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Arquivo para junho, 2015

Agentes inteligentes estão acontecendo

16 jun

Em recente reportagem na revista CIO da Austrália, muitas novasWatson tarefas estão sendo proposta para incrementar os serviços onde possam ser utilizados agentes inteligentes, eles incluem: serviços para marcar fotos e verificar se estas marcações interessam aos usuários no Facebook, o Baidu está trabalhando em uma tecnologia para colocar uma capacidade adjacente de voz para seu motor de busca possibilitando os usuários conversar via smartphones ou outros dispositivos, o departamento de Defesa e Tecnologia de Organização da Austrália está tentando uma tecnologia com agentes inteligentes para controlar drones autônomos que operam em mar, terra e ar usando mapeamento por satélites e o que parece particularmente interessante a IBM está treinando seu supercomputador Watson para fazer perguntas a especialistas humanos e ajuda-los em tarefas como descobertas de medicamentos e classificação de documentos.

A reportagem não esclarece muito de cada uma destas pesquisas, mas em talk show do tipo perguntas e respostas, chamado Jeopardy nos EUA, o computador Watson ganhou de humanos.

A ideia que podemos classificar documentos e ajudar a organização justamente em um universo com bastante desordem é uma ideia muito simples porque todo caos tem uma ordem, e complexa porque exige o tratamento de bilhões de dados, e portanto de informação, a entropia que é um fato desde o início da história não trata senão de outra coisa que a própria ideia de que é possível organizar como também é possível de desenvolver um processo de auto-organização, não automático mas passível de ser sugestionável e controlável.

Tom Simonite, autor de um artigo no MIT Technology Review, descreveu um teste do novo recurso Watson, feito no Ambiente Cognitivo Lab da IBM em Yorktown Heights, Nova York, com um laboratório com uma sala de conferência equipada com microfones para ouvir e transmitir tudo o que dizem os participantes da reunião, o software ali usado aparentemente, leva todas as entradas de fala e transcreve-as em tempo real para alimentá-lo para o computador Watson e fizeram isto com diversos especialistas.

A área de agentes inteligentes promete ser a nova grande tecnologia disruptiva do década.

 

Algoritmo para pintar criativas

15 jun

As pinturas podem ser consideradas criativas em função da influencia de correntes de artistasSimilares ou de pintores anteriores, para definir pinturas criativas ou que são apenas derivadas de uma determinada corrente, os pesquisadores Ahmed Elgammal e Babak Salek da Universidade de Rutger desenvolveram um algoritmo de visão cibernética que classifica imagens.

Eles usaram conceitos que podem ser chamados classemas (classemes) desenvolvidos em uma lista de 2559 tipos diferentes com um vetor (uma lista de parâmetros) que os classifica, o que está descrito no artigo recente do MIT Technology Review, nos EUA.

O algoritmo consulta um baco de dados de arte que contém imagens e anotações sobre cerca de 62 mil obras de arte e pode ser percebido a aproximação da classifica da história da arte, mas mostrando também como pinturas contemporâneas usam características antigas.

A história das pinturas tem um grande número de exemplos de forma parecidas que tem já traços anteriores de grande influencia naqueles que seguiram, por exemplo, a Madonna de Leonardo da Vinci de 1469 e  uma criança com uma romã, de Goya 1780, até mesmo o Cristo crucificado ou Monet de 1865 e assim por diante.

Outras pinturas são mais derivadas, mostrando muitas semelhanças com aquelas que vieram antes e por isso são consideradas como menos criativas.

 

O desprezo pelas massas e a multidão

12 jun

Desprezam-se as mídias, as redes e qualquer elaboração mesmo que científica feita pela “massa”o-desprezo-das-massas termo usado por Peter Sloterdijk em seu livro “Desprezo das massas” (Estação Liberdade, 2001), mas que pode muito bem ser substituído por um adjetivo mais correto: a “multidão”.

O livro nasceu de um diálogo com Elias Canetti e seu diagnóstico acerca da agressividade da “massa” e estendeu-se em um diálogo com Heidegger, Nietzsche, Foucault, Rorty (critica neste a sua aposta em uma estupidez anti-filosófica) e alguns outros, curiosamente em alguns momentos chega a citar a teologia da graça, e esta é sua tônica dizem o que os “amantes das massas inteligentes” vai afirmar: “Por essa razão em todo mundo crescem como erva daninha aquelas comissões de ética que, como institutos da destroçada filosofia, querem substituir os sábios.” (p. 99)

Identifica imediatamente a multidão nem passividade nem objetividade, mas: “Só o fato de que a multidão moderna, ativada e subjetivada, passa a ser insistentemente chamada de massa pelos seus porta-vozes e pelos que a desprezam, já aponta para que a ascensão à soberania do maior número possa ser percebida como um processo inacabado, talvez inacabável.” (p. 12)

Ao contrário de outros modernos tardios, Sloterdijk se posiciona: “A massa não reunida e não reunível na sociedade pós-moderna não possui mais, por essa razão, um sentimento de corpo e espaço próprios; ela não se vê mais confluir e agir, não sente mais sua natureza pulsante; não produz mais um grito conjunto. Distancia-se cada vez mais da possibilidade de passar de suas rotinas práticas e indolentes para um aguçamento revolucionário.” (p. 21).

Daí nasce os dois desprezos da elite “engajada” e da elite econômica, afirma: “Necessariamente aparece duas vezes também o segundo desprezo, ou desprezo composto, uma vez de baixo, como desprezo ofensivo das elites por parte das novas massas flexibilizadas, que fazem de seu modo de vida a medida de todas as coisas e querem libertar-se de seu observador que as despreza; e como desprezo das massas e de seu amplo idioma por meio dos últimos elitistas, que sabem desprezados seus objetivos pela massa e pressentem que na cultura de massas em organização acabou de uma vez por todas aquilo com que se importam.” (p. 70)

E esclarece o pretenso “engajamento”, como: “Essa primeira ciência humana engajada não esquece sua missão em tempo algum. Com seriedade metódica e fineza estratégica ela persegue seu objetivo pretendido: se for necessário suprimir a própria essência — por causa das diferenças essenciais a serem negadas —, ela também pagará esse preço.” (p. 87)

O texto provocou uma polêmica em função do futuro do humanismo, portanto não há final, apenas que a massa quer ser multidão, as redes, os blogs e os heróis anônimos estão aí.

 

Engando hackers e vírus no Facebook

11 jun

VirusFaceUma empresa israelense lançou um software chamado Illusive Networks desenvolveu um software que engana hackers fazendo-os acreditar que encontraram uma maneira de rouba dados, mas sem saberem se eles são verdadeiros ou falsos.

Embora não tenha relação direta, um vírus se espalha no Facebook através de um post que convida você a ver determinadas poses ousadas de uma jovem bonita.

O vírus se espalha dizendo que você tem mais 19 amigos e estariam marcados neste vídeo? Você não deve criar neste link porque ele escolherá 19 amigos seus para continuar espalhando o vírus e assim vai se expandindo em bola de neve.

O vírus aparece com uma notificação na sua linha do tempo, mas pare aí, você ainda não “contraiu” o vírus, alguém do seu relacionamento contraiu e enviou a você, se clickar você contrai e espalha o vício, então NÃO FAÇA ISTO.

O Facebook informa que está trabalhando para tentar evitar este vírus no próprio ambiente

Poderia criar algo como o software da Illusive onde os “ataques direcionados” ou “ameças persistentes avançadas” são identificados e passam dados falsos dos clientes, no caso deste software de cartões de créditos e contas de bancos.

 

O Estado como religião e as redes

10 jun

A expressão é de Francis Fukuyama, célebre pelo “fim da história”, porém deseja-se entender aReligião gênese desta ideia de Estado-Deus e seu desenvolvimento nos dias de hoje.

Foi a partir das elaborações desde Kant até Locke que as ideias do Estado Moderno se consolidaram, mas em Hegel não só o idealismo atinge seu ápice, mas também a ética do Estado, a lógica positivista da ciência e as ideias “absolutas” também se consolidam.

A filosofia hegeliana fundamenta-se na filosofia da identidade, expressando isto na religião, na história e por fim no mundo do direito com seu conceito de Estado: “Além do que, por residir a filosofia essencialmente no elemento da universalidade, que em si inclui o particular, isto suscita nela, mais que em outras ciências, a aparência de que no fim e nos resultados últimos se expressa a Coisa mesma, e inclusive sua essência consumada” (Hegel, 1999, p. 21).

Como arte Hegel em seus Cursos de Estética, relaciona a filosofia com a representação da verdade escreveu:  “Pois somente a filosofia em seu conjunto é o conhecimento do universo como uma necessidade orgânica em si mesma, que se desenvolve a partir de seu próprio conceito e, em sua própria necessidade de se relacionar consigo mesma como um todo que retorna a si como um mundo da verdade” (Hegel, 2001, p. 47).

Estrutura a história como a do Estado Hegel afirma que a primeira forma universal foi o despotismo, depois a democracia, a aristocracia, e, terceiro lugar a monarquia, ele evidencia que é a ideia do Estado a que primeiro concretizou por meio do espírito tornando consciência de si na história, assim o Estado seria a própria concretização da história, Marx parte daí.

Vejamos o texto: “Em consequência, a primeira forma de governo que tivemos na história universal foi o despotismo; depois vieram a democracia e a aristocracia, e, em terceiro lugar, a monarquia” (ibidem). Hegel evidencia a realização do Estado como reino da liberdade pela determinação político-administrativa enquanto monarquia, instância do universal pela qual a ideia concretiza-se por meio do espírito tomando consciência de si na história”. (Hegel, 1999).

A religião do Estado crê que ele é todo poderoso, é justo, não há crise, as redes estão aí para desmentir e desmistificar tudo isto, não é a impressa, mas as redes que apontam a crise atual.

Referências:

HEGEL, G. L.. Fenomenologia do espírito. V. I. Petrópolis : Vozes, 1999.

______. Filosofia da História. Brasília : UNB, 1999.

______. Cursos de estética. V. I. SP: Universidade de São Paulo, 2001.

 

Jott, nova mídia de redes ?

09 jun

Segundo reportagem do TechCruch, o aplicativo Jott que funciona sem um plano de dados ou mesmoJott sem conexão Wi-Fi, está sendo apreciado e crescendo entre estudantes da escola secundária americana, afirma o co-fundador do app Jared Allgood.

Ele diz que chegou em meio milhão de usuários ativos no mês de março, o que significa um expressivo crescimento para os 150 mil usuários ativos anteriores.

Allgood afirmou ainda que o crescimento é de 15 a 20 mil usuário por dia, o que já o coloca no top 75 de Top raking de mídias de redes sociais nos EUA no mês de março..

Qual a razão para isto tudo? Para os adolescentes que não têm um plano de dados ou que os pais limitam o acesso, podeno usar seus iPods e iPads para trocar as mensagem uns aos outros em uma rede fechada desde que estejam numa área de 100 pés ou seja na escola.

Segundo os dados da Pew Research, cerca de 88 por cento dos jovens de 13-17 anos têm um celular ou smartphone, mas nem  todos eles obter um plano de dados ou uma maneira de acessar a Internet durante o horário escolar, assim foi este o impulsionar da nova mídia.

 

O remédio cura ou mata: entenda a crise

08 jun

A ideia que a economia brasileira era saudável acabou logo após as eleições, e o que se vê é uma tentativa deInflação reduzir o consumo social com juros altos e cortes no orçamento em setores onde não poderia haver cortes enquanto outros setores continuam gastando.

O remédio é cortar custos, mas isto não deveria sacrificar os filhos, velhos  e os doentes comparando à economia de uma família.

Uma família que resolva reduzir os custos porque está conseguindo pagar as contas com dificuldades, deve tentar escolher setores onde pode cortar, não pode cortar em alimentação, saúde e educação, e atualmente também o item segurança entrou na pauta.

Uma forma que o governo tem de fazer o povo gastar menos é aumentar os juros, isto significa reduzir o consumo o que é o oposto do período anterior onde havia incentivo ao consumo, e assim pode-se ver claramente que o caminho era errado, mas como demorou para cortar os custos serão mais altos e os cortes mais drástico, e o pior é que não está dando o resultado esperado.

Numa família há o corte de crédito no mercado, num país os credores internacionais apertam o certo, o país vende menos e compra mais entrando num círculo vicioso.

No Brasil, os juros do cartão de créditos estão chegando a uma taxa de 12,1% ao mês ou 290,5 % ao ano, uma das consequências é que as empresas reduzem os investimentos e são obrigadas a demitir funcionários, a taxa de desemprego cresceu para 8% da força produtiva.

A lógica do cambio é a seguinte, o dólar aumentando ou o real desvalorizando que dá no mesmo significa que nosso produto fica mais barato lá fora (um produto que valia U$ 10 dólares fica valendo U$ 8 se o real desvalorizou 20%) e também os produtos de fora ficam mais caros e não entram para competir no mercado nacional, mas tem os impostos que encarecem os produtos nacionais, para vender o governo cobra menos e arrecada menos.

O remédio pode curar ou adoecer mais o corpo, a inflação continua a subir então …

 

Corpo, infinito e Noosfera

05 jun

O infinito se visto a partir da ontologia, sendo exatamente assim que o filósofo Lévinas o vê, não é senão a ideia Vasos comunicantesque todo o universo é um Ser, e este vive uma vida de corpo, é aproximada ao que propunha o filósofo Lebiniz do início da modernidade, com sua teoria das mônadas.

A metáfora do corpo é importante porque significa que cada célula (mônada no caso do universo) está submetida a uma pulsão e portanto é vivente organicamente e comunica.

Escreveu Heidegger como leitor de Leibniz: “A interna possibilidade da individuação [do ser], sua essência, reside na mônada enquanto tal. Sua essência é a pulsão” (Heidegger, p. 99).

“A pulsão é, enquanto este unificante, a natureza de um ente. Cada mônada sempre tem sua ‘prope constitution originale’. Esta é entregue juntamente com o ato da criação.” (pg. 99)

Aqui superamos a dicotomia natureza e cultura, poderíamos dizer a mônada individuada (não é individualizada porque permanece em pulsão com as outras), ao estabelecer sua pulsão em conjunto com todo o universo (unificante) estabelece a cultura geral como resultado de todo este conjunto de pulsões, e isto remete ao ato de criação ou ao Big Bang, ou seja, pulsão com o universo todo, e isto nos dá uma ideia de corpo organicamente vivente.

Mas este corpo sendo o universo não é finito como o corpo de um ser individual, então o Ser conforme pensou Lévinas a partir da terceira meditação de Descartes: “Não devo imaginar que não concebo o infinito por uma verdadeira ideia, mas somente pela negação do que é finito, do mesmo modo que compreendo o repouso e as trevas pela negação do movimento da luz: pois, ao contrário, vejo manifestamente que há mais realidade na substância infinito do que na substância finita e, portanto, que, de alguma maneira, tenho em mim a noção do infinito anteriormente à do finito … “ (Descartes, Meditações, 1973).

Teilhard Chardin chamou todo este corpo de Noosfera, porque sendo um místico entendia que também espiritualmente todo o corpo se comunica (noon espírito), e afirmava que todo o universo é corpo de Cristo, foi acusado de panteísmo, como Spinoza foi e como Leibniz poderia ser, talvez hoje não acusassem Lévinas nem Heidegger, afinal estes tem a mais ideia generosa de Ser, do ponto de vista místico.

Tudo isto pode parecer difícil, mas é simples se usarmos a metáfora dos vasos comunicantes, se em vaso colocamos água todos se elevam, se retiramos água todos caem, cada vaso é um Ser, a água é a pulsão, e o conjunto dos vasos é a cultura em determinado ponto.

Tudo que sabemos do universo até hoje é apenas 4% que é a matéria bariônica, os restantes 96% de matéria e energia escura permanece desconhecido, como afirma Lévinas no início de seu livro Totalidade e Infinito: “A verdade permanece oculta”.

 

O infinito, Bauman e Lévinas

03 jun

OtherInfinityCada um lê o que quer ler, mas muitas vezes o autor lido não disse o que seu interprete quer colocar na boca dele, é o caso da leitura de Bauman de Lévinas.

Salve erro de tradução, Lévinas escreveu “A ontologia que reconduz o Outro ao Mesmo, promove a liberdade que é a identificação do Mesmo, que não se deixa alienar pelo Outro” (LÉVINAS, 1980, p. 30), ou seja, há um tipo de ontologia que promove a liberdade de identificar ao MESMO, que é aquela que não se deixa alienar, isto significa ouvir atentamente e respeitar o Outro, mas não é esta ontologia que Lévinas defende.

Esta ontologia reduz o Outro ao Mesmo, mas coloca em questão do exercício do Mesmo, ou seja, o outro deve estar em condições de por em questão o Mesmo, significa sair de Si, e não ouvir apenas.

Lévinas, que é um leitor especial de Heidegger (ler sua outra obra A Existência de Husserl a Heidegger), chega a fazer uma crítica a Heidegger, nestes termos a ontologia “que subordina a relação com Outrem à relação com o ser em geral e, neste caso, ela é uma obediência ao anônimo e resulta em imperialismo” (LÉVINAS.1980, p. 34), ou seja deve por em relação dialógica com o Outro, “outramente” como diria Paul Ricoeur.

Para Lévinas, foi a meditação cartesiana que separou o eu e o outro, deixando que o EGO se confundisse com o Outro já que a consciência é incapaz de conter o Infinito que ele julgar pensar, mas Lévinas e também Husserl retomam a terceira meditação cartesiana.

Mas para Levinas O Infinito, ao ultrapassar todos os limites do cogito cartesiano, se mostra como uma exterioridade que jamais se integra ao Mesmo, isto era impensável para Descartes e confuso para Bauman que julga estar além da ontologia e da inclusão do Outro, e porisso está pronto para julgá-lo e não para libertá-lo em sua modernidade líquida, assim é como se o Outro fosse culpado de sua modernidade líquida.

O infinito remete ao Universo, mas não como um todo, o universo é um corpo e o corpo pode ter um sentido de Ser e não apenas de ente, isto fica para amanhã.

Lévinas, Emmanuel. Totalidade e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1980.

 

Segunda dicotomia: natureza vs cultura

02 jun

Toda a filosofia clássica sobre a elaboração do Estado passa pela relação do homem com a natureza, quando naCulturaNatureza verdade é com a cultura, pois a natureza é única e é possível falar de uma teoria unitária da natureza como falou Edgar Morin em seu método: “A natureza da natureza”, que não é a cultura.

Francis Bacon que dá origem ao empirismo, já havia afirmando que “não se pode dominar a natureza se não obedecê-la”, mas o empirista John Locke dirá mais tarde discordando de Tomas Hobbes que o homem não é o lobo do  homem como este pensava, mas desenvolve o sua natureza no interior de uma sociedade, ora então é cultura e não sociedade.

Jean Jacques Rousseau vai teorizar o bom selvagem, o homem ingênuo que habita a sociedade, todas estes teóricos chamados “contratualistas” não estão fazendo outra coisa senão justificando a violência do Estado, Francis Fukuyama vai dizer que Aristoteles discordaria dele justamente por que o Ser aristotélico não está em ruptura com a natureza, assim: “Aristóteles discordava (a tradução correta seria discordaria) de Hobbes, Locke e Rousseau em um aspecto crítico. Afirmava que os seres humanos são políticos por natureza e que suas capacidades naturais os levam a florescer em sociedade” (FUKUYAMA, 2013, p. 42).

Assim políticos “por natureza”, não significa uma ou determinada forma “cultural” de política ou estado, é por isto que caímos nesta dicotomia cultural e não natural.

Edgar Morin esclarece: “Enfim, a aceitação da confusão pode tornar-se um modo de resistir à simplificação mutiladora. E certo que nos falta o método à partida; mas, pelo menos, podemos dispor do antimétodo, onde a ignorância, a incerteza e a confusão se tornam virtudes.” (MORIN, 1977, p.19).

A natureza, explica Morin está na dificuldade dos saberes isolados: “Assim, a escolha não se situa entre o saber particular, preciso, limitado, e a ideia geral abstracta. Situa-se entre o luto e a investigação dum método capaz de articular aquilo que está separado e de unir aquilo que está dissociado.” (MORIN, 1977, p.18).

A base deste diálogo, além de retomar a questão do Ser, deve-se também superar o saber dialético pelo dialógico, que significa também entrelaçar coisas que aparentemente estão separadas como a razão e a emoção, o sensível e o inteligível, o real e o imaginário, a razão e os mitos, a ciência e a arte.

Devemos então buscar uma nova metáfora, a qual se pensa que a questão do corpo, por sua organicidade que é capaz de colocar os saberes dentro da relacionalidade que eles exigem.

FUKUYAMA, Francis. As origens da ordem política. Dos tempos pré-humanos até a Revolução Francesa, Rio de Janeiro: Rocco, 2013.

MORIN,  Edgar.  O  Método  I: a  natureza  da  natureza.  2ª  ed.  Trad. M.  G.  de  Bragança. Portugal, Europa – América, 1977.