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A menina que roubava livros e Heidegger

31 dez

Fiz o propósito de ler este livro a uma amiga, dona de casa, que me indagou que sóa-menina-que-roubava-livros lia livros mais “acadêmicos” e o resultado foi surpreendente.

O início me parecia que a história de Liesel Meminger apesar de contada por uma narradora curiosamente simpática, traçava uma trajetória mórbida  na qual se insere uma pequena ladra de livros, a qual a Morte afeiçoa-se a Liesel  seguindo suas pegadas de 1939 a 1943. T

São delineado traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro.

Mas o garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve, o qual será o primeiro de vários que a menina roubar ao longo dos anos e este livro será o vínculo a sua família.

O pai adotivo, é um pintor de parede bonachão que lhe ensina a leitura, é período nazista e muitos livros são incendiados, mas ela os rouba ou lê da biblioteca do prefeito da cidade.

Nesta realidade-virtual criada em torno de Hitler e da Segunda Guerra, a menina assiste a Morte, com certa perplexidade diante da violência humana, mas consegue dar um tom leve e divertido à narrativa nesta dura realidade da infância perdida e da crueldade do mundo em guerra.

Mas o livro tem um curioso morrer e viver, daí minha inevitável ligação a Heidegger e aos dias de hoje.

Queremos culpar os jovens pelo que assistimos, mas são adultos que criaram esta realidade, e este exercício do morrer-viver, é uma trajetória inspiradora para uma boa leitura de Heidegger e não há como não fazer uma forte ligação com os dias de hoje, tudo e nada a ver com a tecnologia, dias acelerado, porém cheios de noites e incertezas.

 

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