O homem comum, política e as redes sociais
Foi Platão e depois Aristóteles que pensaram a política grega, para o segundo a vida pura e simples de um ser vivente era um zoé (aquele que vive a mera existência biológica, uma vida nua), porém pelo fato do homem possuir a linguagem ele terá uma vida social, ele passa de zoé a politikón zôon (animal político), e isto construirá aos poucos a proposta da democracia, a participação do cidadão (o habitante da cidade-estado grega) de modo ativo na vida ativa em sociedade.
Giorgio Agamben em sua Cidade Nua, afirma que a teoria biopolítica de Foucault converge com aquela desenvida em Hannah Arendt em “A condição Humana”, na qual vê que na modernidade, o homo laborens passa a ocupar um lugar nas relações sociais de forma que ocupe o vértice das relações de poder, abandonando com isto o espaço público, assim ambos desenvolvem uma visão convergente sobre as relações políticas na modernidade.
O homo sacer foi utilizado por Hanna Arendt, Foucault, Agamben, Bauman e recentemente por Slavov Sizek, que explica o termo usando uma imagem do período da guerra do Afeganistão, onde após um avião ter bombardeado um território, outro avião passa distribuindo alimentos.
No Brasil é a figura do “homem cordial”, a visão de um político preocupado com as condições das populações de baixa renda, mas que insiste na ideia que este povo jamais terá cultura suficiente para se tornar independente e se puder romper com o domínio existencial que tem do assistencialismo paternal.
As redes sociais são uma forma nova de superação deste anonimato político, ainda que de maneira difusa, até mesmo um pouco agressiva, é o único espaço onde pessoas desconhecidas podem expressar o que sentem, mostrar sua identidade e sair da cidade nua.