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O Teocídio e a comunidade dos eleitos

18 out

Já conceituamos em outro post o Teocídio numa linha de diálogo com O pós-Deus de Peter Sloterdijk, conceituamos ali, de certa forma também de Nietzsche, como uma tentativa de matar Deus, porque se não existe não se pode matá-lo e se existe é imortal, então podemos apenas apagá-lo de nossa mente temporariamente e voltará intuitivamente.

Porém a reação ao Teocídio hegeliano, aquele de Feuerbach, em que Deus só existe na mente e assim é um algo pensamento ideal e só com a “transcendência” idealista o alcançamos, há a reação religiosa de se fechar na “comunidade dos eleitos”, os prediletos de Deus, os escolhidos por critérios que uma certa comunidade determina e o restante são leprosos, pecadores públicos e indignos do “reino”.

Já fizemos um longo percurso sobre a questão do erro, parte da realidade humana, e cuja leitura pode ser finalizada na passagem bíblica que diz que o médico deve ir aos enfermos e não aos sãos.

De certa forma a reação a este Deus elevado, distante dos homens “todo poderoso” não passa de um poder também mundano e temporário e de uma forma de ascese desespiritualizada, a vida de “exercícios” como preconiza Peter Sloterdijk.

Fundada no perfeccionismo e no moralismo extremado, a moral é importante e não se deve negá-la, porém, levada ao extremo torna o “vício” muito mais próximo e passível de cair nele, ou seja, são na verdade falso moralistas porque não conseguem pôr em prática o que defendem, e muitas vezes são estes falsos exercícios que levam a uma prática de desvios e aberrações morais.

A união destes conceitos com a política leva a uma forma de moralismo político insustentável, não se trata de defender o roubo ou a corrupção, mas de entender que é preciso um equilíbrio, por exemplo, os políticos devem desejar benefícios para a sua região, a sua base eleitoral e a força econômica local.

Tudo tem que ser pensado de um modo equilibrado, outro exemplo é o tamanho do estado, o estado grande é um paquiderme, o estado mínimo é incapaz de executar políticas públicas necessárias.

O que é então de fato religiosidade ou espiritualidade, difícil de encontrar na modernidade, o equilíbrio entre as práticas sociais que devem ter doses de fraternidade e as práticas espirituais que devem ter doses de verdadeiras asceses e que seja reflexo daquilo que é vivido na vida “mundana”.

O homem tem sede de verdadeira justiça, verdadeira espiritualidade e está farto de hipocrisias.

 

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