Arquivo para outubro, 2015
A COP21 e o G7
Esquenta o clima (ao menos no Brasil), esquenta a corrida para a COP21, a Conferência de Paris sobre o Clima, mas o G7 quer esfriar tudo, o clube das 7 nações mais ricas do globo.
Segundo um estudo, do qual participou a brasileira radicada na Suiça, Márcia Rocha, o que os G7 propõe não vai servir para frear os 2 graus Celsius que as emissões de gases provocarão no planeta até 2030, a meta terá cumprido algo em torno de 30% do necessário apenas, conforme informe do blog Observatório do Clima.
As análises do Climate Analitics mostram que seguindo as políticas atuais somadas, só atingiremos 5% do chamado “hiato de ambição”, o Canadá um dos membros do G&, afirmou com a meta para 2020 estaríamos aumentando em 35% o chamado INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) em relação a 1990.
O relatório propõe 3 recomendações ao G7: aumentar significativamente a ambição de suas INDCs daqui até a conferência de Paris, em dezembro; que reforce as metas atuais, para que o esforço de corte fique menor após 2020; defender que os ciclos de revisão das metas do novo acordo sejam de cinco anos, e não de dez, para evitar que metas pouco ambiciosas acabem executadas durante muito tempo.
Enquanto os grandes se mobilizam, as redes sociais também, em todo mundo haverá manifestações, no Brasil já há uma convocação pelas redes de uma manifestação para o dia 29 de novembro.
Porque a inflação vai subindo
Empréstimos facilitados e juros baixos foram a forma do governo comprar empresários e obter mais dinheiro para suas campanhas, e o BNDES é o epicentro deste furacão.
Então pouco vale a política de aumentar a taxa Selic, que teoricamente seria uma restrição ao crédito, se o BNDES fez empréstimo em mais de US$ 170 bilhões, que é maior que o Banco Mundial, e mantém juros subsidiados ao seleto grupo dos “amigos” do governo.
É mais uma entre tantas mentiras, mas esta é uma mentira para o próprio governo, que tenta desesperadamente restringir o crédito para conter a inflação, que já atingiu 9,85 % e deverá bater a casa preocupante dos dois dígitos até o final do ano.
Goste o governo ou não já é a pior recessão dos últimos 25 anos, dizem todos economistas a menos dos fundamentalistas do governo, que perguntam ao BNDES se o crédito facilitado aos empresários não estaria na contramão das altas taxas da SELIC que caem sobre a população, segundo o ministro Levy: “há uma aceleração dos gastos”.
A divida bruta evoluiu para 65% do PIB e era de 52% quando a presidenta assumiu em 2011, e ao nível que estão estes juros isto torna-se significativo porque vai minando a capacidade do país investir, uma vez que os juros tornando ainda mais proibitivas estas dividas.
A dívida bruta do país cresceu para cerca de 65 por cento de seu produto interno bruto. Quando a presidente Dilma Rousseff, que está tentando evitar um impeachment, assumiu, em 2011, a proporção era de 52 por cento.
Os economistas repetem o Banco Central “precisa elevar as taxas significativamente mais do que o normal a cada subida da inflação” e o governo controlar seus gastos, mas fará isto ?
TVs 4K ou OLED ?
As novas TVs que protagonizam o mercado são a OLED (Organic LED – Light Emitting Diode) e as UHD (ultra) 4 K (resolução 3840×2160 pontos), qual de fato é a vantagem de cada uma ?
Quando lançadas os preços eram proibitivos no Brasil, mas caindo já se aproximam das TVs Full HD e prometem aposentá-las, talvez junto com as analógicas que serão desativadas já a partir do ano que vem.
Segundo especialistas o 4K é um limite perceptível ao outro humano.
A TV 4K é um incremento (update) na tecnologia das TVs digitais com o incremento de pixels (PIcture Elements), ou seja, de pontos na tela, pela miniaturização da tecnologia, enquanto a OLED é de fato uma tecnologia nova não precisam de “luzinhas traseiras” pois são LEDs.
Com isto a tela OLED e a TV consequentemente são mais finas, também permitem telas curvas como a LG, anunciada em 2014 no site TechTudo, como a primeira do Brasil.
O “organic” das OLED é formado por compostos de carbono, que emitem uma luz própria e por isso são leves e bem finais.
A OLED pode ter a resolução 4K e, portanto é competitiva, além de ser previsível que em breve já poderemos ter a OLED 8K, mas a briga fica no preço, as OLEDs tela curva de 55” estão entre 5 mil e 10 mil reais (ou mais), as 4K de 2900 reais a 7 mil reais.
Tecnologias que podem mudar nossas vidas
Muitas coisas podem impactar nossas vidas e mudar a maneira como o mercado e até mesmo as pessoas se comportam, é o caso de muitas tecnologias, mas ainda há algo para acontecer.
Impressoras 3D, cresceu 35% desde 2011, os valores movimentados eram em torno de U$ 1,7 bilhões está acima de 3 bilhões de dólares este ano e poderá chegar a 6,5 bilhões até 2019, conforme avaliação da Alliance Bernstein, e isto poderá afetar até o modo de produção.
Já postamos aqui que o Skype estarão fazendo traduções on-line numa tentativa de disputar um espaço preenchido cada vez mais pelo WhatsApp, a sensação de cidadania mundo irá aumentar com isto e a aldeia global vai se convertendo numa Pátria-Mundo, como previra Edgar Morin.
A empresa Joule Biotechnologies ao invés de usar matéria orgânica, precisamos frear a produção orgânica para combustíveis infelizmente é o caso da cana e do milho, está tentando realizar modificações genéticas para microrganismos fotossintetizadores (foto) que usam a energia solar para transformar dióxido de carbono em etanol e diesel, que é carbono e oxigênio (C02).
Isto poderá modificar a cadeia produtiva que depende de combustíveis fósseis.
Um mundo em mudança depende das tecnologias e elas podem e devem afetar a vida humana, mas é claro, todas as decisões são tomadas por homens (e mulheres).
Tapete Vermelho para Mazzaropi
Em tempos de entender a verdadeira história e identidade do brasileiro, deveríamos além de olhar a dura realidade que quase virou um milagre, mas não virou, estudar personagens quase desconhecidos da história da literatura e do cinema brasileiro.
Assisti quase por acaso, num Hotel do nordeste, o filme Tapete Vermelho, que conta a estória de Quinzinho (Matheus Nachtergaele) que quer cumprir a promessa de levar seu filho, e a contragosto também Zulmira (Gorete Milagre, ô Coitado) para ver um filme de Mazzaropi.
Na jornada vão do sertão que moram passando por cidades cada vez maiores, e vão vendo as salas de cinema se transformar em lojas, padarias, igrejas e enfrentando situações curiosas e mágicas, numa homenagem a Mazzaropi, desfilando a cultura da gente simples do Brasil.
O filme com direção de Luiz Alberto Pereira, produção de Ivan Teixeira e Vicente Miceli, tem ainda belas músicas de Renato Teixeira, é de 2006 e não deveria ter passado despercebido.
O menino que interpretou o filho Neco, Vinicius Miranda foi escolhido numa seleção de mais de 200 crianças, e o elenco teve apoio de grupos de Teatro de Taubaté e São Paulo.
Parabéns tardios ! Vale a pena ver não apenas pelos atores, mas a “paisagem brasileira”.
Em tempos de crise: ambiguidade ou ambivalência ?
Edgar Morin já havia delineado em sua coleção sobre o método a questão da crise, claro não é atual, mas isto não desculpa desmandos, ambiguidades e ambivalências.
Das cinco partes que compõem o livro, a primeira, tem como título: A ética do pensamento e o pensamento da ética, trata dos fundamentos e princípios da moral.
É um convite para iniciar a leitura pensando em um tema mais básico que é a ética, ali estão delineados: Constituem temas dessa parte: o pensamento da ética, o retorno às fontes cósmicas, a incerteza ética, as contradições e ilusões éticas e a ética do pensamento.
Fundamental antes de falar de crise pois fala de uma ética universalista, que se torna concreta pela comunicação, interdependência e comunidade no destino comum da espécie humana.
Embora ambiguidade e ambivalência sejam sentimentos presentes no mundo contemporâneo, primeiro eles são distintos, ambiguidade divide o ser em direções opostas, e ambivalência é a dualidade de valores, entre o bem e o mal, um maniqueísmo moderno.
Mas como toda pessoa generosa, nas conclusões Morin aponta para a necessidade “da religação antropológica que se manifesta na solidariedade, fraternidade, amizade, e amor. O amor é a religação antropológica suprema” (p.36-37).
Entre tantos sentimentos de esperança, desvela-se um Morin quase místico, tendo surgido da religação do mundo, o amor exalta as virtudes de religação do mundo. Por isso, conclui Morin, citando o Cântico dos Cânticos: “o amor é forte como a morte” (p.37).
MORIN, Edgar. O Método 6. Ética. Porto Alegre: Editora Sulina, 2005
Youtube lança versão “red”
Uma versão paga e sem anúncios deixou o mundo digital desconfiado, será que é o primeiro passo para cobrar o famoso aplicativo de vídeos ?
Comprado pela Google, por acaso ou não a empresa lançou o nome de um site de um site adulto (RedTube), sem que isto seja explicado de modo razoável para o público.
Um executivo do buscador, disse que o produto “é desafiador”, mas não explicou o que era de fato a escolha desta cor para o site, numa conferência à imprensa, ele disse:
“Conforme falamos com usuários e fãs em nossos estudos, o termo ‘vermelho’ foi frequentemente associado ao YouTube. Ele tem muito significado em termos de amor e também ao tapete vermelho”, o que é curioso mas não parece explicar muito.
Ao ser indagado sobre o outro site disse em tom enfático: “Não estamos preocupados com o outro site”, parece que a empresa acredita que poderá modificar a “marca”.
O site The Next Web, o nome associaria numa busca pelos termos “Red” e “Tube” cairia neste serviço, mas na realidade associar estas duas coisas não é uma ideia feliz.
Skype vai liberar chamadas
Com o aparecimento do WhatsApp, o menos usado Google Hangouts e outros, para muitas pessoas o Skype ficou como mais um aplicativo, mas a Microsoft dona do Skype, pensa numa solução nova e gratuita, permitir um link direto na abertura de uma sessão.
Isto funciona assim, você envia um link para amigos que estejam usando o Skype seja para Windows, Mac ou Web, caso aceitem fica aberta uma sessão para conversas, além disse se você tem uma ou uma solução no seu gadget, pode compartilhar tanto para iPhone, iPad ou qualquer dispositivo Android, na prática é uma evolução do VoIP.
Este novo recurso já está disponível nos EUA, e deve chegar a todo mundo em algumas semanas, entre as novas ferramentas da Microsoft já existe um tradutor em tempo real, o Skype Translator, como a maioria dos tradutores m pouco “estranho”, mas permite uma conversa com quem não conhece nada de outra língua.
Os números da Skype sobre conversas é de apenas 3 bilhões de minutos por dia, então é com isto que a Microsoft está preocupada, mas o novo recurso pode balançar o mercado.
Não fomos ou queremos ser modernos ?
O livro de Bruno Latour é dividido em cinco capítulos, quais sejam: Crise, Constituição, Revolução, Relativismo e Redistribuição.
Latour põe em suspensão o conceito de modernidade e diz não apenas que ela é ambígua, mas que deve-se pensar se ela de fato saiu do papel e dos discursos, apesar de ser um período onde a ordem é altamente desejada, devido a ausência de um projeto “único” ela provoca a hibridização das coisas e dos sujeitos
É o que Bauman, no seu livro Modernidade e Ambivalência desejou analisar, mas no qual ele afirma mais o que modernidade é do que aquilo que não-é e nunca foi, por isto é líquida.
Diferente de Bauman, Latour vai analisar as raízes de nosso pensamento “moderno”, onde seus agrupamentos, e conceitos vão ser analisados a partir dos pensadores Boyle e Hobbes, lá no início da modernidade.
Boyle num momento em que uma dúzia de guerras civis são deflagradas escolhe um método de argumentação, o da opinião, ridicularizado pela mais antiquada tradição escolástica.
Já Hobbes desacredita todo o dispositivo de Boyle e afirma que só existe um único conhecimento, um único poder caso se deseje dar um basta às guerras civis, é o famoso hommo lúpus homini (o homem é o lobo do homem) de onde surgiu o seu livro Leviatã e de onde parte toda a tradição contratualista, de onde vieram nossas ´repúblicas” e democracias.
Latour em seu terceiro capítulo trata da Revolução, estamos num final de época, ainda que a modernidade jamais tenha cumprido seu papel, o da ordem, ou da “pacificação humana”, aquilo que Peter Sloterdijk diz em seu livro “Regras para o parque humano”, projeto que faliu.
Afirma dos projetos revolucionários estão em ter tentado percorrer uma última vez o círculo dos pré-modernos, englobando todos os seres divinos, sociais e naturais, o próprio Marx discutiu isto em Ideologia Alemã, a fim de evitar a contradição do kantismo entre o papel da purificação e o da mediação.
Latour explica que separamos duas dimensões (ele diz qualidades) ontológicas puras, seja a do espírito uma versão mais subjetiva, seja da matéria em sua versão mais objetiva, ou seja, separamos as coisas dos sujeitos, deu no que deu: a divisão do SER.
Os pós-modernos acreditam que ainda são modernos porque aceitam a divisão total entre o mundo material e a técnica de um lado, os jogos de linguagem dos sujeitos falantes de outro.
As coisas assim como a tecnologia fazem parte da vida humana, separá-las é um início de esquizofrenia, fragmentar o ser colocando a vida “espiritual” longe da concreta e humana.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Tradução de carlos Irineu da Costa. 2. Ed. Rio de janeiro: Ed. 34, 2009. 152p. (Coleção TRANS).
Auxiliando a transparência na Web
Uma ferramenta de segunda geração, chamada Sunlight está sendo desenvolvida para possibilitar maior transparência no uso de dados pessoais na Web.
Como a navegação na Web é cada dia mais fácil, e a cada dia o monitoramento corporativo de nossos e-mails e hábitos são mais e mais explorados, a ferramenta desenvolvida no departamento de Engenharia da Universidade de Columbia, EUA, serve para evitar e avisar como e quando os nossos dados estão sendo usados.
Segundo Roxana Geambasu, cientista da Columbia e do Instituto de Ciência dos Dados, “A Web é como o Velho Oeste”, onde “não há nenhuma supervisão de como nossos dados estão sendo recolhidos, trocados e usados”, e caindo em mãos erradas podem ser usados contra nós.
Segundo Daniel Hsu, outro pesquisador do grupo, a ferramenta é a primeira a analisar numerosas entradas e saídas em conjunto para formar hipóteses que são testadas em um conjunto de dados separado selecionados a partir dos originais.
No final, cada hipótese, e sua entrada e saída ligada, está classificado para a confiança estatística e segundo Hsu “Estamos tentando encontrar um equilíbrio entre confiança estatística e escala para que possamos começar a ver o que está acontecendo em toda a Web como um todo”.
Os pesquisadores montaram os textos a partir de 119 contas de Gmail, e por mais de um mês no ano passado, enviaram 300 mensagens com palavras sensíveis na linha de assunto e no corpo de email, e encontraram, por exemplo, cruzando palavras “desempregados”, “judeu” e “deprimido” foram usadas parar acionar anúncios para “auto financiamento fácil”.
A ferramenta é claro, não resolve estes problemas, apenas denuncia a existência destes casos.