Arquivo para setembro 26th, 2011
Reflorescimeno de Alexandria e as Bibliotecas
Mais que uma primavera, o mundo árabe vive um reflorescimento e parece que a cultura e as bibliotecas terão um papel especial.
Conta-se que certa vez Ptolomeu I tomou de empréstimo aos atenienses alguns exmplares de Sófocles, Eurípides e Ésquilo, deixando-lhes como fiança 15 talentos de prata.
A partir daí milhares de rolos se acumularam rapidamente e depois foram distribuídos em gavetas instaladas no interior de armários murais, classificados por disciplinas (textos literários, filósofos, científicos e técnicos) e depois por autor. Ali estavam a obra inteira de Homero, 20 versões de Odisséia, os textos de Sófocles, de Eurípides, de Anaximandro, A esfera e o movimento de Autólico de Pitan, os Elementos de Hipócrates de Quios, toda a biblioteca de Aristótoteles, etc.
Ptolomeu, discípulo de Aristóteles, Alexandre cultivou o sonho de construir um império universal fundado na cultura grega, foi seu tutor Aristóteles quem le colocou o desejo do saber.
A Grande Biblioteca, fundada em 288 a.C. foi projetada pensando em reunir “todo o saber” e para alcançar a meta de 500 mil rolos de papiro, os “caçadores de livros” usaram até a força.
Ali foi educada Cleópatra, ela governou a cidade no séc. V a.C num novo ciclo de florescimento.
Parte da grande biblioteca perdeu-se ou em um incêndio está Júlio Cesar de 48 a.C. ou o califa Omar em 642 d.C., quando tomada pelos árabes diz a lenda que o califa autorizou o general Amru Ibn Al a usar os papiros para aquecer as termas da cidade.
Também Alexandria foi importante por um Farol famoso para embarcações até um grande maremoto de 1303 que arrasou a cidade e destruiu o farol, e até este período era um nó importante de uma rede densa de trocas que unia Alexandria a todo o Mediterrâneo.
Com o terremoto muito da cultura antiga foi para debaixo d’água, como o Farol e muitas outras obras. Agora com o trabalho de arqueólogo e bibliotecários isto renasce.
A partir de 2002 com a inauguração de uma nova biblioteca futurista na qual está sendo construído um Museu de Arqueologia Submarina que deverá ficar pronto em 2013 (veja no site arqueologia digital).
O complexo ocupara uma área de 22 mil m2, construída a 7 metros de profundidade. Foi concebida pelo arquiteto francês Jacques Rougerie e pode ser ícone da nova primavera árabe que nasce com um fluxo calculado de 3 milhões de visitantes, segundo algumas estatísticas atuais.