Arquivo para dezembro, 2014
2014: dá para esquecer ?
Copa, gastança, repressão, uma eleição tumultuada e sem discussão de propostas, afinal para onde iremos em 2015, ao que parece será um ano difícil em vários setores.
No mundo também crescem guerras e conflitos culturais e religiosos, e políticos é claro.
Os números econômicos não mentem: a balança comercial brasileira que já tinha registrado um superávit (exportações menos importações) de apenas US$ 2,56 bilhões em 2013, já na quarta semana de agosto de 2014, a balança comercial registrou déficit de US$ 214 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 4,308 bilhões e importações de US$ 4,522 bilhões.
Mesmo com dólar alto (favorece a exportação) as exportações somam US$ 15,110 bilhões e as importações, US$ 14,976 bilhões, com saldo positivo de apenas US$ 134 milhões.
Para piorar os níveis atuais dos gastos públicos e a ineficiência em sua aplicação (não economizam onde precisa e a corrupção continua elevando custos), têm sido fatores restritivos ao nosso crescimento.
A nova equipe econômico é para cortar gastos, será que vão deixar, em 2014 continuamos com a gastança e o desvio de verbas públicas, precisaremos de muito juízo em 2015 para talvez em 2016 termos um novo ciclo de crescimento.
Feliz 2015 mesmo assim, trabalhemos para um futuro melhor para todos.
Distopia: discurso e corrupção
Nas eleições os discursos eram positivos tudo ia bem, passaram as eleições e agora vai mal, sobem a gasolina, a energia e claro o salário dos corruptos, eis a distopia (antiutopia) nacional.
Históricamente o termo está ligado a sistemas de totalitarismo, autoritarismo, por um grande controle opressivo da sociedade, que se mostra corruptível flexibilizando as normas criadas para o bem comum onde a tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações, nunca pelos cidadãos.
O termo apareceu pela primeira vez num discurso de Stuart Mill (e atribuido também a Gregg Weber no parlamento britânico em 1868, ele disse: “É, provavelmente, demasiado elogioso chamá-los utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos [‘dis-‘ do grego antigo δυσ, translit. dys: ‘dificuldade, dor’] ou caco-tópicos [‘caco-‘, do grego κακός, translit. kakós: ‘mau, ruim’]. O que é comumente chamado utopia é demasiado bom para ser praticável; mas o que eles parecem defender é demasiado mau para ser praticável.”
No cinema Stanley Krubick é um especialista em distopias: “Laranja Mecânica”, “O admirável mundo novo” , mas também podemos citar os épicos: “Blade Runner”, “Minority Report”, mais recentes: “Matrix”, “Filhos da Esperança” (2006) e “Cisne Negro” (2010) e o recentíssimo “Interestelar” (2014).
Vou ver (já havia lido) o filme de Kubrick “Barry Lyndon”, baseado no romance do indo-britânico William Thackeray “Memórias de Barry Lyndon” (1884), que fala da ascensão e queda de um penetra na nobreza irlandesa, ao mesmo tempo em que mostra a face negativa desta nobreza.
Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência, dá o que pensar.
Nuvem híbrida: a estratégia de TI para 2015
Uma pesquisa encomendada pela Avanade, empresa de soluções em TI de negócios e serviços, com uma amostra de mais de mil executivos e lideres de unidades de negócios em 21 países, apontou que metade dos serviços serão implantados em nuvens híbridas em 3 anos.
Nuvem híbrida é um serviço de “hospedagem” onde a computação em núvem usa recurso de TI que são fornecidos por meio de uma nuvem privada interna na empresa e recursos fornecidos por provedores de serviços de terceiro em nuvem “publica”, do tipo aplicativos, armazenamento e sistemas de rede.
O fato que o ritmo do investimento nesta área é acelerado no Brasil, segundo a Avanade, este será um dos grandes focos de solução na área para 2015, três ressalvas devem ser feitas:
– apesar da adoção da nuvem híbrida ser uma prioridade, apenas 58% tem alguma estratégia de implementação,
– o potencial da nuvem híbrida é mal compreendido, pouco são capazes de identificar quais os benefícios proporcionados e revertê-los em benefícios na carga de trabalho e eficiência, e,
– a maioria concorda que as organizações terão um benefício genérico de melhorar o crescimento do negócio, mas não sabe dizer porque isto acontecerá.
Portanto cuidado, nem toda novidade é benéfica para a empresa se não foi compreendida e corretamente implementada, lembrando ainda que 2015 será um ano de andar “de lado”.
Cinco pensadores novos em 2014
Ao lado de já consagrados Edgar Morin, Manuel Castells e Peter Sloterdjik, que teve um programa famoso na Alemanha junto com Rüdiger Safranski sobre cultura, durou 10 anos até 2014, e que vem dos pensadores do final de século de Paul Ricoeur e Emmanuel Lévinas, que ainda não “passaram”, mas já são conhecidos pelos problemas e questões levantadas.
Embora o mais conhecido de Sloterdjik seja “As regras para o parque humano” pela polêmica que causou, é seu debate sobre “as esferas” e o “desprezo das massas” que apontam para as grandes questões contemporâneas.
Será que algo de novo pode ainda despontar ? sempre pode, ainda não tenho opinião definitiva, mas cito alguns que deveriam ser levados a sério.
Cito dois europeus: o fraco-argelino Jacques Rancière (Ainda se pode falar de democracia?) e Piero Coda (Della Trinità), uma americana Martha Nussbaum (Political Emotions: Why Love Matters For Justice) e um americano Boris Groys (On the New) e não poderia deixar de faltar um oriental, claro devem ter outros, o nipo-americano Francis Fukuyama (O fim da história e o último homem).
Sim Fukuyama foi muito criticado pelo seu “fim da história”, e por isto talvez prestem pouca atenção no que poderia ser traduzido como “fim do materialismo histórico” e seu livro “Political Order e Political Decay” (2014), que deve ser lido por muita gente da politica mundial e que afirma que temos um buraco (gap) histórico na política, em especial, na ocidental.
Tomo de Ranciére e Piero Coda ideias básicas para pensar, o primeiro afirma que ninguém tem mais inteligência do que outra pessoa e o segundo dá enormes pistas para um relacionamento multicultural e multireligioso para o mundo de hoje, com história de vida e não de pensar.
Dá o que pensar e é bom pensar, a humanidade precisa de respostas, quais são as questões ?
O espírito do Natal resiste
Apesar da transformação do nascimento de Jesus em uma festa de consumo, de uma fraternidade verdadeira substituída por outras de grupos e círculos fechados, e até mesmo de transformação em política pura e simples, o espírito de Natal resiste, há um grande número de pessoas com gestos e ações que lembram o amor a todos, em especial aqueles que passam por dificuldades diversas, incluindo a financeira.
O Papa Francisco referiu-se ao centro da igreja Católica no Vaticano, como tendo quinze doenças, destaco o “excessivo trabalho”; o “endurecimento mental e espiritual”, que “impede chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram”; “o excessivo planejamento” e “a doença da má colaboração”, mas não deixou de desejar aos religiosos e funcionários do Vaticano um feliz Natal.
Há diversas ações que incluem a visita de doentes, as ações para recolher alimentos e presentes para diversas entidades, lembrar de asilos e entidades de recuperação de drogas mobilizam pessoas generosas que mantém vivo o verdadeiro espírito do Natal.
Sim talvez não seja esta a data que nasceu uma criança diferente, mas é importante lembrar que algo de extraordinário aconteceu e que mesmo em tempos de escuridão cultural, econômica e até mesmo religiosa ainda há uma luz que persiste e teima em brilhar sobre os corações humanos.
Feliz Natal aos que creem, e lutemos pela justiça e pela paz com todos os JUSTOS.
Três acontecimentos de tecnologia no Brasil, em 2014
No Brasil em 2014, houve um recorde de interações, chegando a marca de 674,4 milhões de interações entre 6 de julho e 25 de outubro, com fotos, vídeos, memes, posts agitando as eleições nas redes sociais.
O total de interações representou quase três vezes o registrado nas eleições da Índia (227 milhões de interações), mas a população lá é seis vezes maior que a do Brasil.
Outro grande acontecimento no Brasil foi o Marco Civil, que pode ser resumido em dois pontos principais: a liberdade de expressão, afirmando que a internet deve ajudar o brasileiro a se manifestar como bem entender, dentro dos termos da Constituição e o segundo é da neutralidade da rede, onde as operadoras de internet são proibidas de vender pacotes segundo o tipo de uso.
Do ponto de vista da responsabilidade sobre os conteúdos, o Marco Civil diz que a empresa que fornece a conexão jamais seja responsabilizada. Contudo, caso ela receba um intimação para retirar um material e não o fizer, poderá ser culpada.
Em maio, o Brasil recebeu um dos maiores serviços de streaming de música, o Spotify, que afirma ter “mais de 30 milhões de músicas” em seu catálogo chegou nas versões gratuita (com anúncios) e cobra apenas R$ 14,90, e vem lançando ações e promoções para novos assinantes.
O Brasil na reaproximação EUA e Cuba
O governo brasileiro, através do Itamaraty, elogiou a posição de Obama e Castro de reaproximação, após 53 anos de guerra fria, em nota divulgada nesta quinta feira (18/12).
A nota elogiou também os esforços de sua santidade o Papa Francisco, “pela importante contribuição que prestou aos esforços diplomáticos”, e afirmou que os diplomatas contataram discretamente o Brasil sobre o acordo, mantendo o país informado sobre as negociações.
A blogueira Yoani Sánches, que teve uma passagem tumultuada pelo Brasil, afirmou seu seu Twitter, Yoani, que “uma era termina” e que espera que “esta nova que começa tenha a sociedade civil como protagonista”.
Para o Brasil é uma vitória política, pois sempre defendeu o fim do embargo, mas o resultado do ponto de vista econômico ainda é incerto, analistas divergem sobre como os resultados efetivos à ilha comunista (que só pode ser decretado pelo Congresso americano) poderia beneficiar o governo brasileiro, que é fiador do maior investimento privado já feito naquele país, o porto de Mariel (foto).
O intercâmbio comercial entre os Brasil e Cuba cresceu quase sete vezes, passando de US$ 92 milhões em 2003 para US$ 625 milhões em 2013, sendo o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial de Cuba, após a China e a Venezuela.
Teatro independente em risco
A forma de manifestação cultural mais popular, mais avançada continua sendo o teatro, e o teatro independente exerce um papel fundamental nisto, emerge da cultura nacional e paulista de forma mais livre e democrática.
Devido a especulação imobiliária, aconteceu ontem no Centro Cultural paulista o primeiro protesto que mostra a situação de fragilidade dos grupos teatrais paulistas independente, que podem perder seus espaços ou serem deslocados para lugares de menor visibilidade.
O fato já aconteceu em novembro passado com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, que é uma mistura de teatro épico e hip-hop, com 15 anos de estrada e mesmo com o aluguel em dia, o grupo teve que entregar o espaço de um galpão na Pompéia (zona oeste de São Paulo), veja a foto do despejo acima.
Um Manifesto intitulado manifesto “Em Defesa dos Territórios Culturais Ameaçados” quer o reconhecimento público que os 22 grupos teatrais são Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de São Paulo, um trecho do documento afirma “Não é possível que o direito aos bens de mercado privado de poucos seja mais importante que o patrimônio cultural de muitos”.
As redes sociais ajudaram o grupo Brincante a permanecer no local, Vila Madalena (zona oeste) com a campanha #ficabrincante, por decisão da justiça o instituto permanecerá lá em 2015.
Android rodando em PCs
Parece uma tendência crescente, em janeiro a Acer anunciou seu laptop com Android, em agosto a AOC, mas muitos outros já rodando Android e é fácil instalar num computador convencional, veja as instruções no Tecnoblog.
Uma das razões é a competição com o sistema Windows que faz os usuários permanecerem fiéis ao instalar versões mais novas, o principal modelo da Acer rodando Android é o TA272 HUL com tela de 27 polegadas e resolução de 2560×1440 pixels, o que garante resultados bem interessantes para jogos e reprodução de filmes, no entanto ele conta com apenas 16GB de memória e não é simples fazer expansões, e o preço internacional é em torno de U$ 1000.
A AOC lançou a linha EVO, o EVO A2072PWH que possui uma tlea de 16.5 polegadas e o EVO A2272WHTN que possui display touch de 21.5 polegadas com resolução de 1920 a 1080 polegadas, os preços são respectivamente em torno de R$ 900 e R$ 1200 reais.
A AOC tem produtos que agradam o bolso do brasileiro, como o tablet Breeze 8,com uma tela IPS de oito polegadas e resolução HD de 1024×768 pixels, processador dual-core ARM Cortex-A9 de 1,6 GHz, 1 GB de RAM, armazenamento de 8GB (expansível até 32GB pelo cartão micro SD, tem o preço nas lojas nacionais de R$ 449.
Graças a esta inserção do Android as empresas chamando a linha de all-in-one, tudo em um.
Os primeiros microcomputadores
Além dos primeiros Apple e dos PC, havia os computadores domésticos ingleses, os Sinclair, marca imitada no Brasil pelos microcomputadores TK, já o TK2000 era praticamente um Apple, isto aconteceu porque haviam restrições de mercado, então eram feitos similares nacionais.
O cara que fez estas máquinas era Clive Sinclair, e lá os computadores originais eram ZX criados por ele, mas que não podiam ser vendidos no mercado nacionais, aqui era TK, cadê a tela, eram usadas TVs.
Nos anos 80 sir “Clive”, título recebido da corte britânica em 1983, fazia um grande sucesso com os computadores pessoais ZX80 e o ZX81, os similares nacionais, eram TK82 e TK85, mas somente com o ZX Spectrum da Microdigital Eletrônica, réplica do TK90X é que fez sucesso no mercado brasileiro.
Nos anos 1980, ‘Sir’ Clive, como é conhecido desde que recebeu o título de Cavaleiro da Corte britânica, em 1983, já tinha feito sucesso com computadores pessoais como o ZX80 e o ZX81 e eram mais populares que os Apple, pelo preço e simplicidade.
Os modelos originais do Spectrum tinham uma memória RAM de 16 ou 48 kilobytes e levavam cinco minutos para carregar programas a partir de uma fita cassete
Você pode achar estas e outras histórias no Museu da Computação e Informática, do Brasil.