Arquivo para October 1st, 2011
Novo livro de Redes Sociais em breve
Recebi um comentário de um dos autores de um livro de redes sociais, sobre o post que havia feito na aplicação da teoria das redes e da teoria da dádiva (Mauss, 2003) claramente presente no livro “Redes Sociais e Saúde: Novas Possibilidades Teóricas” de Paulo Henrique Martins e Breno Fontes, com referência especial ao capítulo intitulado: “As redes sociais, o sistema da dádiva e o paradoxo sociológico”, o único que já lido (no Caderno CRH).
Será publicado em breve de Breno Fontes o livro “Redes, práticas associativas e Poder Local”, segundo o autor provavelmente em outubro.
Gentilmente enviado pelo Breno Fontes, o prefácio deste novo livro me instigou, é importante observar uma nova sociologia florescente que olha o poder das organizações sociais e neste caso as locais com o elevado serviço que elas podem prestar num momento histórico difícil e cheio de inquietações e que boa parte das discussões remete aos poderes locais.
Li no prefácio: “Este foi o pano de fundo para as minhas reflexões, conduzidas a partir da leitura da sociedade norte-americana, mas tendo por pano de fundo a realidade brasileira, e os estudos sobre gestão participativa, poder local e práticas associativas, que tinha feito antes”.
Segue o prefácio abordando o mundo das redes e as novas possibilidades que elas colocam: “… enquanto poderoso instrumento para explicar estas práticas associativas, que se manifestam desde movimentos de vizinhos, amigos e familiares na construção da solidariedade expressa no mutirão para a construção de casas, no cuidar de crianças, no construir o habitat, até em movimentos políticos com manifestações mais comuns aos cientistas sociais: aqueles que se mobilizam e articulam para a produção de agendas públicas favoráveis a suas reivindicações”.
Uma observação atenta a um novo fenômeno sociológico é presente na leitura dos autores: “de culturas diversas a partir do maior ou menor vigor associativo existente, mas a partir de práticas , segundo modos de sociabilidades, que são particulares consoante o modo como diferentes culturas constroem e representam o mundo”.
Longe de teorias matemáticas e/ou administrativas, os autores fazem uma leitura importante das redes, que embrionariamente Manuel Castells já conjecturava, mas agora eles a fazem “a partir de práticas sociais” e elas significam um momento importante de reflexão e de ações novas.
A meu ver, não é por acaso esta leitura da “teoria da dádiva” e das redes, pois esta última representa o “passo antropológico” capaz de dar vida a uma nova relação com a mercadoria.
A relação com a preocupação deste blog é direta: sujeitos e objetos se relacionam como “dádiva”, o modelo da competição e da uniformização está em decadência.