Arquivo para outubro, 2011
Os tablets e o código aberto
A mania tablet vai tomando conta, e a visão de um mundo pós-PC vai chegando aos usuários, mas o mundo do software livre se pergunta: haverá um tablet com Linux.
Claro a comunidade do código aberto e muitos programadores e desenvolvedores vibram com o Android, mas ele não é tão “aberto assim”.
Mas há uma expectativa porque a perspectiva do fabricante ZaReason de ser totalmente open source é muito esperançosa para a comunidade e pode dar uma guinada no jogo.
Para aquelas que não estão acompanhando os fatos parece que ZaReason, fabricante de uma variedade de hardware com Linux pré-instalado, está começando a trabalhar em um tablet de 10 polegadas há já algum tempo com o objetivo de fornecer um modelo com fontes totalmente abertos. Tudo o que falta para o lançamento, é aparentemente sendo o site TechNewsWorld, é o direito de distribuição Linux para obter uma versão tablet-amigável segundo o site, ele chegar no “funciona” diz um relatório .
Então fica a dúvida o que estaria esperando para o primeiro tablete com fonte totalmente aberto chegar ao mercado, o relatório responde taxativamente: código.
Porque a empresa está empenhada no hardware de suporte para o código que se baseia em GPL-protegidos (GNU Public License), software de livre distribuição, e a ZaReason não poderá liberar o tablet até suporte para telas sensíveis ao toque programadas em Linux alcançar, em promessas como o Canônico uTouch. Como Cathy Malmrose da ZaReason escreveu no referido relatório na TheVarBuy:
“Assim como as características de toque prontas já estiverem sólidas, nós estamos prontos para lançar o tablet. Se o Ubuntu (ou outro) disser que amanhã [o suporte touch] está no nível ‘funciona’, em 24 horas as nossas equipes in-house QA e R & D conseguem verificar tudo. Assim em 2 hs. no site ZaReason estaria permitindo as pré-encomendas. Dentro de 2 semanas que seria [possível] estes passos”.
A comunidade open-source espera pronta para apoiar em crowdsourcing este produto.
Morre Stevie Jobs aos 56 anos
Segundo o The Wall Street Journal que noticiou nota da familia assim: “morreu em paz hoje cercado por sua família … Nós sabemos que muitos de vocês vão chorar com nós, e pedimos que respeitem nossa privacidade durante nosso período de tristeza”.
Ainda segundo o jornal, Tim Cook que o substituiu na presidência da empresa, disse “a Apple perdeu um gênio criativo e visionário” e que “Steve deixa para trás uma companhia que apenas ele poderia ter construído e o seu espírito será a base da Apple para sempre”.
Postamos algum tempo atrás sobre a história da Apple, de Jobs e sua hipotética competição com Bill Gates.
Quem viveu como eu a evolução da computação, o início dos micros e das “janelas”, tem gratidão a ele.
Finalmente lançado iPhone 5 decepciona
O iPhone 5, oficialmente chamado de iPhone 4S, a nova versão da Apple do smartphone da maça, foi lançamento nesta terça 03/10/11 e acabou finalmente com rumores e especulações sobre suas funcionalidades.
Com poucas novidades do iPhone no evento de terÇa da empresa de Cupertino-Ca, houve uma queda no valor de suas ações, que iniciaram a U$ 374,57, mergulharam a U$ 355 e recuperaram no final do dia.
O iPhone 4S ainda se parece muito com o iPhone 4, embora inclua um novo processador, o chip CDMA / GSM, que o torna um telefone 4G e tem também uma nova câmera, naa versão Plus, disponível chamada Sprint ( S ) agora no fundo é um iPhone 4 melhorado que justifica o nome oficial.
A promessa de velocidades são maiores de 14,4 Mbps para download e 5,8 Mbps para upload, a duração da bateria é ligeiramente mais longa, sendo 8 horas de conversação contra 7 horas para o iPhone 4.
O iPhone 4S também foi lançado com iOS 5, e todos os aplicativos iCloud habilitados, integrado no iTunes com a promessa de músicas na iCloud, o AirPlay agora trabalha no telefone de modo que você pode transmitir vídeos sem fio para o Apple TV, quer dizer tudo patenteado e “bloqueado” para produtos Apple.
Mas com o novo sistema operacional “não aberto” iOS, as sucessivas brigas de patentes com a Samsung e o fato que o Android caiu no gosto popular, especialmente de desenvolvedores e gente que gosta de tecnologia mostra que a Apple ainda tem alguns caminhos a percorrer para entender efetivamente o mercado da tecnologia, que exige maior abertura de aplicativos, facilidades de desenvolvimento e custos menores.
E agora: as crianças querem games !
Uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) sobre o uso de internet, com crianças de 5 a 9 anos no Brasil, com 2.516 crianças, sendo 2.131 da área urbana e 385 da área rural , nos meses de setembro a novembro de 2010, mostrou que 90% delas usam a rede para ter acesso a jogos online.
O número das que jogam online é o dobro das que buscam na rede soluções para trabalhos escolares (45%) ou que brincam em sites com desenhos da TV (42%) e ainda fazem pesquisas diversas (35%) ou assistem desenhos animados e vídeos (34%).
Isto pode assustar muita gente, mas basta pensar que podemos e devemos entender que brincar pode ter muitas variações, e que os tipos de jogos e as horas de computador devem ser dialogadas e pensadas.
Mas os dados preocupantes é que um quarto (25%) das crianças responderam que se sentem ameaçadas sim, embora a pesquisa não especifique que tipo de ameaça, o estudo mostrou que 12% diz que conheceu alguém pela internet, 11% enviaram fotos e 6% declarou ter sido vítima de piadas e brincadeiras que não tenham gostado.
A saída é aumentar o número de games educativos, o site do Prêmio Nobel por exemplo trás inúmeros “jogos educativos”, o site da BBC trás várias opções dependendo de como você aciona a manivela da máquina e outro site com muitos games é o Learning Games for kids.
Em sites de games é possível encontrar e selecionar alguns que são educativos, claro é preciso “perder” algum tempo para verificar se não há mensagens subliminares e efeitos nocivos, um exemplo deste tipo é o site de games que tem um diretório de educativos.
Quanto aos jogos violentos que atrai um número grande de jovens, sem dúvida são desaconselhados para crianças, há estudos como da equipe do Dr. Bruce D. Bartholow da Universidade de Missouri-Columbia, nos Estados Unidos que dizem que aumenta a probabilidade de jovens se comportarem com maior agressividade, como há estudos mais recentes como o feito pela equipe de Patrick Markey da Universidade de Villanova, nos Estados Unidos, e enviado à Associação Americana de Psicologia, apontam que este tipo de jogo não influencia o comportamento violento dos jogadores.
O importante é pensar que nada substitui um bom diálogo e uma explicação calma e convincente, mas os games estão aí desafiando pais e educadores.
Reações tecnofóbias e autoritárias não são indicadas num mundo que a tecnologia já está presente.
Onde partilhar sons e áudios ?
Sound Cloud é uma plataforma lançada em 2007 por Alexander Ljung e Eric Wahlforss, que inicialmente tinha a ideia ermitir que profissionais da música trocassem idéias sobre as composições nas quais estavam trabalhando, permitindo uma fácil colaboração e comunicação antes de um lançamento público, mas hoje o site já é muito utilizado por ouvintes e usuários comuns da Web.
A ideia original da SoundCloud era só para partilhar, mas os usuários queriam comercializar suas músicas compartilhadas, então recentemente (final de julho) o site se uniu ao DiyMedia através da sua plataforma para música: DiyMusic e ampliando os horizontes do compatilhamento.
O site permite compartilhar o espectro musical, mostrar os arquivos de áudio enviados em widgets e que simulam o diagrama no qual os usuários possam postar comentários sobre a música. Estes widgets podem ser embutidos em apps em blogs ou redes sociais.
Esta solução permitiu aos artistas que usam o SoundCloud venderem suas faixas diretamente aos fãs através de suas redes sociais e sites, utilizando as redes sociais de comércio do DIY Media .
Entre alguns usuários conhecidos do site estão o produtor americano Beck Hansen (exemplo, click e ouça a música), o dueto de música eletrônica The Knife (exemplo) e a banda de rock Them Crooked Vultures.
Os sites de publicização tem um ícone próprio para os anunciados como por exemplo o Boo-Box que pode ser acessado direto pelo ícone e será usado no exemplo abaixo.
Quem pensa que deve ser desconhecido o Them Crooked Vultures ela tem nada mais nada menos que Dave Grohl (Foo Fighters ), John Paul Jones (Led Zeppelin ) e Josh Home (Queens of Stone Age), que foram aclamados como o maior feito do Rock em 2009 e que tem com inúmeros shows marcados até hoje e foram lembrados no 53º. Grammy Awards com uma premiação de super banda na categoria “New Fang”.
Apple negocia músicas no iCloud
O serviço de nuvem é quando uma pessoa usa servidores de terceiros para seu banco de dados em vez de usar seu próprio PC, isto está fazendo com que os novos dispositivos venham com pouco HD, por exemplo tablets com 16 e 32 GBytes, mas o compartilhamento e a portabilidade
são direitos dos usuários que as legislações antigas de direitos autorais não previam e criam embaraços.
A corrida da empresa de Stevie Jobs é que ela fará um evento para a imprensa na terça-feira, na sua sede em Cupertino na Califórnia, onde será lançado o iPhone 5, chamada de “geração icônica” de smartphone por fazer toda comunicação por ícones, e uma das metas é ter o máximo de músicas disponível aos usuários.
Em julho, Jobs já tinha anunciado o serviço de armazenamento on-line de músicas lançando este serviço chamado iCloud, que foi projetado para tornar simples o compartilhamento de músicas, fotos, agendas e outros arquivos entre os diversos dispositivos móveis que o usuário possua: tablets, desktops, smarthfones ou outro gadget.
A Apple explicou que uma música comprada no iTunes pode ser colocada na nuvem e compartilhada com outros dispositivos, este é o fascínio e o novo paradigma colocado pelas nuvens, pois os aficionados por música vão transferir alguns Gigabytes de música que tem em CD para as nuvens por causa desta “portabilidade” de dispositivos e isto poderia infringir os “direitos autorais”.
A Apple questionada que usuários devem colocar coleções inteiras num “match Tunes” informou que o serviço custará U$ 25 dolares por ano e que pagará os direitos para as gravadoras e autores.
Novo livro de Redes Sociais em breve
Recebi um comentário de um dos autores de um livro de redes sociais, sobre o post que havia feito na aplicação da teoria das redes e da teoria da dádiva (Mauss, 2003) claramente presente no livro “Redes Sociais e Saúde: Novas Possibilidades Teóricas” de Paulo Henrique Martins e Breno Fontes, com referência especial ao capítulo intitulado: “As redes sociais, o sistema da dádiva e o paradoxo sociológico”, o único que já lido (no Caderno CRH).
Será publicado em breve de Breno Fontes o livro “Redes, práticas associativas e Poder Local”, segundo o autor provavelmente em outubro.
Gentilmente enviado pelo Breno Fontes, o prefácio deste novo livro me instigou, é importante observar uma nova sociologia florescente que olha o poder das organizações sociais e neste caso as locais com o elevado serviço que elas podem prestar num momento histórico difícil e cheio de inquietações e que boa parte das discussões remete aos poderes locais.
Li no prefácio: “Este foi o pano de fundo para as minhas reflexões, conduzidas a partir da leitura da sociedade norte-americana, mas tendo por pano de fundo a realidade brasileira, e os estudos sobre gestão participativa, poder local e práticas associativas, que tinha feito antes”.
Segue o prefácio abordando o mundo das redes e as novas possibilidades que elas colocam: “… enquanto poderoso instrumento para explicar estas práticas associativas, que se manifestam desde movimentos de vizinhos, amigos e familiares na construção da solidariedade expressa no mutirão para a construção de casas, no cuidar de crianças, no construir o habitat, até em movimentos políticos com manifestações mais comuns aos cientistas sociais: aqueles que se mobilizam e articulam para a produção de agendas públicas favoráveis a suas reivindicações”.
Uma observação atenta a um novo fenômeno sociológico é presente na leitura dos autores: “de culturas diversas a partir do maior ou menor vigor associativo existente, mas a partir de práticas , segundo modos de sociabilidades, que são particulares consoante o modo como diferentes culturas constroem e representam o mundo”.
Longe de teorias matemáticas e/ou administrativas, os autores fazem uma leitura importante das redes, que embrionariamente Manuel Castells já conjecturava, mas agora eles a fazem “a partir de práticas sociais” e elas significam um momento importante de reflexão e de ações novas.
A meu ver, não é por acaso esta leitura da “teoria da dádiva” e das redes, pois esta última representa o “passo antropológico” capaz de dar vida a uma nova relação com a mercadoria.
A relação com a preocupação deste blog é direta: sujeitos e objetos se relacionam como “dádiva”, o modelo da competição e da uniformização está em decadência.