[:pt]A passagem de um tempo histórico para outro é sempre trágica e sujeita a muitas
angústias, reviravoltas e que causam em toda a sociedade uma grande angústia: o novo ainda não existe e o velho tarda a sair.
Entretanto é possível analisar na literatura e nas várias teorias sociais como se dá esta passagem, por vezes violenta e sanguinária como na revolução francesa e por vezes uma explosão de cultura e de saberes como o renascentismo.
Nicolau Sevcenko, que analisou também o período renascentista, analisa o momento atual como uma montanha russa, e a etapa que estamos agora seria o “loop” de uma montanha russa, descreve-a assim: “é o clímax da aceleração precipitada, sob cuja intensidade extrema relaxamos nossos impulso de reagir, entregando os pontos entorpecidos, aceitando resignadamente ser conduzidos até o fim pelo maquinismo titânico” (SEVCENKO, 2001, p. 16).
Este autor é particularmente importante porque tem um olhar nas crises de mudança de época anteriores, dizia sobre o renascentismo italiano:
“A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo”. (SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1987.)
Isto quer dizer que já há na cultura de nosso tempo, num paralelo com o renascentismo, elementos de uma cultura nova, destaco entre estes: a visão do planeta como um todo, as diversas culturas étnicas e religiosas, o fim do individualismo com respostas coletivas, mas há ainda coisas velhas.
A angústia social provocada por estas mudanças, quando tocam em particular pessoas muito sensíveis e com pouca imunidade aos diversos tipos de manifestação social que advém das crises provocadas, podem se tornar uma doença social, uma psicose política e sem uma ataraxia para responder aos impulsos provocados por grupos de pressão.
Os gregos chamavam de ataraxia um estado de “quietude da alma”, o filósofo pré-socrático Demócrito (460-370 a.C.) que introduziu este termo na filosofia, foi adotado por epicuristas e estóicos, mas tem também um estado doentio que seria a indiferença ou apatia.
É preciso sobretudo calma e diálogo, que deve ser feito também entre a tradição e as novas culturas que emergem.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, São Paulo: Companhia das Letras, 2001.[:en]The passage from one historical time to another is tragic and is subject to many anguish,
upheaval and that cause throughout society a great anguish: the new one does not exist yet and the old one takes to leave.
However, it is possible to read in the literature and in the various social theories how this passage, sometimes violent and sanguine like the French revolution and sometimes an explosion of culture and of knowledge like the renaissance.
Nicolau Sevcenko, who also analyzed the Renaissance period, analyzing the current moment as a roller coaster, and a stage that is in the roller coaster series, is described as: “it is the climax of precipitous acceleration under his intensity “relaxes our impulse to react, delivering the dull points” (SEVINCENO, 2001, p.16).
This author is nice to note that the crises of the previous deity, he said about the Italian renaissance: “The history of Renaissance culture clearly illustrates the whole process of cultural construction of modern man and contemporary society. In it, the germs of individualism, of rationalism and unlimited ambition, of the most imperative and representative behaviors of our time manifest themselves, already very dynamic and predominant. ” (SEVCENKO, Nicolau, The Renaissance, São Paulo: Current, 1987.)
That is, they are already a culture of our rhythm, parallel to renaissance, elements of a new culture, an approach to the planet as a whole, such as different ethnic and religious cultures, the end of individualism with collective responses. , but there are some old things.
The social anguish provoked by these changes, when they touch on certain people and with the immunity to the various types of social manifestation that arise from the provoked crises, can become a social disease, a political psychosis and an ataraxia to respond to the impulses provoked by groups of pressure.
The Greeks called ataraxia a state of “stillness of the soul,” the pre-Socratic philosopher Democritus (460-370 BC) who introduced this term in philosophy, was adopted by Epicureans and Stoics, but also has a sick state that would be indifference or apathy. It is necessary, above all, for calm and dialogue, which must also be done between tradition and the new cultures that emerge.
SEVCENKO, N. The race for the 21st century: on the roller coaster loop, São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
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