o relevante decreto num futuro próximo”, referindo-se ao reconhecimento das regiões separatistas e informou os líderes Emmanuel Macron (França) e Olaf Sholz (Alemanha) de suas intenções.
Com isto o protocolo de Minsk que estabelecia um equilíbrio de forças nas três regiões em lítio, pois também a Criméia fazia parte daquele acordo, parecem estar rompidos e o objetivo expansionista de Moscou fica claro, agora com objetivo definidos, a Ucrânia deve abrir mão de parte do seu território para as Repúblicas Populares, e a Criméia sequer é citada sendo portanto uma região já considerada anexada a Rússia, a duvida agora é se os desejos do Kremlin param ai, as tropas nas fronteiras não dão sinal de limites.
Os cálculos de analistas da inteligência americana é que 75% das forças militares russas estão voltadas ao conflito, tudo leva a crer que não se trata apenas de apoio tático aos rebeldes das repúblicas em litígio, agora o que se espera é o reconhecimento dos países por esta independência, infelizmente é um sinal para todas nações e assim torna o conflito mundial, embora ainda o envolvimento bélico sejam das forças da Otan e da Rússia, além de Ucrânia é claro que ainda não é membro da OTAN.
É possível a diplomacia atuar, sempre é possível mesmo a beira de uma guerra, o que se avizinha com bombardeiros na região de Donesk e Logansk é uma guerra civil interna, se tanto as tropas da Otan como da Rússia se envolverem os frágeis limites de pacificação podem rapidamente se romper.
A Rússia não se fechou a diplomacia, porém o comunicado de uma ação de reconhecimento é claramente um pedido de recuo para a Ucrânia, enquanto há acusações militares de ambas as partes.
Pode parecer que é um conflito local, mas lembremos como nasceram os conflitos da primeira e segunda guerra que eram por domínio em regiões limítrofes e que pareciam problemas apenas locais.
Serão com uma forte diplomacia nesta região que pode ser evitada uma escalada mundial.
Quadro de Covid-19 é indefinido no Brasil
Enquanto seguem as apostas numa queda da Covid-19, enfatizamos que seria mais seguro pensar num segundo semestre em relação aos protocolos em especial de distanciamento, o quadro de mortes mostra uma indefinição neste mês (veja o gráfico), e o estudos sobre a nova variante ômicron BA.2 ainda estão no início, e a OMS investiga outras subvariantes, embora a BA.2 tenha apontado com a principal no aumento de novos casos, no estado de São Paulo já foram detectados 3 casos.
Ela está sendo chamada de “ômicron furtivo” (stealth) por conseguir escapar das vacinas, com gravidade menor, porém as subvariantes ainda estão sendo estudadas, tanto a gravidade (que por enquanto é menor, mas não deixa de ser letal), enquanto se observa neste mês de fevereiro a ômicron é dominante e um aumento dos da subvariante BA.2.
Enquanto a maioria dos estudos aponta para menor gravidade, cientistas do Japão das Universidade de Tóquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto apontam que a subvariatne pode ser mais agressiva que a original, porque afeta mais gravemente os pulmões, e já sabemos que este tem sido o fator mais grave, e por isto chamado de SARS-Covid (SARS, Síndrome Respiratória Agude Grave).
Em nossos círculos de relacionamentos todos os dias recebemos notícias de funcionários em trabalho presencial, professores e alunos infectados, como há pouca testagem muitos casos nem são contabilizados, pois há muitos casos assintomáticos.
Kei Sato, pesquisador da Universidade de Tóquio que conduziu o estudo, argumentou que o mais importante neste momento seria monitorar mais de perto e “estabelecer um método para detectar a BA.2 especificamente seria o primeiro passo” em muitos países, conforme já havíamos postado ter uma política de testagem neste caso “nova”.
Se olharmos os dados da Dinamarca onde os casos de BA.2 são muitos altos (dados do Our World in Data
Continuamos pedindo um protocolo mais claro, com distanciamento e política de evitar aglomerações, porém parece que por razões políticas isto foi abandonado.
A fome no mundo
O relatório Welthungerhife mostra o mapa da fome no mundo, nele fica evidente a concentração na África onde estão os países mais pobres e também restos de um período de colonização (ainda há esta presença lá) que pouco de importou com a população.
Ali estão concentrados os países com mais baixa renda per capita, em dólares: Somália: $ 953, República Centro Africana $996, República do Congo $1203, Moçambique $ 1338, Niger: $ 1503, Malawi $ 1503, Libéria $ 1623 e Madagascar $ 1630, também há guerras por divisão de territórios, diamantes e extração de minérios:, como é o caso do minério de fosfato no qual estão envolvidos: a Espanha, Marrocos e Mali, mas também rebeldes do Saara Ocidental lutam por independência em território reivindicado por Marrocos.
A guerra que tem interesses econômicos e neocolonização por trás sempre estiveram presentes ali, a Somália é um exemplo típico disto pois levou o país a uma miséria ainda maior e a Pandemia fez a crise tornar mais alarmante.
Ainda não existem estudos conclusivos sobre o real impacto da pandemia neste território, um recente relatório denominado “O Estado de Insegurança Alimentar e Nutrição no mundo (SOFI) de 2021 trans alguns esforços de agências das Nações Unidas para mapear e traçar uma política e estima que um décimo da população global, avaliado em torno de 811 milhões de pessoas no mundo estão subalimentados neste período da Pandemia, o que mostra um quadro alarmante.
Uma guerra de proporções mundiais poderia agravar ainda mais este quadro, também políticas sanitárias mais igualitárias (uma distribuição de vacina proporcional ao número de habitantes, por exemplo) são medidas necessárias para evitar que além da pobreza o número de mortos continue a crescer no rescaldo da pandemia.
Pequena história da Ucrânia
No século III a região foi habitada pelos godos (250-375), a região era chamada de Aujo, ali havia uma cultura cherniacove, os ostrogodos se estabeleceram em 350 com influência dos Hunos, ao norte havia um povo que tinha uma cultura de Quieve (depois mais tarde Kyiv ou Київ).
A origem da Ucrânia de hoje está em tribos eslavas que chegaram a este território nos séculos V e VI, no século IX chegaram invasores vikings, chamados variagi, os mongóis invadem em XIII, o rei Igor I com uma jovem adolescente variagi chamada Olga uniu os povos, este reino chamado Rus tinha como capital Kiev, o rei vai ser morto e Olga assume o poder com grande vigor e coragem, e domina os povos, Olga ocupará um papel especial e depois se converterá ao cristianismo com grande obra a favor dos pobres.
Olga é um capítulo a parte, depois de ser uma rainha forte e até certo ponto cruel com seus inimigos, o filho assume o reinado e ela se converte ao cristianismo, construiu igrejas, fez campanhas de evangelização, não conseguindo, porém, converter o filho Sviatoslav (Esvetoslau I), ajudou de tal forma os pobres e as pessoas doentes que se tornou uma santa reconhecida pela igreja ortodoxa no ano e pela igreja católica de rito bizantino, seu filho não se converteu, porém seu neto Vladimir I se converteu e também foi declarado santo.
Os variagi comandavam vários pontos estratégicos na Rússia e exploravam o transporte e o comércio, assim durante o século X e XI, o território da Ucrânia tornou-se centro de um estado poderoso e prestigioso na Europa, chamado na época de Rússia de Kiev (lembre era o reino de Rus) e também foram base para muitas nações eslavas subsequentes (como a Grande Bulgária e a Bielorussia, por exemplo), além dos próprios russos que eram então apenas tribos eslavas dispersas.
O estado foi conquistado por Casimirio IV da Polônia, enquanto o cerne da antiga Rússia de Quieve passaram ao controle do Grão-Ducado da Lituânia, mas o casamento do Grão-Duque Jagelão da Lituânia com a Rainha Edviges da Polônia, trocou o controle dos soberanos lituanos para a maior parte do território ucraniano e assim retornou a Ucrânia.
Damos um salto na história, que é também rica do período medieval, uma guerra civil que durou 4 anos depois da revolução russa (1917) em 1921 a Ucrânia se torna república socialista soviética, com expurgos e apropriações de terras que os agricultores ucranianos se recusavam a entregar, a Ucrânia é uma grande produtora de grãos.
O período stalinista e a ocupação nazista de seu território, que causaram mais de 10 milhões de mortos entre 1930 e 1945, a Ucrânia resistiu a coletivização russa e a invasão nazista, a Ucrânia no período soviético era responsável por ¼ da produção soviética no setor agrícola produzindo 40 milhões de cereais, um recorde para a época.
Por fim a problemática do território da Criméia, que tem origem na guerra de 1853 e 1856 onde houve um conflito entre a Rússia e uma aliança formada pela França-Reino Unido-Reino da Sardenha (hoje parte da Itália), em 2014 a guerra renasce com a tomada pela Rússia, seja esclarecido que havia um contrato entre a Ucrânia e a Rússia numa espécie de leasing para concessão do porto dos balcãs onde está a maior frota marítima da Rússia, em Sebastopol que era assim um território independente da Ucrânia.
Assim entre as análises mais absurdas, está aquela que diz que a Ucrânia seria inviável como estado independente, está fragilizada por uma guerra interna e sob pressão Russa.
Pandemia aumenta e países relaxam
A notícia é da BBC em português diversos países (Reino Unido, França, Holanda, Dinamarca, Espanha, Áustria, Finlândia, Bélgica, Grécia e Suécia), cansados da alteração da rotina muitos países, ambientes e até mesmo sanitaristas relaxaram no controle porque o isolamento é de fato difícil, no Brasil o número de mortes voltou a casa de milhares.
A pressão na realidade é política e econômica, e as autoridades se virão sob pressão de reabrir a economia e com isto liberar ambientes de comércio e convívio social, porém o custo econômico também poderá ser grave com o número de pessoas que vão se afastar, mesmo que seja por casos menos graves, é visível em alguns setores, no caso do Brasil, que muitos funcionários contraem o Covid na variante Omicron, e neste caso devem se afastar por ao menos 10 dias, mas também aqui foi reduzido para 5 dias, ou seja, menor precaução e mais contágio.
Na terça-feira passada (1/2) a OMS declarou a preocupação com este relaxamento, mas os comissários e sanitaristas europeus se apressaram em dizer que o fim da pandemia está próximo, há pequenos sinais de que o pico (ainda estamos nele) possa atenuar, mas é cedo demais para inferir que podemos relaxar, o normal seria esperar a curva baixa (gráfico).
Segundo a Agência Brasil o brasil registrou 197.442 mil casos na sexta-feira e 1.308 mortes em 24 horas, isto totaliza 26.473.273 casos e 631.802 óbitos, pelo alto número é muito improvável que os casos sejam apenas de não vacinados ou de crianças.
A vacinação das crianças em sua grande maioria ainda é a primeira dose, e em muitos estados no dia de hoje já estarão de volta as aulas, podiam ao menos esperar um pouco, mas os países que retornam aos postos de trabalham precisam ter onde deixar os filhos, assim a motivação também é econômica e não de preocupação de fato com as crianças.
É muito provável que a Pandemia entre num ciclo de arrefecimento, talvez não desapareça completamente, porém os cuidados deveriam ser mantidos e não é o que se observa, a menos de alguns países asiático onde procura-se elevar a tolerância a zero, um exemplo são as restrições da olimpíada de Inverno e no mundo árabe, o Campeonato Mundial de Clubes disputado em Abu Dhabi que são notícia no mundo todo, basta fazer uma comparação das medidas lá e as medidas aqui.
Olhar mais profundo sobre a guerra
Em tempos de crise o mais difícil é entender a profundidade e a extensão da crise: social, política, ecológica e humana, a pandemia acelerou a níveis maiores e não há grandes análises nem pensamentos que deem conta da realidade, na verdade, muito achismo e sofismo, saídas fáceis para problemas complexos, o pior deles uma possível guerra.
Karl Kraus reclamava do jornalismo e da mentalidade de sua época sobre a possibilidade de uma nova guerra, que de fato aconteceu a Primeira Guerra mundial, em sua ironia assim se expressava: “existem imbecis superficiais e imbecis profundos”, e pouco a pouco a guerra de fez.
A crise instalada entre a Rússia e os Estados Unidos retorna a tensão sobre a qual a humanidade viveu todo o período da guerra fria, que aparentemente havia se afastado, mas lembramos da crise de 2014 na própria Ucrânia onde a Criméia voltou a ser posse russa, as várias crises com o Irã e o Afeganistão, a crise com a Coréia do Norte e a permanente crise com a China, que vai desde o campo comercial até o bélico.
Em meio a uma crise humanitária sem precedentes, já é tão grave quanto a gripe espanhola e a peste negra, a covid 19 agora se aproxima de uma endemia, uma doença com a qual teremos que conviver, mas é bom lembrar que os cuidados devem ser mantidos, e as autoridades de saúde não podem perder de vista o controle e medidas preventivas.
Peter Sloterdijk e Edgar Morin reclamam uma maior profundidade no olhar sobre a crise humanitária, já reclamavam antes da pandemia, certamente agora tem um olhar ainda mais aguçado e crítico sobre a superficialidade com que tratamos de temas tão graves e com necessidade de uma análise profunda, neste momento: uma possível guerra.
Olhando as análises parece que a mídia está interessada em possibilidades de vitória de um dos lados, de estratégias e posicionamentos que cada lado pode tomar, um possível corte no gás russo que abastece a Europa que está em pleno inverno, mas as consequências humanitárias e mundiais para todos, com maior gravidade para Rússia e Ucrânia é claro, pode ter consequências que tornem o próprio planeta e a civilização irreconhecíveis se o alarme de guerra soar, todos perderão e os mais pobres serão levados a penúria total com aumento de preços e escassez de alimentos.
Sim as etapas de negociação continuam, a Rússia reafirma que não invadirá, mas o acúmulo de forças em torno da Ucrânia é uma escalada proporcional apenas ao período da segunda guerra mundial, o posicionamento é também estratégico para uma guerra, o conselho de segurança da ONU que no processo de revezamento agora tem a Rússia na presidência, se reúne para tentar viabilizar a via diplomática.
Quem cederá, o que é possível cada lado ceder, a OTAN não tornar a Ucrânia país membro e a Rússia deixar de dar apoio as forças que atuam internamente na Ucrânia, porém o raciocínio de que há uma polarização ideológica planetária não pode ser deixado de lado, a origem da tensão é esta polarização e ela está presente hoje em todos país, uma nova cultura de paz é necessária para a humanidade, e esta profundidade da reflexão não pode ser deixada de lado.
Caos pandêmico e negacionismo estrutural
As medidas de restrições deveriam ter continuado, mas o que se observa é uma liberação de aglomerações e ausência de protocolos claros, em todo mundo há um aumento de caos, aproximando-se dos 3 milhões diários, no Reino Unidos há uma explosão de casos (ver gráfico), estudos da França revelaram 46 variantes, a ômicron ainda é predominante, porém há o risco de novas mutações se a pandemia não for contida e a única arma disponível é a vacinação, entretanto, medidas sanitárias rigorosas já deveriam ter sido tomadas, aos poucos: voos, restaurantes e aglomerações voltam a ser proibidas (lá), mas sem a força necessária das autoridades públicas.
Não é diferente no Brasil, onde chegou-se a mais de 56 mil internações só na cidade de São Paulo, porém o discurso público é que são apenas pessoas que não tomaram vacina ou que os casos não são tão graves, porém a própria OMS alerta para a gravidade da ômicron, sendo o primeiro efeito imediato colocar o sistema de saúde em colapso, em São Paulo a ABLOS (Associação Brasileira de Lojistas Satélites) pedirá aos shoppings redução de horário de funcionamento pela falta de funcionários devido a covid.
Estudo da Universidade de Washington indica que o Brasil poderá chegar a um milhão de casos diários, em curto prazo, até o final do mês de janeiro, a influenza H3N2 avança, no entanto, a maioria dos casos ainda é da covid 19 com a variante ômicron. A China estoca alimentos não está declarado que seja apenas pela questão da ômicron ou há algo mais.
O líder indígena Ailton Krenak, do povo da região devastada do rio Doce, disse em entrevista no programa Bom para Todos da TVT que falar em novo normal é muito próximo ao negacionismo, aquilo que precisa ser mudado e não é significa que achamos bom o estado anterior de despreocupação com a vida e com a natureza, é a própria natureza que nos impele a uma mudança de hábitos, a um novo modo de viver, e se não aprendermos rápido ficaremos presos a novas pandemias e crises cíclicas.
É assim mesmo, não tem como mudar, diz o discurso conformista, ou pior aquele que deseja devastando vidas voltar a uma normalidade ainda impossível não apenas devido a pandemia, mas agora também por uma realidade social sofrida e com apagões e dificuldades de reestruturação, como alerta Krenak não há novo normal é preciso lidar com a realidade por mais dura que ela seja.
Mesmo com a ausência de dados claros, desde o final de dezembro o Ministério da Saúde vive um apagão de dados, causado por hackers, porém não conseguiu se reestruturar, também a testagem e controle em atividades coletivas foram suavizadas, basta ir a qualquer evento social, a restaurantes ou igrejas, já não há medida de temperaturas e as necessárias observações de distanciamento, é o que chamamos aqui de negacionismo estrutural.
Espera-se alguma medida, mas de cima para baixo, parece uma política intencional, há um descontrole em ações e uma relativização da gravidade pandêmica.
Os inocentes e a epistasia
Muito se comentou em tom irônico sobre possíveis variações genéticas por causa da pandemia, o fenômeno existe, embora raro ele ocorre quando há a interação de genes para influenciar alguma característica da espécie, o caso clássico foi estudo por Bateson e Punnett, que estudaram um tipo de crista que aparece em galinhas, e é determinado por dois genes independentes (que equivale a dois pares de alelos), claro não é o caso das vacinas, apenas para esclarecer a questão científica.
A inocência reside em entender a mutação do vírus como capaz de induzir ou influenciar uma mutação genética humana, claro o nosso sistema imunológico é afetado, como estudos que tentam correlacionar HIV com a variante ômicron, mas isto não significa até o momento nenhuma mutação genética humana.
Entretanto a epistasia tem sido importante para estudar a variante ômicron, neste caso o vírus e não a vacina, segundo reportagem da BBC News, o professor Ed Feill, professor de evolução microbiana da Universidade de Bath, na Inglaterra: “Se a variantes tem mais mutações, isso não significa que seja mais perigosa, mais transmissível ou que tenha maior capacidade de evadir o efeito das vacinas”, e muitas conclusões prematuras sobre esta variante não tem uma base científica sólida.
A confusão é que o vírus sofre variações, mas não tem fundamento imaginar que estas mutações afetem o código genético humano, diz o professor: “na medida que um vírus evolui, ele pode acumular um grupo de mutações que, por sua vez, podem criar uma variante”, “… e para detectar as novas variantes: “os cientistas rastreiam a sequência genômica do vírus”, e neste caso os estudos de epistasia são fundamentais para detectar variantes.
O biólogo evolucionista americano Jesse Bloom, em artigo recente no jornal americano The New York Times, chamada a atenção para a variante alpha que tem uma mutação chamada de N501Y, que está associada a capacidade de infecção.
É importante compreender que a variante ômicron não está completamente decifrada, justamente por causa do seu número de mutações em sua epistasia mais difícil de detectar e entender: “isso abre mais espaço evolutivo para isso”, afirmou Feil na reportagem, e assim a pesquisa tem que observar combinação que não foram vistas antes.
Nem inocência de afirmar que há alguma mutação genética humana, nem inocência de afirmar que a variável ômicron está controlada porque oferece “menos perigo”.
A OMS tem uma classificação de variantes em “preocupação” e “interesse” conforme o quadro acima.
O Natal em Lisboa
Lisboa é a capital portuguesa e o Natal lá é um destino especial para brasileiros, português vivia uma explosão de turismo quando entrou a pandemia, um campeão de vacinação da Europa reabriu o comércio, mas estes dias voltaram a ser dias de incerteza e preocupação como nova medidas de restrição sanitária
A praça do comércio é seu ponto central, onde sempre se faz uma iluminação com uma bela árvore de natal (foto 1) e ilumina o arco triunfal (homem ao rei D. José I), ele inicia sua principal rua de comércio e restaurantes indo até a praça do Rossio, e ela dá passagem para a praça da Figueira, outro ponto característico e Central.
Da praça do comércio se tem uma vista do rio de Tejo onde se liga ao mar, a região chamada de “baixo Chiado” ou simplesmente a “baixa” pode-se subir através das escadarias, do metrô ou pelo elevador histórico e turístico Santa Justa até o Chiado.
O chiado é ponto de um comércio mais antigo, com sua famosa praça de Camões de onde se tem acesso a ruas de comércio e a bares e restaurantes famosos como o “cantinho do Avilez”, chef conhecido internacionalmente e que faz a tradicional comida ibérica com bom gosto e criatividade, há no Chiado muitas coisas para se ver e comer, além e ser um ponto tradicional dos bondinhos (elétricos como são chamados lá).
Também a praça do Rossio e a praça do Comércio são pontos de elétricos, no caso da praça do Rossio também há uma estação de trem (comboios em Portugal), dali pode-se ir até Belém, onde há a famosa torre e o tradicional “pastel de Belém”, ou ir para a parte mais moderna de Portugal, indo até a praça Marques de Pombal por metrô ou autocarro (ónibus, os elétricos modernos são bons e confortáveis).
Infelizmente as restrições sanitárias voltaram, tanto para viagens quando para a circulação, então o passeio no Natal e ano novo está limitado por lá também.
Nova pandemia com mutação do vírus
Embora os dados ainda não sejam definitivos, e algumas vezes são contraditórios como é o caso da vacina Pfizer, é certo que a eficácia de proteção contra a nova variante ômicron é muito pequena, na casa de 10 a 20% dos casos e há vacinas que não tem eficácia nenhuma provavelmente porque os laboratórios não dizem nada.
Em relação a Pfizer, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA, em inglês) afirmou na sexta-feira passada (10/12) que “Essas estimativas iniciais devem ser tratadas com cautela, mas indicam que alguns meses após a segunda dose há um risco maior de pegar a variante ômicron em comparação com a Delta”, declarou Mary Ramsay, chefe de imunização do UKHSA, ao jornal CNN.
Na mesma notícia o jornal indica que quando a dose se reforço é feita com a vacina Pfizer, a eficácia aumenta 70% para os que receberam inicialmente a AstraZeneca e 75% para os que receberam a vacina Pfizer, porém os laboratórios de ambas trabalham acelerados para uma nova vacina que combata a variante.
A OMS declara que os dados ainda são insuficientes para estabelecer o quadro clínico da gravidade provocado pela ômicron, mesmo que muitos dados indiquem até o momento que os casos na África e Europa onde os sintomas são “leves a moderados” é preciso aprofundar as análises e estudos para entender o que a variante provoca nos infectados.
O número de óbitos registrados no sábado no Brasil foi inferior a 100, mas 9 estados e o Distrito Federal não mandaram dados, enquanto se observa já uma elevação de infecções e mortes nos estados do Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Sergipe, a transmissão comunitária da variante ômicron teve o primeiro caso em São Paulo, é considerada comunitária quando o paciente não tem histórico recente de viagens ao exterior.
O que fazer diante da gravidade do quadro e a eminência de uma nova pandemia, é fato que todos estamos cansados das restrições e do avanço das dificuldades sociais e econômicas, porém a vida deve ser um valor superior a qualquer outra dificuldade e assim os cuidados devem ser retomados e mantidos conforme o caso.
A OMS diz que estamos mais preparados, de fato, mas tanto o sistema de saúde como a população estão cansados pelos esforços redobrados durante a pandemia e este quadro também deve ser analisado, criar mecanismos que as pessoas estejam menos pressionadas e possam de alguma forma extravasar as energia e manter o equilíbrio social, pessoal e econômico.