Arquivo para junho 16th, 2017
Escatologia em tempos de crise
Quando o império Romano dava sinais de decadência, muitas pessoas se desesperaram e diziam o fim está próximo, também no final da idade média, no período da peste negra os sentimentos eram iguais, toda cultura e todo processo civilizatório tem uma escatologia, quer dizer, o que aconteceu no seu fim, que não quer dizer necessariamente o “fim do mundo”.
Na escatologia cristã o Reino de Deus está próximo (Mt 3,2) e mesmo sua presença entre os homens (Mt 12,28) é uma escatologia dizem os teólogos e exegetas, do “já”e também do “ainda não”, já porque Jesus-Deus veio habitar entre os homens, ou seja entrou na história, mas não ainda porque é preciso que um conjunto de fatos históricos se desenrolem para que o homem tenha “vida plena”, que significa tão somente condições mínimas de dignidade.
O tempo presente é lugar dos homens, é preciso portanto consciência histórica, mas aquela romântica de Dilthey, já postamos isto, é romântica no sentido que apenas condições ideais e não factuais para que a consciência histórica nos impulsione a construir uma vida digna.
Na escatologia cristã, para aqueles que não atingem a profundidade dos acontecimentos históricos, o Reino de Deus vai crescendo sem que o homem saiba como (Mc 4,26-27), mas as contradições da vida cotidiana interpelam a ausência de profundidade, ou a consciência mais romântica que apesar de crê que os fatos “são vontade de Deus”, acrescento na história, não podem olhar numa lógica histórica porque creem “idealmente” deslocados de sentido.
Em face a lei judaica, Jesus agirmou a liberdade e o a dignidade humana (Mc 2,27: Mt 12,8-12; lc 11,37-42), em face ao sistema “religioso” ele afirma que todos são filhos de Deus (Mt 12,6; 12,12-13; 24,1-2) e inclui a TODOS (Mt 8,5-10, Mc 7,24-30), mas talvez o que todos devam ler em relação a política com mais atenção são os direitos de TODOS os homens (Jo 19,11); Lc 22,25-26; sem dúvida sem excluir os pobres, mas guarda a fraternidade em lugar sério em (Mt 6,9; Mc 14,37), e com questionamentos profundos (Mt 27,49; Mc 15,34).
É por isso que será condenado a morte, porque quer colocar o homem além das estruturas e sistemas puramente humanos, os detentores de poderes políticos e religiosos não podiam e não podem aceitar um não-poder que é feito por Amor, com Humildade e sem hipocrisia; quem quiser segui-lo tome sua cruz, mas terá o Reino dos Céus já aqui, mas não ainda.