Arquivo para setembro, 2022
Sabedoria do alto, mal estar civilizatório
A Sociedade do Cansaço é também uma sociedade que levou adultos, jovens e adolescentes aos psiquiatras ou a métodos alternativos, àqueles que tem pouco recursos levou a grupos fechados e de consciência social as vezes duvidosa.
Não por acaso Freud escreveu no início do século passado sobre este “Mal estar da civilização” (Freud, 1930) o autor não vai discutir a questão psíquica em si, mas a distante entre os impulsos pulsionais e a civilização, ou seja a cultura contemporânea que leva o homem ao seu oposto tanto quanto a natureza quanto ao seu bem estar.
A intolerância aos erros, equivoco até mesmo científico, a exigência de eficácia em todos os campos, a falta de empatia e amor na vida cotidiana e em especial, de valores que são naturais e levam a uma verdadeira ascese humana, leva aos conflitos emocionais e sociais a limites perigosos.
Ao detectar este mal, o próprio Freud fundador da psiquiatria não levou a humanidade ao divã, e sinto apontou que há males culturais e estes sim devem ser sanados primeiro, não é o que foi feito, neste sentido Sloterdijk tem razão não é possível a “domesticação” humana.
Ainda que as próprias religiões vivam sobre este mal civilizatório, a verdadeira ascese que é subir a montanha da sabedoria tendo sobre os pés valores que sustentam esta ascese é necessário para alcançar um verdadeiro estágio civilizatório, é preciso “amar na ausência” é preciso pretender os verdadeiros valores que levam a plenitude e ao verdadeiro e único conforto, empatia e amor.
Quando retiramos isto da sociedade, ela começa a caminhar para o isolamento, o ódio e os conflitos e o “mal estar” são apenas as consequências da ausência deste estado “natural”, porém uma planta só evolui se cuidada em suas condições naturais: adubo, água e sol adequados.
Quando os discípulos vão pedir a Jesus que eles queriam acreditar mais e fazer uma verdadeira ascese ele lembra do grão de mostarda, minúscula semente que se transforma numa frondosa arvore, (Lc, 1,6): “se vós tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, , poderíeis dizer a esta amoreira arranca-te daqui e planta-te no mar: e ela vos obedeceria”, como o amor na ausência, a fé é crer sem ver e caminhar na direção de uma verdadeira ascese.
FREUD, S. O mal-estar na civilização (1930 [1929]). In: ______. O futuro de uma ilusão, o mal-estar na civilização e outros trabalhos (1927-1931). Direção geral da tradução: Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1974. p. 73-171. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 21)
A sabedoria e o amor
Talvez o maior dos paradigmas e assim o mais suscetível a erros humanos é o Amor, pode-se falar da classificação grega: eros, philia e ágape, porém quero liga-lo aqui a sabedoria no sentido de uma felicidade plena, não aquela que produz frutos utilitários, mas espirituais.
Há um livro “A sombra do amor, sobre o conceito de amor em Heidegger” e outro que foi tese de Hannah Arendt, não parecem mas estão ligados, pois foi no período de tese que Heidegger e Arendt tiveram um romance e assim ela passou a ser orientada por Karl Jaspers.
O texto de Heidegger que é uma compilação de cartas só existe em francês, então retornemos ao conceito alemão do “Dasein” agora para ressignificá-lo e dar uma conotação ligada ao Amor:
“No significado costumeiro, porém, quer dizer, por exemplo: a cadeira “está aí”; o tio “está aí”, ele chegou e está presente; daí: presença” (Heidegger, 1994, p. 300).
Pode parecer uma simples manobra literária, mas não é, também outros autores (Fernandes, 2011) faz esta alusão inclusive a compara com a “parousia” e “adventus”, que adquire uma conotação mais religiosa, aqui não é necessária.
Assim é uma presença de uma ausência, porém o amor passa também pela linguagem e pelo pensar, assim “o pensar é, pois, fundar, no humano o “médium” para dar-se da verdade do ser. É, por conseguinte, cofundar o humano como presença: ser o aí-do-ser. Neste sentido a ontologia fundamental é uma arrancada para a passagem, para embalar-se para o salto, um primeiro movimento em favor da fundação da verdade do ser no humano como presença. Isso comporta uma transformação do humano de senhor do ente em pastor do Ser”.
E esta é a principal contestação de Sloterdijk em Heidegger o fracasso desta domesticação humana, ou aquilo que em Heidegger é “cuidado” e que a modernidade não conseguiu resolver.
A principal ideia de Heidegger sobre o Amor é a sua presença em uma Ausência, a ela pode-se acrescentar aquilo que desenvolvemos em tópicos anteriores: o trabalho com a incerteza e os erros, ou seja, saber viver e trabalhar diante das dificuldades naturais da vida.
Referências:
HEIDEGGER, M. Beiträge zur Philosophie (Vom Ereignis). Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann. 1994.
FERNANDES, M. A. O cuidado como amor em Heidegger. Rev. Abordagem Gestalt. Vol. 1, n. 2, Brasil, Goiânia, dez. 2011.
Sabedoria e erros humanos
A sabedoria não é aquilo que faça o homem jamais errar, mas a que possibilita em função dos erros corrigir a rota, mudar de rumo e continuar o processo de ascese verdadeiro e humano.
A grande teoria científica de nosso tempo, tanto para Karl Popper como para Thomas Kuhn, dois grandes filósofos da ciência, é a possibilidade que sempre haja uma correção de rota nos métodos e teorias científicas de modo que o homem conheça mais a si mesma e a natureza que o envolve.
A física quântica por exemplo, tem um início na enunciação do princípio da incerteza de Heisenberg, que afirmava que não era possível saber exatamente qual era a posição das partículas de um átomo com exatidão, Planck que não concordava, é dele a afirmação “não concordo que Deus jogue dados”, foi para laboratório para comprovar este princípio.
A NASA (na foto o choque da nave se chocando com Dimorphos) acaba de fazer um feito científico que é atingir um satélite de um pequeno meteoro, que não representa nenhum perigo de colisão com a Terra, apenas para provar que é possível mudar de rota algum corpo celeste, e com isto no caso de haver perigo para Terra, muda-lo de rota.
O projeto DART é um teste para uma possível missão futura de desviar um asteroide de colisão com a terra, para dimensões cósmicas o Dimorphos é pequeno (160 m) e orbita um outro asteroide maior (780 m) chamado Didymos e formam um sistema binário, a nave que o atingiu estava a 22;015 km/h e a imagem vista de um telescópico no Havaí na noite de segunda feira (26/09, veja abaixo) mostra que o impacto produziu muitos fragmentos, o desvio de rota, entretanto é pequeno.
Mudar de rota é sábio, quando se admite o erro, mas exige dois passos: admitir o erro e depois ter a humildade de mudar de rota.
Imagem do twitter do projeto Atlas no telescópio do Havai:
ATLAS observations of the DART spacecraft impact at Didymos! pic.twitter.com/26IKwB9VSo
— ATLAS Project (@fallingstarIfA) September 27, 2022
Sabedoria e formação
A mais bela imagem que Platão fez de Sócrates sobre a filosofia não foi a ordenação do conhecimento, a epsiteme que também é necessária, através dela se combateu os sofistas, mas sim a imagem que existe no seu livro Banquete, aquela com a qual se tem acesso à filosofia e o conhecimento do Sumo Bem e nela “a” sabedoria.
Aquela que diz que um filósofo não é movido só por um “saber-fazer” como quer o mundo utilitário, a presença de Sócrates pelo “testemunho” de Alcebíades, com uma aparência sem nenhuma compatibilidade com o Belo da Grécia clássica, e que impunha a quem o interrogava uma mudança de atitude, não um receptor passivo de ideias.
As perguntas e o interrogatório não são menos importantes que o colocar-se ativamente diante de si mesmo e do mundo, há um desejo de protagonismo e de resposta a questões realmente importantes.
Conforme se lê em Teeteto, Sócrates é definido como àtopos, com “sem-lugar”, ou mesmo “esquisito”, como aquele que cria aporias, ou seja, não resolve as coisas apenas levanta questões, não ajuda então a harmonia da “pólis” ou do cosmos.
Que tipo de sabedoria é esta então, o “não saber” é para Sócrates de muita significação, ele é uma crítica contundente à pretensão dos sabidos, afinal o saber destes não é resultado da conversação, do diálogo, não toma consciência das questões contraditórias do seu saber.
Todo edifício Socrático-Platônico-Aristotélico não resistiu a força bruta do império romano, e entra em ruína diante do poderoso exército romano, como a guerra venceu a sabedoria grega, adquirindo-a e fazendo servir aos seus propósitos, os deuses romanos não eram outros senão os correspondentes aos deuses gregos, porém a filosofia decaiu.
Esta é o possível paralelo atual, há um sentimento quase generalizado que pesar não é mais útil nem razoável, e a filosofia não seria outra coisa além e mera especulação, diz Sloterdijk “não é um tempo favorável ao pensamento”, ou vamos para o pragmatismo da ação ou para o deletério.
Há pouco espaço para a parição do novo, para a Paidéia com seu efeito de educação e formação, tudo vai em direção ao imediato e ao mercado.
Até mesmo em ambientes onde a cultura está presente parece que os ideais da sabedoria estão sobe suspeita e a vulgaridade se promove até com certo “status”, a saída é chamar os homens a consciência e ao bom senso.
Platão. O Banquete (pdf)
A escalada da guerra
Alertamos na semana passada que o risco de um avanço ucraniano provocaria a ira russa e é de fato o que está acontecendo, o governo convocou 300 mil reservistas, e o órgão OVD da ONU, informou que houveram protestos em 38 cidades e 1,4 mil pessoas foram detidas (Fonte RTP Portugal).
A guerra no leste da Ucrânia começa a inverter a tendência, as vésperas de um plebiscito feito pelo governo russo, as tropas ucranianas avanço na região de Donetsk, estratégica porque possui estradas e ferrovias para da Rússia se alcançar as regiões ao leste, incluindo Mariupol e Kherton.
Quais serão os próximos passos dependerá da gravidade do avanço ucraniano, a princípio estes jovens e pais de famílias que estão sendo convocados irão para o fronte então a ideia de esperar o inverno e tentar conter o avanço das tropas da Ucrânia parece uma primeira estratégia, mas as provocações de uso de armas nucleares prosseguem e os canais de imprensa dos EUA noticiam que o governo Biden teria feito uma ligação reservada ao governo russo.
O governo chinês pediu neste final de semana que não haja “transbordamento” da guerra.
Putin manteve até agora os protestos e oposição a guerra sob controle, a custa de prisões e certo cerceamento de liberdades de imprensa, também a maioria das regiões é governada por autoridades pró-Kremlin, porém é possível que a situação interna se agrave (foto de protesto).
Um agravamento que é incomodo para o governo russo, são as disputas fronteiriças entre Armenia e Azerbaijão, e, também Tadjiquistão e Quirquistão e a própria Rússia tem uma disputa de território com a Georgia, além dos vários conflitos fronteiriços (Finlândia, Moldávia, etc.), na prática a Rússia gostaria de voltar a ser a grande federação soviética, mas o cenário já é outro.
A questão russa é que a OTAN se aproveite destes conflitos para ter novos aliados, além da expansão territorial que teve no pós-guerra, sendo esta a principal razão alegada para a guerra com a Ucrânia.
O cerco de Leningrado, hoje São Petersburgo, foi não permitir que os comboios russos chegassem até a cidade e havia um cartão de racionamento da comida, quando uma pessoa morria a primeira coisa que faziam era roubar-lhe o cartão, também se alguém transportava comida na cidade era roubada, a cidade tinha cerca de 3 milhões de habitantes e a única passagem para a Rússia era o lago Ladoga.
Veio o inverno e o lago tornou-se congelado e possível de ser usado como rota, enquanto a situação do exército alemão é que enfrentava dificuldades de abastecimento e condições de suportar o frio.
A situação atual da Ucrânia é que há todo o outono para retomar as regiões do Dombass, e evitar a batalha do inverno, enquanto os russos querem sufocar a retomada, primeiro através de um referendo que garanta o apoio a anexação russa e depois com o envio de mais tropas.
Novas derrotas russas poderão agravar a questão nuclear e a própria Ucrânia pode sofrer com o frio se for obrigada a desligar sua usina Zaporijia.
Enquanto isto a Europa depende do gás russo para passar o inverno, já voltou a usar combustível fóssil e várias usinas nucleares foram desligadas em acordos feitos para evitar o uso de energia nuclear, estrategicamente nem a Otan nem a Rússia vão esperar o inverno para suas investigadas.
Há possibilidades de acordo de paz, mas falta uma pauta razoável para eles, a polarização minou as possibilidades.
O fosso entre ricos e pobres
Os mais variados estudos, comentamos alguns nos posts desta semana, apontam para uma separação entre ricos e pobres praticamente estável quando não crescente em alguns países, este modelo nunca poderá garantir um desenvolvimento humano social sustentável, as guerras e pandemias aumentam ainda mais este fosso.
O problema mais grave que é a miséria extrema, este já analisamos e postamos em fevereiro deste ano uma análise da pobreza global (gráfico ao lado), e também, em outro post o problema social pós covid 19.
A sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social humano, depende não apenas do aumento das riquezas e da produção social, é preciso encontrar o equilíbrio onde tanto a mobilidade social das classes como a mobilidade étnica dê sustentabilidade e supere as desigualdades.
O problema da sustentabilidade não é secundário, muitos modelos distribuem riquezas só que empobrecem o país como um todo, isto porque os aspectos de investimentos e estratégias mais seguras de modelos econômicos só são pensadas em torno da distribuição da renda, o contrário onde só há aumento sem distribuição é menos sustentável.
Serve para este modelo a parábola bíblica de Lázaro e o Rico, o pobre que vivia a margem e quando o rico se vê condenado, aqui a parábola vale tanto pessoalmente quanto socialmente, pede que seja concedido a ele avisar seus parentes deste risco, mas diz a bíblica os profetas já diziam e vocês não ouviram, quanta gente e ações políticas já denunciaram o grave fosso social.
Para quem não conhece diz a parábola bíblica (Lc 16,19-24): “Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’ “.
O homem rico vai pedir também que avise seus parentes e a leitura lembra que eles tiveram profetas e não ouviram.
Democracia e sustentabilidade social
A revista brasileira Exame trouxe uma interessante entrevista com o argentino Pablo Acosta, líder de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial no Brasil e do brasileiro Ildo Lautharte Junior economista de Prática Global de Educação, embora o enfoque seja o “capital humano”, os dados apresentados e a discussão em torno do crescimento e distribuição da renda é importante.
A análise é otimista em relação ao país, porém olhando os dados da prosperidade não compartilhada, e os dados devem ser validados e conferidos para uma análise mostra é aquilo que está em pauta na discussão social, a inclusão social de negros e indígenas.
Acosta não deixou de indicar as disparidades regionais e afirmou que “em particular, eu diria que as diferenças por grupos raciais é bastante notória, não somente nos níveis atuais, mas no progresso ao longo da última década”, conforme gráfico acima.
O gráfico indica o ICH (Índice de Capital Humano) e as entrevistas veem o subaproveitamento do potencial de desenvolvimento social humano, visto apenas pela perspectiva econômico, que só valoriza o aspecto deste “capital humano”, sendo notório o enfoque apenas econômico.
No aspecto da sustentabilidade democrática, é importante não só o desenvolvimento econômico e social, mas também a superação de desigualdades e preconceitos, eles são vetores que impedem uma maior mobilidade e concentram a riqueza e consequentemente o poder na mão de poucos.
Também não é tocado o aspecto da vulnerabilidade social de camadas abaixo da linha da pobreza, estes índices não só impedem estas camadas de algum progresso social, como também comprometem as gerações futuras quanto ao desenvolvimento humano, ou como querem os economistas, o “capital humano”.
A reportagem trás também o forte impacto da Pandemia na economia, chamada pelo brasileiro Lautharte de a década perdida, ele destaca: “O objetivo principal do relatório é colocar as pessoas no centro do debate. Trazer a criança para o centro do processo de desenvolvimento, em uma ideia de recomposição dos impactos da pandemia”.
Politicas afirmativas no pós-pandemia que acenem para uma retomada pouco ou nada estão sendo discutidas, ás vésperas de uma eleição no país, é preciso entender estes anos perdidos.
Referência:
A democracia e os pobres
A grave crise democrática que atinge quase todos os países ocidentais e alguns orientais, tem uma vertente clara e decisiva: o esquecimento das camadas mais desprotegidas da população.
Os governos não foram capazes de resolver com eficácia o problema da distribuição de renda e onde as esperanças eram maiores os erros econômicos e os aliados equivocados entre poderosos contribuiu para uma desconfiança maior da população.
A política é movimentada pelo dinheiro, mesmo os limites de gastos encontram formas de serem burlados e para isto é preciso aliados entre os ricos, na maioria das vezes os mais desonestos e de acordo com a corrupção e o uso do dinheiro público, entra-se num círculo vicioso.
Com a divulgação mais ampla em mídias (“redes”) sociais, a informação dirigida ideologicamente não funciona e em meio as fake News, vão aquelas notícias que todos sabem: os aliados entre os poderosos que alimentam a corrupção e mau uso dos recursos públicos.
O gigantismo do estado ajuda isto, ele controla os fluxos de capitais, claro quando bem administrado e quando não faz isto joga as nações em fossos de miséria e ausência de investimentos, muitos países estão neste caminho.
O que sobra para a política não é fazer uma justiça social bem elaborada, sem demagogia e com planejamento de longo prazo sustentável, sobre um populismo social que o próprio povo desconfia, e muitas vezes leva a opção por governos autoritários e ainda piores, ou então leva ao populismo social: promete o que não cumpre.
É preciso refletir para um voto consciente, sem uma sociedade justa e equilibrada não é possível uma democracia sustentável e saudável, somos levados a extremos perigosos e um futuro incerto.
É preciso repensar a sociedade democrática dentro de parâmetros de justiça social sustentável.
O inverno e a guerra
A Ucrânia anunciou uma contraofensiva na região do Oskil onde conquistaram pontos importantes e começa uma contraofensiva em Kherson prometendo chega até mesmo a região ocupada da Criméia.
Como o Russia poderá reagir e qual a importância desta retomada da Ucrânia? Antes de qualquer análise é preciso reconhecer que o colapso das forças russas na frente de Kharkiv são séria derrota e é pouco provável que Putin não reaja, o problema é qual é a reação.
As notícias de diversas fontes são que as tropas ucranianas fizeram importantes incursões na frente de Kharkiv, por exemplo, o Institute for War, com sede nos EUA, alo em torno de 2.500 quilômetros quadrados foram recuperados das forças russas.
As forças ucranianas empurraram a linha de frente de Kharkiv cerca de 70 km para o leste até o rio Oskil, conquistando vários pontos estratégicos importantes, em especial na região de Izyum, onde os corpos estavam em falas comuns com marcas de torturas e na margem ocidental de Kupyansk.
O inverno está chegando, e a Rússia além de controlar fontes de energia, também a usinas nucleares que estão sobre seu domínio, pode cortar o gás e sufocar não só a Ucrânia, mas boa parte da Europa.
Porém o que preocupa mais é a reação da Rússia se as derrotas se prolongarem, o uso de armas nucleares estratégicas pode provocar uma reação em cadeia da OTAN e um cenário difícil pode se desenhar.
Entraremos no Outono da Europa, que corresponde ao nosso inverno no hemisfério sul, e as tensões tendem a se agravar.
É preciso que forças pacificadoras se mobilizem e evitem uma crise que possa levar a atitudes drásticas e a um horror ainda maior.
Fim da pandemia a vista
Esta foi a afirmação do diretor geral da OMS Tedros Adhanom no dia 14 de setembro, na quarta-feira passada, porém em seguida pediu que a pandemia siga sendo monitorada.
Também a consultora Sylvia Lemos da Sociedade Brasileira de Infectologista afirmou para a CNN: “É algo que alenta a perspectiva de que algo poderá estar finalizando o fim da pandemia, mas não significa que o mundo esteja livre de surpresas”, e também ela pede cautela afirmando que “dados mais sustentáveis ainda são necessários”.
Os protocolos são que em geral que o uso de máscaras é opcional, mas os cuidados de higiene e ventilação não são dispensáveis, também ambientes onde são imperativos o uso de máscara deve ser respeitado, pois ainda há ambientes sanitários como hospitais e locais de maior perigo.
Segundo a infectologista além do fato que toda infecção viral ser cíclica, também a última cepa deve ter perdido força e não ter novas variantes mais fortes, e é obvio que a vacinação ajudou.
O país registra os menores índices desde 2020, e a tendência de queda em mortes e casos permanece.
É preciso compreender como lembra a infectologista que a ação do vírus “não acaba” e que a ciência irá ditar as novas medidas a serem tomadas daqui para frente, tais como, se haverão as vacinações anuais e a prevenção de grupos de risco.
A menos que ocorram novos fatos, o acompanhamento semanal que fizemos da pandemia será mais esporádico.