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Período dos juízes ou nascimento da república

01 ago

Pela narrativa bíblica e também pelos estudos arqueológicos e históricos, o período do final do êxodo e reunificação de Israel ficou conhecido como período dos juízes, entretanto é possível uma leitura tanto bíblica quanto histórica como o nascimento de uma proto-república.

No período final de Moisés, ele chega a avistar Canaã ao longe, ele estabelece uma tenda um pouco afastada de onde diz a narrativa bíblica: “Moisés levantou a tenda e armou-a longe, fora do acampamento, e deu-lhe o nome de Tenda da Reunião. Assim, todo aquele que quisesse consultar o Senhor, saía pra a Tenda da Reunião, que estava fora do acampamento”, e quando Moisés ia para lá o povo o seguia com os olhos. 

Conforme autores (Horowitz, 2005) e  (Everdell, 2000) o período de 1250 a.C. até 1030 a.C. se caracterizava-se pela liderança política, religiosa e militar de um líder que, por instrução divina, unifica  dirigia as tribos de Israel e podia ser considerada uma Confederação Israelita (as antigas tribos de Israel após o êxodo e retomo a região de Canaã), eram um tipo de república governado por juízes, após a morte de Moisés e a liderança de Josué.

Moisés antes havia mandado 12 espias para o território de Canaã, entre entre eles Josué e Kalebe, na volta estabelecem uma estratégia militar onde primeiro ocorre o famoso cerco de Jericó e depois conquistam os montes Betel e Gibeão.

Depois da conquista do território, inicia-se o período dos doze juízes que governarão o povo e os liderarão em batalhas para manutenção do território, e se estabeleceram num território que ia desde o monte Herman ao norte até o monte Haloque e Neguebe ao sul.

Neste período ainda houveram diversas lutas, alguns dos juízes são conhecidos na literatura como os últimos Juízes: Sansão, Eli e Samuel, , porém o relato de Debora como juíza de Israel é único, considerando a sociedade patriarcal que vivia (Juizes 4-5), o último juiz foi Samuel grande profeta e que escolheu, a pedido do povo, os dois primeiros reis: Saul e Davi

Este período histórico foi marcado pela atividade dos profetas do Antigo Testamento: Jeremias, Ezequiel e Daniel, que tentam corrigir o rumo e destino do seu povo. Ao final deste período na história registra-se também a ascensão do Império Assírio, mas chegará aos limites de Israel indo até o Egito, sob a liderança de Assurbanipal de 690 a.C. a 627 a.C.,  em 609 a.C. ocorre a primeira deportação do hebreu para a Babilônia, e em 598 a.C. o jovem rei Joaquim, rei de Judá, rende-se voluntariamente.

HOROWITZ, Maryanne Cline. Republic. New Dictionary of the History of Ideas. 5. Detroit: Charles Scribner’s Sons, 2005.

EVERDELL, William R (2000). The End of Kings. A History of Republics and Republicans (em inglês). Chicago: University of Chicago Press, 2000.

 

Conflito se amplia e esperança de paz

31 jul

O front de combate se estende por toda região leste da Ucrânia, que afirma avanços, a região da Criméia também sofre ataques, enquanto a Rússia volta a bombardear os portos de estoques de grãos na Ucrânia, o que ameaça a segurança alimentar de vários países.

Putin promete entregar grãos “de graça” a vários países africanos, mas a África do Sul avisa que não é o suficiente, e o Níger teve um golpe de estado apoiado pela Rússia, e o presidente Hohamed Bazoum está preso, enquanto  general Abdourahamane Tchiani assumiu o país, a EU europeia cortou todo apoio dado ao país, tendo a França com interesses em negócios do país.

O grupo Wagner de mercenários da Rússia atuou na região, tendo influenciado as posições do Mali e influenciam atualmente Burquina Faso, o grupo está atualmente na Bielorrússia e aumenta os temores da Polônia que possa causar um conflito na região, ampliando a zona de guerra e atingindo “pontos fracos” da OTAN.

Mali e Burquina Faso estão entre os países mais pobres do mundo e dependem de ajuda externa, tanto para a segurança alimentar como militar, são países predominantemente agrícolas.

A esperança vem da Arábia Saudita que sediará na cidade de Jidá, um encontro para tratar da situação da guerra na Ucrânia, além de Brasil e Índia, que são membros dos Brics, o Reino Unido, a Polônia e África do Sul estão entre países que confirmaram a presença, Egito, Indonésia, México, Chile e Zâmbia estão entre convidados, o secretário de Segurança dos EUA Jake Sullivan deve participar da reunião e Putin não irá.

A reunião é importante porque houve acusações ao grupo da OPEP+, em outubro de 22, dos países produtores de petróleo estarem apoiando a Rússia, entretanto o bloco junto a outros países convidados para a reunião mante uma posição firme de ampliar as conversas de paz.

A reunião para tentar um acordo de paz na Ucrânia, será nos dias 6 e 7 de agosto, enquanto os Brics terão reunião dias 22 a 24 de agosto e a China propõe a inclusão da Arábia Saudita e Indonésia no grupo, enquanto Brasil e Índia resistem a ideia, Putin não deve participar. 

Jidá (Gidá ou Jeddah) (foto) fica a beira do Mar Vermelho, é patrimônio mundial da UNESCO, tem 23 cidades irmãs, entre elas, Rio de Janeiro do Brasil, Odessa da Ucrânia, Cazã e São Peterburgo da Rússia, e sua principal geminação (outro conceito de cidade-irmã) é com Miami dos EUA.

 

O final Êxodo semítico-judaico e a vida plena

28 jul

Durante todo o caminho a compreensão semítico-judaico está ligada a posse de uma determinada terra, e até mesmo as lutas imperiais de nosso tempo não refletem outra coisa a tentativa de colonizar povos e escravizá-los,  ou seja, evoluímos na tecnologia usada para a guerra, mas não nas intenções de perpetuar o poder e adquirir bens dos povos e nações.

No final do êxodo judaico-semítico, Moisés envia Josué e Calebe e mais 10 homens escolhidos, um de cada tribo, para espiar a terra de Canaã para saber as condições da região, mas ele próprio não chegará lá e morre antes.

Estes espias que vão até lá constatam uma terra boa e bela, contudo havia “gigantes” nela e o povo era poderoso, apesar de todos 40 anos no deserto, muitos hebreus se perguntavam se não era melhor ter voltado e pensavam que Deus os havia abandonado.

Contudo, o relatório contrário de Josué e Calebe a terra era muito boa e se o Senhor havia prometido a posse de Israel tinha que prosseguir até tomar a posse e apesar de muitas lutas chegaram lá, depois vieram os juízes segundo a narrativa bíblica, mas o povo pediu reis “como os outros povos” e então veio Saul.

A compreensão deste tempo, além da interpretação da inevitável influência dos egípcios e do espírito messiânico do povo hebreu, deve levar em conta que agricultores e pastores precisam de terras, e ainda que a mensagem divina fosse clara, as teofanias instituíam alianças e isto também significava um comportamento de justiça e fraternidade, ainda era compreendido como sendo eles “um povo eleito” isto não valeria a outros povos.

Mesmo um milênio depois, conforme dissemos este período do início da decadência egípcia é em torno do ano 931 a.C., o tempo que nasce Jesus isto precisa ser corrigido e a dificuldade didática de ensinar ao povo os verdadeiros ensinamentos, e Jesus traz apenas um “novo” mandamento (não significa que os 10 da aliança estevam errados) “que vos ameis uns aos outros” (João 13,24) e eu quero misericórdia e não sacrifício (Mateus 9,13).

Ainda assim os discípulos demoram a entender, não compreender o sacrifício de Jesus na cruz, e a recusa deste sacrifício implicou em toda história maiores ainda: guerras, exilio, pestes e fome, porém o espírito de domínio e colonização de povos permanece.

Ao explicar a seus contemporâneos em parábolas Jesus diz como é o reino divino é como alguém que encontra um tesouro (Mt 13,46): “ quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” e isto deveria significar um bem maior não apenas em valor humano, mas em valores eternos e definitivos.

O pairo de Ipuwer encontrado no Egito no início de sua decadência fala que as moças “ficavam se olhando horas no espelho” e que as mulheres que antes guardavam coisas em caixotes “agora desejavam móveis trabalhados” para guardar suas coisas.

O que são nossos “tesouros” e o que buscamos como valores eternos?

 

Caminho, teofania e aliança

27 jul

A narrativa histórica, aquela feita pela historiografia oficial, narra os fatos jornalísticos como eles acontecem, vê o caminho apenas como teoria e método, a manifestação divina como uma evolução histórica, e a aliança com Deus como ilusão religiosa.

A evolução e queda da civilização anterior a semítica, fato é que depois do filho de Noé (?) Sem uma civilização surgiu e evoluiu na antiga mesopotâmica dos Caldeus, dali partiu Abrão até chegar e ter o filho Isaac prometido por Deus Isaac e com ele fez uma aliança, e muda seu nome para Abraão, porque terá tantos filhos como as estrelas do céu (Gênesis 17,1-4) e de fato três grandes religiões o invocam como “pai da fé”.

Na história estarão próximos da grande civilização egípcia, e sairão dali no período do início de sua decadência.

Assim, este ciclo se repetirá com Moisés, devido a fome os hebreus migram para o Egito no tempo das 12 tribos de Israel (Jacó, filho de Isaac, que tomou o lugar de Esaú, teve a luta com o anjo), José vai para o Egito e depois os hebreus passam a viver uma viver a escravidão, lá Moisés recebe nova missão de partir para Canaã, e também haverá a manifestação divina no Sinai e nova aliança (Êxodo 19,11): “e estar prontos para o terceiro dia, pois nesse dia o Senhor descerá diante de todo o povo sobre a montanha do Sinai”.

Assim ocorre nova Teofania e nova aliança com Moisés recebendo as tábuas da Lei, quase chegando em Canaã e vendo-a de longe Moisés morre e Josué recebe a missão de levar o povo até a terra prometida, na arca da aliança (foto ilustrativa, a arca se perdeu) serão colocados um vaso com maná comida misteriosa que o povo comia no deserto, o cajado de Arão e a tábua dos 10 mandamentos).

Deste momento até o nascimento de Jesus vale a lei e os profetas, para os cristãos a nova aliança se faz com o anuncio do Evangelho (a boa nova) e a nova aliança é Deus no meio de seu povo e seu próprio guia.

Assim hoje a arca não é mais necessária, já houve uma manifestação do profeta Jeremias (Jeremias 3:16) mesmo antes do nascimento do Messias.  

 

Os reinos de Israel e Judá e a história

26 jul

Conforme assinalamos é um período de desagregação histórica, e a necessidade de agrupar os hebreus e também trazer a mensagem divina é explicada por alguns estudiosos como a criação desta figura histórica Josué, que seria um nome modificado por Moisés para Oséas (em hebraico Yehoshua), conforme narra, entre outros, a historiador bíblico Robert Coote (2010).

Josué era filho de Num, da tribo de Efraim, seu livro é o primeiro rolo dos “Livros dos Profetas” acordo com a tradição judaico-cristã, e será ele o líder da batalha da cidade-fortaleza de Jericó, que ficou eternizada como o famoso “cerco de Jericó”.

Entretanto a chega a Canaã, após o envio de “espiões” para reconhecer o terreno de Canaã, a terra prometida será governada por juízes na tentativa de manter a ordem religiosa e política do povo que estava em processo de fragmentação, entre os principais juízes estavam Jefté, Gedeão, Sansão e Samuel.

Quando Samuel ficou velho, os filhos se “tornaram gananciosos, aceitavam suborno e pervertiam a justiça” (Samuel, 8:3), algo parecido com os dias atuais, as autoridades foram até Samuel e pediram reis como os outros povos.

Samuel num encontro com Saul que saíra para procurar suas jumentas do pai Quis, que era um homem de posses da tribo de Benjamin, ali Samuel tem uma visão divina que aquele era o homem escolhido por Deus.

Saul deveria receber as ordens do profeta, mas revela-se como tendo uma fé imatura e pagã, queria oferecer sacrifícios a Deus para obter ajuda rápida a seus interesses, algo parecido a muitos cristãos de hoje, e apesar de muitas vitórias sobre os inimigos de Israel, é destituído, e em seu lugar é nomeado Davi, que havia lutado contra o gigante filisteu Golias.

A divisão do reino de Israel no período que Davi governou durante muito tempo estava apenas na narrativa bíblica, mas em 2015 o nome Is-bosete (ou Is-baal) foi descoberto numa inscrição por arqueólogos israelenses ( ).

Por muitos séculos, o nome Is-baal foi encontrado exclusivamente na Bíblia. Em 2015, porém, arqueólogos israelenses revelaram ter descoberto uma inscrição com este nome em um artefato da antiguidade pela primeira vez “Eshbaal Ben Beda”.

De inveja de David, Saul tentará mata-lo duas vezes e Davi quando tem a oportunidade não o faz e o perdoa, e Saul acaba se suicidando.

Do relacionamento de David com Betsabé, esposa de Uris que Davi manda para frente de batalha para que morra, nascerá Salomão, que governará com sabedoria seu povo unificado, porém depois aproximadamente no ano de 931 a.C. ocorrerá um novo cisma hebraico.

Este período da história é bastante aproximado do período da ascensão do Império Assírio em 912 a.C., em 612 a.C. começa o declínio deste império e ascensão do Império Persa (550 a.C.).

JNS.org. Jewish and Israel news (16 de junho de 2015). «King David-era inscription pieced together from broken jug», 2015.

 

Êxodo: realidades históricas e divina

25 jul

A história do Egito Antigo é geralmente dividida em Antigo Império, das grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época, depois o Médio Império (2100 a.C. a 1580 a.C.), o personagem bíblico nasce no final deste período, e Novo Império (1580 a.C.715 a.C.), quando começam a enfrentar invasões até serem derrotados pelos assírios (670 a.C.).

Na narrativa bíblica pode-se dividir o: primeira (1,1-15,21): convivência no Egito de José a Moisés; segunda (15,22-18,27): teofania e caminhada no deserto até o Sinai; terceira (19-40): opção pela proposta divina (Moisés é chamado a liderar o Êxodo) e a aliança no Sinai.

É interessante observar a sequência que se repete ao período de Abraão: saída da Ur na Mesopotâmia, caminhada até Canaã, a aliança com Abraão (Gn 17:15-17) e chamada a Deus na oferta de seu filho Isaac e a formação das 12 tribos de Israel e a venda de José aos egípcios.

É importante analisar as 10 pragas no Egito neste contexto bíblico-histórico, um famoso papiro encontrado em 1909 de um egípcio chamado Ipuwer (ou Ipuur que segundo o estudioso A. H. Gardiner era um nome típico do período de 1850 a.C. -1450 a.C.), o escrito na forma de um poema reclama que as mulheres agora tem “mobílias”, e as meninas tem “espelhos” enquanto o homem rico vivo em trapos.

O papiro é importante pela conexão com a narrativa bíblica fazendo menção à escravos fugindo do Egito e rios de sangue, porém estudiosos falam da erupção minoica, ocorrida nesse período na ilha de Santorini, próxima a ilha de Creta, que devastou um assentamento minoico.

As ondas produzidas podem ter alcançado o Egito na época, porém o efeito sobre o delta do Nilo é questionado pela maioria dos pescadores, mas o papiro de Ipuwer tem uma narrativa próximo a bíblica quanto aos acontecimentos do Egito e o mais importante narra o início da queda do Império através dos costumes, período que a história chama de Novo Império.

As 10 pragas do Egito na narrativa bíblica foram: o rio de sangue, infestação de rãs, piolhos e moscas, peste no gado, úlceras nas pessoas, chuva de pedras, infestação de gafanhotos, escuridão e a morte dos primogênitos das famílias.

Conforme descrito nos posts anteriores o povo de Israel guiado por Moisés vai atravessar o deserto, chega a Canaã após quatro guerras e ali fica até um novo exílio na Babilônia.

O Egito depois da invasão dos assírios citada acima, depois foram dominados pelos persas em 525 a.C. e por Alexandre, o Grande em 322 a.C., finalmente pelos romanos em 30 a.C.

Seja por motivos puramente históricos, decadência social ou por intervenção divina, os impérios caem pela opressão e tirania que exercem, porém há um ciclo de sofrimento.

 

Segurança alimentar e escalada da guerra

24 jul

O fim do acordo sobre grãos impede que carregamentos de escoamentos dos grãos produzidos na Ucrânia, em especial: trigo, milho e cevada, com isto o trigo já subiu 8,5% nas bolsas internacionais e o milho 3,5%, pois isto bombardeios em Odessa que ainda é um porto livre da Ucrânia, que fica na ponta oeste da Ucrânia no Mar Negro.

A Ucrânia tem recebido ataques constantes em seus portos e armazéns em Odessa, em resposta realiza bombardeios em armazéns de armamentos e abastecimentos na Criméia e a ponte de Kersh no estreito de mesmo nome que liga a Criméia a Rússia foi novamente atingida. (na foto a catedral de Odessa atingida neste domingo)

No front norte não há grandes avanços da contraofensiva e a propaganda russa diz que suas forças avançaram, enquanto as forças ucranianas admitem apenas um avanço pequeno e lento, muito aquém do esperado, enquanto espera mais armas e munições.

O número de soldados russos e forças aumentou, porém é na batalha aérea que tem um maior poderio, e o resultado final é que em todos os fronts a escalada da guerra se amplia.

Hungria, Áustria e nesta semana a Bulgária enviaram armas para Ucrânia e a tensão da Rússia com a Polônia atinge um nível máximo, através da Bielorrússia que tem fronteira com a Polônia.

Os Brics realizaram sua reunião sem a presença da Rússia, que é um alivio para o grupo, porém isto não significa ruptura com o grupo, a China é cada vez mais aliada russa, o Brasil e a África do Sul tergiversam sobre o tema, enquanto a Índia tenta reforçar seus apelos para a paz.

Uma perda na distribuição de grãos a nível mundial afetará fortemente a América Latina e uma boa parte da África, cujos líderes também tentaram fazer pressão sobre Putin, sem sucesso.

Rússia e China voltaram a fazer exercícios militares no mar do Japão, em função disto Coréia do Sul e Japão se tornam cada vez mais próximos das forças ocidentais e da OTAN.

 

A pergunta certa sobre o mal

21 jul

Não há duvida que existe crueldade, maldade e indiferença que é o grande mal contemporâneo, porém não se trata nem de maniqueísmo nem de puro mal encarnado.

Sempre em todos tempos acordos e guerras foram tentados, muitas vezes apenas por conveniência ou mesmo tática de guerra, já postamos sobre mal acordos de pós-guerra, como a Alemanha que saiu humilhada da primeira guerra mundial e pouco aprendemos com a história.

Estamos fazendo o percurso do povo judaico-sumério até chegar de volta a Canaã de onde saíram pela fome para ir ao Egito, antes de sair Moisés recebe a mensagem divina de se dirigir ao Faraó, vai com seu irmão Aarão, mas qual o sentido sabendo que o Faraó é impiedoso com o povo israelita? É que a verdadeira mensagem divina sempre é semente boa para todos povos, por isto a parábola da semente boa, que deveria ser o nome da parábola do joio e trigo.

Mesmo indo falar com o faraó, os israelitas serão perseguidos, e depois terão que travar 4 batalhas na fuga pelo deserto, a batalha de local incerto de Refidim onde vence os saqueadores amalequitas, a segunda novamente contra amalequitas e cananeus (por isto o local de Refidim pode ser mais ao norte), a terceira uma derrota contra cananeus e a 4ª. a vitória final.

Vejam a leitura (Mt 13,26,27): “Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ e o administrador diz que é para não arrancar o joio porque pode acontecer de arrancar o trigo junto.

A semente divina sempre é boa, mas sempre crescerá o joio no meio do trigo e só a partir daí é que podemos interpretar corretamente, a semente que cai em solo ruim e no meio dos espinhos e não floresce e nem dá fruto.

Há sempre esperança e sempre uma possibilidade de paz e harmonia entre as nações e povos.

 

O povo se cansa e não acredita mais

20 jul

O retorno a terra das tribos de Israel não será fácil, mas é para fugir da opressão do Egito, nação que enfrentará as famosas “pragas do Egito”, que são bíblicas, mas também históricas: a peste, a guerra e a decadência e a fome, episódios comuns nas decadências dos impérios.

Diz a passagem da narrativa do Êxodo (ex 3:17): “E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos à terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, a uma terra onde corre leite e mel”, vemos no mapa como era Canaá na época.

A longa jornada e a escassez de alimentos, comiam um alimento caído do seu que chamavam de maná e faltava também água, em um lugar chamado Massa e Meriba, onde o povo começa a discutir e “tentar o Senhor” questionando: Está o Senhor no meio de nós ou não?

É quando Moisés sairá em busca de água numa inspiração profética.

Ali Moisés consegue “ferir a rocha”, de alguma forma destruiu uma rocha na montanha e encontrou água, mas depois veio a batalha com os saqueadores amalequitas (Êxodo 17:1-16), embora a literatura indique a proximidade de Horeb ao sul, o local provavelmente era bem mais ao norte, porque o local da Batalha Refidim (que significa local de descanso) deve ser bem mais ao norte, na ponta Mar Vermelho, próximo ao Monte Sinai (Êxodo 15,17-22).

Durante a batalha Moisés deve ficar com o cajado levantado. Porém com sua idade avançada o braço vai se curvando, e é preciso apoiar o braço dele para que os israelitas vençam a batalha.

Em tantas vezes estas guerras aconteceram, a história diz que a primeira delas foi a batalha entre suméricos e  Umma (por volta de 2.700 a.C.), as guerras do Egito, depois vieram os persas e as famosas guerras púnicas (gregas), o império romano, as batalhas medievais, a guerra dos cem anos e as duas guerras mundiais, as guerras menores de impérios e colônias.

Se aprendêssemos não apenas com as histórias escritas, mas também com as cosmovisões (elas que estabeleceram os ciclos: peste, guerra e fome) e acreditássemos de fato numa possibilidade de paz universal, não a da pax romana que é a submissão a um império, respeitar as culturas e povos de diferenças raças e credos, um verdadeiro processo civilizatório poderia ser construído.

A ideia que quem quer a paz se prepare para a guerra, não é humanitária e ainda persegue a cabeça dos homens e dos líderes com sede de poder.

 

O episódio da sarça ardente

19 jul

A história da saída do povo israelita do Egito começa num evento extraordinário no qual Moisés levando o rebanho de Jetro, sou sogro e sacerdote de Madiã (a história registra-o como druso) e próximo ao monte Horeb vê uma sarça em fogo mas que não a consome (Ex 3,3): “Vou aproximar-me desta visão extraordinária, para ver por que a sarça não se consome”.

Ali recebe a missão de retirar seu povo do Egito e começará o episódio da Fuga do Egito, assim como Abraão se retirara de um caminho improvável da Ur dos Caldeus, também Moisés vai fazer uma rota indo pela região de Madiã, na narrativa bíblica este povo é também de origem abraâmica visto que Abraão após a morte de Sara teve Midiã ou Madiã com sua esposa Quetura.

O registro histórico das pragas do Egito que antecedem a fuga, pode ser encontrado no “papiro de Ipuwer” descoberto no Egito no início do século passado, e levado ao museu de Leiden na Holanda, ele foi decifrado por A. H. Gardiner, e foi encontrado próximo a cidade de Avaris.

Os israelitas no início da perseguição são estabelecidos nos entrepostos de Rameses e Pitom, depois começam a migrar para Sucode, e dali iniciam a fuga para o deserto do Sinai, será em Horeb onde Moisés viu a sarça ardente que receberá a tábua da lei, os dez mandamentos.

A ligação de Jetro com os madianitas, era sacerdote, é fundamental no apoio logístico para a caravana em fuga, e provavelmente está é a razão que fizeram um caminho mais longo, e vemos pelo mapa que é provável que no final da perseguição acontece um novo episódio milagroso que é a passagem a é enxuto pelo Mar.

A história seguinte do povo vai falar de muitas ligações com os moabitas (Rute era moabita e Ló teria dado origem ao povo através de um incesto com a filha) eles viviam no deserto assim o caminho até Canaã será mais longo ainda, os egípcios ainda dominavam a região, o que era para ser realizado em dias diz a narrativa que levou 40 anos.

Na história naquela região viviam trogloditas, não no sentido folclórico que conhecemos, mas o fato que habitavam em cavernas e casas escavadas nas montanhas, como também era característica ao norte na conhecida Capadócia, região de tantos místicos da antiguidade.

As perseguições e emigrações sempre atingiram os povos nas guerras devido a paranoia e desejo de conquista dos donos do poder.