Mistério, partículas e cosmo
O pragmatismo objetivista, que vê o ser separado em sujeito e objeto, não consegue ver além do próprio umbigo do eu, ainda que navegue por categorias como “individualismo”, “ética”, “consciência” (ou alienação que dá no mesmo) é ele próprio inconsciente da sua necessidade de ir além, da meta-fisica, já que a física (physis) base de sua objetividade, alienou o Ser transfor- mado em sujeito (subjetividade) ou anulou-o completamente em um homo sacer.
Olhar para o infinito e para o mistério, ainda que não resolva o problema, ajuda a pensar que não sabemos tudo, que a razão cínica (Sloterdijk) não explicou tudo, ou melhor, explicou quase nada e que a vida e o Ser continuam aí, no Dasein da crise da modernidade.
Dois eventos nos ajudam a olhar este mistério, ainda que apenas no campo confortável da objetividade, o olhar para o infinito do universo aonde ainda o homem não vê e para o interior da partícula aonde o homem vê, mas não entende o mistério ali depositado (pelo Ser).
Olhar as partículas é possível a partir do Large Hadron Collider (LHC), que voltou a funcionar no primeiro domingo de abril (05/04), e agora com uma energia superior a anterior, antes 7 eV e agora 13 eV, as partículas viajarão a 99,999999% da velocidade da luz, e poderemos produzir, em laboratório, o semelhante a um micro buraco negro, mistério presente no universo.
http://home.web.cern.ch/topics/large-hadron-collider
Depois do Hubble, um novo laboratório estará presente nos cosmos ampliando nossa visão, em homenagem ao astrônomo James Webb, ele se chamará James Webb Space Telescope, ou apenas JWST, e ao contrário do anterior que enxergava obtinha imagens pelo espectro solar visível, o JWST usará o infravermelho, e assim poderá ver além da visão normal, e obersar a formação das primeiras galaxias e estrelas, estudando sua evolução até formar as galáxias, como se dá a produção dos elementos e partículas pelas estrelas e ver os como se dão os seus processos de sua formação.
Olhar profundamente para dentro e profundamente para fora, pode ajudar o homem que se fragmentou na modernidade e a reencontrar o seu Ser, nem sujeito nem objeto, mas Ser.