A questão democrática
Os que reivindicam a democracia só para si não são democratas, e também a “democracia parlamentar é insuficiente” (Morin, 2013, p. 81) e Morin coloca em questão um dos grandes paradigmas da modernidade e diz “vou limitar-me a indicar que a via democratizante só pode ser longa e aleatória” (idem), minha interpretação sobre a democracia para os “outros”.
Morin reivindica o que todos sabemos, mas não fazemos, a democracia está em vias de desvitalização “por toda a parte onde há insignificância do pensamento político, desinteresse dos cidadãos, incapacidade de enfrentar os grandes desafios da era planetária” (idem).
O último item é o que me fez dizer sobre o nosso “provincianismo”, mas isto não exclui a escala local desta democracia (Morin, 2013, p. 82), ele cita o caso brasileiro, como a de Porto Alegre, onde “foi inaugurada a participação dos cidadãos no exame do orçamento municipal, principalmente no que diz respeito ao investimento” (idem).
Ao citar valores que deveriam estar presente nas carreiras da administração publica, como professores, médicos, juízes, policiais; para “promover o recrutamento tendo em conta os valores morais do candidato, sua habilidades de ´benevolência´(atenção aos outros), compaixão, sua dedicação ao bem público, sua preocupação com a justiça e a equanimidade” (pag. 83).
Morin que já escreveu sobre a reforma do pensamento, os saberes necessários ao futuro, dá uma formula absolutamente inquestionável, sobre as reformas sociais, “Essa reforma é inseparável de uma reforma da educação que integraria a questão da ética” (pags. 83,84).
Para ele nesta reforma, deveria haver “um alto conselho de ética cívica constituído por meio do recrutamento ou eleição de personalidades cujas qualidades morais fossem reconhecidas” (pag. 84).
Morin, Edgar. A via para o futuro da humanidade, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.