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Posts Tagged ‘peace’

Palestina, General de Inverno e Essequibo

04 dez

A trégua infelizmente acabou porque o Hamas cometeu um atentando no último dia de trégua, matando um rabino e duas mulheres, segundo a imprensa israelense, e a milícia Al-Qassan, braço armado do Hamas, reivindicou o atentado.

Segundo o FDI (Forças de Defesa de Israel) 200 alvos do Hamas já foram atingidos, um deles um suntuoso prédio que funcionava a Suprema Corte do Hamas, a escala da guerra retorna.

General de Inverno é o nome dado ao inverno russo durante as guerras porque tanto na invasão napoleônica (1812) quando o exército de um conjunto de alianças (é importante lembrar que algumas nações europeias apoiavam) perde a guerra devido o inverno, também na segunda guerra mundial o inverno foi decisivo para a Alemanha perder a guerra.

O que pensar agora do inverno na Ucrânia, onde a Rússia teve avanços em vários fronts, no entanto ela tem problemas na Criméia onde há grande parte da munição russa, o inverno lá prolonga até março e a Ucrânia dá sinais de fraquezas e perde parte dos apoios, agora países como a Finlândia e a Polônia já se mobilizam em defesa própria sobre uma possível invasão.

Por último, um front pode aparecer na fronteira do Brasil, o exército já enviou tropas para a região devido a possibilidade de invasão do território brasileiro que seria estratégico para uma invasão da Venezuela contra a frágil força militar da Guyana (antiga Guiana Inglesa).

Um referendo feito na Venezuela nestes dias, é bom lembrar que Maduro controla todo o aparato do Estado, deu parecer favorável a 5 questões sobre uma possível invasão da Guiana de Essequibo como é chamada a região que hoje pertence a Guyana, uma das questões desafia o Corte Internacional de Justiça que proibia a Venezuela de qualquer invasão.

Enfim um cenário desastroso de crise civilizatória vai se agravando, mas acreditamos na paz.

 

A vida e a contemplação

28 nov

Não, não se trata da arte de observar a natureza ou o universo, pois também o ato de observar é já uma “vida activa” pois certamente não escapará alguma interpretação ou detalhe que nos chame a atenção.

Trata-se de outros sentidos: escutar sem interpretar, olhar com um olhar purificado e entender aquilo que é incompreensível a razão humana, assim não é uma atitude racional, nem um desvario ou delírio sensitivo, é um exercício da “inatividade” escreve Byung-Chul Han.

Escreve o autor em Vita Contemplativa: ou sobre a inatividade (Han, 2023, p. 11): “A inatividade constitui o Humanum. O que tornar o fazer genuinamente humano é a parcela de inatividade que há nele. Sem um momento de hesitação ou de contenção, o agir se degenera em ação e reação cegas. Sem repouso, surge uma nova barbárie.”

Portanto inatividade contemplativa não se confunde com preguiça, ausência de ação, mas um repouso para a ação clarividente e a fala profunda, diz o autor: “É o silenciar que dá profundidade à fala. Sem o silêncio não há música, mas apenas barulho e ruído. O jogo é a essência da beleza. Onde impera apenas o esquema estímulo e reação, de carência e satisfação, de problema e solução, de objetivo e ação, a vida se reduz à sobrevivência, à vida animalesca nua” (idem) e não por acaso se confunde com a vida moderna atual.

Não somos máquinas sempre destinadas a funcionar, a verdadeira vida da ação consciente, começa quando cessa a preocupação com a sobrevivência e nasce a necessidade da vida crua.

A confusão apareceu por causa da confusão entre história e cultura, não a história das ideias (no sentido do eidos grego), mas aquela que ignora a cultura e trata apenas do poder e da opressão dos povos, diz o autor: “a ação é, de fato, constitutiva para a história, mas não é, a força formadora da cultura” (Han, 2023, p. 12) (quadro: A contemplação do filósofo, Rembradt, 1632).

E acrescenta no mesmo trecho: “Não a guerra, mas a festa, não as armas, mas as joias, são a origem da cultura. História e cultural não coincidem” (Han, idem).

Podem parecer estranho as “jóias”, mas o núcleo de nossa cultura é o ornamental. Ela está situada além da funcionalidade e da utilidade.  Com o ornamental que se emancipa de qualquer finalidade ou utilidade, a vida insiste em ser mais que a sobrevivência” (idem).

As grandes religiões instituíram o sagrado na inatividade o domingo cristão, o sabbath dos judeus, o Ramadã islâmico, não se tratam apenas de inatividade, mas um dia de “contemplar”.

O homem “activo” de busca de vida “intensa” e desenfreada de estímulos e respostas, cai num vazio de sentido e num fazer meramente de luta pela sobrevivência, pouco ou nada de humano resiste, e se queremos retornar ao processo civilizatório, a cultura, o ornamental e a festa devem retornar ao cotidiano, tempo de Natal e de festa de fim de ano, tempo de parar.

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa. Trad. Lucas Machado, Brazil, RJ: Petropolis, 2023.

 

Guerra intensa e reféns libertados

27 nov

A Rússia afirmou neste domingo (26/11) que derrubou drones nas quatro regiões em guerra, incluindo alguns próximos a Moscou e também dois mísseis foram interceptados, já a ucrânia afirma ter eliminado mais de mil soldados e 30 tanques russos nas regiões de guerra.

No sábado havia um forte ataque de drones contra Kiev, segundo Moscou o maior desde 2022.

As tratativas de guerra continuam, porém as sanções impostas pela Moldávia criou uma nova zona de conflito entre Moscou e o Ocidente, a Moldávia teme ser o próximo alvo da Rússia.

O mais grave do conflito Israel e Hamas é o uso de civis como reféns (foto).

Na faixa de Gaza segue a trégua entre o Hamas e Israel, a troca de reféns por soldados do Hamas continua, ontem foi o terceiro dia, no total o |Hamas libertou 58 reféns enquanto Israel libertou 117 palestinos, por ordem estes foram os números de reféns solto.

Primeiro dia de trégua 24 reféns, segundo dia (sábado) 17 reféns e terceiro dia (domingo) 17 reféns, embora o acordo seja apenas de 4 dias, e se encerraria hoje, a expectativa é que possa progredir até 4ª. feira.

O papa Francisco sempre otimista, falou em sua última referência a guerra que a humanidade (claro os que tomam as decisões políticas) optaram pela guerra em vez da paz.

Os conflitos já são uma grande tragédia humanitária e poderão se tornar uma grave crise tanto humanitária quanto civilizatória.

 

O exame de consciência final

24 nov

Podemos estar (ilusoriamente) construindo a felicidade (boa-vida na filosofia) pessoal sem se importar com o Outro, a sociedade vive hoje a negação do Outro e da dor, porém este é o caminho para as disputas, as rivalidades e em último estágio as guerras.

O mundo contemporâneo vive com a descrença, a falta de consciência individual e coletiva, o que importa é resolver o próprio problema, não faltam literatura para isto ou para o sucesso fácil ou para o consolo individual com os livros de autoajuda, não escapam as receitas tidas como “espirituais”, mas na sociedade de exercícios, trata-se de uma ascese desespiritualizada.

Como tratamos a dor significa como vemos a pobreza, o descaso com a saúde (nem os planos médicos resolvem mais), a falta de saneamento básico, os abusos púbicos da imoralidade, isso sem falar dos sistemas prisionais, a destruição das drogas e as diversas marginalizações sociais.

O exame de consciência, como diz a boa literatura é aquela consciência de algo, não a do conforto dos condomínios fechados, do isolamento social em refúgios, mas aquela consciência de si e do Outro, que outra para o conjunto social e suas enfermidades, não esquecendo as morais, a qual parece que se perdeu todas as referenciais.

Não falta literatura e pensamento sobre estas questões, mas a pergunta final é como se reverte estas questões, como evitamos o ódio crescente, as polarizações fanáticas e no final de tudo as tendências de guerras cada vez mais cruéis e envolvendo diversos povos?

O exame de consciência é este sim de que lado estamos, não da irracionalidade pública e até mesmo política, mas ao lado dos que sofrem, daqueles que perderam as esperanças, daqueles que por determinado motivo justificável ou não, olham para a vida como um fardo.

O Exame de Consciência final é aquele, que também é bíblico (Mt 25,34-35): “ ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36 eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’ “.

Portanto se trata de fazer este exame de consciência pessoal e socialmente, de que lado se está?

 

Perspectiva de diálogo e América Latina

20 nov

Algumas mudanças no cenário mundial dão esperança de paz, a trégua de 5 dias e troca de reféns na Palestina, a Alemanha volta a dialogar com a Rússia e já há pressão popular para uma paz na Europa, na América Latina tensão entre Venezuela e Goiânia e eleição do ultra liberal Javier Milei na Argentina, por uma margem maior que apontavam as pesquisas.

Aquilo que poucos ou nenhum analista dirá, porque a polarização vai da periferia dos países até o jornalismo mais independente, é que não há solução única para nenhum dos polos e há erros de análise e de princípios nos dois polos, a própria polarização já é um contrassenso.

O diálogo Alemanha e Rússia, é certamente o que mais chama atenção, o último diálogo que foi realizado entre os dois países foi no dia 2 de dezembro de 2022, e esta retomada pode ser uma ponta de esperança de uma virada na escalada de guerra Ucrânia e Rússia.

Por outro lado, a maior esperança do mundo no momento, é um possível acordo de paz que pode liberar parte das 240 pessoas feitas como reféns numa investida do Hamas em território de Israel que matou cerca de 1.200 israelenses, com sinais de crueldade e barbárie, Israel reagiu também com brutalidade e força e grande parte da população civil da Palestina sofreu.

O embaixador de Israel nos EUA, Michael Herzog foi quem anunciou a emissora de tv ABC que haviam “esforços sérios” para uma trégua de 5 dias em troca da libertação de reféns, também o governo do Qatar costura um possível acordo.

A eleição de Milei, um candidato com 52 anos se deu por uma margem que nenhuma pesquisa apontava, teve 55,95% dos votos na disputa contra o governista e Ministro das Finanças do atual governo Sergio Massa com 44,04% dos votos, indicando que o povo argentino, embora Milei seja pouco conhecido, apostou numa mudança bastante radical, a Argentina está em crise econômica profunda.

Vários governos reconheceram a vitória de Milei porém a divisão ideológica é profunda, e há uma tensão entre Venezuela e Guyana (antiga Guyana inglesa, com rica história de povos indígenas e lutas internas de emancipação)  e embora seja uma região que já foi pauta na história, a razão da disputa agora é porque houve a descoberta de petróleo na região do rio Essequibo, que chegou a ser chamada de Guyana Essequiba, com forte presença indígena.

Após vários acordos, em 1904, 19.630 km2 foram entregues a colônia da Inglaterra e 13.570 k2 foram acordados com o Brasil e até hoje tudo que estabelece os limites entre estes três países, houveram vários acordos anteriores, em 1966 a Guiana se tornou independente do Reino Unido.

 

As guerras e as narrativas

13 nov

O livro recém lançado, em português, “A crise da narração” (ed. Vozes), de Byung Chul Han, mais que uma discussão da crise da estética literária com Walter Benjamin e filosófica com Hegel, que são contornos do livro, o autor se depara com a república de Weimar e seus aspectos políticos.

Oficialmente conhecida como Reich Alemão, está datada do período de 9 de novembro de 1918 a 23 de março de 1933, uma república federal constitucional na Alemanha, porém que teve aspectos nacionalistas e bélicos que levaram a Alemanha a duas guerras.

O livro de Chul Han é oportuno devido ao clima bélico que aos poucos se instaura e com diferentes narrativas e interpretações que levam a uma escalada bélica, falando de paz, as mesmas forças que reforçam os orçamentos bélicos, pedem imediatos cessar-fogo.

É evidente para um bom leitor, que fica subentendido em cada discurso uma narrativa que tente justificar a guerra e a morte de inocentes, quer seja em Gaza, quer seja na Ucrânia.

As narrativas disfarçam suas comemorações bélicas, ao mesmo tempo que justificam os genocídios e os mais horrorosos crimes de guerra, ao serem indagados respondem com o cinismo: “é a guerra”, e assim se acham justificados.

O mais provável é que tudo isso estava preparado em meio a pandemia, um momento oportuno para aqueles que imaginam que medir forças criará “um mundo novo” e que a pax virá como no império romano, pela submissão ou escravidão de um povo.

Os detalhes da guerra são, para os oportunistas, detalhes que podem ser revistos articulando esta ou aquela narrativa, a morte de civis inocentes, a destruição de meios básicos de subsistência (água, energia e alimentos) deve ser condenada sempre e não deve ser admitida.

São importantes corredores humanitários (foto), mas eles não devem entrar só em Gaza, devem entrar onde há guerra e nos discursos na ONU.

É preciso defender a paz onde quer que haja guerra, assim a narrativa poderá ser verdadeira.

 

Prudência virtude bíblica, moral ou dispensável

07 nov

Em momento de guerra, violência e ira, uma virtude a ser lembrada é a prudência.

Como significa filosófico a prudência é vista por Aristóteles, como virtudes intelectuais, divididas em 5 classes: as ciências, a sabedoria, a inteligência, as técnicas e a prudência, assim ela pode ser vista como uma moral ascética, mas tem significado histórico e filosófico, sendo assim melhor dividida a moral.

Como virtude bíblica a prudência significa a capacidade de julgar entre ações maliciosas e virtuosas, não só num sentido geral, mas com referência a ações apropriadas num dado tempo e lugar, ajuda discernir sobre o que é bom, justo e meios para atingi-los.

Se dispensamos esta educação e força do hábito, as virtudes são dispensáveis.

Como um hábito, do ponto de vista filosófico e moral, é considerado como um saber que se adquire pelo hábito, os sabedores em geral são para Aristóteles indica algo que não se possui simplesmente por costume ou condicionamento, e sim como uma disposição pela qual algo ou alguém está bem ou mal disposto, seja em relação a si mesmo, ou em relação a outra coisa (ARISTÓTELES, Met. I, v. 20, 1022, b, 10-12).

Adquirimos tais por meio do estudo, da demonstração, do treino e da argumentação, de maneira que cheguemos a obter uma noção completa de determinado campo, a dominá-lo com maestria e passando a ter qualidades estáveis do sujeito que dificilmente se perdem (TOMÁS DE AQUINO, S.T., Iª. IIae q. 51 a 2 co.).

Então não simplesmente questão de gosto ou vontade, mas de como entendemos intelectualmente e como processamos os hábitos, assim a prudência é uma virtude adquirida pela compreensão, prática (hábito) e mediante condições estáveis do sujeito.

Não se obtém o retorno a paz e as “boas disposições da alma” sem a prática destes hábitos, se a valorização socialmente deles e sem que o sujeito e a sociedade lembrem deles como virtudes que devem ser inseridas socialmente para o retorno a condições estáveis de sociedade.

ARISTÓTELES.  Metafísica:  ensaio  introdutório.  Texto  grego  com  tradução  e  comentário  de Giovanni Reale, Tradução Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. 696 p.

TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. São Paulo: Loyola, 2001-2006. 9 v.

 

Desgaste na Ucrânia e crise humanitária em Gaza

06 nov

Enquanto a guerra entra numa etapa de desgaste no leste europeu, os governos europeus já querem algum tipo de acordo de paz e a etapa é de desgaste para forças russas e ucranianas, na faixa de Gaza o avanço terrestre das tropas de Israel agravam a crise humanitária.

A ONU, os países árabes e diversos países ocidentais tentam costurar algum tipo de acordo que possa levar um cessar fogo e permitir uma ajuda humanitária mais efetiva, a situação é de crise humanitária, faltam alimentos, remédios e água, a situação dos hospitais também é precária, e os palestino denunciam bombardeio em áreas próximas.

O número de mortos na faixa de Gaza está próximo aos 10 mil, desde 7 de outubro, e portanto amanhã completará um mês, Israel diz que agora entrou numa segunda fase e não há o menor desejo de alguma proposta de cessar fogo, mas a pressão ocidental cresce, enquanto o Hamas busca aliados árabes, além dos tradicionais grupos da Cisjordânia e a base do Hezbollah no sul do Líbano.

Por todo o mundo há manifestações de palestinos, uma feita em Portugal marcou a presença do presidente de Portugal, Marcelo foi interpelado por um grupo pró-palestina ou dar sua posição com a frase: “Contra o terrorismo, mas a favor de um Estado palestiniano”, porque os grupos pró-palestina não veem o Hamas como “terrorista”.

O papa ligou para o líder da Mahmoud Abbas que falou sobre a urgência de se criar corredores humanitárias, e em contrapartida os rabinos marcaram uma audiência com o papa, que apenas entrou seu discurso pois não estava passando bem.

Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni: “O Papa expressou pesar pelo que está acontecendo e recordou a posição da Santa Sé, esperando que possamos chegar a uma solução de dois Estados e a um estatuto especial para Jerusalém”. (ali as 3 religiões abramicas tem como sagrada: judeus, islâmicos e cristãos)

O fato que a Europa tenha entrado num caminho de paz, até mesmo pelo desgaste e imenso esforço que faz para apoiar a Ucrânia, também na faixa de Gaza a pressão internacional é forte e o único problema é a irredutibilidade de Israel.

Nesta manhã (06/11) foi publicado que o papa ontem falou com o presidente do Irã, Ibrahim Raisi sobre a crise na faixa de Gaza, ontem 5/11 após a oração do Angelus (meio dia local). 

 

Escalada de conflitos, um apelo à paz

30 out

É incrível que a polarização se aproprie até mesmo dos discursos da paz, como a questão do Outro e o significado do que significa “terror”, já o discurso antissemita está esvaziado e a ideia de forças “nazistas” também, a polarização atingiu escala mundial e pode crescer.

Também a guerra Ucrânia e Rússia se agrava, com novos equipamentos bélicos americanos de longo alcance e a chegada do inverno torna dramático e poderá ter desde já uma escalada.

Elogios e defesa do Hamas colocaram a própria ONU em posição de polaridade, há também um discurso que tenta descaracterizar matança de civis e inocentes como aquele que quem faz é o Outro, então não há espaço para o diálogo e a paz, tudo pode ter uma narrativa inversa.

O socorro humanitário enfrenta dificuldade tanto daqueles que querem atendimento a população como dos próprios governos que dificultam a passagem dos civis e da abertura de fronteiras, a guerra por terra em Gaza só agravará as condições humanitárias.

Também o posicionamento da Turquia a favor do Hamas, pode conturbar a região e escalar a guerra, este posicionamento é muito complicado porque a Turquia faz parte da OTAN e tem sido importante no posicionamento sobre a passagem de grãos lembremos que no estreito de Bósforo, a passagem por Istambul a cidade com território na Europa e no Oriente Médio é estratégica.

Na guerra são os civis que perdem, e os limites de civilidade são quase sempre extrapolados por todos lados, não há acordos que possam estabelecer limites claros e que sejam respeitados.

Uma verdadeira filosofia da paz deve condenar os lados em conflito, a tentativa equivocada de cada um dos lados de estabelecer uma narrativa aceitável, a polarização não permite.

Quais forças poderão pedir a paz? o que acontecerá em uma escalada de guerra crescente, com envolvimento do Irã ? e se a China e países do oriente se envolverem, lá já há questões de tensão entre os países.

A esperança é que venha um clamor sufocado dos que realmente desejam a paz, as forças que são de verdadeiro humanismo poderiam recuperar a esperança de um mundo menos perigoso.

 

Ucrânia se defende e Israel ataca

23 out

Os dois maiores fronts de guerra do mundo que ameaçam a paz mundial que pode entrar num ciclo ainda pior, pode ser resumido assim a Ucrânia se defende conseguinte responde ao único forte avanço russo na localidade de Adviivka (foto) e bombardeando aeródromos táticos militares da Rússia, enquanto Israel ataca a faixa de Gaza e abre novas frente contra o Hezbollah e a Síria.

O envolvimento americano já é total e inquestionável, o que cria uma polarização mundial, na qual poderá chamar o Irã para a guerra do Oriente Médio, a costura de tratados de paz com os árabes que vinha sendo feita poderá cair por terra e tornar a região o epicentro de uma guerra.

As forças humanitárias conseguiram finalmente entrar ao sul de Gaza para envio de socorros as vítimas palestinas, Egito e Israel finalmente concordaram em abrir a passagem de fronteira em Raffah, o que permite tanto alimentos como ajuda médica, mas sem nenhum aceno a paz.

O voo de Joe Biden a Israel ajudou este acordo, um adia após a explosão de um hospital em Gaza e o envio de mais armas torna o seu envolvimento na guerra ainda mais perigoso, na Europa existem temores de atos de terrorismo, enquanto a Palestina, que não é o Hamas, se torna o lado frágil e vitimizado da guerra.

Uma escalada da guerra no oriente médio por enquanto é inevitável e uma eventual entrada direta do Irã na guerra, o Hezbollah já em guerra com Israel é aliado e recebe ajuda do Irã, pode dar um contorno dramático ao conflito do Oriente Médio.

O quadro mundial se agrava, e apesar da uma aparente paz no oriente China e a Coréia do Norte, tem interesses conflituosos com Taiwan, Coréia do Sul e Japão.

O conselho de segurança que tentou duas moções de paz para o Oriente Médio, se mostra dividido e incapaz de apontar soluções a curto prazo para esta guerra.