Arquivo para março 29th, 2018
A natureza e o homem: transubstanciação
Toda crise ocorre tendo um vínculo profundo da relação do homem com a natureza, e em função desta mudança, mudam as relações sociais entre os homens.
Foi assim no início com o plantio e a domesticação dos animais, que tornou possível ao homem nómade tornar-se mais sedentário, mas o tempo actual, o da modernidade, o homem perdeu a capacidade de identificar o que o liga ao animal, ao que é vivo, à natureza, paradoxalmente justamente quando a ciência e “filosofia mais falaram de “dominar a natureza”
Já a crise, no limite actual, +e incapacidade de percepção do que na natureza se diferencia dele, problemas ecológicos, de transgénicos e de bioengenharia.
O homem sendo um pedaço da natureza, e em contrapartida, a natureza produz a hominização, Teilhard Chardin afirmou que o homem é a complexificação da natureza, Edgar Morin (2005) afirma que o homem guia e segue a natureza.
A questão histórica nos leva a refletir sobre o tipo de relação que estabelecemos com a natureza, incluindo a nossa própria natureza, é o que somos como substância do universo, e o enigma eucarístico: porque Deus se fez substância: pão e vinho, nesta data cristã que relembra este último e maior milagre de Jesus.
Podemos ver nesta realidade física (a substância) a paisagem deve ser entendida como realidade física estendida como construção social? A resposta lógica é sim.
Mas num mundo constante transformação, dos costumes sociais, de artefactos e de locais indeterminados, a paisagem entre natureza e sociedade evoluiu; ela tanto já é simultaneamente natureza-objeto como natureza-sujeito, esta dicotomia evolui ?
Talvez estejamos mais pertos de entender o milagre da transubstanciação, Deus se fez artefatos do homem, dois artefatos universais: pão comida e vinho bebida.
MORIN, E. O método II: a vida da vida. Porto Alegre: Sulina, 2005.