Colaboração e distribuição nas redes
Colaboração não é descentralização, mais sim distribuição, porque a descentralização pode criar uma estrutura que apesar de coletiva é centralizada, muitos grupos que atuam em movimentos sociais trabalham assim, mas há uma coordenação central oculta que controla “o coletivo”.
O livro The Wealth of networks, de Yochai Benkler (2006), demonstrou que a “esfera pública” interconectada pode potencialmente ser mais democrática que a mesma no “mass media”.
Isto parece óbvio já que o mass media foi criado numa estruturada vinculada a um poder político e econômico, de preferência os dois, mas até que ponto isto impediria a ação de multidão das novas mídias ?
O conceito de Benkler na mesma linha, mas um pouco diferente de Habermas, define a esfera pública como um “quadro de práticas que os membros de uma sociedade usam para comunicar questões que eles entendem ser de interesse público e que potencialmente requerem uma ação ou reconhecimento coletivos” (BENKLER, 2006, p. 177).
Não pode, portanto ser uma espécie de “proselitismo” para ganhar membros para “o grupo”, mas uma ação que a sociedade perceba como ter um “interesse público”, que são muitas: a distribuição da riqueza, o controle dos gastos públicos, o combate a corrupção ou mesmo a simples criação de uma ferramenta para algo coletivo, como dar carona, andar de bicicleta e muitas outras.
A atitude de colaboração é possível quando não centralizamos o poder.