Arquivo para janeiro, 2014
Pátria-Mundo e outros temas
O livro de Edgar Morin e Anne Brigitte Kern, publicado em 2000, em Portugal pelo Instituto Piaget, na coleção Epistemologia e Sociedade, em segunda edição de 2001 (a edição que tenho), e no Brasil pela editora Sulinas em edição do ano 2000 enfoca o surgimento da era planetária.
Mostra como a chamada “civilização ocidental” e sua cultura da modernidade invadiu o planeta e desapareceu com culturas milenares, como “o império inca e o Império Asteca reinam nas Américas e tanto Tenochtitlàn como Cuzco ultrapassam em população, monumento e esplendores Madrid, Lisboa, Paris, Londres, capitais das jovens e pequenas nações do Ocidente europeu” (pag. 15) no início do século XV.
Morin e Kern descrevem o início do “desenvolvimento acelerado, ás trocas intensificam-se, os Estados nacionais criam estradas e canais” (pag. 17 para indicar como aos poucos “as cidades, o Estado-nação, depois a indústria e a técnica sofrem um impulso como nenhuma outra civilização” (pag. 18).
Até bem pouco tempo, no início do século XX, “embora já empenhadas numa corrida desenfreada de armamentos, a França, a Alemanha, a Inglaterra e a Rússia não se atacam ainda diretamente umas às outras nos seus territórios metropolitanos” (pag. 18), mas começam a dividir o mundo a “traços de giz” (pag. 19).
A Inglaterra domina um quinta do Globo no início do século XX, “as Índias, Ceilão, Singapura, Hong Kong, em numerosas ilhas das Índias Ocidentais e da Polinésia, na Nigéria, nas Rodésias, no Quênia, no Uganda, no Egito, no Sudão, em Malta e Gibraltar”.
Junto com esta corrida “ligada a expansão mundial do capitalismo e da técnica, à mundialização do mercado é uma mundialidade de concorrências e de conflitos” (pag. 20), no qual ocorrem múltiplos processos “demográficos, econômicos, técnicos, ideológicos, etc.” (pagina 20) e da “mundialização das ideias”.
Postagem 1000 e novos temas
Atingimos no final de 2013, justamente no último dia do ano a postagem de número 1000, embora seja apenas um número já havíamos pensado em uma nova temática, embora seja a mesma, mas fugiremos mais dos aspectos técnicos para abordar os aspectos sociais e culturais.
Em torno do blog é o que chamamos de Filosofia e Noosfera, mas poderiam ser também Cultura e Teologia, sem confundi-las com Ideologia e Religiosidade, ainda que cada uma possa assumir esta conotação em determinados contextos.
Nestes quatro anos de blog procuramos mostrar a mudança tecnológica que ocorria em todo o planeta, desde notícias políticas como a primavera árabe e os movimentos em rede até os gadgets que criam novos mecanismos de interação e comunicação, que acontecem pelo mundo e que implicam em reposicionamentos culturais e sociais nos habitantes do planeta.
A tecnologia quando atinge um patamar de plena penetração na cultura, se transforma ela própria em cultura, neste caso dos dispositivos ciberizados, é o que chamou-se Cibercultura.
Queremos agora que estes dispositivos atingem o que chamamos de “tecnologia calma”, ou seja, com seus impactos assimilados pela cultura, problematiza-las e desenvolve-las dentro dos aspectos objetivos e subjetivos do ser-no-mundo, e a relação com sua existência.
Mas não poderíamos deixar de abordar os aspectos de sua essência, ou seja o ser-enquanto-ser, o que ficou chamado na filosofia por ontologia, já vários vezes abordados aqui e aquilo que remete a uma esfera subjetiva, espiritual, camada que envolve a Cultura e existência, que é a Noosfera, a esfera do noon (espírito, mente ou mentalidade).
Bem vindos a 2014, caminhamos juntos em nossa existência neste planeta.