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Arquivo para abril, 2017

As razões da 2ª. Guerra mundial

28 abr

O post anterior mostrou a humilhação da Alemanha no trabalho de Versalhes, obrigada aSegundaGuerra devolver os territórios da Alsácia-Lorena a França, além de outros territórios que na verdade eram anexações, mas isto feriu o ainda forte sentimento nacional alemão.

Os mercados mundiais foram repartidos entre os mercados mundiais são repartidos entre França, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Itália, Japão e Estados Unidos.

A política alemã com Hitler, que ascende ao poder em 1933, vira-se para o carvão e ferro da Sibéria, o petróleo da Romênia e Cáucaso e o trigo da Ucrânia.

O crescimento da Alemanha nazista como forma de bloquear a União Soviética. A invasão da Polônia, em 1º de setembro de 1939, por tropas e aviões alemães, não surpreenda, uma vez que o medo era a expansão Russa, mas a relação torna-se dúbia pelo claro desejo de Hitler de fazer novas anexações.

Outra humilhação inaceitável aos alemães ao término da 1ª. Guerra mundial foi desfazer os 100 mil homens desmilitarizando a Renânia (Região fronteiriça com a França), assim como o desmantelamento das fortificações situadas a 50 Km do Reno, acordo desfeito por Hitler.

A produção mundial estava reduzida a uma taxa de 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.

Assim a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente tentam explorar esta debilidade de mercado dos seus rivais e também os tratados anti-comintern (anti-comunismo) feitos com  Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937), fazem crescer a militarização numa lógica que mais armas para a guerra provoca uma guerra.

O Japão em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, iniciando um longo conflito na Ásia, o que irá chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra à aliança com a Alemanha e a Itália, formando o Eixo, enquanto outro bloco serão os Aliados, com apoio em muitos países (mapa).

O que se pretende demonstrar com fatos históricos é que as condições tanto do crescimento do militarismo, a crise de mercados gerada por problemas econômicos em diversos países e o sentimento nacionalista estão na base destas guerras e poiso a preocupação com o avanço deste sentimento exacerbado neste momento a nível mundial, é preciso prevenir, porque uma guerra agora pode ser catastrófica.

 

As Razões da 1ª. Guerra Mundial

27 abr

Até aproximadamente o ano de 1914 a Europa exercia a supremaciaRazoesPrimeiraGuerra econômica, política capacidade de produção mundial provocou uma grande disputa entre as potências mundiais, na procura por novos mercados consumidores e de novas fontes de matérias primas, crescia fora deste mercado a potência americana e japonesa.

A hegemonia Europeia era mantida pelo colonialismo africano e asiático, lembre-se da submissão da India até Gandhi, além de zonas de influência em áreas da África, Ásia e América Latina.

O chamado Velho Mundo achava-se acomodado a um modelo que começa a desmoronar com a Revolução Russa em 1919 e a humilhação da França na derrota de 1870 da Alsácia-Lorena (teve que ceder às regiões ricas em carvão e minério de ferro), então a tensão Alemanha e França eram constantes.

Ao lado dos verdadeiros blocos o Pan-Germânico e o Pan-Eslavo que incluía os domínios do Império Austro-Húngaro liderado pela Rússia, dá para entender os interesses de hoje na Turquia e região da Síria; na periferia vai brotar o conflito que desencadeia a 1ª. guerra, os enfrentamentos entre Sérvia e Áustria na península balcânica, os servios apoiados pelos russos, tentam conter a expansão da Áustria, mas esta anexa e Bósnia-Herzegovina, impedindo que a Sérvia incorpore outras regiões eslavas.

Por isso o estopim foi a morte em junho de 1914, do príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro o Arqueduque Francisco Ferdinando, assassinato em Sarajevo, sim a região que recentemente explodiu em conflitos Sérvio-Bósnio.  

Acordo que defende a união de todos os povos de origem eslava da Europa oriental, incluindo os que estão sob o domínio do Império Austro-Húngaro, liderados pela Rússia que buscava uma saída para o para o Mediterrâneo.

Formam-se duas alianças: a Tríplice Entente: Inglaterra e França, que se opõe à expansão alemã, e depois recebem a adesão da Rússia, e a Tríplice Aliança: Alemanha, Austro-Hungria e Itália, mais tarde com os entra dos EUA que se disse agredidos pela Alemanha é forçado o Tratado de Versalhes que estabelece os novos domínios dos países (ver o mapa acima).

A Primeira Guerra Mundial plantou sementes para a Segunda Guerra, uma vez que o militarismo e o nacionalismo não desapareceram, ao contrário, surgiram novas formas de totalitarismo ainda mais arrebatadores das multidões, como o fascismo na Itália e o Nazi-fascismo da Alemanha.

 

Razões para a guerra

26 abr

As razões da primeira e segunda guerra foram interesses nacionais, na primeira a tentativaRazãoParaGuerra alemã de isolar a França, aliando-se ao império Austro-Húngaro com o qual os laços culturais são mais fortes e ainda cortejou a Itália, a França por outro lado reagiu ao isolamento fazendo um acordo militar com a Rússia já que esta tinha interesses e de fato o fez, avançando sobre parte da Alemanha e Hungria.

A segunda, é mais presente na cabeça de todos, o eixo formado por visões ultranacionalistas de estado, Alemanha que avançou sobre a Áustria e subjugou a Polônia, alia-se ao eixo com a Itália fascista e o Japão, mas os interesses não eram outros senão os econômicos nacionais.

Vemos com preocupação os mesmos modelos ultranacionalistas renascerem, mas por trás deste modelo, um pouco já superado por um mundo globalizado, temos a indústria bélica.

Um documentário não tão recente, sobre As razões para a guerra é bastante esclarecedor, produzido nos EUA em 2005 poderia ser uma defesa do país, mas tanto quanto o sentimento nacional, o sentimento contra a guerra lá é igualmente forte, lembre-se a guerra do Vietnã, quanto protesto gerou nas camadas mais esclarecidas da população.

Mas o documentário não deixa de lado a pergunta da pessoa comum: “porque lutamos?”.

O documentário, em inglês Why the Fight, lançado em janeiro de 2006 lá e um pouco mais tarde no Brasil faz uma revisão dos investimentos militares nos EUA nos últimos 50 anos, mas traz também entrevistas desde acadêmicos e membros do governo até soldados e pessoas que sofreram as consequências da guerra.

O documento dirigido por Eugene Jarecki, com produção dele e de Susannah Shipman ganhou diversos prêmios e é uma análise sensata num momento de possiblidades de nova guerra.

Outro aspecto importante do filme é a fidelidade aos fatos, além de uma ousada análise de tudo que está por trás da indústria bélica americana.

Vale uma boa análise crítica sobre os problemas atuais com a Coréia do Norte e a Síria.

 

Mundo Unido ou guerra

25 abr

O fato que estamos vivendo uma reviravolta nacionalista, Trump nos EUA e Brexit no MisseisReino Unido, agora a França como uma ameaça real de entrar nesta onda, pode gerar um potencial conflito mundial, que na verdade é um contrassenso com a história que avança para alguma forma de governança global.

Mas o perigo eminente de um conflito entre  os Estados Unidos e a Coréia do Norte abre um precedente muito perigoso, pois as forças deverão se alinhar e as reticencias de China e da Rússia no conflito são preocupantes.

É contrária a história porque desde que Adam Smith escreveu “A riqueza das nações”, em que a ideia das nações era um progresso, em países como a Itália a defesa da unidade nacional foi importante para superar empasses políticos, o que temos agora é uma razão cínica, apelando para um termo de Peter Sloterdijk.

Tanto integrações regionais como a zona do euro e as tentativas de integrar o comércio da América Latina são iniciativas para aumentar a facilidade de comércio e integração entre os povos, se existe uma tensão entre ocidente e mundo árabe, a primavera árabe ainda foi muito mal analisada, entre ocidente e oriente pode ser mais grave, por razões culturais e econômicas.

O que se avizinha com governos sem credulidade e sem juízo, para dizer uma palavra mais clara, é um mundo que caminha para uma guerra irracional enquanto deveria estar a caminho de integração, tolerância e respeito a diversidade cultural.

 

Allez les Bleus ?

24 abr

A tradicional expressão francesa para o seu time avançar parece não ser a expressão daFrançaEleição eleição deste domingo, a França onde foi feita a revolução que trouxe a moderna democracia mundial parece disposta a recuar para um conservadorismo preocupante, vão para segundo turno Marine Le Pen e Emmanuel Macron.

O que fica em jogo agora é o nacionalismo francês, historicamente já um pouco forte, mas agora com a emigração árabe para a África parece se acentuar, enquanto Macron conservador em economia, é menos nacionalista e manterá a França na Zona do Euro, caso esta saia o Euro e ideia de uma Europa Unida começa a enfraquecer.

Um dos favoritos para o segundo turno ,o centro-direita Emmanuel Macron não tem segurança de apoio da direita derrotada com François Fillon e da esquerda com Jean-Luc Mélenchon, segundo o IFOP, o instituto de pesquisa de opinião francês, cerca de 26% dos eleitores dizem que sua decisão não é definitiva, enquanto os eleitores de Le Pen 85% não têm dúvida, então o terreno da candidata ultradireitista é sólido e pode avançar.

As prévias feitas para as eleições em primeiro turno de domingo, davam os números da candidata da Frente Nacional: entre os trabalhadores (43% votariam nela, duas vezes mais que e Macron, entre os jovens (30% na faixa de 25 a 34 anos); entre as pessoas com menos formação (33%); e nas regiões rurais (26%).

Onde Marine Le Pen tem menos sucesso são: entre os universitários (7%), os estudantes (9%), no conjunto da população em Paris (9%) e entre os maiores de 64 anos (14%), como a eleição de Trump é no interior e nas pessoas menos esclarecidas que a ultradireita avança.

As sondagens feitas para o primeiro turno sobre possíveis duelos no segundo tinham claras os cenários: Macron ganharia de qualquer rival, e Le Pen perderia também contra Fillon e Mélenchon, justamente dois derrotados no primeiro turno, o que torna este segundo turno muito disputado

 

A atualidade do apóstolo Tomé

21 abr

Tanto em ciência como em crenças, ainda que muita ciência seja também uma forma de GlobalWorldcrença, o tal ver-para-crer tem se tornado algo presente em nossos dias.

Mas há também o refúgio em espiritualidades e metodologias científicas vazias, onde a prova se sabe já antes de que algo seja provado, aliás também na fé, existe a fé provada, e só ela torna a prática e a crença sólidas, livres de superstições e crendices, que é refugio para muitos.

O texto bíblico onde Tomé diz que queria tocar as chagas para crer, ainda que tenha por tanto tempo acompanhado e seguido Jesus, é um texto contundente, ao encontrá-lo entre os apóstolos Jesus diz em João 20,28: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”, claro vale para quem crê.

Como pode isto servir para quem não crê, é muito simples, saber que há algo além dos sentidos e que existe uma esfera da mente, espiritual ou sobrenatural, como queiram, o que chamamos de Noosfera.

Não foram só crentes que escreveram sobre isto, termo cunhado por Teilhard Chardin, também Edgar Morin o utilizou e o filósofo brasileiro Mario Ferreiras dos Santos escreveu sobre noologia, e também filósofos como Kant, Hegel e muitos outros admitiram uma “fenomenologia do espírito”, embora como cristão não creio que tenha correspondência ao que vem dos Evangelhos.

Se quisermos uma definição consensual, podemos dizer que há “esfera do pensamento humano”, e os fenômenos que nela acontecem significam que há comunicação de valores, ideias, mitos e filosofias, e tudo é profundamente humano, como a dúvida de Tomé.

A definição de Edgar Morin sobre noologia, ou seja, os estudos nesta esfera do espirito, é feita assim: “A esfera noológica, constituída pelos fenômenos, os espirituais, é um riquíssimo universo que compreende ideias, teorias, filosofias, mitos, fantasmas e sonhos.“ pode ser encontrada em Morin Método I – Natureza da Natureza p. 110.

Ver para crer, portanto, embora no caso de Tomé signifique uma limitação aos sentidos, o mundo hoje se vê graças a tecnologia e isto tem um aspecto além dos sentidos que é o contato com uma esfera mais geral onde mesmo sem a fala nos comunicamos, conforme o post anterior, este deve ser o nosso modo de pensar em uma era que o mundo todo se vê, domingo eleições na França, a crise Trump-Coréia do Norte, tudo nos toca e nos provoca, então devemos “tentar pensar os problemas da humanidade na era planetária”, reducionismos e ignorância não cabem, preconceitos são odiosos.

 

Para retomar o conhecimento

20 abr

Já citamos aqui o livro “Cabeça bem-feita” de Edgar Morin e agora detalhamos MotherSonalguns aspectos que ajudarão a construir a educação para o futuro:

“O pensamento que une substituirá a causalidade linear e unidirecional por uma causalidade em círculo e multirreferencial; corrigirá a rigidez da lógica clássica pelo diálogo capaz de conceber noções ao mesmo tempo complementares e antagonistas, e completará o conhecimento da integração das partes em um todo, pelo reconhecimento da integração do todo no interior das partes.” (Morin, p.92-93)

 

Para uma educação que consiga focar em integrar pedaços de conhecimento em um conjunto de conhecimentos significativos para uma cabeça bem-feita deve ligar: “a explicação à compreensão, em todos os fenômenos humanos. Vamos repetir aqui a diferença entre explicação e compreensão.” (pag. 93)

Mas o que é explicar: “ é considerar o objeto de conhecimento apenas como um objeto e aplicar-lhe todos os meios objetivos de elucidação. De modo que lhe há um conhecimento explicativo que é objetivo, isto é, que considera os objetos dos quais é preciso determinar as formas, as qualidades, as quantidades,

e cujo comportamento conhecemos pela causalidade mecânica e determinista.” (idem)

 

Não significa abandonar a explicação objetiva, geralmente ligada a fenômenos da natureza: “A explicação, claro, é necessária à compreensão intelectual ou objetiva. Mas é insuficiente para a compreensão humana” (idem)

 

O conhecimento humano exige a troca de sentido entre sujeitos, rejeita a ideia de um único sentido: “de sentidos entre os sujeitos. “A partir daí, compreender comporta um processo de identificação e de projeção de sujeito a sujeito” (p. 93), a chamada intersubjetividade.

 

Mas isto requer dois esforços em direções opostas, primeiro é preciso para  “a compreensão [ser] sempre intersubjetiva, necessita de abertura e generosidade” (pag. 93), enquanto por outro lado combater a superficialidade e ignorância, ou seja, “precisamos, pois, estar intelectualmente rearmados, começar a pensar a complexidade, enfrentar os desafios da agonia/ nascimento de nosso entre-milênios e tentar pensar os problemas da humanidade na era planetária“(p. 104), aqueles que pensam ter soluções prontas ou já saber de tudo estarão fora deste tempo e deste novo pensamento.

 

Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução de Eloá Jacobina. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004

 

Imaginário e mitologia

19 abr

Fora do âmbito do cristianismo, e de certa forma do islamismo, renascem mitologiasFantastic e uma nova e poderosa literatura que desperta, em especial nos jovens, algo de fantástico, por isto, é chamada de literatura fantástica.

A literatura fantástica é um gênero no qual narrativas ficcionais estão centradas em elementos não existentes ou não “reconhecidos” na realidade, no tempo em que a obra foi escrita.

Isto porque não se podem pensar em Macunaíma, sem pensar nos símbolos regionais brasileiros, em Naruto, sem pensar na sociedade japonesa, e nem pensar em Senhor dos Anéis sem pensar nos elfos, duendes e outras figuras da literatura celta e nórdica, eque foi escrito J. R. R. Tolkien, que embora seja visto como inglês era nascido na África do Sul.

Pensando em Macunaíma, de onde podemos extrair aspectos da cultura contemporânea recente do Brasil, penso nas definições ou incertezas dadas por Todorov:

“O fantástico ocupa o tempo desta incerteza. Assim que se escolhe uma das duas respostas, deixa-se o terreno do fantástico para entrar em um gênero vizinho: o estranho ou o maravilhoso. O fantástico é a vacilação experimentada por um ser que não conhece mais que as leis naturais, frente a um acontecimento aparentemente sobrenatural. (Todorov, 1980, p. 15-16).

Ou vamos para as categorias da ilusão ou o ser existe realmente, como indaga Todorov.

Todorov afirmando que só dará uma definição no final e o faz depois de analisar algumas obras de envergadura como O diabo apaixonado de Cazotte, Manuscrito de Saragoça de Jan Potocki e o exemplo singular de Aurelia de Nerval, mas ao mesmo tempo antecipa uma primeira definição:  “O conceito de fantástico se define pois com relação ao real e imaginário, e estes últimos merecem algo mais que uma simples menção.” (Todorov, 1980, p. 16).

O que não se pode confundir é esta literatura com as fábulas cristãs das “Cronicas de Nárnia”, que foi escrita pelo autor irlandês C. S. Lewis, escritos na década de 50, e no caso da literatura nacional poderíamos citar O auto da compadecia de Ariano Suassuna, cuja primeira edição é de 1956.

Os limites entre a mitologia e o imaginário são claros, é possível no segundo caso estabelecer uma análise sociológica no qual se encontram elementos sociais reais aos qual os personagens imaginários.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica, Espanha: PREMIA  (v. Brasileira digital) 1980.

 

Porque o pragmatismo é idealista

18 abr

Postamos ontem sobre o pragmatismo como política e suas consequências, agoraPragmatismo queremos analisar suas origens e demonstrar sua fidelidade ao idealismo e portanto a modernidade.

Um dos expoentes do pragmatismo foi John Dewey, que viveu quase um século e faleceu em 1952, exercendo enorme influência assim até os dias de hoje, sua tese de doutorado foi sobre a “psicologia” de Kant, e isto já bastaria para comprovar seu idealismo e não a praticidade.

Sua carreira universitária tem um impulso quando em 1884 vai lecionar Filosofia na Universidade de Michigan, e três anos depois publica seu “sistema filosófico” em Psychology.

Este sistema filosófico que conjugava o estudo científico da psicologia com a filosofia clássica alemã, profundamente influenciada pelo idealismo, mas foi William James quem popularizou a concepção pragmatista e a desenvolveu após uma grande influencia da filosofia francesa da época articulando-a com o pensamento de Stuart Mill, é, portanto, utilitarista, embora Dewey preferia o termo “instrumentalista”.

Na base, Dewey nunca negou isto, a influência fortemente neo-hegeliana, mas também, como no caso dos outros dois pais fundadores sendo um Pierce, de influência empirista e utilitarista.

Separamos aqui Charles Sanders Peirce pois este  re-significou o termo, após um re-leitura da antropologia prática de Immanuel Kant, aquilo que Dewey chamava de psicologia, afinal sabe- se que a semiótica é muito mais uma filosofia da linguagem do que da psicologia, embora elas possam ser colocadas em relação, mas não direta.

O pragmatismo ganhou impulso na década de 70, com pensadores como Richard Rorty, Richard Bernstein e Hans Jonas, tendo influencia também em Putnam e Habermas.

 

O pragmatismo político e a democracia

17 abr

A conjuntura complexa tanto nacional quanto internacional tem conduzido a um caminho dePragmatismoPolitico facilidade que é o pragmatismo político, e como esclarecem muitos estudiosos, não cabe quanto a este termo uma separação ideológica.

O reducionismo neste campo leva a um significado semelhante aos termos “objetividade” e “praticidade”, mas deve-se incluir pela emergência de um novo termo também a palavra “sustentabilidade”, quanto a combinação dos termos de desenvolvimento econômico e preservação de recursos naturais, mas não é só isto, em essência é o ativismo político hoje.

A ausência de uma reflexão mais ampla, e aqui não me refiro ao pessimismo baumaniano e nem ao pragmatismo filosófico aliás combina bem com o político, já que em todos setores da vida humana, a diversidade natural das coisas, e regras mínimas de convivência social, obrigam todos, até individualistas, a se integrarem à coletividade.

Mas o que está em jogo, no caso brasileiro é a saída de uma profunda crise à qual todos rejeitam a paternidade, mas cada um a seu modo tem sua culpa maior ou menor, uma vez que os que não pecaram por ação corruptiva e irresponsável, pecaram por omissão.

O que pode nos salvar é uma boa dose de democracia plena, longe do pragmatismo político também expresso nas ruas, mas perto do questionamento das estruturas e a sua consequente modificação, redução do poder (não necessariamente do tamanho) do estado, e liberação das forças econômicas, junto ao necessário socorro ao problema social.

Quanto ao pragmatismo filosófico, é uma doutrina metafísica que defende que a ideia do sentido da vida corresponde aos desdobramentos práticos, ou seja, boa dose de voluntarismo aliada a um neo-empirismo, nada mais idealista