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Arquivo para fevereiro 1st, 2018

O mal metafísico-ontológico

01 fev

Entendemos o mal como ausência do Bem ou sua fragilidade, e com isto superamos o aBadOntologymaniqueísmo, entendemos de certa forma o mal moral como aquele que tem uma relação direta com o comportamento ético, e indiretamente com a religião e muita raramente com a história da filosofia, embora esta seja essencial para se entender o “mal moral”.
A ideia que desenvolveu-se durante vários aspectos analisando o Bem deste a antiguidade clássica, pode abordar o problema do mal metafísico-ontológico.
Agostinho de Hipona abordou o tema no livro I De libero arbítrio que Agostinho através de duas questões que está especificamente preocupado, a saber: Qual é a causa da prática do mal (malefacere)?  E o que significa proceder mal?
Em outra obra de Agostinho (Cidade de Deus) ele afirma: “Todo movimento da alma tende ou na direção de um bem a ser adquirido ou conservado, ou para longe de um mal a se evitar ou descartar: o movimento livre da alma para adquirir ou evitar algo é a vontade”.
Este conceito é importante numa sociedade marcada pelo cansaço e pela ansiedade, uma vez que toda vontade deve ser satisfeita imediatamente, só para exemplificar, apesar da proibição é comum se ver pessoas que consomem imediatamente o produto que estão comprando em supermercados ou lojas de vendas.
É de certa forma, entre muitos outros, o chamado “mal estar da modernidade”, atinge o ser humano no mais íntimo do sentido da vida, não apenas o social, mas chegando ao social.
Em confissões ele afirma: “O mal não é somente uma privação, é uma privação que reside num bem como em seu sujeito”, ou seja, uma relação direta entre objeto e sujeito, dito de outra forma: “o objeto do desejo” uma vez que a vontade é humana.
Assim, somos levados a fazer um raciocínio de Agostinho,  a vontade livre é caracterizada como um bem mediano cuja natureza é boa, mas cujo efeito pode ser mal ou bom, de acordo com a maneira pela qual o homem a usa, assim o mal não reside no objeto, mas no seu uso.
Assim o mal metafísico-ontológico, que já estava presente nos escritos de Agostinho, refere-se a contingência e a finitude humana, a imperfeição e a falta de harmonia no ambiente que temos a nossa vontade, desde o contexto história até o humano-existencial.