A educação precisa entrar no século XXI
Entre as reivindicações de junho de 2013, já esquecidas e apenas maquiadas por governos estaduais e federal, está a melhoria da educação e os níveis são preocupantes como mostramos nos post anteriores.
De cada cem estudantes que ingressaram no ciclo médico em 2008, 35 não chegaram a seu fim em três anos: repetiram ou apenas deixaram a escola, entre os que ficam poucos aprendem o que seria razoável (meta no post anterior) e isto pode ser comprovado pelo índice IDEB (Desenvolvimento da Educação Básica), considerando-o fiel e não favorável ao governo.
Conforme este indicador, o ensino médio obteve uma média até 2011, de apenas 3.7 numa escala de 0 a 10, poderíamos dizer reprovado ou apenas ruim, mas mesmo maquiado, ele não melhorou em relação às medidas tomadas anteriormente, o que acontece ?
O que foi a maquiagem, foi o agrupamento de 13 disciplinas em 4 áreas do conhecimento, má ou não leitura de Morin, a transdiciplinaridade não é isso, leia-se “Para sair do século XX”.
O equívoco é causado por uma má compreensão da crise da cultura e do pensamento que passamos, que para o desavisado seria apenas da super informação, mas há também a má informação ou até mesmo a escassez da informação vista por alguns como “teorias”.
Esclarece Edgar Morin em sua obra Para sair do século XX (ou da Idade Média), “A informação, num sistema totalitário, não é somente uma informação governamental; é, sobretudo, uma informação governamental totalitária. Sua característica própria não é só estar sujeita à censura do Estado de onde resulta a subinformacão” e, portanto não apenas da grande imprensa manipuladora sem dúvida, mas precisamos de canais “culturais”.
Acrescenta Morin sobre estes aspectos: “ela reside na conjunção entre a subinformação e a formação de pseudo-informação, que dão uma imagem ideal/lendária da sociedade” e isto significa também muitas leituras enviesadas e despreparadas do contexto social.
Ao contrário de Bauman, Morin crê que a também na educação o Estado deveria apostar em educadores com tradição cultural e literária e não apenas aqueles que favoreçam a cultura de algum estado vigente, na obra ele faz duras críticas aos estados de esquerda e de direita.
Morin Edgar, Para sair do século XX, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. 346p.