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Arquivo para setembro, 2022

Ser justo nas pequenas coisas

16 set

O dinheiro é na história e na vida apenas um símbolos das trocas e das mercadorias que devem circular socialmente para que todos tenham uma vida digna e justa, o trato com ele é algo que deveria ser tratado com o mesmo respeito que as pessoas socialmente merecem.

Uma pessoa justa é também justa nas pequenas coisas, a injustiça social não começa em grandes roubos, eles são um indicio de que aquelas pessoas fazem ou farão um dia injustiça sociais maiores.

A esfera pública está corrompida quando aqueles que determinam a justiça social: governantes, juízes e legisladores perderam a noção e os valores de que pequenos roubos e injustiças podem levar as grandes e tornar toda a sociedade corrompida, aí todos dirão isto é o normal.

Quanto estes valores começam a se tornar dúbios significa que moralmente a sociedade como um todo está envolta em corrupções, imoralidades e grande falta de ética, tudo o que é público começa a desmoronar e ali surgem aproveitadores e oportunistas que farão uso da corrupção pública.

A leitura bíblica (Lc 16,1-13) que fala de um administrador que vendo que ia ser demitido e começa a negociar com os devedores de um homem rico, e chama os devedores e começa diminuir as dívidas, assim não se trata de um administrador esperto, mas desonesto.

A parábola parece estranha se não foi lida até o fim, porque ao começar a relevar as dívidas para se salvar, ele revela seu verdadeiro caráter que era o de esbanjar os bens do patrão, diz a leitura nos versículos Lc 16,10-11: “Quem não é fiel nas pequenas coisas também não será nas grandes, e se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem ? “.

O verdadeiro bem não é outra coisa senão a vida plena, não apenas a vida eterna para quem crê, mas também uma vida terrena, difícil talvez, mas serena daqueles que não incluíram em sua vida cotidiana, nas “pequenas coisas”, o desvio, o roubo e a corrupção das coisas alheias ou dos bens públicos.

Os pequenos vícios levam aos grandes, e não podem levar a uma vida plena, mas cada vez mais atribulada, mais cobiças e descontroles de consumo e da própria vida, é o mal administrador que esbanjava os bens do homem rico, ou seja, jogamos as verdadeiras riquezas da vida fora por causa de cobiça e consumismo.

 

Dinheiro, moral e ética

15 set

Assim como estabelecemos no post anterior, seja qual for a forma das trocas, no nosso contexto atual os cartões de bancos, ainda que tenha aparecido neste cenário o dinheiro digital bitcoin, que é polêmico, na base de toda relação está a troca de mercadorias nos mercados.

Assim não é o dinheiro, mas os mercados que podem ser corrompidos pelas práticas de estabelecer preços para as produções, e esta é que pode ser ética e moral ou não, incluindo as práticas que levam a corrupção, favorecimento em trocas e posições de mercado com algumas recompensas ilegais que são pagas a pessoas que ocupam postos de decisão.

Assim os mercados não se limitam a distribuir os bens, eles também expressam e promovem certas atitudes em relação aos produtos trocados: o favorecimento de leitura na idade infantil, o leilão de vagas em instituições de ensino que são chaves para altos cargos e até mesmo a contratação de mercenários estrangeiros em guerras.

Também o pagamento de profissionais por valores justos e condizentes com o nível mínimo de vida e o que já é assunto praticamente global: os níveis de seguridade social que garantam a todos um nível de renda mínima para uma vida saudável e digna.

Quanto aos valores morais, também pode-se dar inúmeros exemplos, talvez o mais claro seja um amigo pelo qual se paga não é o mesmo do que um amigo pelo qual se tem uma amizade gratuita.

As relações de amizade e de respeito que mantemos em relação a todas as outras pessoas, sejam do nosso círculo ou não, seja de nossa preferência política, religiosa ou étnica ou não, significa um valor moral mais alto que aqueles valores que o dinheiro “paga” e pelo qual se tem “respeito”.

Byung Chul Han explica que onde o respeito acabou, a esfera pública entra em decadência, e esta é a raiz da profunda crise civilizatória que vivem, os efeitos sociais, econômicos e políticos são só uma consequência, quando é preciso que leis impeçam o desrespeito é sinal de decadência e grave crise na esfera pública.

 

O que é o dinheiro

14 set

Até chegar a forma que conhecemos hoje, o dinheiro passou por diversas mudanças, no início, os historiadores dizem que por volta do Século VII a.C. surgiram moedas em ouro e prata, que tinham um valor equivalente as mercadorias que eram compradas, assim evita-se a difícil troca direta de mercadorias, economia rudimentar chamada de escambo.

Na Idade Médica, surgiu o costume de guardar moedas com ourives e, como garantia eram entregues um recibo, esta é a origem do “papel-moeda” ou dinheiro em papel como conhecemos hoje, para evitar a falsificação o tipo de papel e de impressão foi ficando mais sofisticado.

Os guardadores de ouro são a origem dos bancos modernos, assim eles tinham o “lastro”, o equivalente em ouro do valor da mercadoria, e pessoas endividadas podiam entregar seus bens em joias, outro e prata para penhora, uma espécie de garantia que pagariam no futuro a dívida.

O equivalente em mercadorias era chamado de lastro, e o valor que cada mercadoria possuía depende de sua cotação inicialmente eram negócios feitos em portos ou em locais onde os compradores de mercadorias iam para negociar, a forma moderna são as bolsas de valores.

Tendo os bancos os reais valores em ouro e prata podiam oferecer crédito aos compradores e investidores tanto para produzir mercadorias quanto para pagarem dívidas ou fazerem algum tipo de investimento em mercados que acreditam serem promissores, com o universo eletrônico e digital surgiram os cartões de crédito, versão moderna das cartas de crédito dos tomadores de crédito em bancos.

O mercado financeiro se sofisticou e ele próprio hoje é um tipo de “mercadoria”, nações mais fortes passam a ter uma “moeda” mais forte, na prática porém isto não tempo um equivalente ou um valor exatamente correspondente em mercadorias e isto leva uma financeirização do mercado.

O próprio dinheiro-moeda, ou seu equivalente, passa a ter um valor que muitas vezes é artificial e isto entra em jogo nas guerras comerciais do mundo inteiro, assim por exemplo, a Rússia quer receber pela venda do seu gás e petróleo o equivalente em rublos (moeda russa) e não em dólar ou euro (moedas americanas e europeia, respectivamente) e isto é a comoditização.

Seria um retorno aos valores iniciais dos equivalentes aos escambos, uma reorganização de toda a economia mundial em valor equivalentes de mercadorias, e isto continuaria sendo livre comércio.

 

A liberdade do mercado contra o mercado

13 set

Um dos principais motores da atual crise cuja guerra é uma consequência antes de ser uma causa é a chamada crise de mercado, diversos produtos enfrentam barreiras de tentativas de controle de preço contra a alta demanda das commodities: gás, petróleo, ferro e até silício (não a areia é claro, mas os produtores manufaturados).

Assim enquanto a União Europeia discute o controle do preço do gás, tenta aumentar o estoque devido a guerra na Ucrânia, uma vez que a Rússia é o principal fornecedor, o que é contraditório pois se compram mais para manter o estoque com o inverno a vista (novembro), o custo deve aumentar e assim não é possível controlar os preços.

Também o total desligamento da maior usina nuclear da Europa, a Zaporizhzhia, que está sendo desligada, poderá ampliar ainda mais a crise energética, a Rússia continua a apontar os perigos das armas e bombardeios de Kiev a região, que pode levar a consequências catastróficas,

A crise da China com Taiwan também esconde uma crise de mercado, por um lado o poderio da ilha rebelde na produção dos chips de silício, e por outro uma crise interna agravada pela falência da Evergrande, a maior construtora do país, que era particular e agora será estatizada na tentativa de conter a crise.

A gigante imobiliária chinesa não conseguiu entregar o plano de reestruturação da dívida conforme prometido até 31 de julho e de lá para cá o governo chinês além de descobrir os malefícios do capitalismo, também recorre a estatização para evitar uma quebra mais grave, a dos bancos que financiaram o calote.

A empresa deixou de pagar os títulos em dólares em dezembro do ano passado, segundo estimativas divulgadas pela CNN, os valores chegariam a 300 bilhões de dólares em passivos, o que gera uma onda de falta de crédito em empresas que atuam no mercado imobiliário chinês.

Assim a China comunista conhece agora o efeito perverso do livre mercado.

O setor é responsável por quase ¼ do PIB chinês, e a atividade que mais contribuiu para o crescimento recente da economia lá, agora enfrenta uma forte desaceleração que também preocupa o mercado ocidental, que fez muitos e novos investimentos neste mercado.

Dependência do gás russo (gráfico) pode afetar gravemente a economia mundial, por exemplo, mesmo o Reino Unido sendo independente já é afetado.

 

Futuro da Covid 19

12 set

O número de casos e o número de mortes em queda dão umapercepção que a pandemia teria chegado ao fim, é de certa forma compreensível, porém tanto as vacinas como nos futuros tratamentos os estudos científicos continuam avançando em estudos.

No campo das vacinas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstrou que os anticorpos isolados nos sistemas imunológicos de pacientes recuperados de Covid 19 são eficazes na neutralização de todas e os resultados foram publicados na Nature Communications Biology.

No plano social e individual as cicatrizes da maior crise sanitária vão permanecer, porém uma das lições que todos devemos tirar desta crise é que precisamos de uma co-imunidade, não há como tratar uma pandemia se não consideramos o aspecto social, tanto no tratamento curativo, quando no apoio a situações de emergência.

Ainda é cedo para prever o final total tão aguardado do fim da pandemia, e uma comparação que alguns especialistas fazem é como o caso do vírus H1N1 de 2009, cujo vírus circula ainda hoje na população, porém de forma msi branda após sofrer mutações e com vacinas atualizadas sempre.

O vírus H1N1 hoje já é considerado endêmico, circula o ano todo, porém o impacto é muito menor, porém a vigilância sanitária continua atenta.

Também um grande número de estudos preventivos de futuros processos endêmicos, agora são observados, como já fizemos um post aqui, atentos também a problema de bactérias e fungos.

 

 

Os médicos são para os doentes

09 set

A sociedade dos primórdios do cristianismo, não apenas o farisaísmo religioso como também toda a cultura era que a sociedade era para os sãos, o próprio ditado grego “mente sã em corpo são” é uma forma de expressar isto, os doentes deviam viver a margem da sociedade, muitas vezes fora dos muros da cidade.

As doenças eram pouco conhecidas e a medicina da época muito cara para quem não tivesse poder aquisitivo, até mesmo o fato que um paralítico foi colocado na presença de Jesus descendo pelo teto,  tem uma interpretação equivocada, não deixariam ele passar.

É fato que já temos cadeiras e lugares nas filas para anciãos, mulheres gestantes e doentes, mas ainda há uma mentalidade de comunidade dos puros, dos santos ou dos perfeitos, afinal a eficiência não pode vir de quem não está fisicamente preparado para ela e vivemos na sociedade da eficiência.

Assim foi o trato com a pandemia, muitos diziam que o doente se isole e a sociedade vai continuar seu ritmo, mas o que vimos foi a sociedade como um todo perder seu ritmo, e o resultado desta pressão aos poucos se transformou em muitas doenças psíquicas, até mesmo para quem as fez.

Tratar e trabalhar com a imperfeição, com a doença e com a pureza não é se não promover a integração social das pessoas, a ideia de ser um “modelo” para os outros é uma ideia kantiana de ética, que pode levar a uma ética e uma visão parcial da sociabilidade e do que é imperfeito.

Em termos da cultura religiosa leva a um isolamento, a formação de uma bolha na qual os valores são reafirmados, porém muitos são excluídos e não são convidados a participar e conviver com as diferenças, este é um dos principais paradigmas religiosos que Jesus quebrou em seu tempo.

Ao falar com as mulheres, deixar espaço para as crianças, curar leprosos e alejados quebrou o conceito farisaico do que era considerado “impuro”, ia de encontro aos pecadores e aos doentes.

É verdade não é um cego que pode guiar outro cego, porém os médicos são para os doentes, diz a passagem bíblica (Lc 15,1-3): “Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. , então Jesus conta a parábola da ovelha perdida e depois do filho pródigo.

A mentalidade farisaica não apenas não cura doentes, mas se torna ela própria uma doença social.

 

O Anel de Einstein e as esferas

08 set

Foi o filósofo Sloterdijk o primeiro a criar a relação do homem com suas esferas, do ventre materno ao planeta, ele tem grande parte de razão, também ao criticar a razão cínica, aquela que justifica a realidade esférica está em grande parte correto, é uma metáfora, mas muito boa.

Pensemos no feto, que fica dentro da esfera do útero até sair e olhar a sua ex-esfera a mãe, sentirá por um período longo ainda a dependência dela, acontece que esta realidade sociológica, antropológica, semiótica tem propriedades topológicas próprias que estão encobertas na razão cínica.

Uma delas é entender que há uma relação imunológica que tem como finalidade primordial proteger, nutrir, capacitar e imunizar o homo de um exterior sapiens desconhecido, como o bebê que ao nascer depende da mãe, ele precisa de sua proteção imunológica.

A busca de outros espaços, habitar a lua (a nova missão a ela encontra dificuldades) e a marte (os astronautas pensam que seria horroroso viver lá) não resolve a relação esférica planetária, em crise, é preciso abrir-se ao outro e sair da cabana, alguns psicólogos especulam sobre a síndrome da cabana, que a pandemia acelerou, não querer sair de um ambiente protegido, esférico.

O super telescópio James Webb fotografo o anel de Einstein em um lugar bem distante e fisicamente inalcançável pelo homem (imagem), ao menos nas condições tecnológicas atuais, e a previsão do físico foi “fotografada” (na verdade os instrumentos são de frequências e não de “fotos”) com uma precisão formidável, dá para estender a metáfora de Sloterdijk.

A teoria Gerald a Gravidade de 1916 revolucionava a física criando uma física que afirmava que a gravidade é uma curvatura do contínuo espaço-tempo causada pela massa dos objetos, quase dois objetos massivos estivessem perfeitamente alinhados com a Terra este espaço-tempo desviaria os fótons formando anéis em todo do alinhamento destes dois objetos.

Um físico inglês chamado Sir Oliver Lodge sugeriu que este fenômeno de um campo gravitacional massivo não só desviaria a luz de um objeto atrás dele, como também a ampliaria formando uma lente gravitacional e a foto recente do James Webb confirma este fenômeno.

Qual é a metáfora, esferas massivas imunológicas, culturas, religiões ou ideologias cujo objetivo é proteger-se quando próximas (ou em rota de colisão que torna a metáfora mais complicada) não só formam um campo gravitacional forte que atrai os corpos a volta, não só distorcem o espaço-tempo, mas são também lentes que se observadas com cuidado permitem ver o que está atrás.

Assim é tempo de enxergar além das diferenças, das imperfeições dos modelos esferológicos e possibilitam uma atração gravitacional que ajude a entender melhor o processo civilizatório.  

 

A idolatria da perfeição

07 set

Os mitos e ídolos foram criados justamente para desviar a compreensão da natureza humana, eles mudam de acordo com os contextos e com a evolução das linguagens, porém sempre estiveram presentes na história da humanidade e assim eles próprios devem ter considerações humanas.

Nietzsche nos alertou sobre os riscos de vivermos alimentados por ídolos (ou ideias, que para ele eram sinônimos), mostrou que ao dominar nossa mente e condicionar nosso pensar, sentir e agir no mundo nos tornamos rigorosos com a nossa vida e a dos outros, dizia ser uma força monstruosa, como mito pode-se dizer que sua expressão máxima é Narciso (imagem) e este conduziu a mesmice, a falta de originalidade e de diversidade, a exigência do igual.

Em nome de algum idealismo, e na modernidade ele próprio se tornou uma filosofia a partir de Kant, as pessoas são capazes de ferir e atingir o outro que está fora de seu modelo, e até não deixar construir na vida aquilo que se deixou conquistar por ela.

Também o modelo da eficiência, da produtividade e do rigor social é um modelo de perfeição.

Isso acontece porque o modelo idealista formula que há um modelo ideal a seguir e a realidade que é sempre imperfeita e assim preferem seguir a perfeição das ideias e chegam ao absurdo de submeter os outros a seu modelo de perfeição, acreditam que há um topo a ser atingido.

Então não é possível formular um modelo humano a ser seguido, é claro que sim se entendemos a imperfeição humana como parte de um processo de hominização e de civilização no qual todos os outros humanos devem ter igual possibilidade de viver e de compartilhar o ambiente comum.

Edgar Morin chamou isto de “cidadania planetária”, muitos modelos políticos e religiosos falam de solidariedade, de rejeição ao ódio, mas é preciso observar se não constroem algo que exclui.

Hoje é dia da nação brasileira, tão diversa e rica em raças e etnias, qualquer modelo que não suporte o outro é o tipo de idolatria da perfeição que deve-se rejeitar, não conduz a solidariedade.

A Ética spinoziana, um forte contraponto a ética idealista, formulava que a realidade é sempre igual a perfeição, pois a perfeição só tem sentido quando é realidade não coisa imaginada ou pensada, assim perfeição é realidade na mesma medida que a realidade é perfeita.

Sem o amor e o respeito ao Outro, à diversidade e a tolerância, todo modelo ideal é imperfeito.

 

Crise energética e tensão no oriente

06 set

A retaliação de Moscou às sanções impostas após a invasão da Ucrânia, começam a causar impacto na economia europeia e no Reino Unido causou a renuncia do primeiro ministro Boris Johnson, embora o problema seja mais amplo de inflação que em 2023 pode ir até acima dos 20%, o principal impulso é a alta do gás natural em toda Europa, a Rússia acusa a Alemanha pela crise.

Os países da União Europeia procuram estocar gás natural para o período de inverno que virá.

Tomou posse a primeira ministra Liz (Elizabeth) Truss, em eleição interna do partido Conservador contra o ex-ministro do Tesouro, Rishi Sunak, ela é conhecida por ser camaleão, adotar discurso conforme o contexto, na verdade parecida a muitos líderes da atualidade.

Foi contrária, por exemplo, ao Brexit e depois de ter sido adotado tornou-se a favor.

A população de Taiwan observando a guerra da Ucrânia sempre citada em noticiários locais, atentam para uma possível guerra com a China, e preparam-se para eventuais crises com exercícios, treinamentos de primeiros socorros e logística para fugir de bombardeios.

Na semana passada um drone foi derrubado viajando em território Taiwanês, segundo notícias da Deustche Welle, reproduzida no portal G1, desde março uma ONG chamada Forward Alliance além de oferecer treinamentos de defesa civil procura melhorar a resiliência nacional.

Segundo Enoch Wu, fundador da Forward Alliance: “O objetivo é manter as comunidades funcionando, e os treinamentos ajudam a preparar os cidadãos contra crises naturais ou provocadas pelo homem”, mas o pano de fundo é uma possível guerra com a China.

A tensão sobe entre China e EUA devido o anuncio da venda de 1,3 bilhão de dólares de armamentos para Taiwan, a China promete resposta ao que considera “destruição da paz”.

Pode ser um despiste, mas os principais treinamentos que a primeira-ministra de Taiwan participa estão na ilha de Penghu (Pescadores), ela é pequena e embora possua uma estrutura de defesa é isolada e distante da Ilha Formosa que é de fato o território de Taiwan.

 

A pandemia resiliente e a futura possível

05 set

A Pandemia da Covid 19 segue em quedas seguidas de estabilidade, como no Brasil na última semana, média em torno de 120 mortes e 10 mil casos conhecidos de infecção do vírus.

Salientamos na semana passada o alerta de vários cientistas que a próxima pandemia poderá ser a de fungos, uma das maiores reportagens deste assunto, que coleta dados, casos e diversos pesquisadores em muitos países, foi a publicada em 6 de agosto pela National Geographic.

Começa contanto um caso de um fumante de 48 anos que procurou o hospital Johns Hopkins Medicine, em Maryland (EUA) onde o especialista em doenças infecciosas Shmauel Shoham ao investigar uma possibilidade de câncer detectou um fungo comum Aspergillus na infecção.

Depois cita na Índia, onde em certo momento da Covid 19 um grande número de infecções fúngicas invasivas e bastante mortais, com um mofo preto causou uma violenta onda de mortes, que foi noticiada no mundo todo, há também o caso da Candida auris, infecção fúngica virulenta que transmite pelo sangue e surgiu do nada, assim como são os fungos que dependem de outros organismos e infecções para se alimentarem.

Segundo a revista dos cinco milhões de espécies de fungos existentes, apenas 120 mil são conhecidas e estudadas, e destas só algumas centenas podem prejudicar os seres humanos.

Com os fungicidas usados na agricultura extensiva há uma estimativa que as taxas de mortalidade por infecções fúngicas invasivas cresçam em até 50%, o que se traduz, segundo a revista, em até 1,6 milhões de mortes e 7,2 milhões de dólares de custos médicos por ano, e devido o desafio de diagnósticos precisos certamente é um número subestimado.

O alerta dos especialistas é a capacidade dos fungos evoluírem em micróbios com aumento de pressões seletivas que os forçam a adaptar e uma população crescente de humanos suscetíveis.

Os fungos atacam principalmente a produção da agricultura, porém o uso liberal do equivalente medicinal para humanos também tem ameaças não intencionais, alertam os especialistas na reportagem.

A reportagem termina afirmando que a ameaça de patógenos fúngicos tem sido historicamente subestimada e faz uma alerta para um maior estudo e controle preventivo na área.

Referência:

Humanos não estão preparados para uma pandemia de infecções por fungos | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com)