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A solução de Popper para o empirismo

Reconhecendo como importante a divisão entre o problema lógico e psicológico, a solução de Popper para a indução de Hume foi reformular o HL (lógico) substituindo-a por “asserções de testes”, “asserções básicas” ou ‘de observação”, e cria 2 alegações L1 e L2 (Popper, 1975, pg. 18).
L1 é a alegação que uma teoria explanativa universal seria verdadeira por “razões empíricas”, admitindo as asserções de teste e de observação propostas por Popper, e sua resposta é não.
L2 é a alegação ampliando L1 e admitindo as hipóteses de uma teoria explanativa universal pode ser ou verdadeira ou falsa por “razões empíricas” e neste caso sua resposta é positiva.
Porém Popper vai lembrar-se de que Hume propôs também teorias concorrentes, isto é, cujas formulações não concorda e o problema entre escolher entre várias teorias exige uma nova L3, sugerindo uma terceira alegação do problema da indução.
L3 é pode uma “preferência” (grifo do autor), com respeito a verdade ou à falsidade, por algumas teorias universais em concorrência com outra, ser justificada por “razões empíricas”, sim mas o próprio autor acrescenta “se tivermos sorte” (pag. 19), e acrescento pode haver teoria misteriosa, que ainda não se conhece e poderá vir a luz, esta é a razão ontológica, e está relacionada ao Ser.
O autor lembra que a negativa de L1 deve ser vista encarando “todas leis ou teoria como hipotéticas ou conjecturais, isto é, como suposições,” (Popper, 1975, p. 20).
Claro a HPS (psicológica) está relacionada a isto, mas a solução complementar de Popper virá na formulação dos mundos, mas antes disto percorre neste livro um longo caminho pela ciência.
Neste caminho destaco a discordância dele com Gilbert Ryle que afirma que determinadas hipóteses, no caso de Popper significa “proposição … que apenas se conjectura ser verdadeira” (pag. 20), e que para Hyle há proposições “firmadas” e estas “se chamam leis, e não hipóteses”.
Esta era opinião de muitos quando Popper escreveu Lógica da Pesquisa Científica (1959) na qual afirma que muitas vezes a lógica da indução conduz “de enunciados singulares ( … ou particulares), tais como descrições dos resultados de observações ou experimentos, para enunciados universais, tais como hipóteses ou teorias.” (Popper, K. A lógica da pesquisa científica, 1972, pg. 27).
Há sempre um salto “lógico” quando passamos do particular para o universal, porém o problema mais sério na pós-modernidade é que teorias “gerais” ou universais não são mais vistas como tais.
A indução é um problema importante porque é através dela que comprovamos nossas “teorias” que justificam nossas “convicções”, mas muitas vezes elas são crenças e a indução é proposital, podemos por exemplo, achar confirmações de nossa visão política e quando não há, dizemos está vendo ela está vinculada a ideologias nefastas, não há argumento lógico, mas apenas indução.
Assim as provas que confirmam determinada teoria não devem ser levadas em conta, a menos que o teste seja genuíno desta teoria, pode-se dizer como na fenomenologia, o objeto tem seu próprio método, mas claro isto é diferente da teoria do falsificacionismo de Karl Popper.
O critério do estatuto científico (Popper usa em vez de lei) de uma teoria é a sua falsificabilidade, ou refutabilidade ou testabilidade, assim o problema da narrativa em ciência fica rejeitada.

POPPER, k. Conhecimento Objetivo, Editora Universidade de São Paulo, 1975 (original 1972).

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