Arquivo para novembro, 2015
A três semanas da COP21
A três semanas da abertura da conferência de Paris, já se realizou a Pré-COP, com a presença de cerca de 70 países e sob a presidência de Manuel Pulgar Vidal – ministro do meio ambiente do Peru e presidente da COP20, a conferência anterior.
Na ordem do dia foram quatro os temas centrais: a ambição do acordo, sua equidade, as ações concretas a serem adotadas antes de 2020 e o financiamento a ser mobilizado após 2020.
O ministro francês das Relações Exteriores e do Desenvolvimento internacional, Laurent Fabius, que é o presidente da COP21, apresentou a imprensa os principais objetivos desta reunião ministerial preparatória.
Laurent Fabius declarou: ““Temos tido com o pré-COP um passo importante antes de Paris, mas estamos mais do que nunca e mobilizar a tarefa que resta é considerável”, resumiu em na conferência de imprensa.
O Brasil embora tenha uma proposta audaciosa de contribuição no INDC (Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada, na sigla em inglês), que seria de 43% (o site oficial do evento registra 37%) envolveria o desmatamento ilegal, o reflorestamento de 12 milhões de hectares, a recuperação de 15 milhões de pastagens degradadas e a integração de 5 milhões de hectares em lavoura, pecuária e florestas.
Mas temos uma matriz extremamente suja (as hidrelétricas em vias de privatização e as onerosas usinas nucleares que já se tentou paralisar), e metas aqui não são sérias, vide as metas da economia e de respeito às conquistas trabalhistas.
Google maps off-line disponível
Desde terça-feira o Google Maps off-line está disponível no Brasil, a versão que ficou conhecida assim está disponível para versões para Android a partir da versão 9.17 do Maps, e também para iPhone.
O recurso será liberado aos poucos, aparecerá como uma possibilidade de atualização, quando o usuário buscar determinada cidade, aparecerá na tela uma opção para baixá-lo, após a atualização constará do app uma chamada “áreas off-line”.
O recurso foi feito para usuários comuns que querem nomear áreas de passeio, marcar endereços e não tem um plano de dados próprio para isto (por exemplo, empresas que querem aparecer nos maps), no off-line pode ser marcados detalhes de endereços: nomes, localizações, telefones e alguma avaliação por parte dos usuários no caso de empresas.
Tendo uma cópia de dados off-line do mapa, a princípio, mesmo não reduzindo o consumo de dados de um usuário que esteja navegando conectado, ele recebeu este nome justamente porque pode ser usado sem conexão permitindo navegar mais fácil.
O recurso chega em boa hora, porque é comum no mercado brasileiro o corpo da navegação após o limite de dados da franquia, coisa absurda, mas acontece.
Fórum mundial sobre a Internet no Brasil
Pouca gente sabe, mas começou ontem em João Pessoa, no nordeste do Brasil, um fórum sobre a governança da internet patrocinado pela ONU.
A democratização do acesso a internet assim como o controle mundial sobre a rede eletrônica, são fundamentais para o Desenvolvimento Econômico, na abertura do evento Lenni Montie, citou o secretário geral da ONU Ban Ki-Moon: Convoco todos nossos parceiros a intensificar os esforços para promover a acessibilidade, o preço justo, educação e igualdade, investindo em infraestrutura e construindo uma internet aberta”.
A presidenta Dilma não foi ao evento, preocupada com a greve dos caminhoneiros, mas gravou um vídeo onde destacou a importância da supervisão “das funções centrais da internet”.
O Fórum criado em 2006 pela ONU, irá até sexta-feira, e desenvolve o tema central “Evolução de Governança da internet: Empoderando o desenvolvimento sustentável”.
Os organizadores do evento, realizado no moderno Centro de Convenções de João Pessoa (foto) esperam que a capital paraibana deve receber cerca de três mil pessoas de 130 países
Myanmar tenta a democracia
Myanmar realizou eleições neste domingo, e embora tenha feito eleições em 1990, quando as eleições se sucedeu um golpe, que fez a oposição reagir sem violência e que após houve uma longa resistência democrática até os dias de hoje, que ficou registrado no filme The Lady (Além da Liberdade), da vida real de Aung San Suu Kyi, filmado em 2012.
A prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi deverá conquistar a maioria dos lugares elegíveis no Parlamento. Mas precisa de mais de 67% dos votos para poder formar governo, já que há outros 25% de lugares que estão reservados para representantes do exército.
A participação deverá rondar os 80% das eleições, ou seja, mais de 30 milhões de eleitores votaram.
A Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi deverá conquistar a maioria dos lugares elegíveis no Parlamento, porém precisa de mais de 67% dos votos para poder formar governo, já que há outros 25% de lugares que estão reservados para representantes do exército. Estes devem apoiar o Partido da União, Solidariedade e Desenvolvimento, sucessor da junta militar que governou o país (rebatizado de Myanmar) desde 1962, e que chegou ao poder em 2011.
Suu Kyi, de 70 anos, está impedida pela Constituição de ser eleita presidente e suceder ao ex-general Thein Sein, por ter filhos estrangeiros.
A opositora já disse que, caso consiga a maioria, será o poder por trás do novo presidente.
Os 25% de deputados não eleitos impedem também qualquer alteração constitucional sem o apoio dos militares.
Direitos autorais de fotos de rua
Tive um amigo com smartphone apreendido e depois de passar por uma humilhação no distrito policial, achando que se tratava de fotos sensuais ou algo do gênero, teve seu celular confiscado e a moça que se viu ofendida com seus direitos de imagem o processou.
O assunto é instigante e achei o assunto no site LibraryCruch que remeteu a uma discussão pública sobre o assunto no site que fez uma série de perguntas relacionadas aos direitos autorais de uma comunidade G+ chamada Street Focus, entre eles o fotógrafo Jack Reznichi e o advogado de defesa Ed Greenberg, que discutiram a lei SB 79 do Arkansas: “Lei de Proteção dos Direitos Pessoais”, sobre como são tratados por policiais fotógrafos em espaços públicos.
Os dois autores do artigo original que apareceu na ThisWeekInPhoto , reconhecem a importância de copyrighting das imagens, como lidar com liberações modelo, e muito mais!
Os autores descrevem no site Copright Zone 4 cenários:
Cenário 1) – Fazer tomadas uma caminhada através do jardim zoológico, fotografando o que chama a atenção. As crianças selvagens, os animais domésticos, a casa do macaco, e o algodão doce.
Você pode fotografar tudo o que você puder ver. Mas o que você pode usar para se tornar um acervo que os fotógrafos discutem indefinidamente e os advogados duelam.
Cenário 2) Uma noiva e do noivo querem fazer o primeiro encontro num zoológico e eles querem que tirar fotos da festa de casamento lá. Isso é facil. Não tente ir sem nada.
Eles podem exigir-lhe para assinar um acordo e prova de seguro e pedir alguma doação.
Cenário 3) Você é um fotojornalista com credenciais de imprensa com credenciais de imprensa reais e legítimas, a partir de uma organização de notícias real. Não pressione credenciais que vieram das páginas de trás de uma história em quadrinhos. Você pode fotografar e usar qualquer coisa em uma história que é notícia digna ou de interesse público. Segundo os autores ainda você poderá ser “incomodado”.
Cenário 4) Você tem uma missão comercial que precisa ser baleado em um jardim zoológico. Simples. Qualquer coisa aquém de um escrito, acordo global especificando data, hora, local, seguro, etc. assinado pelas partes vai do período acordado.
Claro que é uma ironia, pois terminando dizendo que torcem para que você não pise um cocô de elefantes, enfim o assunto será sempre polêmico e sempre haverá pessoas prontas para o litígio.
O véu da ignorância, a teoria e o justo
John Rawls perguntou se é possível chegar a um comum entendimento sobre o que é justo. Sua justiça é aquela fundamentada na consideração de todos serem iguais e livres, tipoco do capitalismo de mercado e de vem estar social.
Rawls propôs que existe um véu de ignorância sobre o qual devem ser examinadas as relações entre a sociedade desejada, a sociedade real e a utopia da justiça justa.
Explica Rawls o véu da ignorância: “Não sabem como as várias alternativas afetarão seu caso particular e são obrigadas a avaliar os princípios tão só a base das considerações gerais” (Rawls, 1981, p. 119)
Sobre sua posição três teóricos fizeram críticas: Jean-Pierre Dupuy, Michael Sanders e Robert Nozick, o primeiro ironiza o autor afirmando “Rawls sabe muito bem que, a maioria das vezes, é em nome dos condenados da Terra que se suprimem as liberdades e que se estabelecem os privilégios” (Dupuy, 199, p. 129), o que o autor quer dizer com isto é que “demasiada justiça é menos justiça” (Dupuy, 199, p. 131).
Mas o véu da ignorância é válido também para Dupuy que usa a obra de Alexis Tocqueville (Da Democracia na America II, XIII): “Destruíram os privilégios incômodos de alguns semelhantes, encontraram a concorrência de todos … é por isso que o desejo de igualdade se torna sempre mais insaciável à medida que a igualdade é maior”.
Filósofos comunitaristas como Michael Sandel além de outros (Charles Taylor, Michel Walzer, etc.) tecem várias considerações críticas sobre a teoria da equidade de Rawls com sua pretensão de universalização do liberalismo, porque diz que este apresenta uma concepção abstrata de pessoa, destacando que devemos pretender que os direitos coletivos sejam preponderantes sobre os individuais.
Sandel considera que no pensamento de Rawls o justo é anterior e prioritário em relação ao bem, assim a justiça seria a primeira virtude e nenhum valor moral ou político a sobrepõe.
O véu da ignorância pressupõe que as partes afastam todas as diferenças e discordâncias seriam superadas e não haveria pluralidade.
Mas Sandel também estaria disposto a caminhar nesta direção uma vez que para ele haveria um conflito de prioridade e hierarquia entre liberdade, igualdade e fraternidade, para ele considerados valores fundamentais, assim também haveria um “véu de ignorância”.
Por último Nozick é um defensor do liberalismo radical, ou liberarianismo, construindo um estado mínimo, o mais viável para ele, com funções limitadas de proteção aos direitos individuais, propriedade e segurança dos cidadãos.
Escreveu Nozick “O dever de não interferir no domínio de escolha de outrem é tudo o que qualquer sociedade deveria (coercitivamente) exigir; níveis mais altos de ética, envolvendo a benevolência positiva” (Nozick, 2011, p. 280), mas revela e inclusive escreve que isto representaria um “ideal pessoal” que seria da escolha de cada um, portanto há também um véu de ignorância no caminho da construção deste ideal pessoal.
Heidegger escreveu sobre o “desvelar”, um caminho no qual é necessário alguma construção social ou pessoal segundo a qual tiramos o véu de nossa ignorância e caminhamos para uma sociedade mais justa, sem este processo aqueles que vociferam contra “teorias” estão na ignorância e no fanatismo e pouco ou nada contribui com as transformações necessárias.
Os que vociferam contra as teorias, são os submissos àquelas que regem nosso dia-a-dia, porque não se dão ao trabalho de “desvelá-las” e aquelas que predominam em tempos de crise, são as que as geraram.
DUPUY, Jean-Pierre. Ética e filosofia da ação. Lisboa: Inst. Piaget, 1999.
HEIDEGGER, Martin. Caminhos da Floresta. Lisboa: Fundação Colouste Golbenkian, 2012.
NOZICK, Robert. Anarquia, Estado, Utopia. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
RAWLS, John. Uma teoria da Justiça. Brasilia: Ed. Universidade de Brasilia, Coleção Pensamento Político, no. 50, 1981.
SANDEL, Michael. El liberalismo y los limites de la justiça. Barcelona: Gedisa, 2000.
Internet das Coisas na prática
Três soluções demonstram como usar na prática segundo IoT (Internet of Things) Gateways Solutions, publicano na revista on-line IDGNow.
A primeira é a automação de climas em casas, a Automated Greenhouse Climate Control, construída usando diversos sistemas, depende do mínimo da intervenção humana, o sistema chamado de Edge Analytics permite o controle de clima de uma estufa totalmente autônomo permitindo o máximo de converto tanto para plantas, como animais e pessoas, a conversa entre os micros sistemas é feita a partir de resultados do Cloud Analytic, e comunicação pela Secure API, tendo como objetivo maximizar o ganho de produção e conforto com o monitoramento e ajuste do clima interno, diminuindo custos no caso de produção.
O segundo está sendo apresentado hoje na feira de transporte Telematic & Fleet Management, que é um software instalado em caminhões que torna possível além do monitoramento e posição do veículo, realizar diagnósticos em tempo real das condições da máquina podendo avisar o condutor e propiciar a manutenção preventiva do veículo, um equipamento da Secure API é responsável pela coleta, troca e compartilhamento de dados da frota de caminhões com a central.
O terceiro é um sistema para casas inteligentes, chamado Yoga Smart Home, que se conecta a praticamente tudo: detectores de segurança com ou sem fios, câmeras, termômetros, tomadas e lâmpadas inteligentes, sistemas de entretenimento, travas e eletrodomésticos, permitindo o monitoramento dos dispositivos a partir da conexão com a internet.
As baterias de carros elétricos evoluem
As baterias de íons de lítio são aquelas que alimentam muitos aparelhos móveis, mas usar esta tecnologia em automóveis tem se mostrado difícil, e as bater
ias atuais com carro elétricos possuem pouca autonomia (80 a 100 km apenas).
Agora pesquisadores da Universidade de Cambridge estão pesquisando uma espécie de bateria conhecida como lítio-ar, ou lítio-oxigênio, que poderá fornecer 10 vezes mais energia e, e até mesmo uma energia suficiente para comparar com a gasolina, mas isto ainda envolve alguns problemas práticos.
Agora os pesquisadores da Universidade de Cambridge dizem ter patenteado uma tecnologia que supera alguns dos principais obstáculos, segundo Clare Grey, pesquisadora do projeto e professora de química na Universidade de Cambridge, agora “a conquista significativa” de sua equipe já tem progressos rumo à alta capacidade “já que levamos a eficiência para números que competem com a tecnologia de lítio-íon atual”.
Com uma eficiência energética de até 93%, e faz isso usando um produto químico diferente do utilizado nas tentativas anteriores: empregando hidróxido de lítio (LiOH) em vez de peróxido de lítio (Li2O2) e também uso de eletrodo de carbono na base do grafeno, e “aditivos que alteram as reações químicas no trabalho na bateria, tornando-a mais estável e mais eficiente”, afirmou a pesquisadora.
O resultado está publicado na revista Science.
Sensor de tato artificial
Entre as várias tecnologias vestíveis (anunciada com uma das próximas ‘ondas’), está o interessante trabalho sobre um tato “artificial”, publicado na revista Science.
Segunda a pesquisadora Zhenan Bao, o sensor flexível produz um tipo de padrão de impulsos que é reconhecido imediatamente pelo sistema nervoso, embora colocada inicialmente da mão, esta característica possibilita ser usado em outras partes do corpo.
A pesquisadora afirmou: “Com materiais plásticos, nós e outros pesquisadores nessa área já tínhamos conseguido produzir sensores sensíveis ao toque – mas o sinal elétrico que saía desses sensores não tinha o formato certo para ser interpretado pelo cérebro”.
Outros modelos necessitavam do processamento do computador para produzir a sensação de “toque”, já este produz os impulsos diretamente.
O uso de plástico torna o material flexível, e os sensores podem ser úteis em outros equipamentos de tecnologia vestível, conforme afirmou:”Os sensores são muito finos e flexíveis, e também são elásticos. Então você poderia montar um sensor em sua pele e usá-lo para detectar sinais vitais como os batimentos cardíacos e pressão arterial”.
Logo abaixo desta camada de “pele” há um circuito eletrônico impresso, que funciona como um oscilador, que transforma a corrente variável em uma série de impulsos. Com mais pressão e mais corrente, a taxa dos impulsos sobe.
200 anos de George Boole
Nascido em 2 de novembro de 1815, a Álgebra que criou foi fundamental para o nascimento da lógica digital (0 e 1, ou V=Verdadeiro e F=Falso), e mais tarde no MIT, Vannevar Bush sugeriu para Claude Shannon que viria a se tornar um dos fundamentos da computação digital moderna.
O desenvolvimento de Boole transformou-se em uma das importantes escolas da matemática, que influenciaria o filósofo Bertrand Russerl, que escreveu; “a matemática pura foi descoberta por Boole em seu trabalho ‘Leis do Pensamento’ “, que foi publicado em 1850.
Embora este seja um equívoco, pois o pensamento não se move por leis binárias, SIM e Não, pois existe o talvez, o poder e uma infinita variedade de possibilidades, Boole mais tarde fez um trabalho importante chamado de invariantes (ou cálculo das variações), que influenciou a Teoria da Relatividade de Albert Einstein.
Em 1838, publicou um opúsculo chamada A Análise Matemática da Lógica, que influenciou De Morgan que fez uma série de simplificações para tornar as leis da Algebra de Boole mais simples e fáceis se serem “adotadas” em processos mecânicos, eletromecânicos (relés que surgiram mais tarde) e todos dispositivos digitais que surgiram a partir destas “leis”.
Embora tenha morrido já com grande respeito, foi o trabalho Whitehead e Russel em Principia Mathematica (1910-1913) que convenceu os matemáticos que a lógica simbólica deveria receber sua séria atenção.