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Entre a retórica e o discurso

22 jun

Predominava até o início do século passado o discurso lógico-idealista que ainda faz parte de boa parte da narrativa contemporânea, mas boa parte está agora esfacelada por narrativas contraditórios e de coesão psicopolítica ou ideológica.

Os gregos a partir da oposição aos sofistas, em especial Aristoteles divida os discursos em 4 tipos: poético, retórico, dialético e analítico.

O poético está relacionado as possibilidades da imaginação, sonha com possibilidades e não é nem irreal e nem delírio, podendo ser utópico no melhor sentido da palavra.

O retórico lida com o mundo do diálogo, usa de modos de persuasão, porém supõe-se que seja fundado em crenças comuns, crenças imaginárias e distópicas de nosso tempo não pode ser confundido com ele, pode ser eloquente, mas não retórico.

Também o dialético aquele que lida com o provável, definir erros e verdades com maior ou menor probabilidade segundo exigência da razão, mas submete-se as crenças à prova mediante ensaios e tentativas de transpassar as objeções, buscndo a verdade entre os erros e os erros entre as verdades.

Por fim o analítico, lida com as certezas e demonstrações certas, partindo de premissas e demonstra a veracidade das conclusões e de forma apodítica a verdade, o debate dialético que supõe Hegel e o idealismo não é apodítico, opõe-se mais como crença do que como verdade.

Poucas palavras, vindas do coração e do sentimento, como exige a poética, de retórica tolerante e respeitosa, de dialética grega que fogem do casuísmo e da dogmática e finalmente de verdadeira fundação apodítica, aqueles que possuem asserções categóricas sobre certo e errado, honesto e desonesto, longe do discurso sofista e vazio.

Se discursar fale com clareza e empatia, se orar fale com o coração e poucas palavras e se pensar olhe antes pelo positivo, generoso e sadio.

Pura retórica não é discurso, nem diálogo nem oração é apenas proselitismo pessoal.

 

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