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O todo e a parte

12 jun

Uma questão essencial das pequenas coisas é não imaginá-las desvinculadas do todo, este é um problema complexo para o homem moderno, porque sua visão foi plasmada pelo idealismo para enxergar as coisas em pedaços, em partes isoladas, sem comporem um todo.

É assim para a filosofia, para as ciências, para as artes e até mesmo para a religião que vê Deus como a essência do “todo”, mas quase sempre segmenta-o de realidades humanas.

Um grande mestre e pensador sobre o tema, seu livro “A parte e o todo”, tem justamente este nome foi Werner Heisenberg (1901-1976).

O livro pode ser considerado sua autobiografia intelectual, onde faz diálogos com Einstein, Bohr, Planck, Dirac, Fermi, Pauli, Sommerfeld, Rutherford entre os nomes mais proeminentes da física de seu tempo, e também diálogos filosóficos com outros colegas.

Segundo diz o autor no prefácio: “A moderna física atômica lançou nova luz sobre problemas filosóficos, éticos e políticos. Talvez este livro possa contribuir para que os fundamentos dessa discussão sejam compreendidos pelo maior número de pessoas.”

É difícil resumir as ideias deste livro, segmenta-lo seria contradizer a própria proposta, porém o ganhador do prêmio Nobel da Física aos 31 anos (em 1932 portanto) pela formulação do princípio da Incerteza, afirmou sobre seu livro: “pretendi transmitir, inclusive aos que estão distantes da física atômica, uma impressão dos movimentos do pensamento (Denkbewegungen) que acompanharam a história do surgimento dessa ciência”.

A parte, por pequena que seja é essencial ao todo, a partir da moderna física atômica e quântica, e segmenta-la é realizar a fissão atômica, uma ruptura com a natureza e o homem.

 

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