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Arquivo para julho, 2018

Unidade, complexidade e simplicidade

04 jul

Aparentemente irreconciliáveis, há quem diga que o paradigma do mundo contemporâneo, a complexidade se opõe ao da simplicidade, mas analisemos bem melhor esta interpretação do pensamento de Edgar Morin, ao afirmar “… parte dos fenômenos, ao mesmo tempo, complementares, concorrentes e antagonistas, respeita as coerências diversas que se unem em dialógicas e polilógicas e, com isso enfrenta a contradição por várias vias.  Assim sendo, utiliza o conceito básico de ´sistema auto-organizado complexo” (Morin, 2000, p. 387) que remete a ideia de unidade como uma noção chave.

Esta complexidade necessidade de novas estratégias e modos coerente de dialogar para penetrar nos mistérios, observa Morin: “ (…) a necessidade, na sua coerência e no seu antagonismo as nações de ordem, de desordem e de organização obriga-nos a respeitar a complexidade física, biológica, humana” (Morin 2000, p. 180-181).

Compreendendo a complexidade da cultura que para ele envolve: juvenilização, cerebralização, Culturalização, o que está explicado em um de seus livros básicos O paradigma perdido e a natureza humana, cuja edição portuguesa é de 1973.

Embora hajam outras ideias de complexidade, Morin afirma que a palavra complexidade: “nos empurra para que exploremos tudo e o pensamento complexo é o pensamento que, armado dos princípios de ordem, leis, algoritmos, certezas, ideias claras, patrulha no nevoeiro o incerto, o confuso, o Indizível” (MORIN, 2000, p. 180-181).

A ideia que complexidade não pode conviver com a simplicidade é a incompreensão não só da dialógica, mas da polilógica, que consubstancia e une os dois conceitos: “distinguir e fazer comunicar, em vez de isolar e de disjuntar, a reconhecer os traços singulares, originais, históricos do fenômeno em vez de liga-los pura e simplesmente a determinações ou leis gerais, a conceber a unidade-multiplicidade …” (MORIN, 2000, p. 354).

Esta alternativa de unidade na diversidade, é explicada pelo autor recorrendo a exemplos no campo biológico, que é na prática o exercício da simplicidade, onde a diversidade da natureza compõe a vida.

MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000.

 

AI aprendendo com animais

03 jul

Castores, cupins e outras criaturas constroem estruturas em resposta a problemas ambientais, a ideia de utilizar estas estratégias em robôs autónomos foi feita por pesquisadores da Universidade de Buffalo.

No novo sistema o robô monitora e modifica continuamente o seu terreno para torna-lo de maior mobilidade, semelhante ao castor que reage ao fluxo de água construindo uma represa, aliás que tipo de inteligência é esta, Thomas Nagel perguntaria como é ser um castor?

O problema não é tão simplesmente e os algoritmos devem mudar quando há espaços imprevisíveis e complexos, para isto recorreram a um fenômeno biológico chamado estigmética, que é uma coordenação indireta reagindo a um problema, biólogos e zoólogos estudam isto.

Os pesquisadores usando este novo algoritmo, equipando o robô com uma câmera, um software especializado e um braço robótico que levanta e deposita objetos, colocaram sacos de feijão de diferentes tamanhos ao redor da área, em 10 testes, o robô mudou de 33 para 170 sacos, cada vez criando rampas novas para alcançar seu destino.

Um release deste trabalho está no site da Universidade de Buffalo, e o trabalho será apresentado a semana passada ( 25-30 junho) na conferência Robots: Science and Systems,  em Pittsburgh.

 

Novidades no Google News

02 jul

Após vários anúncios, finalmente na segunda quinzena de maio o Google lançou seu novo aplicativo, somente agora consegui dar uma olhada no aplicativo que substitui o Google Play Newsstand, agora com uso de Inteligência Artificial.

O aplicativo trabalho em usar aprendizado de máquina para treinar algoritmos que vasculham notícias de modo complexo e recentes e divide-as num formato de fácil compreensão, com cronogramas cronológicos, notícias locais e histórias apresentadas numa sequencia de acordo com a evolução dos fatos, por exemplo, o início de uma partida de futebol, seus lances mais importantes, o resultado e as consequências.

Esta seção que são notícias que os algoritmos julgam importantes para você tem o nome For You (Para você no Brasil, e Para si em Portugal), seguem mais 3 seções assim divididas:

A segunda seção é chamada Manchete, onde as últimas notícias e temas específicos são apresentadas. Aqui, existe uma subseção onde o usuário pode escolher ler a notícia pela Cobertura Completa do Google, em que o Google divide-a em itens, numa variedade de fontes em Mídias sociais, permitindo saber onde e quando aquilo aconteceu.

A terceira seção mostra os favoritos, como os principais tópicos que o usuário costuma acessar, a IA tem grande trabalho ai, vai nas fontes favoritas do proprietário, salva histórias para leituras mais tarde e guarda pesquisas de acordo com a localização dos textos.

E por fim o White Play (Play Branco) que é a adição do novo Google news, que permite que o usuário acesse e assine serviços com conteúdos premium em Sites voltadas à notícias.

Enquanto uma parte da crítica continua a duelar com os velhos esquemas de notícias dirigidas ou enlatadas, vinculadas a grupos editoriais, o mundo das notícias personalizadas evolui.