Brasileiros explicam poeira do Buraco Negro
Ao fotografar com telescópios de Infravermelho, em vez de encontraremos um toro (espécie de rosquinha circular), os pesquisadores S. F. Hönig, M. Kishimoto, M. A. Prieto, P. Gandhi, D. Asmus, R. Antonucci, L. Burtscher, W. J. Duschl e G. Weigelt, encontraram uma poeira que era empurrada para longe do buraco negro na forma de um vento, indicando um fenômeno novo e desconhecido pela física, a publicação foi feita no Astrophysical Journal em 2013.
A astrofísica brasileira Thaisa Storchi Bergmann da UFRGS, muita citada em inúmeros artigos, que já havia encontrado o buraco negro supermassivo na galáxia NGC 1097 fonte dos inúmeros trabalhos posteriores, já alertava que a Teoria dos Buracos Negros poderiam ter equívocos, uma vez que haviam evidências da presença de uma nuvem achatada, com um formato anelar, composta de plasma (prótons e elétrons) e hidrogênio girando a 10 mil quilômetros por segundo (km/s).
A brasileira recebeu inúmeros reconhecimentos e prêmios por seus trabalhos.
Agora dois brasileiros, em trabalho publicado em julho de 2017 na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, os astrônomos brasileiros João Steiner e Daniel May, ambos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, concluíram contrariando o senso comum, que os buracos negros expulsam boa parte do gás que fica no centro das galáxias ao invés de engoli-lo, e localizaram com maior exatidão como é feito.
Os astrônomos mostraram que o vento é formado em dois estágios. No primeiro estágio, a forte radiação eletromagnética proveniente do disco na vizinhança do buraco negro (vento primário) impactando o toro de poeira localizado a três anos-luz do buraco negro, que evapora o toro expulsando o gás nele contido.
O segundo estágio é mais violento, ocorre quando o vento primário e um poderoso jato de partículas, colimado por um forte campo magnético central, atinge uma grande nuvem de gás molecular (composto principalmente de moléculas de dois átomos de hidrogênio) localizada a 100 anos-luz de distância do buraco negro, ainda no centro da galáxia (que tem um diâmetro de 100 mil anos-luz).
Aos poucos o buraco negro, desconhecido pela ciência, vai ficando mais “claro”.