Outra visão da formação do Estado Brasileiro
Caio Prado Júnior, escreveu em 1942 Formação do Brasil Contemporâneo que é um livro em torno dos três séculos do Brasil colônia, para ele o país foi estruturado como país colônia “para fornecer tabaco, açúcar, alguns outros gêneros; mais tarde, ouros e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu”, revelando apenas a face econômica.
Em sua obra o balanço do país é negativo nesta etapa de colônia, afirma que: “exploração extensiva e simplesmente especuladora, instável no tempo e no espaço, dos recursos naturais do país”, fez o país permanecer atrasado e com bases fundiárias muito fortes.
Em sua “redescoberta do Brasil” seria uma maneira mais radical do que a de Gilberto Freyre e a de Sérgio Buarque de Holanda, pois numa visão maniqueísta estaria ao lado do “Bem” junto a Sergio Buarque de Holanda enquanto Gilberto Freyre representaria o “Mal”, numa análise comparativa feita por muitos historiadores paulistas.
Caio Prado vai sempre se perguntar pelo “sentido da história brasileira”, entendendo como “sentido” a história de um povo analisada num processo de longa duração observando-se os elementos essenciais, os que direcionam os acontecimentos gerais, entre os existentes.
O seu legado político é mais amplo do que sua obra, segundo diversos historiadores, os quais ressaltam que o autor é muitas vezes criticado por ser economicista e censurado por não utilizar fontes primárias.
Penso que nenhuma das obras devem ser suprimidas para uma análise mais ampla das origens do estado brasileiro, e junto com Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro completam autores que fazem uma leitura ampla das origens do pensamento brasileiro.