Os saberes necessários ao futuro
Para inspirar podemos ler o que está inclusive em formato aberto no MEC (sim, e eles leram?) da Obra de Morin “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, como ele explica no início não se trata de um conteúdo para algum nível de ensino, mas saber como driblar na educação o ensino do que é conhecimento, pois “tendo em vista que nós sabemos que o problema chave do conhecimento é o erro e a ilusão” (Morin, ).
Porque isto é importante ? pergunta o próprio autor, e a resposta é algo inteiramente novo até mesmo para alguns educadores: “Porque o conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução” do autor.
A educação tradicional faz apenas a construção, chame-se ela de educação: bancária, básica, construtivista ou até mesmo dialética, incorre sempre no mesmo erro: ensina a “crença”.
É preciso explicar o fenômeno da percepção, que é primário, mas esconde a realidade que não vemos, eis um exemplo claro do autor: “assim como os raios ultravioletas e infravermelhos que nós não vemos, mas sabemos que eles estão aí e nos impõem uma visão segundo as suas incidências” e por isto a percepção precisa de reconstrução, precisa de ex-plicação e precisa de estudo e teoria, aliás o violeta é uma boa cor para representar isto, por que “não vemos”.
E assim sabemos que não há “não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma alucinação”, eis a explicação entre erro e ilusão.
Entre os erros apontados pelo autor, um é importante para um mundo globalizado: “Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem” e assim não podemos ler o mundo árabe ou oriente com uma ótica do ocidente, é um erro gravíssimo.
O segundo buraco apresentado pelo autor é o “conhecimento pertinente”, poderíamos acrescentar também relevante, no sentido de conhecimento que é fonte, mas explica o autor: “um conhecimento pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu objeto. Por que? Porque nós seguimos em primeiro lugar, um mundo formado pelas disciplinas”.
Os outros cinco são mais simples: a identidade terrena (estamos no mesmo planeta), ensinar a ética do “gênero humano”, ensinar as incertezas (a se questionar), a compreensão e a condição humana, isto é um pouco mais difícil, retornaremos a este tipo de “saber”.
Segundo o The Independent, a Finlândia acaba de abolir a divisão das disciplinas, mas aqui ainda precisamos pagar decentemente os professores.