RSS
 

Arquivo para outubro 14th, 2022

A crise, a falsidade e a clareira

14 out

Hoje vale bem pouco aquilo que se é de verdade, importa mais o marketing pessoal, a maquiagem que esconde os defeitos do aquilo que o o homem de fato é, isto é consequência da oculta do Ser.  

Assim a ocultação da verdade é resultado desta ocultação do Ser, não sua causa, o pensamento vai nesta direção porque no interior de cada Ser há espaço para a falsificação, a mentira e a hipocrisia.

Assim não é o caso de quem mente mais, é a ausência de uma clareira onde a consciência de cada Ser se apresenta, e o fermento dos mentirosos cresceu, como a passagem bíblica de Lc 12,1=2 “tomai cuidado com o fermento dos fariseus que é a hipocrisia, não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada oculto que não venha a ser conhecido”.

É certo que a categoria da “clareira” de Heidegger tem um sentido mais geral, envolve o todo que é oculto dentro de um Ser, porém para quem crê este todo se oculta em Deus, aquilo que somos no coração divino, e mesmo não crendo isto parece próprio a modernidade que não vê o todo.

A fragmentação do saber, a divisão social, a ausência de um pensamento transdisciplinar levou a um novo tipo de ocultismo, aquele que especializado só vê a parte e não vê o todo, ainda que a física quântica, a busca pelo universo infinito ou finito (procura-se sua borda) visto pelo James Webb, é a natureza e no interior do Ser que este todo habita e onde se esconde a verdade.

Como ela se ocultou foi a fragmentação social, a ausência de comunhão, onde o Todo se completa, a ausência de Amor transcendente (não é aquele da subjetividade idealista), onde somos capazes de enxergar o outro.

Formamos assim uma geração (no sentido de várias desde o século passado) se tornou má, egoísta e individualista, autofágica e excludente e com incapacidade de enxergar o Todo com clareza.

É certo que a justiça divina é superior a humana, porém ela não a ignora, Jesus contou uma parábola de uma viúva que vai a um juiz injusto que depois te tanto perturbá-lo, ele decide resolver para não ter mais o importuno dela e “não venha me agredir” .

E jesus explica a parábola aos discípulos (Lc 18,6-7): “E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?”, assim podemos ter esperança também numa justiça terrena.